Balanço Final - Liga NOS 18/ 19

A análise detalhada ao campeonato em que houve um antes e um depois de Bruno Lage. Em 2018/ 2019 houve Reconquista.

Prémios BPF Liga NOS 2018/ 19

Portugal viu um médio carregar sozinho o Sporting, assistiu ao nascer de um prodígio, ao renascer de um suiço, sagrando-se campeão quem teve um maestro e um velocista.

Balanço Final - Premier League 18/ 19

Na melhor Liga do mundo, foram 98 contra 97 pontos. Entre citizens e reds, entre Bernardo Silva e van Dijk, ninguém merecia perder.

Os Filmes mais Aguardados de 2019

Em 2019, Scorsese reúne a velha guarda toda, Brad Pitt será duplo de Leonardo DiCaprio, Greta Gerwig comanda um elenco feminino de luxo, Waititi será Hitler, e Joaquin Phoenix enlouquecerá debaixo da maquilhagem já usada por Nicholson ou Ledger.

21 Novas Séries a Não Perder em 2019

Renasce The Twilight Zone, Ryan Murphy muda-se para a Netflix, o Disney+ arranca com uma série Star Wars e há ainda projectos de topo na HBO e no FX.

10 de outubro de 2015

Garganta Afinada. Top 20 ( nº 110 )

    Eih, que dia chuvoso... Como o frio também já bateu aí à porta, temos um plano para este vosso fim-de-semana: munam-se de mantas e fiquem na ronha a ouvir o nosso GA de hoje! Han? Que tal? A nós parece-nos uma excelente ideia.
    Hoje temos uma grande contribuição de Sons of Anarchy no nosso top. Embora hajam imensas músicas de qualidade para figurarem no nosso GA, não quisemos fazer um all-in neste top. Temos presentes quatro músicas desta grande série norte-americana, nas quais constam a forte "Goodbye, Dear Friend" de Deer Tick, a "Lay Me Down" de Cold Specks, "We Don't Need No Love Songs" de
Fitz and the Tantrums e ainda a "All Of This Could Have Been Yours" de Shooter Jennings. Os momentos mais marcantes da série são sempre carimbados por música de grande qualidade, embora todas as outras cenas - ditas não tão relevantes - também sejam acompanhas com boa música que elevam o nível da série. Para além da significativa e brutal contribuição de Sons of Anarchy para este GA, há ainda mais séries a alimentar este Top: Siouxsie Sioux e Brian Reitzell construíram o adeus de Hannibal, Mr. Robot despediu-se - antes da cena pós-créditos - ao som de Alabama Shakes, e em Suits o soul de Leon Bridges tornou-se parte de uma banda sonora com impressão digital própria. Das séries partimos para as longas-metragens cinematográficas com o instrumental “Remember Me as a Time of Day” dos Explosions in the Sky a intensificar um dos momentos altos de Me and Earl and the Dying Girl. Mais lá para cima temos o repetente, mas sempre bem vindo City and Colour com "If I Should Go Before You" e ainda uma cover excepcional tocada por Chet Faker que ousou pegar na "I Want Someone Badly" de Jeff Buckley - um dos melhores músicos de sempre - e o selo de qualidade ficou lá. Pegar numa grande música, de um grande músico é sempre um risco. Chet arriscou e saiu-se muito bem. Este GA 110 marca ainda uma viagem no tempo. Há 15 anos os Coldplay lançaram o seu álbum de estreia (Parachutes) no qual “Don’t Panic” era a primeira faixa. Dois minutos e 17 dos britânicos que nunca tínhamos partilhado num Garganta Afinada. Para além desta viagem no tempo há ainda uma estreia, AURORA, cuja “Runaway” tem acompanhado a publicidade do TVCine e Séries; e o regresso dos Bear’s Den, a reinterpretarem um original de Drake. Ao contrário do que temos vindo a habituar-vos hoje a trupe nacional não é assim tão grande quanto isso. Mas a bandeira está muito bem representada por Isaura com a música "Change it". A artista portuguesa é uma das mais promissoras cantoras nacionais da actualidade e irá actuar no dia 15 de Outubro com Francis Dale, no Lux. Uma reunião perfeita que ainda contará com a presença de Fred (artista dos mil e um projectos) e Ben Monteiro (D'alva e Mount Keeper). Tom Cruise ajudou os The Weeknd a figurarem aqui graças à sua contagiante performance no Lip Sync Battle com Jimmy Fallon, e para os fãs de Game of Thrones que desesperam pela chegada da 6.ª temporada, podem matar saudades de Maisie Williams (Arya Stark) numa boa música e videoclip dos Seafret, banda com potencial. E sim, a combinação Macklemore / Ed Sheeran ocupa um dos primeiros lugares. Uma dedicatória à filha recém-nascida, Sloane, por parte daquele que é um dos rappers mais talentosos e influentes da actual geração. Mais lá para baixo surge ainda Jay-Z que também ele quis dedicar uma música à sua filha.
    Assim vos deixamos, caros leitores. Agasalhem-se bem e não se constipem neste fim-de-semana!






1. Chet Faker - I Want Someone Badly (Jeff Buckley Cover)
2. Macklemore & Ryan Lewis ft. Ed Sheeran - Growing Up (Sloane’s Song)


7 de outubro de 2015

Previsões Óscares 2016 (Actualizado a 07/10/15)

Um mês depois de olharmos para os Óscares 2016 pela primeira vez, está na altura de actualizar tendências e perceber que filmes, realizadores, actores e actrizes têm ganho cotação e visto as suas hipóteses de terem uma noite dourada a 28 de Fevereiro aumentarem.
    Mantemos o foco nas categorias de Melhor Filme, Melhor Actor, Melhor Actriz, Melhor Actor Secundário, Melhor Actriz Secundária e Melhor Realizador.
    Passado um mês e depois de vários filmes terem estreado nos EUA, em festivais ou já no Cinema, 'Spotlight' e 'Room' terão sido quem viu a sua reputação crescer de forma galopante. Em consequência disso, Michael Keaton poderá ser nomeado novamente, agora como secundário, e Brie Larson, que aos 26 anos já se destacara principalmente em 'Short Term 12' começa a construir um buzz suficiente para ter a sua estreia entre as candidatas a Melhor Actriz.
    Os meses de Novembro e Dezembro são aqueles em que, habitualmente, tudo começa a ganhar forma e as dúvidas passam a certezas, daí que só devamos voltar a actualizar as nossas Previsões no final de Novembro/ início de Dezembro. A grande noite do Cinema acontece a 28 de Fevereiro, e recordamos que os nomeados serão anunciados dia 14 de Janeiro.


Melhor Filme

    Ainda ninguém pôs os olhos em The Revenant, The Hateful Eight e Joy, um trio com muita força e potencial, e por isso mesmo para já Spotlight - o filme que aborda um escândalo de pedofilia relacionado com o clero em Boston, denunciado pelos jornalistas locais - teve um crescendo brutalmente significativo entre os críticos, parecendo já certo que Tom McCarthy, outrora actor de 'The Wire', poderá ambicionar ver o seu filme nomeado para a categoria principal, bem como em termos de realização, actor secundário e argumento original. É curioso verificar que McCarthy realizou em 2014 o flop 'The Cobbler' e a prova do seu ecletismo é que colaborou na adaptação do argumento, ele que teve uma nomeação da Academia pelo argumento de 'Up' em 2010.
    Numa fase tão precoce, 'Spotlight' faz-se acompanhar por Steve Jobs e Carol como verdadeiros produtos cinematográficos de acordo com o gosto habitual da Academia. Em relação a The Danish Girl (só comentaremos quando o virmos) não há consenso - há quem aclame, há quem aponte Redmayne à vitória, há quem diga que Vikander se destaca mais do que o seu co-protagonista, e há quem ache o filme mau. A colaboração entre Steven Spielberg e Tom Hanks, Bridge of Spies, continua bem cotada, mas estes Óscares 2016 parecem mais difíceis de prever à priori do que os últimos.
    É uma certeza que Inside Out pode continuar a ter alguma esperança de surgir entre os nomeados para Melhor Filme, parecendo ter uma mão e meia na estatueta de Melhor Filme de Animação (mas vamos ver se 'O Principezinho' não baralha as contas), e depois há várias coisas como Beasts of No Nation, Sicario, Son of Saul, Me and Earl and the Dying Girl para os quais a coisa ainda pode correr bem. Importa ainda referir The Big Short, Miles Ahead e Concussion, o primeiro pelo valor conjunto e pelo extraordinário elenco (Christian Bale, Brad Pitt, Ryan Gosling e Steve Carell), e os dois últimos porque também poderão colocar Don Cheadle e Will Smith noutras corridas.
    Room, tal como 'Spotlight' foi quem mais beneficiou em termos mediáticos no decorrer de Setembro. O conceito é interessante: uma mãe (Brie Larson) e o seu filho são enclausurados vivendo num compartimento fechado, acabando ela por tentar levar o seu filho de 5 anos a acreditar que aquele quarto é tudo o que existe no mundo, até ao dia em que conseguem fugir. O filme poderá até não ser nomeado mas Brie Larson está bem colocada entre as possibilidades para Melhor Actriz, e veremos o que o pequeno Jacob Tremblay consegue.


