Balanço Final - Liga NOS 18/ 19
A análise detalhada ao campeonato em que houve um antes e um depois de Bruno Lage. Em 2018/ 2019 houve Reconquista.
Prémios BPF Liga NOS 2018/ 19
Portugal viu um médio carregar sozinho o Sporting, assistiu ao nascer de um prodígio, ao renascer de um suiço, sagrando-se campeão quem teve um maestro e um velocista.
Balanço Final - Premier League 18/ 19
Na melhor Liga do mundo, foram 98 contra 97 pontos. Entre citizens e reds, entre Bernardo Silva e van Dijk, ninguém merecia perder.
Os Filmes mais Aguardados de 2019
Em 2019, Scorsese reúne a velha guarda toda, Brad Pitt será duplo de Leonardo DiCaprio, Greta Gerwig comanda um elenco feminino de luxo, Waititi será Hitler, e Joaquin Phoenix enlouquecerá debaixo da maquilhagem já usada por Nicholson ou Ledger.
21 Novas Séries a Não Perder em 2019
Renasce The Twilight Zone, Ryan Murphy muda-se para a Netflix, o Disney+ arranca com uma série Star Wars e há ainda projectos de topo na HBO e no FX.
10 de outubro de 2015
Garganta Afinada. Top 20 ( nº 110 )
7 de outubro de 2015
Previsões Óscares 2016 (Actualizado a 07/10/15)
Mantemos o foco nas categorias de Melhor Filme, Melhor Actor, Melhor Actriz, Melhor Actor Secundário, Melhor Actriz Secundária e Melhor Realizador.
Passado um mês e depois de vários filmes terem estreado nos EUA, em festivais ou já no Cinema, 'Spotlight' e 'Room' terão sido quem viu a sua reputação crescer de forma galopante. Em consequência disso, Michael Keaton poderá ser nomeado novamente, agora como secundário, e Brie Larson, que aos 26 anos já se destacara principalmente em 'Short Term 12' começa a construir um buzz suficiente para ter a sua estreia entre as candidatas a Melhor Actriz.
Os meses de Novembro e Dezembro são aqueles em que, habitualmente, tudo começa a ganhar forma e as dúvidas passam a certezas, daí que só devamos voltar a actualizar as nossas Previsões no final de Novembro/ início de Dezembro. A grande noite do Cinema acontece a 28 de Fevereiro, e recordamos que os nomeados serão anunciados dia 14 de Janeiro.
Numa fase tão precoce, 'Spotlight' faz-se acompanhar por Steve Jobs e Carol como verdadeiros produtos cinematográficos de acordo com o gosto habitual da Academia. Em relação a The Danish Girl (só comentaremos quando o virmos) não há consenso - há quem aclame, há quem aponte Redmayne à vitória, há quem diga que Vikander se destaca mais do que o seu co-protagonista, e há quem ache o filme mau. A colaboração entre Steven Spielberg e Tom Hanks, Bridge of Spies, continua bem cotada, mas estes Óscares 2016 parecem mais difíceis de prever à priori do que os últimos.
É uma certeza que Inside Out pode continuar a ter alguma esperança de surgir entre os nomeados para Melhor Filme, parecendo ter uma mão e meia na estatueta de Melhor Filme de Animação (mas vamos ver se 'O Principezinho' não baralha as contas), e depois há várias coisas como Beasts of No Nation, Sicario, Son of Saul, Me and Earl and the Dying Girl para os quais a coisa ainda pode correr bem. Importa ainda referir The Big Short, Miles Ahead e Concussion, o primeiro pelo valor conjunto e pelo extraordinário elenco (Christian Bale, Brad Pitt, Ryan Gosling e Steve Carell), e os dois últimos porque também poderão colocar Don Cheadle e Will Smith noutras corridas.
