Balanço Final - Liga NOS 18/ 19

A análise detalhada ao campeonato em que houve um antes e um depois de Bruno Lage. Em 2018/ 2019 houve Reconquista.

Prémios BPF Liga NOS 2018/ 19

Portugal viu um médio carregar sozinho o Sporting, assistiu ao nascer de um prodígio, ao renascer de um suiço, sagrando-se campeão quem teve um maestro e um velocista.

Balanço Final - Premier League 18/ 19

Na melhor Liga do mundo, foram 98 contra 97 pontos. Entre citizens e reds, entre Bernardo Silva e van Dijk, ninguém merecia perder.

Os Filmes mais Aguardados de 2019

Em 2019, Scorsese reúne a velha guarda toda, Brad Pitt será duplo de Leonardo DiCaprio, Greta Gerwig comanda um elenco feminino de luxo, Waititi será Hitler, e Joaquin Phoenix enlouquecerá debaixo da maquilhagem já usada por Nicholson ou Ledger.

21 Novas Séries a Não Perder em 2019

Renasce The Twilight Zone, Ryan Murphy muda-se para a Netflix, o Disney+ arranca com uma série Star Wars e há ainda projectos de topo na HBO e no FX.

23 de outubro de 2013

Champions League: Ronaldo e Ribéry brilham mas o furacão Ibrahimovic é o grande destaque da noite

  Champions League - Foram 27 os golos espalhados por todos os palcos europeus nesta quarta-feira de Champions. PSG e Bayern destruíram os seus adversários, o Leverkusen goleou o Shakhtar num encontro que se previa mais equilibrado e Cristiano Ronaldo fez a diferença no grande Real-Juventus. De qualquer forma, um nome brilhou mais alto que todos os outros: Zlatan Ibrahimovic.

Anderlecht 0 - 5 PSG: Era bastante grande a probabilidade, à priori, do PSG terminar esta 3.ª jornada com o pleno de pontos, dado o diferencial de qualidade entre os belgas e os parisienses. Duas arrancadas de van der Wiel - que voltou a exibir o bom nível que já tinha demonstrado contra o Benfica - culminaram aos 17 e 22 minutos em duas finalizações imaculadas do avassalador Ibrahimovic (uma delas, mais ou menos, com o seu calcanhar goleador). O momento do jogo e desta noite europeia ocorreu aos 30' - na ressaca de um alívio defensivo, Zlatan Ibrahimovic puxou a culatra e, do meio da rua, rematou uma bomba impressionante. Um remate com uma potência absurda do jogador que vai encontrar Portugal no play-off e que por esta altura é sem margem para dúvidas um dos melhores do mundo. O marcador só voltou depois a mexer na 2.ª parte com Cavani a marcar assistido por Matuidi e Ibrahimovic a fechar em beleza com um póker ao fuzilar Kaminski. São 6 golos em 3 jogos para Ibra, menos 1 que o senhor de que se falará a seguir.
Barba Por Fazer do Jogo: Zlatan Ibrahimovic (PSG)

Real Madrid 2 - 1 Juventus: Em Madrid as expectativas eram elevadas para o jogo da noite - o vice-campeão espanhol frente a frente com o campeão italiano (curiosamente ambos em 3.º lugar nos seus campeonatos neste momento). Para quem esperava um jogo "amarrado", Ronaldo cedo tratou de desmistificar essa ideia. Aos 4 minutos grande passe de Di Maria, grande desmarcação de Ronaldo, com o português a driblar Buffon antes de rematar para a baliza. A Juventus empatou por Llorente, num lance de insistência após um cabeceamento de Pogba. Casillas podia ter feito melhor perante o 1.º remate e a defesa podia ter reagido mais rápido. O golo que fez a diferença foi também marcado pelo português - penalty conquistado por Sergio Ramos e CR7 a não perdoar. O recorde de golos na Champions é de 14 e recordamos que Ronaldo já leva 7 em 3 jogos, tendo 1 a mais que o seu rival de play-off, Ibrahimovic. A segunda parte começou com a expulsão de Chiellini - um vermelho directo que pode ter parecido exagerado para alguns ao atingir Ronaldo quando corriam lado a lado, Vidal ainda conseguiu ser destaque com um estranho remate em cheio no relvado em vez de na bola, e a vantagem de um golo seguiu merengue até final.
Barba Por Fazer do Jogo: Cristiano Ronaldo (Real Madrid)

Galatasaray 3 - 1 Copenhaga: O Galatasaray ascendeu hoje ao 2.º lugar do Grupo D, depois de não dar hipóteses ao Copenhaga no inferno turco. O ambiente começou a animar-se quando Felipe Melo cabeceou de forma fulminante para o 1-0. Sneijder, a atravessar um bom momento, ampliou a vantagem depois de bem apoiado por Eboué e o médio/lateral camaronês voltaria a fazer uma assistência, desta feita para Didier Drogba. Na segunda parte o "Gala" tirou o pé do acelerador e viu ainda Claudemir reduzir. Será muito interessante acompanhar o Juventus-Real e Copenhaga-Galatasaray da próxima jornada, sobretudo pelas implicações relativas ao 2.º lugar.
Barba Por Fazer do Jogo: Emmanuel Eboué (Galatasaray)

Bayern 5 - 0 Plzen: Aguardava-se um jogo de sentido único e foi o que aconteceu na Baviera. O Bayern chegou ao pleno em 3 jogos - à imagem de Atlético, Real e PSG - e os golos foram aparecendo, uns atrás dos outros contra um débil Viktoria Plzen. Na 1.ª parte foram dois - Ribéry inaugurou as hostes de penalty e David Alaba marcou (de pé direito) numa boa incursão depois de um passe de cabeça de Mandzukic. Nos segundos 45 o Bayern em 3 minutos marcou dois golos e "matou" completamente o jogo. Ribéry fez novamente o gosto ao pé com um bom golo - o francês tirou 2 adversários do caminho (a fazer lembrar Diego Costa no jogo de ontem) e picou a bola numa finalização com muita classe. Minutos depois Götze assistiu Schweinsteiger para um bom remate à meia volta do eterno 31. Götze fez o 5-0 final com uma excelente recepção e um bom remate depois de um grande passe de Arjen Robben.
Barba Por Fazer do Jogo: Franck Ribéry (Bayern)