Melhor Actor Principal

    Uma vez que o consenso à volta da interpretação de Eddie Redmayne em 'The Danish Girl' não tem sido o esperado - embora continue muito bem colocado para, um ano depois de vencer, voltar a ser nomeado - poderá ser desta que Leonardo DiCaprio respira fundo finalmente. O actor que já foi 5 vezes nomeado colabora em 'The Revenant' com o realizador Alejandro González Iñárritu e reservamos elevadas expectativas para o seu papel.
    Para além de DiCaprio e Redmayne, Michael Fassbender também é quase uma garantia. Depois de ser nomeado em 2014 pelo seu desempenho secundário em '12 Years a Slave', 2016 poderá marcar a sua primeira nomeação como actor principal, graças ao seu Steve Jobs.
    Abaixo deste trio, há um amplo universo de possibilidades. Desde a veterania de Michael Kaine e Tom Hanks ao irreconhecível Johnny Depp em 'Black Mass', passando ainda por Bryan Cranston, Don Cheadle e Will Smith. E visto que Bradley Cooper é um dos meninos bonitos da Academia, veremos o que faz com 'Brunt', embora o seu papel secundário em 'Joy' também seja uma janela de oportunidade para alcançar o 4.º ano consecutivo a ser nomeado.


Melhor Actriz Principal

    Tudo estava encaminhado para Cate Blanchett voltar a subir ao palco, mas de repente estreou 'Room' e o word-of-mouth em relação a Brie Larson não pára em Hollywood. Até ver, Larson e Blanchett, donas de estatutos bem diferentes no cinema contemporâneo, partem na frente mas todos queremos ver o que Jennifer Lawrence faz em 'Joy' dirigida pelo seu realizador preferido, David O. Russell.
    Entre Carey Mulligan, em 'Suffragette', e Saoirse Ronan ('Brooklyn') é possível que a Academia só opte por uma, isto porque esta temporada de 2015/ 16 inclui vários destaques de actrizes conceituadas como Charlotte Rampling, Lily Tomlin, Maggie Smith e Blythe Danner.
    Há outsiders, certamente, como Emily Blunt em 'Sicario', Sarah Silverman num registo bem diferente do habitual em 'I Smile Back' e a jovem revelação Bel Powley. A própria Charlize Theron, em 'Mad Max: Fury Road' apresenta uma candidatura furiosa, embora tanto possa ser principal como considerada secundária. Na mesma condição estará Alicia Vikander, a actriz que parece ser omnipresente nos tempos recentes, mas em relação a Vikander tudo parece levar a crer que concorrerá como secundária em 'The Danish Girl', até porque assim terá maiores hipóteses de ganhar.


Melhor Actor Secundário

    E se o sucessor de J.K. Simmons for um actor que durante largo período do ano passado foi apontado à vitória na categoria de Melhor Actor? Pois bem, Michael Keaton perdeu (justamente) para Eddie Redmayne, mas aparentemente pode regressar à mesa de possibilidades da Academia graças a 'Spotlight'. Numa categoria sempre interessante, e que se espera bastante lotada este ano, Idris Elba ('Beasts of No Nation') e Benicio del Toro ('Sicario') mantêm-se bem colocados, ao contrário de Paul Dano, Harvey Keitel e Jason Segel. Caso Samuel L. Jackson seja o actor principal de 'The Hateful Eight', os seus companheiros de set serão evidentes candidatos nesta categoria, ou não fossem personagens de Tarantino.. e como se isto tudo não bastasse há ainda que juntar Tom Hardy em 'The Revenant', Robert DeNiro e Bradley Cooper em 'Joy', Mark Rylance em 'Bridge of Spies', Mark Ruffalo também em 'Spotlight', e depois de tudo isto aquele trio - Christian Bale, Brad Pitt e Ryan Gosling - em 'The Big Short'.


Melhor Actriz Secundária

    Mantemos alta confiança que Jennifer Jason Leigh, nas mãos de Tarantino, vai fazer parte do quinteto final. No entanto, precisa certamente de companhia. E neste momento, Rooney Mara e Alicia Vikander parecem ser as actrizes capazes de guerrear pela estatueta, querendo suceder a Patricia Arquette, uma mãe que aturou o seu filho durante 12 anos. À partida, parece que estaremos perante uma categoria forte nas nomeadas mas com pouca e mais fraca concorrência fora do lote principal. Depois do trio Jason Leigh, Mara e Vikander, há algumas actrizes mas muitas dúvidas: Kate Winslet em 'Steve Jobs' é certamente merecedora de um voto de confiança pelo que costuma pôr de si nos papéis, 'Youth' conta com Jane Fonda e Rachel Weisz, Julie Walters e Joan Allen são nomes para incluir, bem como Rachel McAdams.


Melhor Realizador

    Não é impossível Alejandro González Iñárritu arrecadar 2 óscares de Melhor Realizador consecutivos. O facto de 'The Revenant' contar com DiCaprio e Tom Hardy certamente será uma boa ajuda. Tom McCarthy ('Spotlight') intrometeu-se entre os favoritos à nomeação, embora David O. Russell e Tom Hooper sejam nomes que a Academia considera sempre, mesmo que a Crítica não se deixe impressionar pelos seus trabalhos.
    Quentin Tarantino ambiciona ser nomeado pela terceira vez como Realizador, tendo apenas ganho por 2 Argumentos; Steven Spielberg (ainda) é Steven Spielberg, Danny Boyle realizou a versão de 'Steve Jobs' que contará em definitivo para o Cinema, isto sem esquecer outsiders que têm que ser tidos em consideração como Cary Fukunaga, Lenny Abrahamson, Adam McKay, Laszlo Nemes e Alfonso Gomez-Rejon.



MELHOR FILME
The Revenant, Spotlight, Joy, The Hateful Eight, Steve Jobs, Bridge of Spies, The Danish Girl, Carol, Room, Beasts of No Nation, The Big Short, Brookyln, Inside Out, Me and Earl and the Dying Girl, Sicario, Son of Saul, Genius, Trumbo, Miles Ahead, Mad Max: Fury Road, Youth, The Martian, MacBeth, By the Sea, The Lobster


MELHOR ACTOR
Leonardo DiCaprio (The Revenant), Eddie Redmayne (The Danish Girl), Michael Fassbender (Steve Jobs), Michael Caine (Youth), Johnny Depp (Black Mass), Don Cheadle (Miles Ahead), Tom Hanks (Bridge of Spies), Colin Firth (Genius), Bryan Cranston (Trumbo), Géza Röhrig (Son of Saul), Jake Gyllenhaal (Southpaw), Will Smith (Concussion), Samuel L. Jackson (The Hateful Eight), Bradley Cooper (Burnt), Matt Damon (The Martian), Tom Hardy (Legend), Ian McKellen (Mr. Holmes), Jack O'Connell (Money Monster), Tom Hiddleston (I Saw the Light), Ben Foster (Icon), Joseph Gordon-Levitt (The Walk; Snowden), Brad Pitt (By the Sea)

MELHOR ACTRIZ
Brie Larson (Room), Cate Blanchett (Carol), Jennifer Lawrence (Joy), Carey Mulligan (Sufragette), Charlotte Rampling (45 Years), Saoirse Ronan (Brooklyn), Lily Tomlin (Grandma), Blythe Danner (I'll See You in My Dreams), Maggie Smith (The Lady in the Van), Emily Blunt (Sicario), Marion Cotillard (MacBeth), Charlize Theron (Mad Max: Fury Road), Sandra Bullock (Our Brand is Crisis), Julianne Moore (Freeheld), Sarah Silverman (I Smile Back), Angela Jolie (By the Sea), Cate Blanchett (Truth), Bel Powley (The Diary of a Teenage Girl)

MELHOR ACTOR SECUNDÁRIO
Michael Keaton (Spotlight), Idris Elba (Beasts of No Nation), Benicio del Toro (Sicario), Tom Hardy (The Revenant), Mark Rylance (Bridge of Spies), Mark Ruffalo (Spotlight), Bradley Cooper (Joy), Harvey Keitel (Youth), Robert DeNiro (Joy), Kurt Russell (The Hateful Eight), Jason Segel (The End of the Tour), Paul Dano (Love and Mercy), Jacob Tremblay (Room), Christian Bale (The Big Short), Brad Pitt (The Big Short), Ryan Gosling (The Big Short), Bruce Dern (The Hateful Eight), Christoph Waltz (Spectre), Walton Goggins (The Hateful Eight), Joel Edgerton (Black Mass)


MELHOR ACTRIZ SECUNDÁRIA
Alicia Vikander (The Danish Girl), Rooney Mara (Carol), Jennifer Jason Leigh (The Hateful Eight), Kate Winslet (Steve Jobs), Jane Fonda (Youth), Joan Allen (Room), Rachel Weisz (Youth), Julie Walters (Brooklyn), Rachel McAdams (Spotlight), Meryl Streep (Sufragette), Alicia Vikander (Ex Machina), Emayatzy Corinealdi (Miles Ahead), Ellen Page (Freeheld)


