21 de setembro de 2015

Porto 1-0 Benfica: André the Giant


Porto    1 - 0    Benfica (André André 87')

    O Dragão ferveu neste encontro entre Porto e Benfica a contar para a 5ª jornada da Liga NOS. Julen Lopetegui apresentou o onze esperado, sendo que o único nome a ser passível de ser surpresa tenha sido o de Rúben Neves no miolo. Do outro lado, Rui Vitória mostrou uma coragem que o seu antecessor raramente mostrava no Dragão - não mudou o sistema táctico para um mais defensivo. A única coisa que fez, foi dar maior consistência defensiva ao colocar André Almeida ao lado de Samaris ao invés de Pizzi ou Talisca. Uma opção inteligente até pelo que vimos da dupla Samaris-Fejsa.
    Se todos esperavam um Benfica temeroso e frágil, pois enganaram-se. Rui Vitória apresentou uma equipa organizada defensivamente e bastante cerebral em termos tácticos. O Benfica mostrou-se sereno e isso fazia a diferença perante uma equipa do Porto com as linhas bastante afastadas e sem quaisquer ideias de ataque. Tentaram sempre lances perigosos através da individualidade de Brahimi e Corona, mas o mexicano raramente teve bola e o argelino foi diminuído pelo jovem Nélson Semedo. As únicas oportunidades de golo desta primeira metade foram todas do lado do Benfica e Júlio César foi um mero espectador. Mitroglou fez Casillas brilhar em duas ocasiões, ao negar o golo ao grego em dois cantos. Num primeiro a cruzamento de Gaitán a cabecear ao segundo poste para uma enorme defesa do ex-Real e num segundo ao desviar um cabeceamento de Luisão para nova defesa apertada de Casillas. O mal amado em Madrid ia sendo o mais amado nesta noite quente no Porto. O Benfica ainda ameaçou o golo antes do apito para o intervalo com Gonçalo Guedes e cruzar, mas Mitroglou a não chegar a tempo do golo. O jogo estava quente e prometia para a segunda parte. Destaque negativo para Maxi Pereira a provocar os seus antigos companheiros e com Maicon elevar o pé à cara de Jonas num momento em que o jogo estava parado. Completamente escusado por parte do brasileiro que passou incólume. 
    A segunda parte trouxe-nos um Porto mais agressivo e com ideias mais definidas no ataque. As linhas continuaram bastante afastadas, mas no último terço a equipa melhorou exponencialmente. Prova disso foi o cabeceamento ao poste de Aboubakar logo a abrir o segundo tempo. Grande cruzamento de André André e Aboubakar a aproveitar uma falha de Luisão para aparecer solto para acertar no poste. A arbitragem não teve erros graves, mas a dualidade de critérios existiu na marcação de faltas e na falta de coragem do árbitro para expulsar Maxi Pereira. Artur Soares Dias teve tolerância zero com André Almeida por atrasar o jogo do Porto ao colocar uma segunda bola em campo, mas não foi capaz de dar o segundo amarelo a Maxi após entrada dura sobre Jonas. O Porto ia-se impondo no jogo e o pequeno André André ia-se agigantando aos poucos. Foi dos seus pés que surgiu uma das melhores oportunidades do jogo. O médio português isolou Aboubakar que perdeu num primeiro momento para Júlio César e num segundo - já sem equilíbrio e com pouco ângulo - acabou por rematar ao lado. Nos últimos vinte minutos o Benfica já acusava algum desgaste físico, mas ainda houve tempo para Mitroglou ameaçar de novo a baliza de Casillas após cruzamento de Guedes na direita. Com a entrada de Varela o Porto conseguiu chegar mais vezes à área adversária, mas o jogo parecia estar controlado por parte dos encarnados. Até que o golo do Porto surgiu ao cair do pano. No meio de uma recuperação de bola por parte do Benfica, Pizzi não consegue recepcionar o esférico tendo mesmo lançado um contra-ataque letal por parte dos jogadores da casa. Pizzi fez com que a sua defesa tivesse sido apanhada em contra-pé com Brahimi a conduzir na esquerda, a libertar para Varela que com um toque isola André André. O médio internacional português não teve dificuldades em bater Júlio César e a coroar uma grande exibição com um golo decisivo. A apontar culpas num segundo momento, essas cabem a Luisão - o capitão ficou a ver jogar o adversário e não acompanhou devidamente André André. 

    Foi um jogo bastante equilibrado, mas ainda assim um bom jogo de futebol. O empate talvez se ajustasse mais, mas não se pode classificar a vitória do Porto como injusta. Os três pontos caíram para o lado dos dragões, assim como podiam ter caído para o lado das águias. Acima de tudo foi um bom jogo de futebol entre as duas maiores valências do campeonato português.
    Em termos individuais, o destaque vai todo para André André. Uma autêntica formiga trabalhadora que se fartou de jogar e fazer jogar os seus companheiros. Excelente tanto no último terço, como a pressionar sem bola. Casillas foi a figura da primeira parte ao deixar a sua baliza inviolável quando o golo parecia iminente e Varela foi a aposta ganha de Lopetegui tendo o português mexido bem mais com o jogo e participando no golo decisivo. Do lado do Benfica, Nélson Semedo foi o melhor dificultando a vida a Brahimi de todas as formas. O jovem português mostrou a sua excelente evolução defensiva. Jardel esteve mais uma vez ímpar na defesa e Mitroglou foi o jogador em maior clarividência no ataque.

    O Porto leva assim a melhor sobre o Benfica e aumenta a vantagem pontual para quatro pontos. Os encarnados perdem um pouco o comboio, mas o futuro parece augurar algo de positivo depois das notas que se tiraram hoje e dos jogos mais recentes. Cheira a discussão do título até ao fim.

Barba Por Fazer do Jogo:
André André (Porto)
Outros Destaques:
Casillas, Varela; Nelson Semedo, Jardel.

0 comentários:

Enviar um comentário