CSKA 1 - 2 Manchester City: Na Rússia jogou-se hoje um jogo que podia muito bem ser o típico jogo em que o City vacilava. No entanto, os jogadores de Pellegrini conseguiram uma vitória muito importante e na próxima jornada podem ficar muitíssimo bem encaminhados para (finalmente) os oitavos-de-final da Champions. A verdade é que até foi o CSKA a inaugurar o marcador - Honda assistiu de cabeça e Zoran Tošić, fugindo à marcação de Javi García, "chapelou" Joe Hart. O City não baixou os braços e respondeu por intermédio do seu melhor jogador: Kun Agüero marcou 2 minutos depois e carimbou a vitória passados alguns minutos. O primeiro golo do avançado argentino ocorreu após uma assistência de David Silva e o último e decisivo, marcado de cabeça, depois de um cruzamento do companheiro de ataque Negredo. Moralmente e pontualmente determinante esta vitória, e o City segue moralizado para um interessante ida a Stamford Bridge no domingo.
Barba Por Fazer do Jogo: Kun Agüero (Manchester City)

Leverkusen 4 - 0 Shakhtar: Esperava-se um jogo taco-a-taco, mas o Leverkusen não esteve para brincadeiras hoje em casa no 1.º de dois duelos determinantes com os ucranianos do Shakhtar. Numa noite infeliz para Pyatov, Kiessling e companhia deram sequência ao bom momento na Bundesliga e sem redes rotas. O 1.º golo foi do gigante de 1,91m Stefan Kiessling - a "torre" alemã marcou de cabeça depois de um bom cruzamento de Donati, mas com Pyatov mal batido. No 2.º tempo foram três golos: o capitão Rolfes marcou de grande penalidade, Sidney Sam (melhor marcador da Bundesliga neste momento) também marcou e Kiessling bisou na partida, ao aproveitar mais uma terrível falha de Pyatov. A próxima jornada deste Grupo A será bastante interessante.
Barba Por Fazer do Jogo: Stefan Kiessling (Bayer Leverkusen)

Manchester United 1 - 0 Real Sociedad: No jogo mais desinteressante do dia o Manchester United de David Moyes conseguiu vencer a Real Sociedad, equipa da qual se poderia esperar uma "gracinha" de Vela, Griezmann e companhia. O golo que decidiu o jogo foi um auto-golo de Iñigo Martínez (um central com enorme futuro). Wayne Rooney brincou na grande área espanhola, rematou ao poste e quando a bola se encaminhava para Chicharito, Iñigo decidiu roubar o golo. Um lance bastante infeliz, com o golo a ser apontado por um central que daria jeito ao United. Batalhou-se muito num jogo em que o resultado foi justo para o United que foi superior nos 90 minutos, com Phil Jones, Valencia e Rooney em bom plano mas com um colectivo longe de deslumbrar.
Barba Por Fazer do Jogo: Phil Jones (Manchester United)

Champions League: Diego Costa dizimou austríacos e Nápoles não vacila no grupo da morte

  Champions LeagueMais uma 3.ª feira com o expoente máximo do futebol europeu a ser jogado por diversos campos. Não foi um dia positivo para o futebol português - esperemos que amanhã se escreva uma página diferente na Luz - e os resultados não fugiram muito ao esperado. O Atlético confirmou toda a sua qualidade, o Chelsea venceu por 3-0 num terreno que se antevia muito mais complicado e o Milan voltou a ser uma pedra no sapato para o Barcelona.

AC Milan 1 - 1 Barcelona: Milan em má forma, Barcelona em relativa boa forma = empate. Porquê? Porque, tal como nas últimas épocas, o Milan transcende-se sempre quando recebe os catalães. Aos nove minutos o Milan (sem El Shaarawy e com Balotelli no banco) inaugurou o marcador. Boa jogada entre Robinho e Kaká com o nº 22 a fazer lembrar os seus bons tempos de milanês e o avançado a não perdoar na cara de Valdés. O Barcelona teve sempre mais bola (64% no geral) e chegou ao golo após uma perda do Milan. O Barça recuperou a bola, apanhou o Milan balanceado e Iniesta assistiu Lionel Messi. O argentino aguentou a carga, nenhum defesa "meteu o pé" e o empate chegou. Manteve-se sempre o Barcelona mais perto do golo - Neymar, Adriano, Alexis e Messi procuraram a vitória -, mas o Milan soube fechar os caminhos para a sua baliza.
Barba Por Fazer do Jogo: Riccardo Montolivo (AC Milan)


Celtic 2 - 1 Ajax: Perspectivava-se um duelo equilibrado entre ambas as equipas e foi isso que aconteceu. O Celtic sempre com a sua mentalidade de jogo matreira contra uma mentalidade inocentemente ofensiva por parte dos holandeses. O primeiro golo da partida surgiu de uma grande penalidade convertida por Forrest. O Celtic praticava um futebol defensivo e directo e num contra-ataque de Samaras, o grego rematou contra a defensiva do Ajax e Kayal aumentou para dois golos de vantagem na recarga. O Ajax tentou sempre responder com boas jogadas de ataque comandadas por Siem De Jong. Apesar de terem imensas oportunidades de golo, muitas vezes negadas pela boa exibição de Forster, o Ajax só conseguiu reduzir aos 94' num belíssimo golo de Schøne. O Guarda-redes inglês ficou pregado ao relvado tamanha era a sua impotência de parar este grande remate.
    Com esta vitória o Celtic soma assim a sua primeira vitória no grupo relegando o Ajax para a última posição com um ponto.
Barba Por Fazer do Jogo: Fraser Forster (Celtic)