Room, tal como 'Spotlight' foi quem mais beneficiou em termos mediáticos no decorrer de Setembro. O conceito é interessante: uma mãe (Brie Larson) e o seu filho são enclausurados vivendo num compartimento fechado, acabando ela por tentar levar o seu filho de 5 anos a acreditar que aquele quarto é tudo o que existe no mundo, até ao dia em que conseguem fugir. O filme poderá até não ser nomeado mas Brie Larson está bem colocada entre as possibilidades para Melhor Actriz, e veremos o que o pequeno Jacob Tremblay consegue.
Para além de DiCaprio e Redmayne, Michael Fassbender também é quase uma garantia. Depois de ser nomeado em 2014 pelo seu desempenho secundário em '12 Years a Slave', 2016 poderá marcar a sua primeira nomeação como actor principal, graças ao seu Steve Jobs.
Abaixo deste trio, há um amplo universo de possibilidades. Desde a veterania de Michael Kaine e Tom Hanks ao irreconhecível Johnny Depp em 'Black Mass', passando ainda por Bryan Cranston, Don Cheadle e Will Smith. E visto que Bradley Cooper é um dos meninos bonitos da Academia, veremos o que faz com 'Brunt', embora o seu papel secundário em 'Joy' também seja uma janela de oportunidade para alcançar o 4.º ano consecutivo a ser nomeado.
Entre Carey Mulligan, em 'Suffragette', e Saoirse Ronan ('Brooklyn') é possível que a Academia só opte por uma, isto porque esta temporada de 2015/ 16 inclui vários destaques de actrizes conceituadas como Charlotte Rampling, Lily Tomlin, Maggie Smith e Blythe Danner.
Há outsiders, certamente, como Emily Blunt em 'Sicario', Sarah Silverman num registo bem diferente do habitual em 'I Smile Back' e a jovem revelação Bel Powley. A própria Charlize Theron, em 'Mad Max: Fury Road' apresenta uma candidatura furiosa, embora tanto possa ser principal como considerada secundária. Na mesma condição estará Alicia Vikander, a actriz que parece ser omnipresente nos tempos recentes, mas em relação a Vikander tudo parece levar a crer que concorrerá como secundária em 'The Danish Girl', até porque assim terá maiores hipóteses de ganhar.
Mantemos alta confiança que Jennifer Jason Leigh, nas mãos de Tarantino, vai fazer parte do quinteto final. No entanto, precisa certamente de companhia. E neste momento, Rooney Mara e Alicia Vikander parecem ser as actrizes capazes de guerrear pela estatueta, querendo suceder a Patricia Arquette, uma mãe que aturou o seu filho durante 12 anos. À partida, parece que estaremos perante uma categoria forte nas nomeadas mas com pouca e mais fraca concorrência fora do lote principal. Depois do trio Jason Leigh, Mara e Vikander, há algumas actrizes mas muitas dúvidas: Kate Winslet em 'Steve Jobs' é certamente merecedora de um voto de confiança pelo que costuma pôr de si nos papéis, 'Youth' conta com Jane Fonda e Rachel Weisz, Julie Walters e Joan Allen são nomes para incluir, bem como Rachel McAdams.
Não é impossível Alejandro González Iñárritu arrecadar 2 óscares de Melhor Realizador consecutivos. O facto de 'The Revenant' contar com DiCaprio e Tom Hardy certamente será uma boa ajuda. Tom McCarthy ('Spotlight') intrometeu-se entre os favoritos à nomeação, embora David O. Russell e Tom Hooper sejam nomes que a Academia considera sempre, mesmo que a Crítica não se deixe impressionar pelos seus trabalhos.
Quentin Tarantino ambiciona ser nomeado pela terceira vez como Realizador, tendo apenas ganho por 2 Argumentos; Steven Spielberg (ainda) é Steven Spielberg, Danny Boyle realizou a versão de 'Steve Jobs' que contará em definitivo para o Cinema, isto sem esquecer outsiders que têm que ser tidos em consideração como Cary Fukunaga, Lenny Abrahamson, Adam McKay, Laszlo Nemes e Alfonso Gomez-Rejon.