MELHOR REALIZADOR
Alejandro González Iñárritu (The Revenant), Tom McCarthy (Spotlight), David O. Russell (Joy), Quentin Tarantino (The Hateful Eight), Danny Boyle (Steve Jobs), Cary Fukunaga (Beasts of No Nation), Steven Spielberg (Bridge of Spies), Lenny Abrahamson (Room), Tom Hooper (The Danish Girl), Laszlo Nemes (Son of Saul), Denis Villeneuve (Sicario), George Miller (Mad Max: Fury Road), John Crowley (Brooklyn), Alfonso Gomez-Rejon (Me and Earl and the Dying Girl), Todd Haynes (Carol), Don Cheadle (Miles Ahead), Jodie Foster (Money Monster), Angelina Jolie (By the Sea), Michael Grandage (Genius), Pete Docter (Inside Out), Adam McKay (The Big Short)

6 de outubro de 2015

Crítica: Black Mass

Realizador: Scott Cooper
Argumento: Mark Mallouk, Jez Butterworth, Dick Lehr, Gerard O'Neill
Elenco: Johnny Depp, Joel Edgerton, Benedict Cumberbatch, Jesse Plemons, Rory Cochrane, Julianne Nicholson, Dakota Johnson
Classificação IMDb: 6.9 | Metascore: 68 | RottenTomatoes: 75%
Classificação Barba Por Fazer: 71

Senhoras e senhores, este é o Johnny Depp que o mundo do Cinema merece.
    'Black Mass' estreia esta quinta-feira nas salas de cinema em Portugal, e vive do que o actor que já foi Jack Sparrow, Eduardo Mãos-de-Tesoura,  o Chapeleiro Louco, Willy Wonka, Rango ou John Dillinger dá, numa faceta diferente para o actor camaleão mas que lhe assenta na perfeição.
    Johnny Depp é James "Whitey" Bulger. O filme, contado em retrospectiva através dos testemunhos dos vários associados de Bulger, baseia-se numa obra publicada em 2011 (Black Mass: The True Story of an Unholy Alliance Between the FBI and the Irish Mob) e pisa os terrenos de gangters e do Sul de Boston que 'The Departed' já percorreu.
    Em 1975, "Whitey" Bulger era um gangster americano de raízes irlandesas, cujo controlo do crime organizado no Sul de Boston estava apenas ameaçado pela máfia italiana local, encabeçada pelos irmãos Angiulo. "Whitey" era também irmão do senador de Massachusetts, William "Billy" Bulger (Benedict Cumberbatch). O regresso a Boston de um amigo de infância dos Bulger, John Connolly (Joel Edgerton), membro do FBI, torna-se o ponto-chave do filme e da história quando Connolly, com o objectivo de apanhar os Angiulo, promove uma aliança entre o FBI e "Whitey" Bulger, servindo este como informador numa suposta relação win-win.
    Quando o filme caminha para o seu final, a ideia com que se fica é que 'Black Mass' tinha condições para ser um grande filme neste género (crime/ máfia), mas acaba por ficar aquém do seu potencial. Em diversos momentos o filme transpira 'The Departed' ou 'Goodfellas' mas, se é mérito de Scott Cooper conseguir pelo menos provocar essa sensação, desilude a forma como fica tão longe desses dois clássicos, parecendo, verdade seja dita, forçar algumas semelhanças.
    A história por si só é suficientemente boa, mas algumas coisas parecem estar a mais, e o próprio ritmo do filme acaba por soar estranho. Não obstante, o casting foi competente ao atrair para o universo da máfia actores como Jesse Plemons, Peter Sarsgaard, W. Earl Brown ou Corey Stoll, mesmo com as suas pequenas contribuições. Cumberbatch ajuda a promover o filme mas o seu papel poderia muito bem ficar entregue a um actor em que não se sentisse que estava a ser um desperdício de talento, e Joel Edgerton - que se estreou recentemente a realizar com 'The Gift' - é perfeitamente adequado para dar corpo a John Connolly, uma personagem semelhante à de Matt Damon em 'The Departed'.
    Posto isto, o coração do filme é Johnny Depp. A caracterização ajuda naturalmente a demarcar "Whitey" Bulger de tantos outros papéis do actor, desta vez com um fino cabelo loiro penteado religiosamente para trás, uma dentição descuidada e uns olhos (exageradamente) azuis. É um dos melhores papéis da carreira de Depp, permitindo ao actor dar uso ao seu carisma e imprevisibilidade, tornando Bulger um monstro capaz de alternar serenidade com uma crueldade atroz.
    Analisando como um todo, havia potencial para mais; mas podem incluir Johnny Depp no conjunto de actores com aspirações a uma nomeação para Óscar em 2016.

5 de outubro de 2015

Crítica: Everest

Realizador: Baltasar Kormákur
Argumento: William Nicholson, Simon Beaufoy
Elenco: Jason Clarke, Josh Brolin, John Hawkes, Jake Gyllenhaal, Emily Watson, Michael Kelly, Keira Knightley, Robin Wright
Classificação IMDb: 7.1 | Metascore: 64 | RottenTomatoes: 73%
Classificação Barba Por Fazer: 73

Em 2007, o alpinista português João Garcia publicou "A Mais Alta Solidão". 'Everest' confere ao título desse livro, com prefácio de Miguel Sousa Tavares, uma dimensão e significado especiais.
    Actualmente nas salas de cinema portuguesas, o filme do realizador islandês Baltasar Kormákur baseia-se em factos verídicos. Em 1996 duas expedições, uma liderada por Rob Hall (Jason Clarke), guia da Adventure Consultants, e a outra por Scott Fischer (Jake Gyllenhaal), da Mountain Madness, procuraram levar os seus clientes ao topo do Evereste, a montanha mais alta da Terra. A "maior tragédia do alpinismo mundial" teve na sua base uma forte tempestade, mas também um conjunto de más decisões que custaram várias vidas.
    Filmado em Itália, na Islândia e, logicamente, no Nepal, 'Everest' é uma boa surpresa. Kormákur e o seu elenco tornam o filme numa experiência contagiante, agarrando por completo o espectador, especialmente quem desconhecia a história até aqui. De forma a compreendermos o que fez e faz várias pessoas arriscarem a sua vida em busca de um momento de êxtase e realização pessoal, o argumento foi construído dando-nos a conhecer vários dos membros da expedição de Rob Hall: entre outros, Beck Weathers (Josh Brolin), um alpinista experiente, Doug Hansen (John Hawkes), um carteiro que se multiplica em empregos para poder pagar a expedição e que nos dá uma boa explicação sobre a motivação de escalar o Evereste, e Jon Krakauer (Michael Kelly), um fotojornalista que mais tarde veio a publicar um livro sobre o desastre e com o qual poderão estar familiarizados já que recriou também os passos de Christopher McCandless escrevendo 'Into the Wild'.
    Baltasar Kormákur, um realizador para ficarmos atentos, torna-nos parte da expedição, num verdadeiro teste à condição humana, desafiando probabilidades e possibilidades. Algumas pessoas não têm noção, mas o "código" alpinista diz que só se pode afirmar que alguém escalou uma montanha não apenas quando atinge o cume, mas quando regressa são e salvo cá abaixo.
    'Everest' explora bem vários subplots: o modo como, a 8.000m de altitude a ambição de chegar primeiro e de sobreviver pode cegar e tornar alguns incrivelmente calculistas e outros pouco racionais; a pressão involuntária que Krakauer acabou por ter ao fazer parte da expedição, porque os guias não queriam falhar a levar as pessoas ao cume, quando teriam depois uma reportagem a cobrir a experiência e a poder funcionar como publicidade; as várias falhas que, conjugadas com a forte tempestade que se abateu na montanha, foram fatais, como o não afixar de certas cordas ou o desrespeito pela hora limite (14 horas) de fazer os clientes chegarem ao pico. Clientes esses que, em alguns casos, não eram alpinistas verdadeiramente experimentados, e para os quais o oxigénio artificial acabou por "mascarar" isso, não chegando o período de aclimatação e as viagens de adaptação pelos sucessivos acampamentos.
    Não é um filme de actor, embora o elenco seja coeso e apelativo, valendo realmente pelo todo e pela progressivamente intensidade e adrenalina à medida que a altitude aumenta. 'Everest' é sim uma lição sobre a montanha nomeada em homenagem a George Everest, primeiramente escalada por Edmund Hillary e Tenzing Norgay, é uma lição sobre alpinismo e é, em última instância, uma lição sobre o Homem.