Austria Viena 0 - 3 Atlético Madrid: Muito pouca gente terá dúvidas relativamente à passagem do Atlético em 1.º lugar no Grupo G, bem como do facto da equipa de Diego Simeone ser por esta altura uma das equipas mais fortes e personalizadas no panorama europeu. O Atlético deslocou-se a Viena e a vantagem chegou cedo - minuto 8 e uma grande jogada colectiva. Grande passe de Koke a desmarcar Filipe Luís e o lateral brasileiro ofereceu o golo a Raúl García. Com Courtois e a sua defesa intransponível e um meio-campo que se bate pelo estatuto de fisicamente mais intenso da actualidade, o Atlético manteve o pé no acelerador e chegou ao segundo numa grande arrancada de Diego Costa. O avançado, disputado por Brasil e Espanha a nível internacional, recebeu a bola ainda no seu meio-campo, arrancou pelo flanco esquerdo, tirou dois adversários do caminho com enorme categoria e finalizou com serenidade. Manteve-se Diego Costa apontado à baliza austríaca e por pouco não voltou a facturar na 1.ª parte, enquanto que do outro lado era Hosiner (merecia acabar a fase de grupos com pelo menos 1 golo, e merece outros voos) a rematar à trave. No segundo tempo, o ex-Sporting Emiliano Insúa assistiu Diego Costa para o golo que sentenciou o jogo - o brasileiro não deixou a bola escapar no interior da área e rematou prontamente. Este Atlético não vacila e tem praticamente garantido o primeiro lugar do grupo - conseguirá a qualificação na próxima jornada. Foi a única equipa de hoje a atingir o pleno - algo que amanhã PSG, Bayern e Real Madrid também poderão conseguir.
Barba Por Fazer do Jogo: Diego Costa (Atlético Madrid)

Schalke 04 0 - 3 Chelsea: Esperava-se um jogo bem complicado para José Mourinho na Alemanha, mas tudo ficou mais simples no primeiro golo desta terça-feira europeia - Frank Lampard marcou um canto aos 5 minutos, Ivanovic "penteou" a bola e El Niño Fernando Torres surgiu sozinho ao segundo poste, tendo só que encostar a bola. Na segunda parte, aos 69' Max Meyer (tem um futuro auspicioso pela frente) cometeu um turnover infantil, Hazard recuperou a bola e saiu disparado em transição, deu a bola a Óscar e o brasileiro assistiu Fernando Torres. O avançado espanhol desequilibrou Hildebrand com a sua recepção e colocou o Chelsea com uma vantagem mais confortável num terreno onde Draxler e companhia podiam ter afligido este Chelsea a qualquer instante. No final o Schalke estava no seu pressing final e Hazard explorou o contra-ataque da melhor forma. Ramires despachou a bola para o meio-campo vizinho, Eden Hazard acelerou com Torres ao seu lado mas não deu o golo ao espanhol, marcando ele e dando sequência à sua boa prestação no fim-de-semana passado. Um resultado muito importante para o Chelsea, que neste domingo receberá o Manchester City na Premier, aumentando o interesse dos futuros Basel-Chelsea e Schalke-Basel.
Barba Por Fazer do Jogo: Fernando Torres (Chelsea)

Steaua 1 - 1 Basel: Talvez o jogo menos badalado da noite. O Basileia voltou a mostrar o seu bom futebol, sempre organizado contra um Steua com algum coração. Os suíços superiorizaram-se por uma margem muito pequena tendo o empate sido o resultado mais justo entre as duas equipas. O Basileia teve algum azar nos momentos decisivos e o Steua pouca calma. Os romenos podiam ter dado a volta ao resultado após o grande golo de Diaz, mas faltou-lhes mais serenidade no momento do remate. A equipa da casa apenas conseguiu igualar a partida a 2 minutos do fim por intermédio de Leandro Tatu - jogador bem conhecido dos portugueses tendo jogado no Beira-Mar.
Barba Por Fazer do Jogo: Valentin Stocker (Basel)

Marselha 1 - 2 Nápoles: Notou-se bastante a discrepância de qualidade entre as duas equipas. O resultado só não foi mais desnivelado para o lado do Nápoles por terem sido tão brandos na finalização. Os napolitanos tiveram inúmeras ocasiões de golo clamorosas na primeira parte, mas só marcaram perto do fim da mesma por intermédio de Callejón. O avançado ex-Real Madrid trabalhou bem sobre o defesa do Marselha puxando a bola para atrás e disferindo de seguida um remate indefensável para Mandanda. A segunda parte esfriou em termos de oportunidades de golo e só a meio da mesma é que voltou a haver golos. Zapata chegou, viu e marcou um golaço à entrada da área! O Marselha continuava sem produzir futebol suficiente para marcar um golo, mas o que é certo é que marcou mesmo. Ayew rematou espontaneamente de fora-de-área batendo assim o até então tranquilo Reina.
    Os franceses afundam-se cada vez mais no fundo da tabela não tendo ainda pontuado e o Nápoles aproveitou a escorregadela do Arsenal para igualar os ingleses e os alemães do Dortmund com 6 pontos cada.
Barba Por Fazer do Jogo: José Callejón (Nápoles)

22 de outubro de 2013

Kerzhakov gela no regresso de Hulk ao Dragão

FC Porto    0 - 1    Zenit (Kerzhakov 86')