6 de outubro de 2015
Crítica: Black Mass
Senhoras e senhores, este é o Johnny Depp que o mundo do Cinema merece.
'Black Mass' estreia esta quinta-feira nas salas de cinema em Portugal, e vive do que o actor que já foi Jack Sparrow, Eduardo Mãos-de-Tesoura, o Chapeleiro Louco, Willy Wonka, Rango ou John Dillinger dá, numa faceta diferente para o actor camaleão mas que lhe assenta na perfeição.
Johnny Depp é James "Whitey" Bulger. O filme, contado em retrospectiva através dos testemunhos dos vários associados de Bulger, baseia-se numa obra publicada em 2011 (Black Mass: The True Story of an Unholy Alliance Between the FBI and the Irish Mob) e pisa os terrenos de gangters e do Sul de Boston que 'The Departed' já percorreu.
Em 1975, "Whitey" Bulger era um gangster americano de raízes irlandesas, cujo controlo do crime organizado no Sul de Boston estava apenas ameaçado pela máfia italiana local, encabeçada pelos irmãos Angiulo. "Whitey" era também irmão do senador de Massachusetts, William "Billy" Bulger (Benedict Cumberbatch). O regresso a Boston de um amigo de infância dos Bulger, John Connolly (Joel Edgerton), membro do FBI, torna-se o ponto-chave do filme e da história quando Connolly, com o objectivo de apanhar os Angiulo, promove uma aliança entre o FBI e "Whitey" Bulger, servindo este como informador numa suposta relação win-win.
Quando o filme caminha para o seu final, a ideia com que se fica é que 'Black Mass' tinha condições para ser um grande filme neste género (crime/ máfia), mas acaba por ficar aquém do seu potencial. Em diversos momentos o filme transpira 'The Departed' ou 'Goodfellas' mas, se é mérito de Scott Cooper conseguir pelo menos provocar essa sensação, desilude a forma como fica tão longe desses dois clássicos, parecendo, verdade seja dita, forçar algumas semelhanças.
A história por si só é suficientemente boa, mas algumas coisas parecem estar a mais, e o próprio ritmo do filme acaba por soar estranho. Não obstante, o casting foi competente ao atrair para o universo da máfia actores como Jesse Plemons, Peter Sarsgaard, W. Earl Brown ou Corey Stoll, mesmo com as suas pequenas contribuições. Cumberbatch ajuda a promover o filme mas o seu papel poderia muito bem ficar entregue a um actor em que não se sentisse que estava a ser um desperdício de talento, e Joel Edgerton - que se estreou recentemente a realizar com 'The Gift' - é perfeitamente adequado para dar corpo a John Connolly, uma personagem semelhante à de Matt Damon em 'The Departed'.
Posto isto, o coração do filme é Johnny Depp. A caracterização ajuda naturalmente a demarcar "Whitey" Bulger de tantos outros papéis do actor, desta vez com um fino cabelo loiro penteado religiosamente para trás, uma dentição descuidada e uns olhos (exageradamente) azuis. É um dos melhores papéis da carreira de Depp, permitindo ao actor dar uso ao seu carisma e imprevisibilidade, tornando Bulger um monstro capaz de alternar serenidade com uma crueldade atroz.
Analisando como um todo, havia potencial para mais; mas podem incluir Johnny Depp no conjunto de actores com aspirações a uma nomeação para Óscar em 2016.
5 de outubro de 2015
Crítica: Everest
Em 2007, o alpinista português João Garcia publicou "A Mais Alta Solidão". 'Everest' confere ao título desse livro, com prefácio de Miguel Sousa Tavares, uma dimensão e significado especiais.
Actualmente nas salas de cinema portuguesas, o filme do realizador islandês Baltasar Kormákur baseia-se em factos verídicos. Em 1996 duas expedições, uma liderada por Rob Hall (Jason Clarke), guia da Adventure Consultants, e a outra por Scott Fischer (Jake Gyllenhaal), da Mountain Madness, procuraram levar os seus clientes ao topo do Evereste, a montanha mais alta da Terra. A "maior tragédia do alpinismo mundial" teve na sua base uma forte tempestade, mas também um conjunto de más decisões que custaram várias vidas.