1 de outubro de 2015

Dicas Fantasy Premier League - Jornada 8

Aproveitem este fim-de-semana, porque depois de Domingo a Premier League só regressa no dia 17. E que belo cartaz temos nesta jornada 8! Jogam-se sete jogos no Sábado, com especial destaque para o Chelsea-Southampton, mas é no Domingo que as coisas aquecem com o Swansea-Tottenham a estar acompanhado por 2 embates entre rivais: o derby de Merseyside entre Everton e Liverpool, e o choque entre Arsenal e Manchester United, que chega na melhor altura possível. Cech contra De Gea, o United como líder (e a iniciar uma sequência de jogos complicada, ao contrário do rival City) e Alexis Sánchez a acordar são alguns dos bons ingredientes para o jogo que acontece às 16 horas de dia 4. Enquanto cá se decide o destino legislativo do país, em Inglaterra decide-se a liderança do campeonato.
    Como sempre, olhamos para a jornada anterior de forma resumida. Na 7.ª jornada Alexis Sánchez pontuou mais do que qualquer outro jogador. O chileno do Arsenal fez o Leicester-Arsenal cair para o lado dos gunners (qualquer jogo em casa do Leicester tem sempre muitos golos, podendo funcionar a favor de Vardy e Mahrez ou contra) com um hat-trick, conquistando um total de 20 pontos. Lukaku (16 pts) não ficou muito atrás ao brilhar no relvado do West Brom, clube que já representou, enquanto que Mata deu sequência ao seu excelente momento de forma. Gestede e Sturridge (bem-vindo de volta campeão) bisaram, Tadic passou os 10 pontos pela segunda vez e Lamela foi uma agradável surpresa. Entre os defesas, o holandês van Dijk marcou e é um jogador para manterem nas vossas watchlists.
(Podem-se juntar à Liga Barba Por Fazer: Código - 114493-481221)

Olhando para a 8.ª jornada, atenção a:

Kun Agüero - Manchester City - 13.2
    Não é certamente o momento de forma que aqui traz Sergio Agüero. O avançado do Manchester City ainda só marcou 1 golo na Premier League, ao Chelsea, e noutras competições quando marcou (Sunderland e Gladbach) fê-lo de grande penalidade. Portanto, apostar em Agüero nesta altura parece ser um risco. Mas é também quase uma obrigação. Porquê? Simples, nas próximas 4 jornadas, o Manchester City recebe Newcastle, Bournemouth e Norwich, visitando pelo meio Old Trafford (Agüero até se costuma dar bem com o rival da cidade). Fica a ideia que Agüero só precisa que um jogo lhe corra bem, marcando uns 2 golos, para embalar para um registo que o torne um must no Fantasy. Na recepção ao Newcastle, Yaya e Kompany ainda estão em dúvida, mas David Silva (fez mais de 60 min no jogo a meio da semana na Champions) deverá jogar, e não há ninguém que entenda Agüero tão bem como o mago espanhol. Com Silva, De Bruyne (o citizen em melhor momento, recentemente) e Sterling (é hora de despertar) no apoio, Agüero tem que começar a facturar com regularidade. Tem 4 jornadas para mudar os seus números de forma significativa.


Jamie Vardy - Leicester City - 6.5
    O facto de Vardy ser o jogador mais comprado nesta semana explica-se de forma simples. O avançado inglês do Leicester, com o seu bis diante do Arsenal, tornou-se o melhor marcador da competição (6 golos em 7 jogos), ultrapassando o seu colega da equipa Riyad Mahrez e Callum Wilson, e é agora o avançado com mais pontos, +1 que Lukaku e +3 que Pellè. Como se isto não bastasse, o jogador que quer estar no Euro-2016, beneficia ainda da lesão de Wilson. Os "proprietários" do avançado do Bournemouth, vendo-o com uma lesão de longa duração, tenderão a virar-se para Ighalo e, principalmente, Vardy. Esta jornada o Norwich-Leicester deverá ser um jogo aberto, partido, e assim sairão beneficiados os elementos ofensivos. Prever o resultado é difícil, mas Vardy e Mahrez têm elevada probabilidade de voltar a fazer das suas.


Alexis Sánchez - Arsenal - 11.1
    Fez hat-trick na Serie A pela Udinese, fez hat-trick na La Liga pelo Barcelona, e voltou a marcar 3 golos num jogo também na Premier League, pelo Arsenal. Enquanto Hazard continua razoavelmente adormecido (embora tenha 10-5 nos últimos dois jogos), Alexis Sánchez acordou. E de que maneira! Na vitória por 5-2 do Arsenal no King Power Stadium, o chileno marcou 3 golos e totalizou 20 pontos (um máximo individual no Fantasy 15/ 16). Entretanto, Alexis voltou a ser o destaque da equipa de Wenger na Champions, com um golo e uma assistência, embora o Arsenal tenha sido derrotado em casa pelo Olympiakos de Marco Silva. Nesta jornada há Arsenal-Manchester United, um jogo de tripla! O United é líder com 16 pontos, o Arsenal mora no 4.º lugar com 13, e num jogo assim os craques terão que aparecer. De Gea e Cech vão ser chamados a intervir, o United costuma ter um certo ascendente sobre os gunners, mas às 16:00 de Domingo Alexis Sánchez, Cazorla, Walcott, Mata, Martial, Depay e Rooney vão escrever a história do capítulo mais importante da jornada 8.


Wes Hoolahan - Norwich - 5.1
    Todas as épocas no Fantasy há jogadores que vão pontuando silenciosamente. Explicando isto: acontece por vezes alguns jogadores menos mediáticos ou vistosos amealharem pontos com regularidade, mas nunca de forma espampanante. Hoolahan tem sido um desses casos em 2015/ 16. O pensador de jogo do Norwich chega à 8.ª jornada com 1 golo e 5 assistências, tem por exemplo apenas menos 1 ponto do que Alexis Sánchez e André Ayew, e nos 6 jogos que realizou (não jogou em Anfield) fez "algo" em quatro deles (5 pontos contra Crystal Palace e West Ham, 10 pontos contra o Sunderland e 13 na vitória caseira contra o Bournemouth). Prevendo-se o Norwich-Leicester um jogo aberto, é bastante provável que Hoolahan tenha a bola por várias vezes em zonas de decisão, onde pouco vacila. Que o diga Redmond, cujos 3 golos nesta edição da Premier League tiveram todos assistência de Hoolahan.


Romelu Lukaku - Everton - 8.2
    A temporada do Everton tem sido muito boa até agora. Os toffees estão em 5.º lugar com 12 pontos, a quatro do primeiro lugar, e já defrontaram equipas como Southampton, Manchester City, Tottenham e Chelsea, conseguindo 7 pontos nos 12 disponíveis nesta amostra. Sem Liga Europa, o Everton tem recuperado o seu nível de 2013/ 14, com Roberto Martínez (um dos melhores em Inglaterra, especialmente a preparar jogos grandes) a ver Barkley e Lukaku a dizerem presente, mesmo sem Coleman nas últimas 2 jornadas, e sem ter podido ainda contar com Baines. Segue-se uma nova sequência forte - Liverpool (casa), Manchester United (casa) e Arsenal (fora) - e o derby de Merseyside surge num momento em que o Rodgers está pressionado no Liverpool, embora Sturridge queira recuperar o tempo perdido, e na jornada seguinte a uma reviravolta fantástica do Everton. O West Brom esteve a ganhar 2-0 em casa mas os visitantes transformaram um jogo perdido num 2-3 capaz de embalar a confiança da equipa. Prever um derby de Liverpool é impossível, até porque é o derby com pior histórico disciplinar em Inglaterra, mas Lukaku pode criar vários problemas à defesa do Liverpool. 


Outras Opções:
- Guarda-Redes: É uma jornada complicada, mais uma, em termos defensivos. Uma consequência natural do elevado equilíbrio na liga, sendo difícil confiar em absoluto em qualquer defesa. O Chelsea já sofreu 14 golos em 7 jornadas, o Liverpool começou muito bem mas nas últimas quatro jornadas sofreu sempre entre 1 e 3 golos, e mesmo Arsenal e Manchester United têm vivido de contrastes. O Manchester City destruiu o seu olimpo defensivo (5 clean sheets seguidas) ao perder por 2-1 em casa com o West Ham e 4-1 em White Hart Lane, mas mesmo assim apostamos em Joe Hart (5.7) como a melhor opção da jornada. O guardião inglês regressou a meio da semana, revelando-se decisivo na vitória na Alemanha e, num dia normal, o City consegue derrotar o Newcastle tranquilamente. Adrián (5.0) é, porventura, o senhor que se segue, até pela boa forma do West Ham fora de portas. Jogos como o Bournemouth-Watford e Norwich-Leicester devem ter golos, no Crystal Palace não é garantido quem será o GR, mas muita atenção ao peso das exibições de Cech e De Gea no jogo grande.

- Defesas: Na defesa o raciocínio é idêntico, embora os defesas estejam sempre salvaguardados por poderem salvar a sua exibição junto à grande área contrária. Os carotes Aleksandar Kolarov (6.1) e Nicolás Otamendi (6.5) são as opções prioritárias, uma vez que na direita Zabaleta poderá ameaçar o lugar de Sagna. Jogue ou não Kompany, Otamendi parece indiscutível e é uma ameaça nas bolas paradas ofensivas. Noutros jogos, o Crystal Palace tem alguns jogadores em dúvida mas achamos que Scott Dann (5.0) é uma boa aposta, caso consiga conter Berahino e Rondón; e no Aston Villa há Jordan Amavi (5.0), que mesmo que sofra, pode beneficiar da forma como se envolve de forma positiva no ataque a partir do corredor esquerdo.