    O Porto perdeu um jogo importante nesta noite europeia e dificultou as contas para os oitavos-de-final da prova milionária. Apesar de não ter sido um jogo muito conseguido, os portugueses bateram-se bem contra os russos tendo em conta que jogaram com 10 elementos desde os 6 minutos.
    É verdade... O jogo começou da melhor maneira para Herrera. O médio mexicano esqueceu-se da cabeça no balneário e em 1 minuto leva dois amarelos. Hulk sprintou desde a linha de meio campo e foi passando por todos até ser parado em falta pelo mexicano que, consequentemente, viu o amarelo. No seguimento do livre, o árbitro avisou a barreira portista, mas Herrera não foi de modas e saiu da barreira muito antes do tempo impedindo o remate de Hulk. Consequência: novo cartão amarelo e expulsão. Bravo, Herrera. O Zenit ameaçou nos primeiros minutos após a expulsão, mas foi o Porto o primeiro a acertar na baliza. Lucho atirou uma bomba ao poste e Licá não conseguiu emendar para golo na recarga. 
    A segunda metade começou com um erro clamoroso de Otamendi. O defesa dos azuis e brancos atrapalhou-se com a bola e Hulk aproveitou para se isolar. Contudo, o brasileiro não rematou com a frieza do costume e deu a oportunidade a Helton de fazer uma grande mancha. Foi a meio da segunda parte que o Zenit começou a ameaçar mais a baliza portista e era Hulk o maior quebra-cabeças. Num livre mais descaído para a esquerda, o brasileiro enviou uma bomba que deixou as mãos de Helton a arder. O duelo entre os dois brasileiros continuou e no lance seguinte, Hulk voltou a tentar a meia distância e o guardião voltou a responder com boa defesa. O Porto finalmente respondeu com perigo num remate de Varela - após bom trabalho individual - para uma defesa para a fotografia de Lodigin. Os russos tanto tentaram o golo que ele entrou mesmo. Hulk desta vez não tentou a meia distância e cruzou com conta, peso e media para a cabeça do recém-entrado Kerzhakov. O russo fez o golo da vitória num desvio certeiro sem qualquer hipótese - desta vez - para Helton.
    
    Os dragões ficam assim numa posição complicada já que disputam, neste momento, a posição com o Zenit e perderam o primeiro jogo do confronto directo com a agravante de ter sido em casa. Cabe aos portugueses ter uma melhor atitude na segunda volta e fazer melhor que os russos. No jogo de hoje, Herrera foi claramente prejudicial nas aspirações do FC Porto em vencer a partida. Os nortenhos fizeram um jogo de bom nível mesmo jogando com dez e apenas foram ameaçados com contra-ataques velozes do Zenit e de Hulk em especial.

Barba Por Fazer do Jogo: Helton (FC Porto).
Outros Destaques: Fernando, Lucho, Mangala; Hulk, Neto.
Golos:



Dortmund operário vence (2-1) em Emirates no duelo do bom futebol

Arsenal  1 - 2  Dortmund (Giroud 41'; Mkhitaryan 16', Lewandowski 82')

       Eram grandes as expectativas para o Arsenal-Dortmund desta noite, jogo cabeça-de-cartaz para os amantes do futebol espectáculo e bem jogado - mesmo com um embate entre históricos (Milan-Barça). O actual líder da Premier League recebia então no seu estádio o 2.º classificado da Bundesliga e vice-campeão europeu. Em suma, o confronto entre duas equipas que encaram o futebol como ele deve ser encarado, integrantes das 2 melhores ligas da Europa.
    Embalado pelo momento esperava-se uma entrada forte do Arsenal, mas foi o Dortmund a assumir o jogo nos primeiros minutos. Mais posse de bola dos germânicos, muitas faltas e alguma ansiedade nos primeiros instantes e Grosskreutz, Reus e Hummels foram procurando o golo. Aos 16' o golo chegou mesmo - Aaron Ramsey não soltou a bola em zona proibida e foi desarmado por Marco Reus, sobrando a bola para Lewandowski que assistiu Mkhitaryan para um remate forte do arménio. A resposta dos homens do Norte de Londres foi gradual e, com Özil magnificamente anulado pela dupla Bender-Sahin, ia sendo Wilshere a ter que pegar no jogo da equipa mais atrás. Giroud era o jogador-alvo de todas as bolas, várias delas mal cruzadas por Bacary Sagna. Foi precisamente Giroud a conseguir depois de um bom trabalho assistir Rosicky (a jogar contra a equipa na qual se tornou jogador) com o checo a rematar para um corte de Hummels na linha. Weindenfeller estaria batido.
    O golo do Arsenal chegou perto do intervalo quando Sagna finalmente acertou um cruzamento e Giroud aproveitou para se intrometer entre Hummels e Weindenfeller, ganhando um ressalto e fuzilando depois as redes desertas. Ao intervalo, o 1-1 ajustava-se.
    Nos segundos 45' o reatar do jogo foi morno, sendo que se tornou mais "partido" a partir da saída de Wilshere (abandonou o campo tocado), com Cazorla a saber ocupar o espaço entre linhas e o jogo a ficar mais aberto de parte a parte. Koscielny ia-se destacando por esta altura na apertada marcação a Lewandowski - com alguma fruta à mistura para o travar - mas foi o polaco que escapou à expulsão num lance em que atingiu com o cotovelo o central francês em mais um dos inúmeros duelos entre ambos. A segunda parte foi dando progressivamente mais Arsenal, embora a equipa londrina não conseguisse encontrar a fórmula de sucesso uma vez que o meio-campo do Dortmund asfixiava e anulava as melhores unidades do Arsenal - Özil e Ramsey. Com um certo tom de injustiça, embora o Dortmund tenha batalhado muito, corrido bastante mais e estado tacticamente superior, Lewandowski acabou por marcar aos 82. O avançado polaco, que se fala que poderá rumar ao Arsenal, finalizou de 1.ª um excelente cruzamento de Grosskreutz e silenciou o Emirates Stadium. Até ao apito final, os alemães souberam sofrer e amealharam 3 pontos que os lançam como favoritos ao 1.º lugar do grupo.