Filmado em Itália, na Islândia e, logicamente, no Nepal, 'Everest' é uma boa surpresa. Kormákur e o seu elenco tornam o filme numa experiência contagiante, agarrando por completo o espectador, especialmente quem desconhecia a história até aqui. De forma a compreendermos o que fez e faz várias pessoas arriscarem a sua vida em busca de um momento de êxtase e realização pessoal, o argumento foi construído dando-nos a conhecer vários dos membros da expedição de Rob Hall: entre outros, Beck Weathers (Josh Brolin), um alpinista experiente, Doug Hansen (John Hawkes), um carteiro que se multiplica em empregos para poder pagar a expedição e que nos dá uma boa explicação sobre a motivação de escalar o Evereste, e Jon Krakauer (Michael Kelly), um fotojornalista que mais tarde veio a publicar um livro sobre o desastre e com o qual poderão estar familiarizados já que recriou também os passos de Christopher McCandless escrevendo 'Into the Wild'.
Baltasar Kormákur, um realizador para ficarmos atentos, torna-nos parte da expedição, num verdadeiro teste à condição humana, desafiando probabilidades e possibilidades. Algumas pessoas não têm noção, mas o "código" alpinista diz que só se pode afirmar que alguém escalou uma montanha não apenas quando atinge o cume, mas quando regressa são e salvo cá abaixo.
'Everest' explora bem vários subplots: o modo como, a 8.000m de altitude a ambição de chegar primeiro e de sobreviver pode cegar e tornar alguns incrivelmente calculistas e outros pouco racionais; a pressão involuntária que Krakauer acabou por ter ao fazer parte da expedição, porque os guias não queriam falhar a levar as pessoas ao cume, quando teriam depois uma reportagem a cobrir a experiência e a poder funcionar como publicidade; as várias falhas que, conjugadas com a forte tempestade que se abateu na montanha, foram fatais, como o não afixar de certas cordas ou o desrespeito pela hora limite (14 horas) de fazer os clientes chegarem ao pico. Clientes esses que, em alguns casos, não eram alpinistas verdadeiramente experimentados, e para os quais o oxigénio artificial acabou por "mascarar" isso, não chegando o período de aclimatação e as viagens de adaptação pelos sucessivos acampamentos.
Não é um filme de actor, embora o elenco seja coeso e apelativo, valendo realmente pelo todo e pela progressivamente intensidade e adrenalina à medida que a altitude aumenta. 'Everest' é sim uma lição sobre a montanha nomeada em homenagem a George Everest, primeiramente escalada por Edmund Hillary e Tenzing Norgay, é uma lição sobre alpinismo e é, em última instância, uma lição sobre o Homem.
1 de outubro de 2015
Dicas Fantasy Premier League - Jornada 8
Como sempre, olhamos para a jornada anterior de forma resumida. Na 7.ª jornada Alexis Sánchez pontuou mais do que qualquer outro jogador. O chileno do Arsenal fez o Leicester-Arsenal cair para o lado dos gunners (qualquer jogo em casa do Leicester tem sempre muitos golos, podendo funcionar a favor de Vardy e Mahrez ou contra) com um hat-trick, conquistando um total de 20 pontos. Lukaku (16 pts) não ficou muito atrás ao brilhar no relvado do West Brom, clube que já representou, enquanto que Mata deu sequência ao seu excelente momento de forma. Gestede e Sturridge (bem-vindo de volta campeão) bisaram, Tadic passou os 10 pontos pela segunda vez e Lamela foi uma agradável surpresa. Entre os defesas, o holandês van Dijk marcou e é um jogador para manterem nas vossas watchlists.