- Médios: Referidos Sánchez e Hoolahan, há naturalmente muitos mais médios merecedores de destaque. Desde logo, Riyad Mahrez (6.5). Porque tem que ser, e uma jornada em branco não descredibiliza o que fez até aqui. Depois, Kevin De Bruyne (10.2) é o citizen em melhor forma. Jogadores como Payet e Hazard (grande teste para Cédric) poderão fazer a diferença, mas preferimos focar-nos em nomes menos óbvios: no Crystal Palace, Bakary Sako (5.6) e Bolasie prometem agitar o jogo que inaugura a jornada, o Swansea-Tottenham pode ser um bom palco para o talento de André Ayew (7.2) e de Christian Eriksen (8.3), e atendendo ao momento defensivo do Chelsea e recordando o jogo da época passada, Sadio Mané (7.8) tem tudo para se sentir confiante. No jogo grande, para além dos holofotes recaírem sobre Alexis Sánchez, Depay terá um bom duelo com Bellerín, embora o red devil mais regular esteja a ser Juan Mata.

- Avançados: Agüero, Vardy e Lukaku são o nosso trio da jornada, mas cremos que também os avançados do Bournemouth, Troy Deeney (5.3) e Odion Ighalo (5.2) podem vingar-se do Bournemouth depois dos cherries terem ganho o Championship por 1 ponto. Rudy Gestede (5.8) e Daniel Sturridge (10.5) poderão dar sequência ao bom momento da última jornada. Diafra Sakho tentará voltar a marcar, Harry Kane será policiado por Ashley Williams, e veremos se Martial consegue soltar um bocadinho do seu ADN Henry no estádio do clube onde Thierry se tornou lenda.

------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

11 (3-4-3): Hart; Amavi, Cresswell, Dann; De Bruyne, Mahrez, Sánchez, Hoolahan; Agüero, Vardy, Lukaku

Atenção a (Clássico; Diferencial):
Crystal Palace v West Brom - Bakary Sako; Saido Berahino
Aston Villa v Stoke - Rudy Gestede; Mame Biram Diouf
Bournemouth v Watford - Odion Ighalo; Troy Deeney
Manchester City v Newcastle - Kun Agüero; Kevin De Bruyne
Norwich v Leicester City - Jamie Vardy; Wes Hoolahan
Sunderland v West Ham - Dimitri Payet; Aaron Cresswell
Chelsea v Southampton - Eden Hazard; Sadio Mané
Everton v Liverpool - Romelu Lukaku; Daniel Sturridge
Arsenal v Manchester United - Alexis Sánchez; Juan Mata
Swansea v Tottenham - André Ayew; Christian Eriksen

24 de setembro de 2015

Dicas Fantasy Premier League - Jornada 7

Mais um fim-de-semana, mais Premier League. No passado Sábado verificámos que o Manchester City não é imbatível, sofrendo golos pela primeira vez e perdendo em casa com o West Ham. Os hammers, por sua vez, colocaram-se em 3.º lugar (12 pontos, em igualdade pontual com o Leicester, a outra equipa sensação), tendo já derrotado fora Arsenal, Liverpool e Manchester City. Simplesmente incrível. O derby entre Chelsea e Arsenal ficou marcado por uma má arbitragem incapaz de punir mais um episódio de Diego Costa (castigado posteriormente), mas Mourinho saiu com os 3 pontos, o Liverpool voltou a desiludir em Anfield e o Manchester United conseguiu ganhar no terreno do Southampton, num jogo em que De Gea brilhou entre os postes, e Martial bisou.
    Nesta 7.ª jornada o jogo grande acontece logo às 12:45 de Sábado. O Manchester City visita White Hart Lane, para defrontar um Tottenham no qual Harry Kane ainda não marcou, e que foi eliminado esta semana da Capital One Cup, em casa, pelo grande rival Arsenal. O 4.º classificado Leicester recebe o 5.º (Arsenal), com Mahrez num momento de forma para o qual já faltavam palavras. O Liverpool volta a jogar em casa, depois de só conseguir ultrapassar o modesto Carlisle nas grandes penalidades, enquanto que Manchester United e Chelsea defrontam os dois últimos classificados.
    Olhando para as pontuações da jornada 6, Zouma foi o jogador em destaque com 15 pontos. O defesa central francês marcou ao Arsenal na sequência de um livre indirecto exemplarmente cobrado por Fàbregas, e juntou a isso o facto de não sofrer golos, e um bónus de 3. Os avançados Pellè, Ighalo e Martial bisaram todos, reforçando algumas estatísticas: Pellè é muito mais letal em casa do que fora, o ano civil de 2015 mantém-se extraordinário para Ighalo, e Martial (somando todas as competições) conta 4 golos em 4 jogos pelos red devils. Riyad Mahrez voltou a passar dos 10 pontos (em 6 jornadas conseguiu por 5 ocasiões 10 ou mais pontos, e já contabiliza mais golos e mais de metade dos seus pontos de 2014/ 15), e craques como De Bruyne e Hazard atingiram a dezena de pontos.
(Podem-se juntar à Liga Barba Por Fazer: Código - 114493-481221)

Olhando para a 7.ª jornada, especial atenção a:

Anthony Martial - Manchester United - 8.3
    O teenager mais caro da História do Futebol atravessa um momento impressionante. Anthony Martial, contratado ao Mónaco neste defeso, chegou a Old Trafford e não consegue parar de marcar golos. Estreou-se com 1 golo frente ao rival Liverpool, não conseguiu ter impacto europeu diante do PSV, mas compensou com um bis diante do Southampton, voltando a deixar a sua marca quando saltou do banco no encontro com o Ipswich durante a semana. Em França já era comparado a Thierry Henry antes de rumar à Premier League, e uma associação que parecia um exagero começa a ganhar sentido - Martial sentir-se-á por esta altura capaz de marcar em qualquer campo, revela uma compostura e maturidade invulgares, deixando os red devils a sonhar com o futuro do seu pequeno Henry. Tal como o melhor marcador da História do Arsenal, Martial começou a sua carreira no CO Les Ulis, e com 4 golos em 4 jogos todos os adeptos de Fantasy devem confiar no momento do avançado francês. O adversário da jornada é o Sunderland, último classificado, que vem de uma derrota caseira com o Manchester City por 4-1 a meio da semana e, apoiado por Rooney, Depay e Mata, Martial procurará manter o seu registo fantástico. Se no Mónaco parecia faltar golos - embora muitas vezes jogasse numa ala - ao rapaz que agora tem 19 anos, tendo marcado 15 golos no seu período monegasco, a Premier parece ser o ecossistema perfeito para Martial crescer.


Odion Ighalo - Watford - 5.1
    Os números não mentem: em 2015 Ighalo tem 20 golos em 24 jogos. O companheiro de Deeney no ataque do Watford é já um dos melhores marcadores desta Premier League e, depois de bisar na vitória por 2-1 do Watford, afundando ainda mais o Newcastle, joga este fim-de-semana em casa, palco no qual costuma ser mortífero. Até se pode dar o caso de Deeney, mais dado à marcação e a fixar os centrais do que o nigeriano, começar a render e roubar algum protagonismo a Ighalo. Mas neste momento, é impossível ignorar que qualquer equipa de Fantasy que queira contar com um avançado barato entre o trio da frente, tem em Wilson e Ighalo as melhores opções disponíveis. O Crystal Palace não será pêra doce para a equipa de Quique Flores, mas Ighalo já marcou a Everton e Swansea, equipas cuja defesa se tem revelado capaz e consistente.

Dimitri Payet - West Ham - 7.8
    Há dias o presidente do West Ham publicou no seu Twitter uma brincadeira do género "Perguntaram a Lionel Messi como era ser o melhor jogador do mundo. Messi disse para fazerem a pergunta a Payet". Uma natural hipérbole, com humor, do presidente do clube, traduz a noção interna que os hammers têm do seu pensador de jogo, um criativo chegado de Marselha para marcar esta edição da Premier League. Payet tem sido um dos melhores jogadores desta Premier, é o 2.º médio com mais pontos no Fantasy (só Mahrez tem mais) e impressiona jogo após jogo pela classe e magia que espalha em campo, tomando quase sempre a decisão correcta. O West Ham parece nesta altura talhado para jogos grandes, mas depois de ganhar ao Newcastle (Payet bisou) terá diante do Norwich um teste interessante. A equipa de Alex Neil está a meio da tabela e tem apresentado bom futebol (Hoolahan, principalmente), perfilando-se como um adversário "chato" para uma equipa rica e capaz de se adaptar ao que o jogo pede. Sakho e Moses estão num bom momento, no confronto com o Leicester para a Capital One Cup foi o guardião Adrián a brilhar, mas a nossa aposta recai mais uma vez no criador de oportunidades Dimitri Payet - marca golos e é fortíssimo candidato a fazer assistências, seja de bola corrida ou de bola parada.