    Não foi uma noite de particular inspiração do Arsenal - Özil foi bem anulado, Ramsey apareceu poucas vezes com perigo em zonas de finalização e Giroud tentou lutar sozinho contra a muralha Hummels-Subotic. O Dortmund mostrou ser uma equipa mais madura e esteve muito bem do ponto de vista físico e táctico. Pode-se dizer que a equipa de Klopp teve de certa forma a sorte do jogo, mas soube correr atrás dessa sorte, pressionando alto e em bloco - o Dortmund é de resto uma equipa de topo nesse capítulo - e ganhando o jogo no meio-campo. Resumidamente o Dortmund soube arregaçar as mangas para ficar bem perto da fase seguinte e não esqueçamos que ainda tem o estatuto de vice-campeão europeu. A derrota torna-se perigosa para o Arsenal, num grupo disputado a 3, tendo os ingleses que ir na próxima jornada a Dortmund e acabando a fase de grupos no inferno de Nápoles.


Barba Por Fazer do Jogo: Robert Lewandowski (Borussia Dortmund)
Outros destaques: Koscielny, Gibbs, Giroud; Hummels, Grosskreutz, Sahin, Mkhitaryan
Golos:
0-1 Mkhitaryan 16'
1-1 Giroud 41'
1-2 Lewandowski 82'

21 de outubro de 2013

X Factor UK Live Week 2


    Chegámos à segunda semana dos Live Shows e o tema da gala prometia bastante - Love & Heartache (Amor e Desgostos de Amor). Porém, foi uma gala muito fraca. Nem tanto pelos concorrentes, mas pelas escolhas das músicas dos seus mentores. Rough Copy e Abi Alton - que tinham tudo para brilhar - foram completamente tramados por Gary e Nicole, respectivamente. As Miss Dynamix não actuaram porque Sese está grávida e teve um ataque de ansiedade. Uma injustiça porque os Rough Copy foram obrigados a passar duas fases como um duo...


OS MAIS
+ Nicholas Mcdonald foi o melhor da noite tendo apenas a concorrência de Tamera. Nicholas na semana passada não tinha mostrado o valor que até então tinha exibido, mas nesta última gala teve uma grande performance com a música "She's The One" de Robbie Williams. Tendo mais capacidades vocais que Robbie (o próprio admitiu que não tem uma grande voz), o jovem de 16 anos mudou alguns tons na canção exibindo a sua grande voz. Muitas vezes nota-se que é forçado, mas neste caso tornou-se num bom momento musical. Aqui fica a actuação que o jovem concorrente dedicou a Nicole:


+ Tamera Foster voltou a evoluir desde a semana passada. Começa a tornar-se um caso sério a cada semana que passa e ameaça a popularidade de Hannah Barrett. Pegou numa música que não tinha um grau muito elevado de dificuldade - "Beneath Your Beautiful" de Emeli Sande e Labrinth - e lá mostrou o seu vozeirão no fim. É assustador ver uma rapariga de apenas de 16 anos com uma grande voz a evoluir a olhos vistos... Grande mérito de Nicole Scherzinger...



+ Hannah Barrett esteve muito melhor que na semana passada. Embora ainda não tenha atingido o seu nível máximo, esta semana já mereceu o nosso destaque. Mais uma vez conseguiu transmitir cada palavra da canção tornando uma performance bastante cativante. Hannah cantou "Beautiful" de Christina Aguilera com a sua voz poderosa e tão natural. Mais uma teenager (17 anos) com um valor brutal...



+ Luke Friend recebeu uma música que em nada combina com ele. "Let Her Go" de Passenger, para além de desgastada pelas rádios, é também ela muito repetitiva o que não abona a favor de quem a interpreta. Ainda assim, Luke lá se safou cantando-a à sua maneira. Não foi excepcional derivado ao que referimos anteriormente, mas o jovem que se recusa a lavar o cabelo até proporcionou alguns bons momentos musicais merecendo então o nosso destaque positivo.




OS MENOS
- Abi Alton foi destacadamente a pior da noite. Numa gala em que podia brilhar com o seu estilo, Nicole deu-lhe a "Can't Get You Out Of My Head" de Kylie Minogue... Desastre completo. Uma música completamente fora do contexto, completamente distinta de Abi e que resultou na pior performance da noite. Se Abi Alton tinha que provar a sua versatilidade não era de todo nesta gala... Erro crasso de Nicole Scherzinger que podia muito bem ter tramado a jovem. Valeu-lhe não ser das menos populares do programa.



- Kingsland Road foram cantar a "Marry You" de Bruno Mars em coro... Por momentos pensámos que estávamos perto de 25 de Dezembro a ver um Natal dos Hospitais. Claramente que são dos elos mais fracos do programa e a sua permanência no concurso está a chegar ao fim.



- Shelley Smith voltou a tentar mostrar que é uma gaja boa cheia de atitude. Nós já estamos fartos disso e pelos vistos o público britânico também. Shelley voltou a estar no Bottom Two, cantando "Single Ladies" de Beyonce, tendo sido a menos popular de todos os concorrentes.




OS NEUTROS
    Se na semana passada não destacámos Hannah Barrett, era injusto destacarmos Sam Bailey. Sam não cantou mal, mas esteve muito aquém do que pode realmente dar. Não deixou de ser uma boa performance da concorrente mentorizada por Sharon Osbourne, mas não teve o brilho da interpretação anterior. Já os Rough Copy foram apagados pela música que Gary Barlow escolheu. Uma música dos Backstreet Boys que - confessemos - não é fácil fazer um brilharete. É sempre difícil não achar uma canção da boysband norte-americana maricas e os 3 amigos o máximo que conseguiram foi tornar a música menos maricas... Uma gala que podia exaltar ainda mais o seu valor, acabou por banalizá-los completamente. Por fim, temos Sam Callahan que cantou uma música que expôs novamente a sua falta de voz. Não desafinou (embora não conseguisse chegar às notas altas, obviamente), cantou uma música romântica e as meninas femininas deliraram. Acho que é o melhor resumo que se pode fazer.