(Podem-se juntar à Liga Barba Por Fazer: Código - 114493-481221)
Outras Opções:
11 (3-4-3): Hart; Amavi, Cresswell, Dann; De Bruyne, Mahrez, Sánchez, Hoolahan; Agüero, Vardy, Lukaku
Atenção a (Clássico; Diferencial):
Crystal Palace v West Brom - Bakary Sako; Saido Berahino
Aston Villa v Stoke - Rudy Gestede; Mame Biram Diouf
Bournemouth v Watford - Odion Ighalo; Troy Deeney
Manchester City v Newcastle - Kun Agüero; Kevin De Bruyne
Norwich v Leicester City - Jamie Vardy; Wes Hoolahan
Sunderland v West Ham - Dimitri Payet; Aaron Cresswell
Chelsea v Southampton - Eden Hazard; Sadio Mané
Everton v Liverpool - Romelu Lukaku; Daniel Sturridge
Arsenal v Manchester United - Alexis Sánchez; Juan Mata
Swansea v Tottenham - André Ayew; Christian Eriksen
24 de setembro de 2015
Dicas Fantasy Premier League - Jornada 7
Nesta 7.ª jornada o jogo grande acontece logo às 12:45 de Sábado. O Manchester City visita White Hart Lane, para defrontar um Tottenham no qual Harry Kane ainda não marcou, e que foi eliminado esta semana da Capital One Cup, em casa, pelo grande rival Arsenal. O 4.º classificado Leicester recebe o 5.º (Arsenal), com Mahrez num momento de forma para o qual já faltavam palavras. O Liverpool volta a jogar em casa, depois de só conseguir ultrapassar o modesto Carlisle nas grandes penalidades, enquanto que Manchester United e Chelsea defrontam os dois últimos classificados.
Olhando para as pontuações da jornada 6, Zouma foi o jogador em destaque com 15 pontos. O defesa central francês marcou ao Arsenal na sequência de um livre indirecto exemplarmente cobrado por Fàbregas, e juntou a isso o facto de não sofrer golos, e um bónus de 3. Os avançados Pellè, Ighalo e Martial bisaram todos, reforçando algumas estatísticas: Pellè é muito mais letal em casa do que fora, o ano civil de 2015 mantém-se extraordinário para Ighalo, e Martial (somando todas as competições) conta 4 golos em 4 jogos pelos red devils. Riyad Mahrez voltou a passar dos 10 pontos (em 6 jornadas conseguiu por 5 ocasiões 10 ou mais pontos, e já contabiliza mais golos e mais de metade dos seus pontos de 2014/ 15), e craques como De Bruyne e Hazard atingiram a dezena de pontos.
(Podem-se juntar à Liga Barba Por Fazer: Código - 114493-481221)
Outras Opções:
11 (3-4-3): De Gea; Cresswell, Darmian, Skrtel; Mahrez, Payet, Hazard, Coutinho; Martial, Ighalo, Agüero
Atenção a (Clássico; Diferencial):
Tottenham v Manchester City - Kun Agüero; Kevin De Bruyne
Leicester v Arsenal - Riyad Mahrez; Mesut Özil
Liverpool v Aston Villa - Philippe Coutinho; Danny Ings
Manchester United v Sunderland - Anthony Martial; Juan Mata
Southampton v Swansea - Graziano Pellè; Sadio Mané
Stoke v Bournemouth - Bojan Krkic; Matt Richie
West Ham v Norwich - Dimitri Payet; Victor Moses
Newcastle v Chelsea - Eden Hazard; Kurt Zouma
Watford v Crystal Palace - Odion Ighalo; Bakary Sako
West Brom v Everton - Romelu Lukaku; James Morrison
21 de setembro de 2015
Crítica: Me and Earl and the Dying Girl
Imaginem um caldeirão. Aquele objecto que todos temos em casa. Ou não. Nesse caldeirão querem cozinhar um filme. Aquilo que todos cozinhamos diariamente. Ou não. Como ingredientes um pouco de 'The Fault in Our Stars' e de 'The Spectacular Now', e muita da energia própria e especial de 'Juno' e '500 Days of Summer'. O resultado é este: Me and Earl and the Dying Girl.