Eden Hazard - Chelsea - 11.3
    À 6.ª jornada, e com alguma sorte à mistura, o Melhor Jogador da última Premier League lá conseguiu finalmente marcar. Hazard fez o 2-0 contra o Arsenal e ter-lhe-á saído um peso dos ombros. O belga preferido dos jogadores de Fantasy em 2014/ 15 pode dar sequência ao momento da última jornada uma vez que o Chelsea joga este Sábado com o Newcastle. Os magpies, que criaram problemas a Mourinho quando eram orientados por Pardew, são neste momento o plantel do campeonato inglês a apresentar pior futebol, muito abaixo do seu potencial, e o Chelsea - mesmo sem Diego Costa - terá o seu estatuto de favorito reforçado. Hazard e Pedro, bem como os menos seleccionados Fàbregas e Oscar, terão que assumir as despesas ofensivas, num ataque que contará com Remy ou Falcao na frente.

Philippe Coutinho - Liverpool - 8.1
    Apostar no Liverpool é actualmente um risco considerável. Os reds começaram bem, com duas vitórias e um empate a zeros contra o Arsenal (melhor jogo da época do Liverpool, até agora), mas a partir daí o percurso tem sido desastroso. Derrota caseira com o West Ham por 3-0, derrota em Old Trafford por 3-1, empate caseiro com o Norwich e um jogo da Taça da Liga contra uma equipa do 4.º escalão inglês ganho apenas nas grandes penalidades. O público de Anfield, indiscutivelmente um dos mais fiéis e indescritíveis do Futebol, está a perder a paciência com Rodgers, organizando-se inclusive iniciativas para os adeptos verem este Liverpool-Aston Villa com um boné e óculos, imagem de marca de Jürgen Klopp, ex-treinador do Dortmund. Neste Sábado, Benteke não deve defrontar a sua anterior equipa, o Aston Villa, e por isso o ataque ficará entregue à dupla Sturridge-Ings, ou apenas a um deles. Sturridge precisa de tempo para ganhar forma, ele que é um reforço de peso para o clube, Ings marcou 2 golos nos últimos 2 jogos, e a equipa tem-se ressentido ainda da ausência do capitão Henderson, e piorado desde que Rodgers retomou o sistema com 3 centrais. Seja como for, entre Liverpool e Aston Villa, a equipa da casa estará pressionada mas a tarde tornar-se-á mais fácil caso Coutinho esteja em dia sim. Uma coisa é certa: Rodgers precisa que vários jogadores (Lallana, Firmino, Ibe) sejam uma boa dor de cabeça pelos motivos certos, e quanto maior for a liberdade que der a Coutinho, mais dificuldades terá o Aston Villa.


Outras Opções:
- Guarda-Redes: O favorito entre os postes para esta jornada é sem dúvida David De Gea (5.4), capaz de conseguir uma clean sheet, sendo ainda garantia de defesas de qualidade caso a equipa assim precise. Adrián (5.0) é alternativa, com Mignolet e Butland a terem a sua vida mais complicada.

- Defesas: Chegando aos defesas, escolhendo um defesa do Manchester United as melhores opções são Matteo Darmian (5.8) e Chris Smalling (6.2), enquanto que no West Ham têm-se destacado Aaron Cresswell (5.6) e Winston Reid (5.0). Nathaniel Clyne (5.5) e Skrtel são as melhores opções do Liverpool, até porque são aqueles cuja titularidade é indiscutível. Não é impossível o Manchester City assegurar uma clean sheet no campo do Tottenham, o Stoke-Bournemouth terá um desfecho difícil de prever, e o Southampton-Swansea tanto pode "abrir" cedo como tornar-se um jogo disputado e com grandes exibições dos centrais.

- Médios: Depois de mencionados Payet, Hazard e Coutinho, parece-nos também que Victor Moses (5.3) pode destacar-se nesta ronda, Sadio Mané (7.8) parece estar novamente em crescendo, Mahrez é titular indiscutível em qualquer plantel de Fantasy mesmo recebendo o Arsenal, e no Manchester City, não estando Silva a 100%, Kevin De Bruyne (10.0) volta a ser alguém para estarem atentos.

- Avançados: Martial e Ighalo são as opções de topo, do ponto de vista teórico, e considerando também o momento de forma, mas há bastantes nomes a equacionar nesta jornada. Graziano Pellè (7.9) joga em casa, o pequeno Bojan Krkic (5.3) tentará baralhar a defesa do Bournemouth, e mesmo havendo Wayne Rooney (10.3), Sakho e Ings, tenham especial atenção a Kun Agüero (13.2). O avançado argentino ainda está à procura da sua melhor forma, mas nos últimos 4 jogos com o Tottenham marcou 8 golos (é certo que fez um póker num deles), e colocá-lo já pode ser fundamental considerando que nas jornadas seguintes jogará contra Newcastle e Bournemouth em casa, e deve valorizar progressivamente.

------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

11 (3-4-3): De Gea; Cresswell, Darmian, Skrtel; Mahrez, Payet, Hazard, Coutinho; Martial, Ighalo, Agüero

Atenção a (Clássico; Diferencial):
Tottenham v Manchester City - Kun Agüero; Kevin De Bruyne
Leicester v Arsenal - Riyad Mahrez; Mesut Özil
Liverpool v Aston Villa - Philippe Coutinho; Danny Ings
Manchester United v Sunderland - Anthony Martial; Juan Mata
Southampton v Swansea - Graziano Pellè; Sadio Mané
Stoke v Bournemouth - Bojan Krkic; Matt Richie
West Ham v Norwich - Dimitri Payet; Victor Moses
Newcastle v Chelsea - Eden Hazard; Kurt Zouma
Watford v Crystal Palace - Odion Ighalo; Bakary Sako
West Brom v Everton - Romelu Lukaku; James Morrison

21 de setembro de 2015

Crítica: Me and Earl and the Dying Girl

Realizador: Alfonso Gomez-Rejon
Argumento: Jesse Andrews
Elenco: Thomas Mann, Olivia Cooke, RJ Cyler, Nick Offerman, Molly Shannon, Connie Britton, Jon Bernthal
Classificação IMDb: 7.8 | Metascore: 74 | RottenTomatoes: 82%
Classificação Barba Por Fazer: 80

Imaginem um caldeirão. Aquele objecto que todos temos em casa. Ou não. Nesse caldeirão querem cozinhar um filme. Aquilo que todos cozinhamos diariamente. Ou não. Como ingredientes um pouco de 'The Fault in Our Stars' e de 'The Spectacular Now', e muita da energia própria e especial de 'Juno' e '500 Days of Summer'. O resultado é este: Me and Earl and the Dying Girl.
    O filme estreou e foi o grande vencedor do festival Sundance 2015, sucedendo a 'Whiplash', tendo sido aplaudido de pé por toda a audiência, muito disputado e comprado pela FOX por um valor recorde em Sundance.
    No centro de um filme puro, simples e original está Greg (Thomas Mann), um rapaz a enfrentar o último ano de liceu tentando passar despercebido, e que tem o hobbie de fazer remakes de clássicos do cinema com o seu amigo de infância, Earl (RJ Cyler), curtas-metragens nas quais mudam os títulos dos filmes tornando-os cómicos. Quando a mãe de Greg descobre que uma amiga de infância dele chamada Rachel (Olivia Cooke) foi diagnosticada com leucemia, obriga-o a passar tempo com ela. O que de início é uma amizade forçada e desconfortável para ambos torna-se um hábito diário, com as curtas de Greg e Earl a servirem de distracção para Rachel, acabando a dupla por fazer um filme sobre ela. Tudo o resto é criatividade e sensibilidade de Jesse Andrews, autor do livro e responsável pela adaptação para argumento, e Alfonso Gomez-Rejon a revelar-se um realizador cheio de potencial.
    'Me and Earl and the Dying Girl' é aquele tipo de filme capaz de nos derreter. Envolvente do princípio ao fim, mérito claro de Gomez-Rejon. O realizador mexicano, colaborador de Ryan Murphy na realização de episódios para as séries 'American Horror Story' e 'Glee', realizador do episódio-piloto de 'Red Band Society' e aprendiz in loco de senhores de créditos firmados como Martin Scorsese e Alejandro González-Iñárritu, sabe pegar na câmara de forma inovadora e enérgica como Iñárritu, respeitar o passado como Scorsese e, no fim, ter uma assinatura própria.
    Quando um filme é bom vale a pena desconstruí-lo nas suas várias vertentes. Como 'Juno' ou '500 Days of Summer', outros projectos que os estúdios FOX patrocinaram, há uma boa banda sonora, mas para além do trabalho de Andrews e Gomez-Rejon, há um elenco que soube transmitir a alma genuína. Thomas Mann e o estreante RJ Cyler formam uma dupla engraçada e improvável, e Olivia Cooke (que rapou o cabelo para o papel) é uma das boas actrizes da sua geração, ela que na série 'Bates Motel' também tem um problema de saúde. Aparte do trio, há ainda vários actores mais experientes com pequenas contribuições, destacando-se Nick Offerman como pai de Greg, e Jon Bernthal (uma das principais ideias do filme é dita por ele) no papel do tatuado e carismático professor de História que deixa Greg e Earl almoçarem no seu escritório.
    Para já não parece estar nas cogitações da Academia, embora alguns dos últimos sucessos de Sundance como 'Whiplash' e 'Beasts of Southern Wild' tenham sido posteriormente nomeados, mas nunca se sabe. 'Me and Earl and the Dying Girl' é, até ver, um dos bons filmes desta temporada, muito equilibrado (é cómico, dinâmico, cativante, tocante), com Gomez-Rejon a contar uma história que respeita anos de cinema e a natureza humana, usando bem as perspectivas e planos, a distância entre Greg e Rachel que no início parece infinita, mas que progressivamente se desvanece, cabendo no mesmo enquadramento.
    Este é dos que vale mesmo a pena ver. Destacando-se como um todo, mas em especial na cena em que Rachel vê o filme de Greg, e no quarto dela quando, ao som dos Explosions in the Sky, Greg percebe o que o seu professor de História lhe disse. Talvez o vejamos nos Óscares, seja nos verdadeiros, seja nas humildes e sinceras opções aqui do BPF.