A EXPULSÃO
    Desta vez, a categoria que teve a pior média de votos foi a dos Grupos. Desfalcados sem os votos das Miss Dynamix, a má notícia recairia sobre Rough Copy ou Kingsland Road. E foram mesmo os últimos os menos votados da categoria. Na gala da expulsão, Shelley foi quem teve a menor percentagem de votos.
    Tendo em conta a interpretação que fizeram no Survival, Shelley merecia ficar. Contudo, foi mesmo Shelley Smith a segunda a ser expulsa do concurso. Apesar de acharmos que ambos são dos elos mais fracos, Shelley merecia mais esta oportunidade. Não gostamos dela, mas admitimos que fará mais falta ao programa do que se saíssem os Kingsland Road que até agora apenas conseguiram provar que são um bom coro de Natal.


Portugal-Suécia no playoff de acesso ao Brasil

  Selecção - Realizou-se hoje o sorteio relativo ao play-off de apuramento da zona Euro para o Mundial 2014 do Brasil. Entre os possíveis adversários - França, Suécia, Islândia e Roménia - Portugal soube hoje que terá pela frente a Suécia de Zlatan Ibrahimovic e companhia. A 1.ª mão jogar-se-á no Estádio da Luz no dia 15 de Novembro enquanto que o jogo final será disputado quatro dias depois, em solo sueco. Será um interessante ajuste de contas depois de na qualificação para o Mundial 2010 Portugal ter ficado em 2.º (atrás da Dinamarca) e deixado a Suécia afastada do play-off por 1 ponto de diferença. Na altura os dois jogos entre Portugal e Suécia acabaram empatados 0-0.
    O sorteio ditou os restantes embates: Ucrânia-França, Islândia-Croácia e Grécia-Roménia.

    BPF - Claramente que Roménia ou Islândia seriam os adversários ideais para Portugal nesta dupla jornada. Entre França e Suécia, provavelmente os gauleses seriam uma opção pior dado o histórico de embates Portugal-França. Frente aos suecos a História também não joga a favor de Portugal, mas se queremos estar no Mundial 2014 é até um justo "castigo" para a péssima gestão e o deixa-andar português encontrar pelo caminho uma selecção de nível médio-alto. Se Portugal quer estar entre as 8/4 melhores selecções do mundo significa que quererá no Brasil ultrapassar equipas como Colômbia, Inglaterra ou Bélgica, e a Suécia é inferior a esse patamar. A Suécia poderá ter a seu favor o jogo aéreo nas bolas paradas, é uma equipa experiente e tem um jogador extraordinário - Zlatan Ibrahimovic. Ibra nunca tem problemas em carregar as equipas que representa às costas, e passa-se o mesmo com a selecção, e surgirá de certeza motivadíssimo nestes 2 jogos, até pelo facto de Portugal ter invariavelmente o estatuto de favorito e a Suécia ser o underdog. Em todo o caso, é provável que Portugal melhore os seus níveis exibicionais comparativamente com a fase de grupos porque se mantiver esse baixo nível, a Suécia não terá problemas em seguir em frente. É preciso uma Selecção Nacional próxima ou mesmo ao nível que costuma apresentar nas fases finais de Europeus ou Mundiais porque o calcanhar de Ibrahimovic vai estar certamente afinado, e bem apoiado por elementos operários mas com técnica como Sebastian Larsson, Elm, Svensson, Wernbloom, Hysén ou o jovem Kacaniklic. O poderio ofensivo da Suécia é elevado - pode jogar a nosso favor o facto de ser uma selecção com um futebol inocente e ofensivo e não tão cínico como outras - mas tem algumas debilidades defensivas, passíveis de serem exploradas por Portugal sobretudo por Ronaldo e Nani em situações de 1 para 1. Já se sabe, no entanto, que Ronaldo será alvo de uma marcação apertadíssima. O maior elogio que se pode fazer a esta Suécia é recordar que na fase de grupos disputou 2 jogos épicos com a Alemanha - perdeu um por 5-3 e no outro esteve a perder por 4-0 e conseguiu empatar 4-4.

    Nos restantes jogos será interessante acompanhar a eliminatória entre Ucrânia e França. Os franceses são favoritos mas à partida não terão a vida facilitada e os ucranianos prometem entrar fortes em casa. Encontraram-se aliás no Euro 2012, tendo a França ganho por 2-0 (golos de Ménez e Cabaye).
    A Croácia é clara favorita frente à Islândia. Embora os islandeses tenham feito até agora uma qualificação impressionante dado o seu pouco historial, a Croácia é uma equipa mais homogénea e, em condições normais, seguirá em frente e será bom tê-la no Brasil.
    O Grécia-Roménia poder-se-á dizer que é o jogo à partida menos chamativo, mas pode até tornar-se interessante. A Grécia é uma selecção muito inteligente, tacticamente e fisicamente rica e é favorita mas terá pela frente uma Roménia que deixou para trás Turquia e Hungria no seu grupo, tem Marica em boa forma e o jovem Torje a crescer.

20 de outubro de 2013

Arsenal quer Lewandowski em Janeiro

  Arsenal - No último Verão o Borussia Dortmund não conseguiu renovar com Robert Lewandowski, deixando entrar o jogador polaco no último ano de contrato com o clube amarelo e preto da Bundesliga. Jupp Heynckes disse após a final da Champions que Lewandowski seria jogador do Bayern quando saísse do rival alemão, e no mês passado surgiram notícias de que Lewandowski teria dito ao Sport1 que iria mesmo ser jogador do Bayern.
    Entretanto, o avançado já surgiu a desmentir e a referir que nunca disse que ia para o Bayern e as dúvidas sobre o destino do polaco reacenderam-se. A imprensa alemã deu hoje conta do já badalado interesse de Bayern e Chelsea, referindo ainda o PSG como potencial interessado, e acrescentando hoje 2 clubes na corrida: Arsenal e Manchester City. Os citizens teriam interesse em incluir Džeko no negócio - insatisfeitos com a finalização do bósnio -, mesmo tendo Agüero, Negredo e Jovetić. Já o Arsenal, actual líder da Premier League, estará alegadamente disposto a pagar 30 Milhões por Lewandowski já em Janeiro, compensando financeiramente o Dortmund e antecipando-se à concorrência que pode pretender esperar até Lewa ser um jogador livre.