O filme estreou e foi o grande vencedor do festival Sundance 2015, sucedendo a 'Whiplash', tendo sido aplaudido de pé por toda a audiência, muito disputado e comprado pela FOX por um valor recorde em Sundance.
No centro de um filme puro, simples e original está Greg (Thomas Mann), um rapaz a enfrentar o último ano de liceu tentando passar despercebido, e que tem o hobbie de fazer remakes de clássicos do cinema com o seu amigo de infância, Earl (RJ Cyler), curtas-metragens nas quais mudam os títulos dos filmes tornando-os cómicos. Quando a mãe de Greg descobre que uma amiga de infância dele chamada Rachel (Olivia Cooke) foi diagnosticada com leucemia, obriga-o a passar tempo com ela. O que de início é uma amizade forçada e desconfortável para ambos torna-se um hábito diário, com as curtas de Greg e Earl a servirem de distracção para Rachel, acabando a dupla por fazer um filme sobre ela. Tudo o resto é criatividade e sensibilidade de Jesse Andrews, autor do livro e responsável pela adaptação para argumento, e Alfonso Gomez-Rejon a revelar-se um realizador cheio de potencial.
'Me and Earl and the Dying Girl' é aquele tipo de filme capaz de nos derreter. Envolvente do princípio ao fim, mérito claro de Gomez-Rejon. O realizador mexicano, colaborador de Ryan Murphy na realização de episódios para as séries 'American Horror Story' e 'Glee', realizador do episódio-piloto de 'Red Band Society' e aprendiz in loco de senhores de créditos firmados como Martin Scorsese e Alejandro González-Iñárritu, sabe pegar na câmara de forma inovadora e enérgica como Iñárritu, respeitar o passado como Scorsese e, no fim, ter uma assinatura própria.
Quando um filme é bom vale a pena desconstruí-lo nas suas várias vertentes. Como 'Juno' ou '500 Days of Summer', outros projectos que os estúdios FOX patrocinaram, há uma boa banda sonora, mas para além do trabalho de Andrews e Gomez-Rejon, há um elenco que soube transmitir a alma genuína. Thomas Mann e o estreante RJ Cyler formam uma dupla engraçada e improvável, e Olivia Cooke (que rapou o cabelo para o papel) é uma das boas actrizes da sua geração, ela que na série 'Bates Motel' também tem um problema de saúde. Aparte do trio, há ainda vários actores mais experientes com pequenas contribuições, destacando-se Nick Offerman como pai de Greg, e Jon Bernthal (uma das principais ideias do filme é dita por ele) no papel do tatuado e carismático professor de História que deixa Greg e Earl almoçarem no seu escritório.
Para já não parece estar nas cogitações da Academia, embora alguns dos últimos sucessos de Sundance como 'Whiplash' e 'Beasts of Southern Wild' tenham sido posteriormente nomeados, mas nunca se sabe. 'Me and Earl and the Dying Girl' é, até ver, um dos bons filmes desta temporada, muito equilibrado (é cómico, dinâmico, cativante, tocante), com Gomez-Rejon a contar uma história que respeita anos de cinema e a natureza humana, usando bem as perspectivas e planos, a distância entre Greg e Rachel que no início parece infinita, mas que progressivamente se desvanece, cabendo no mesmo enquadramento.
Este é dos que vale mesmo a pena ver. Destacando-se como um todo, mas em especial na cena em que Rachel vê o filme de Greg, e no quarto dela quando, ao som dos Explosions in the Sky, Greg percebe o que o seu professor de História lhe disse. Talvez o vejamos nos Óscares, seja nos verdadeiros, seja nas humildes e sinceras opções aqui do BPF.
Game of Thrones, Veep e Olive Kitteridge vencem Emmys 2015
Porto 1-0 Benfica: André the Giant
Barba Por Fazer do Jogo: André André (Porto)
Outros Destaques: Casillas, Varela; Nelson Semedo, Jardel.