Game of Thrones, Veep e Olive Kitteridge vencem Emmys 2015

Na 67.ª noite dos "Óscares da Televisão", 'Game of Thrones', foi recordista, 'Veep' bateu 'Modern Family' e a HBO festejou sem parar. Dividindo a cerimónia em 3 dimensões - séries dramáticas, séries de comédia e mini-séries - 'Game of Thrones', 'Veep' e 'Olive Kitteridge' foram quem por mais vezes subiu ao palco. Em comum? Três projectos da HBO.
    Numa cerimónia conduzida por Andy Samberg, 'Game of Thrones' fixou um novo máximo de emmys ganhos num só ano (12), juntando aos oito conquistados na noite de 12 de Setembro (os Creative Art Emmy Awards, que premeiam as categorias mais técnicas) outros quatro mais valiosos numa noite para recordar. O recorde anterior de emmys num ano pertencia a 'The West Wing', com 9.

    Na vertente dramática, 'Game of Thrones' foi superior à concorrência, com a Academia da Televisão, Artes e Ciências a premiar uma 5.ª temporada com 3 episódios finais excelentes. O contexto foi favorável à série de David Benioff e D. B. Weiss, adaptação dos livros de George R. R. Martin (presente na cerimónia), uma vez que os produtos da Netflix 'House of Cards' e 'Orange is the New Black' viveram temporadas menos pujantes, e o principal rival de Daenerys, Tyrion e Jon Snow era mesmo 'Mad Men', que vencera sempre entre 2008 e 2011 e que corria sérios "riscos" de ser novamente reconhecida num último adeus. A Academia não foi nessa conversa, mas deu a Jon Hamm o Emmy de Melhor Actor numa Série Dramática, o primeiro para o actor pelo seu Don Draper, na última chance que tinha de vencer. Hamm, aliviado, optou por trepar o palco vindo do seu lugar na primeira fila, em vez de optar pelas tradicionais escadas, deixando nomes como Kevin Spacey, Bob Odenkirk e Jeff Daniels de mãos a abanar.
    Ainda no Drama, Viola Davis tornou-se a 1.ª mulher negra a arrecadar um Emmy de Melhor Actriz numa Série Dramática pelo seu papel em 'How to Get Away with Murder', e no plano secundário foram Peter Dinklage (Game of Thrones) e Uzo Aduba (Orange is the New Black) quem recebeu reconhecimento. A realização e escrita de argumento de 'Game of Thrones' foi também premiada, contribuindo para o claro domínio HBO.

    Na Comédia, 'Veep' ganhou por larga margem. A sátira política com Julia Louis-Dreyfus ganhou o Emmy de Melhor Série de Comédia pela primeira vez, pondo fim a uma sequência de 5 vitórias consecutivas de 'Modern Family'. A actriz Julia Louis-Dreyfus ganhou pela quarta vez consecutiva, e o secundário Tony Hale pela segunda vez. Jeffrey Tambor (Transparent) e Allison Janney (Mom) ganharam nas restantes categorias, com 'Transparent' e 'Veep' a dividirem os Emmys de realização e escrita de argumento, respectivamente.
    Chegando às mini-séries, foi um autêntico passeio para 'Olive Kitteridge'. A pequena mini-série com 4 episódios ganhou o principal prémio da área, mas juntou a isso Emmys para Frances McDormand, Richard Jenkins, Bill Murray e para a realização e argumento.

    Analisando a justiça, 'Game of Thrones' mereceu ganhar pela primeira vez, saindo valorizada pelo contexto - um ano mais fraco, depois de 'Breaking Bad' limpar tudo na sua despedida em 2014, e antes de em 2016, num cenário justo, 'Mr. Robot' passar a dominar.
    O episódio final "Mother's Mercy" foi um dos vencedores da noite, e Peter Dinklage ganhou de certa forma por compensação. A quarta temporada de Tyrion (2014) foi extraordinária, mas nesse ano perdeu para Aaron Paul. Ora, neste ano merecia Ben Mendelsohn ganhar pelo seu papel em 'Bloodline', mas foi Dinklage a vencer o seu 2.º Emmy (tinha ganho em 2011). Nas senhoras, a vitória de Viola Davis aceita-se, embora Taraji P. Henson ou Robin Wright fossem também fortes hipóteses. Num mundo utópico mas justo, Tatiana Maslany não se ficaria apenas pela nomeação, mas já foi bom finalmente ter esse reconhecimento. Em jeito de curiosidade, 'American Horror Story: Freak Show' foi um dos grandes derrotados, não conseguindo sequer ganhar a categoria de Melhor Actriz Secundária numa Mini-Série (Regina King, 'American Crime' ganhou ao trio Sarah Paulson, Kathy Bates e Angela Bassett). Palavra final para 'The Daily Show with Jon Stewart' que saiu a ganhar depois de terminar ao fim de 16 anos.


Melhor Série (Drama): Game of Thrones
Melhor Série (Comédia): Veep
Melhor Mini-Série: Olive Kitteridge
Melhor Actor (Drama): Jon Hamm, 'Mad Men'
Melhor Actriz (Drama): Viola Davis, 'How to Get Away with Murder'
Melhor Actor Secundário (Drama): Peter Dinklage, 'Game of Thrones'
Melhor Actriz Secundária (Drama): Uzo Aduba, Orange is the New Black'
Melhor Actor (Comédia): Jeffrey Tambor, 'Transparent'
Melhor Actriz (Comédia): Julia Louis-Dreyfus, 'Veep'
Melhor Actor Secundário (Comédia): Tony Hale, 'Veep'
Melhor Actriz Secundária (Comédia): Allison Janney, 'Mom'
Melhor Actor (Mini-Série): Richard Jenkins, 'Olive Kitteridge'
Melhor Actriz (Mini-Série): Frances McDormand, 'Olive Kitteridge'
Melhor Actor Secundário (Mini-Série): Bill Murray, 'Olive Kitteridge'
Melhor Actriz Secundária (Mini-Série): Regina King, 'American Crime'

Melhor Realização (Drama): David Nutter, 'Game of Thrones' "Mother's Mercy"
Melhor Realização (Comédia): Jill Soloway, 'Transparent' "Best New Girl"
Melhor Realização (Mini-Série): Lisa Cholodenko, 'Olive Kitteridge'

Melhor Escrita de Argumento (Drama): David Benioff e D. B. Weiss, 'Game of Thrones' "Mother's Mercy"
Melhor Escrita de Argumento (Comédia): Simon Blackwell, Armando Iannucci e Tony Roche, 'Veep' "Election Night"
Melhor Escrita de Argumento (Mini-Série): Jane Anderson, 'Olive Kitteridge' 

A lista completa de vencedores pode ser consultada aqui.