    BPF - Jogadores como Lewandowski dão jeito a qualquer equipa do mundo. O avançado da Polónia e do Dortmund é um dos melhores avançados do mundo e ainda tem uma margem bastante grande de evolução. Neste rol de interessados, o PSG é o mais descabido. Com Ibrahimovic e Cavani, não faz sentido a equipa parisiense querer também Lewandowski. Seria, aliás, um crime. O Chelsea precisa de um avançado, embora 1.º tenha que arrumar a casa e "descobrir-se": qual o melhor trio entre Hazard, Óscar, Mata, Willian e Schürrle?; faz sentido Schürrle jogar a falso 9?; De Bruyne está mesmo afastado?; Eto'o vai continuar a marcar?; o que fazer com Ba e Torres? São várias as perguntas que Mourinho tem que responder, para além de ter preterido erradamente Romelu Lukaku.
    Relativamente ao Bayern, seria naturalmente um enorme upgrade - como já dissemos anteriormente quando julgámos que a transferência de Lewandowski para o Bayern era certa (ler aqui).
    Por fim, Manchester City e Arsenal. No caso do City, Lewandowski não é uma necessidade, seria (mais um) desejo. O City de Pellegrini precisa nesta altura de estabilizar e garantir o melhor rendimento do melhor plantel da Premier League, ainda que não seja o que está a praticar melhor futebol. Quem pode dizer que tem esse estatuto é o Arsenal - a equipa de Wenger reúne vários argumentos para aliciar Lewandowski num projecto interessante e apetecível. A ida de Özil para o Arsenal exponenciou a reputação do clube londrino e o bom futebol que tem sido praticado no Emirates poderá ser bem chamativo para Lewandowski. É certo que o Arsenal precisa nesta altura de um avançado e, caso queira afirmar-se como candidato ao título com todas as letras e dar um salto qualitativo a nível de Champions, Lewandowski seria o reforço ideal em Janeiro. A técnica, disponibilidade física e altruísmo do polaco seria magnificamente explorada quando apoiado por jogadores como Özil, Ramsey, Wilshere, Cazorla, Walcott e Podolski e uma parceria com Giroud teria também todas as condições para resultar.
    Seria inteligente por parte de Wenger e do Arsenal desembolsar 30 Milhões em Janeiro por Lewandowski. Depois de Özil no último dia do mercado de Verão, seria a prova final de que o Arsenal está aí para os próximos anos. Uma coisa é garantida, esta 3.ª feira Lewandowski deslocar-se-á garantidamente a Emirates e estará no mesmo campo que os jogadores acima mencionados, no muito antecipado Arsenal-Dortmund.

Resultados: Benfica e Porto seguem em lume brando, Real Madrid ganha pontos

  Taça Portugal - Sábado de festa, de taça, na 3.ª eliminatória da competição. Um dia sem tomba-gigantes nem goleadas propriamente ditas. O Estoril foi vencer a Moreira de Cónegos (2-0, Sebá e Luís Leal); o Braga arrumou o Gavetense também por 2-0 (Edinho e Rafa); o Paços de Ferreira venceu por 3-1 a Oliveirense (Manuel José 2x, Sérgio Oliveira) e o Vitória Guimarães foi a Fátima rezar pela passagem à eliminatória seguinte - Fernando Russi marcou dois e Barrientos o terceiro.
    Porto e Benfica entraram também em campo hoje e com ambos com exibições pobres. O Porto recebeu e venceu o Trofense por 1-0 enquanto que a equipa da Luz foi ao terreno do modesto Cinfães vencer também pela margem mínima. No caso do Porto - com a surpresa Victor Garcia no onze inicial - o golo foi marcado por Silvestre Varela, mas os melhores em campo foram Carlos Eduardo, Fernando e Reyes. Ricardo teve alguns bons momentos e Ghilas fez por justificar mais minutos.
    Já o Benfica pôs em campo um misto entre equipa B e jogadores pouco utilizados do plantel principal e esteve longe de encantar. O Cinfães foi competente (Gomes e Vieirinha deram um ar da sua graça) e do lado encarnado o golo foi marcado pelo holandês Ola John, depois de uma iniciativa de Ivan Cavaleiro no lado direito. O Benfica marcou, ainda na 1.ª parte, um golo limpo por Steven Vitória, anulado por pretensa (e inexistente) falta do central português. Na exibição encarnada, pouca "chama", merecendo crédito e uma aposta continuada Ivan Cavaleiro - o extremo/avançado não acusou a pressão e mostrou a mesma confiança e verticalidade de sempre. Destaque ainda para a presença de Oblak na baliza - que tem tudo para ser o guarda-redes do Benfica no futuro -, Lindelöf (o jogador mais polivalente dos quadros do Benfica) e para a estreia de Bernardo Silva, que tantas alegrias ainda tem reservadas de águia ao peito.

  Liga BBVA - Em Espanha foi um dia positivo para os merengues. O Real venceu o Málaga por 2-0: Di Maria fez o 1.º num cruzamento-remate e Cristiano Ronaldo (hoje perdulário, também tem direito) fechou as contas de grande penalidade (ganha por Gareth Bale). Mais tarde jogaram os líderes - Barcelona e Atlético Madrid - e ambos desiludiram. O Barça empatou 0-0 no terreno do Osasuna, perdendo pela 1.ª vez pontos no campeonato. Messi jogou os 20 minutos finais mas até falhou clamorosamente um golo. O Atlético entrou em campo a saber que com uma vitória tornava-se líder isolado mas acabou a oferecer a liderança ao Barcelona, depois de perder em casa do Espanyol de Simão, Pizzi e Sidnei. Destaque ainda para a vitória  por 2-1 da Real Sociedad em casa do Valência (Griezmann e Pardo marcaram pela Sociedad).