19 de setembro de 2015
Crítica: Straight Outta Compton
Das ruas de Compton para o Cinema, esta é a história dos N.W.A. Ao olharem para os nomes Dr. Dre, Ice Cube, Eazy-E, DJ Yella e MC Ren, muitos de vocês reconhecerão pelo menos os dois primeiros. 'Straight Outta Compton' é sobre o quinteto.
O filme de F. Gary Gray, sucesso nos Estados Unidos da América, que contou com a colaboração de Ice Cube e Dr. Dre na produção, aborda a origem e crescimento de um dos grupos determinantes na afirmação do hip-hop e rap norte-americano. 'Straight Outta Compton', embora se foque num grupo de miúdos que só queriam fazer boa música, acaba por ser tão ou mais intenso e socialmente pertinente do que 'Selma' foi há um ano atrás.
No conjunto, assistimos a um retrato de um grupo de revolucionários, que "ousaram" ter ambição e ter uma voz activa. No começo de um filme longo demais vemos um jovem Ice Cube a escrevinhar as letras que quer que o mundo ouça, Dr. Dre a assumir a mesa e a produção como poucos da sua idade, e Eazy-E a colocar os óculos escuros, e a definir a sua imagem de marca. Ao longo de quase 2 horas e meia, os N.W.A conquistam o seu lugar no panorama musical, atraem as pessoas erradas para gerir as suas carreiras, dividem-se e atacam-se, lutam contra a opressão e contra o abuso de poder, e reúnem-se quando os óculos escuros ficam acompanhados de velas e coroas de flores.
Para além de ser uma história fundamental e que esteve na base das gerações futuras, com os anos 80 e 90 a funcionarem como trampolim para o género musical, o filme torna-se mais atractivo ao ter actores desconhecidos. A presença de Paul Giamatti - tal como noutro filme "musical" 'Love & Mercy' - até poderia ter sido evitada, acabando O'Shea Jackson Jr., Corey Hawkins e Jason Mitchell como 3 revelações. Isto para além do actor que interpreta MC Ren parecer um jovem Jackson Martínez, ex-avançado do Porto.
F. Gary Gray faz um trabalho decente, apoiado na Fotografia de Matthew Libatique, conhecido pelas suas colaborações com Darren Aronofsky, mas o melhor de 'SOC' é mesmo o trio central - o destaque artístico, o destaque mediático, e o destaque interpretativo. Dr. Dre (Corey Hawkins), que no final vemos preparado para iniciar a sua Aftermath, é hoje em dia associado ao sucesso de Eminem ou 50 Cent, tendo também colaborado com Tupac ou Snoop Dogg. 2Pac e Snoop aparecem inclusive neste filme, interpretados por Marcc Rose e Keith Stanfield respectivamente. Não tendo muita gente consciência da importância de Dre para o crescimento do hip-hop e rap na cultura nacional e internacional, 'Straight Outta Compton' faz-lhe justiça. O destaque mediático é Ice Cube, por dois motivos. Primeiro porque foi Cube quem abandonou o barco dos N.W.A e quis assumir a sua carreira a solo, mas principalmente porque quem interpreta Ice Cube é nada mais nada menos do que o seu filho.. O'Shea Jackson Jr. Estão assim explicadas as parecenças físicas. Jackson Jr. é quem tem os melhores momentos do filme, sabendo "ser" o seu pai, mas alterna entre momentos intensos e outros nos quais não parece convencer enquanto actor. Assim, chegamos ao último destaque, o interpretativo. 'Straight Outta Compton' é uma homenagem a Eazy-E, força e inspiração para os seus companheiros e "irmãos" seguirem as suas carreiras, e Jason Mitchell é o actor mais consistente e a verdadeira revelação ao longo do filme. É quem mais brilha, mesmo não sendo a sua personagem tão contagiante como Dr. Dre ou Ice Cube.
Tudo somado, 'Straight Outta Compton' é um filme sem medo de remexer no que o passado teve de bom e mau. Podia ser ainda melhor, e podia ter bastante material comprimido na 2.ª metade do filme.