Porto 1-0 Benfica: André the Giant


Porto    1 - 0    Benfica (André André 87')

    O Dragão ferveu neste encontro entre Porto e Benfica a contar para a 5ª jornada da Liga NOS. Julen Lopetegui apresentou o onze esperado, sendo que o único nome a ser passível de ser surpresa tenha sido o de Rúben Neves no miolo. Do outro lado, Rui Vitória mostrou uma coragem que o seu antecessor raramente mostrava no Dragão - não mudou o sistema táctico para um mais defensivo. A única coisa que fez, foi dar maior consistência defensiva ao colocar André Almeida ao lado de Samaris ao invés de Pizzi ou Talisca. Uma opção inteligente até pelo que vimos da dupla Samaris-Fejsa.
    Se todos esperavam um Benfica temeroso e frágil, pois enganaram-se. Rui Vitória apresentou uma equipa organizada defensivamente e bastante cerebral em termos tácticos. O Benfica mostrou-se sereno e isso fazia a diferença perante uma equipa do Porto com as linhas bastante afastadas e sem quaisquer ideias de ataque. Tentaram sempre lances perigosos através da individualidade de Brahimi e Corona, mas o mexicano raramente teve bola e o argelino foi diminuído pelo jovem Nélson Semedo. As únicas oportunidades de golo desta primeira metade foram todas do lado do Benfica e Júlio César foi um mero espectador. Mitroglou fez Casillas brilhar em duas ocasiões, ao negar o golo ao grego em dois cantos. Num primeiro a cruzamento de Gaitán a cabecear ao segundo poste para uma enorme defesa do ex-Real e num segundo ao desviar um cabeceamento de Luisão para nova defesa apertada de Casillas. O mal amado em Madrid ia sendo o mais amado nesta noite quente no Porto. O Benfica ainda ameaçou o golo antes do apito para o intervalo com Gonçalo Guedes e cruzar, mas Mitroglou a não chegar a tempo do golo. O jogo estava quente e prometia para a segunda parte. Destaque negativo para Maxi Pereira a provocar os seus antigos companheiros e com Maicon elevar o pé à cara de Jonas num momento em que o jogo estava parado. Completamente escusado por parte do brasileiro que passou incólume. 
    A segunda parte trouxe-nos um Porto mais agressivo e com ideias mais definidas no ataque. As linhas continuaram bastante afastadas, mas no último terço a equipa melhorou exponencialmente. Prova disso foi o cabeceamento ao poste de Aboubakar logo a abrir o segundo tempo. Grande cruzamento de André André e Aboubakar a aproveitar uma falha de Luisão para aparecer solto para acertar no poste. A arbitragem não teve erros graves, mas a dualidade de critérios existiu na marcação de faltas e na falta de coragem do árbitro para expulsar Maxi Pereira. Artur Soares Dias teve tolerância zero com André Almeida por atrasar o jogo do Porto ao colocar uma segunda bola em campo, mas não foi capaz de dar o segundo amarelo a Maxi após entrada dura sobre Jonas. O Porto ia-se impondo no jogo e o pequeno André André ia-se agigantando aos poucos. Foi dos seus pés que surgiu uma das melhores oportunidades do jogo. O médio português isolou Aboubakar que perdeu num primeiro momento para Júlio César e num segundo - já sem equilíbrio e com pouco ângulo - acabou por rematar ao lado. Nos últimos vinte minutos o Benfica já acusava algum desgaste físico, mas ainda houve tempo para Mitroglou ameaçar de novo a baliza de Casillas após cruzamento de Guedes na direita. Com a entrada de Varela o Porto conseguiu chegar mais vezes à área adversária, mas o jogo parecia estar controlado por parte dos encarnados. Até que o golo do Porto surgiu ao cair do pano. No meio de uma recuperação de bola por parte do Benfica, Pizzi não consegue recepcionar o esférico tendo mesmo lançado um contra-ataque letal por parte dos jogadores da casa. Pizzi fez com que a sua defesa tivesse sido apanhada em contra-pé com Brahimi a conduzir na esquerda, a libertar para Varela que com um toque isola André André. O médio internacional português não teve dificuldades em bater Júlio César e a coroar uma grande exibição com um golo decisivo. A apontar culpas num segundo momento, essas cabem a Luisão - o capitão ficou a ver jogar o adversário e não acompanhou devidamente André André. 

    Foi um jogo bastante equilibrado, mas ainda assim um bom jogo de futebol. O empate talvez se ajustasse mais, mas não se pode classificar a vitória do Porto como injusta. Os três pontos caíram para o lado dos dragões, assim como podiam ter caído para o lado das águias. Acima de tudo foi um bom jogo de futebol entre as duas maiores valências do campeonato português.
    Em termos individuais, o destaque vai todo para André André. Uma autêntica formiga trabalhadora que se fartou de jogar e fazer jogar os seus companheiros. Excelente tanto no último terço, como a pressionar sem bola. Casillas foi a figura da primeira parte ao deixar a sua baliza inviolável quando o golo parecia iminente e Varela foi a aposta ganha de Lopetegui tendo o português mexido bem mais com o jogo e participando no golo decisivo. Do lado do Benfica, Nélson Semedo foi o melhor dificultando a vida a Brahimi de todas as formas. O jovem português mostrou a sua excelente evolução defensiva. Jardel esteve mais uma vez ímpar na defesa e Mitroglou foi o jogador em maior clarividência no ataque.

    O Porto leva assim a melhor sobre o Benfica e aumenta a vantagem pontual para quatro pontos. Os encarnados perdem um pouco o comboio, mas o futuro parece augurar algo de positivo depois das notas que se tiraram hoje e dos jogos mais recentes. Cheira a discussão do título até ao fim.

Barba Por Fazer do Jogo:
André André (Porto)
Outros Destaques:
Casillas, Varela; Nelson Semedo, Jardel.

19 de setembro de 2015

Crítica: Straight Outta Compton

Realizador: F. Gary Gray
Argumento: Andrea Berloff, Jonathan Herman, S. Leigh Savidge, Alan Wenkus
Elenco: O'Shea Jackson Jr., Corey Hawkins, Jason Mitchell, Neil Brown Jr., Aldis Hodge, Paul Giamatti
Classificação IMDb: 7.9 | Metascore: 72 | RottenTomatoes: 87%
Classificação Barba Por Fazer: 75

    Das ruas de Compton para o Cinema, esta é a história dos N.W.A. Ao olharem para os nomes Dr. Dre, Ice Cube, Eazy-E, DJ Yella e MC Ren, muitos de vocês reconhecerão pelo menos os dois primeiros. 'Straight Outta Compton' é sobre o quinteto.
    O filme de F. Gary Gray, sucesso nos Estados Unidos da América, que contou com a colaboração de Ice Cube e Dr. Dre na produção, aborda a origem e crescimento de um dos grupos determinantes na afirmação do hip-hop e rap norte-americano. 'Straight Outta Compton', embora se foque num grupo de miúdos que só queriam fazer boa música, acaba por ser tão ou mais intenso e socialmente pertinente do que 'Selma' foi há um ano atrás.
    No conjunto, assistimos a um retrato de um grupo de revolucionários, que "ousaram" ter ambição e ter uma voz activa. No começo de um filme longo demais vemos um jovem Ice Cube a escrevinhar as letras que quer que o mundo ouça, Dr. Dre a assumir a mesa e a produção como poucos da sua idade, e Eazy-E a colocar os óculos escuros, e a definir a sua imagem de marca. Ao longo de quase 2 horas e meia, os N.W.A conquistam o seu lugar no panorama musical, atraem as pessoas erradas para gerir as suas carreiras, dividem-se e atacam-se, lutam contra a opressão e contra o abuso de poder, e reúnem-se quando os óculos escuros ficam acompanhados de velas e coroas de flores.
    Para além de ser uma história fundamental e que esteve na base das gerações futuras, com os anos 80 e 90 a funcionarem como trampolim para o género musical, o filme torna-se mais atractivo ao ter actores desconhecidos. A presença de Paul Giamatti - tal como noutro filme "musical" 'Love & Mercy' - até poderia ter sido evitada, acabando O'Shea Jackson Jr., Corey Hawkins e Jason Mitchell como 3 revelações. Isto para além do actor que interpreta MC Ren parecer um jovem Jackson Martínez, ex-avançado do Porto.
    F. Gary Gray faz um trabalho decente, apoiado na Fotografia de Matthew Libatique, conhecido pelas suas colaborações com Darren Aronofsky, mas o melhor de 'SOC' é mesmo o trio central - o destaque artístico, o destaque mediático, e o destaque interpretativo. Dr. Dre (Corey Hawkins), que no final vemos preparado para iniciar a sua Aftermath, é hoje em dia associado ao sucesso de Eminem ou 50 Cent, tendo também colaborado com Tupac ou Snoop Dogg. 2Pac e Snoop aparecem inclusive neste filme, interpretados por Marcc Rose e Keith Stanfield respectivamente. Não tendo muita gente consciência da importância de Dre para o crescimento do hip-hop e rap na cultura nacional e internacional, 'Straight Outta Compton' faz-lhe justiça. O destaque mediático é Ice Cube, por dois motivos. Primeiro porque foi Cube quem abandonou o barco dos N.W.A e quis assumir a sua carreira a solo, mas principalmente porque quem interpreta Ice Cube é nada mais nada menos do que o seu filho.. O'Shea Jackson Jr. Estão assim explicadas as parecenças físicas. Jackson Jr. é quem tem os melhores momentos do filme, sabendo "ser" o seu pai, mas alterna entre momentos intensos e outros nos quais não parece convencer enquanto actor. Assim, chegamos ao último destaque, o interpretativo. 'Straight Outta Compton' é uma homenagem a Eazy-E, força e inspiração para os seus companheiros e "irmãos" seguirem as suas carreiras, e Jason Mitchell é o actor mais consistente e a verdadeira revelação ao longo do filme. É quem mais brilha, mesmo não sendo a sua personagem tão contagiante como Dr. Dre ou Ice Cube.
    Tudo somado, 'Straight Outta Compton' é um filme sem medo de remexer no que o passado teve de bom e mau. Podia ser ainda melhor, e podia ter bastante material comprimido na 2.ª metade do filme.