  Premier League - O Manchester City fechou este sábado de Premier com uma vitória (3-1) em casa do West Ham, subindo ao 4.º lugar (poderá ficar em igualdade com o Tottenham caso a equipa de AVB ganhe amanhã). Agüero foi a figura do encontro. O argentino marcou por duas vezes e assistiu David Silva numa vitória confortável e com bom futebol, à qual o West Ham apenas respondeu por intermédio de um pontapé de bicicleta de Ricardo Vaz Tê, com Ravel Morrison envolvido na jogada.

  Bundesliga - Em solo alemão Guardiola e o seu Bayern mantêm-se líderes com 1 ponto de vantagem. A equipa da Baviera recebeu o Mainz, viu-se a perder no final da 1.ª parte mas deu uma boa resposta no segundo tempo (Müller 2, Mandzukic e Robben marcaram). O Dortmund manteve a distância pontual ao vencer com um penalty solitário de Marco Reus, igualando assim o Leverkusen que ontem ganhou com um golo "fantasma" de Kiessling. Noutro jogo o Schalke venceu com os miúdos em destaque (no 3-2, Max Meyer e Goretzka marcaram).
  Serie A - Hoje o AC Milan cumpriu frente à Udinese, com um golo do esloveno Birsa, no regresso de Kaká a San Siro. A notícia de capa de jornal em Itália foi sim a vitória de ontem da líder Roma, no Olimpico frente ao Nápoles. Foi um jogo intenso, aberto em alguns momentos e com as emoções à flor da pele, no qual a Roma soube defender (que momento a defesa de De Sanctis ao remate de Pandev e o consequente corte de De Rossi!) e Miralem Pjanic fez a diferença de bola parada. O bósnio - uma boa semana para ele - marcou um grande golo de livre e bisou depois de penalty. São 8 jogos e 8 vitórias, 22 golos marcados e 1 sofrido. Já restam poucas palavras para o bom trabalho da equipa de Rudi Garcia.

  Ligue 1 - Em terras de Platini a equipa do dia foi o PSG. Com Zlatan Ibrahimovic e Cavani on fire o PSG ganhou por 4-0 ao Bastia. Cada um dos avançados bisou, sendo que Cavani marcou um excelente golo numa jogada individual. Mas quando esse golo aconteceu já Ibrahimovic tinha feito um golo ainda melhor. Mais um para a colecção do sueco: um calcanhar acrobático. Mais um..
    A vitória ainda ganha mais relevância depois de ontem o Marselha ter perdido frente ao Nice por 1-0. O Mónaco deslocar-se-á amanhã ao terreno do Sochaux.

19 de outubro de 2013

Premier League: Chelsea goleia após susto, United e Liverpool perdem pontos

  Premier League - Mais um dia da mais espectacular e electrizante liga do mundo e, uma vez mais, com tudo o que os adeptos poderiam esperar. E ainda mais, como sempre.
    O Chelsea recebeu o Cardiff e começou a perder. Aos 10' David Luiz errou e Mutch aproveitou. O empate chegou depois de Eto'o roubar a bola ao guardião Marshall quando este ia pontapear a bola, na sequência do lance Hazard acabou por marcar. No segundo tempo, embora Cech tenha feito 2 boas defesas, só deu Chelsea. Hazard descobriu Eto'o para um bom golo do camaronês, depois Óscar marcou o golo do jogo num remate à entrada da área e, a finalizar, Eden Hazard - homem do jogo - bisou.
    Já o Manchester United deixou-se empatar em casa com o Southampton - a equipa de Pochettino consegue assim nestas jornadas iniciais uma vitória em Anfield e um empate em Old Trafford. David Moyes lançou van Persie, Rooney, Nani e Januzaj mas acabou por perder mais pontos em Old Trafford. De Gea foi determinante com várias defesas, enquanto que Osvaldo foi até perdulário na 1.ª parte. O 1-0 chegou no entanto após um incrível passe do jovem Januzaj a isolar Rooney. O inglês não marcou, mas Robin van Persie marcou na ressaca. O United não soube "matar" o jogo e aos 89' o Southampton chegou mesmo ao merecido empate - canto de James Ward-Prowse e Lovren a conseguir encaminhar a bola para baliza (que ainda desviou em Lallana antes de entrar). Destaque ainda para a notícia de que Adan Januzaj renovou até 2018 com o 

    Mais cedo o Liverpool suou para conseguir 1 ponto em St. James Park. Os reds começaram bem melhor o jogo mas foi o Newcastle a inaugurar o marcador: Cabaye rematou do meio da rua e fez o 1-0. Deu a ideia de que Mignolet se podia ter feito mais cedo ao lance, mas em todo o caso era uma bola invariavelmente complicada. Perto do intervalo Sturridge picou a bola para Suárez na área, o uruguaio teve mais uma daquelas suas recepções primorosas e Yanga-Mbiwa puxou-o quando este podia rematar para golo. Conclusão, vermelho directo para Yanga-Mbiwa e o Newcastle reduzido a 10 desde os 41 minutos. Na conversão da grande penalidade, Steven Gerrard não vacilou. Esperar-se-ia uma 2.ª parte de domínio do Liverpool e foi sempre a equipa de Brendan Rodgers a ter mais bola. No entanto foi o Newcastle novamente a chegar à vantagem - livre indirecto do francês Cabaye com toda a gente a esquecer-se de Dummett ao 2.º poste, que rematou sem hipóteses. O Liverpool carregou e chegou ao empate aos 72', boa jogada no flanco esquerdo a culminar num excelente cruzamento de Suárez ao qual Sturridge correspondeu de cabeça - 8 jogos, 7 golos para Sturridge. Suárez manteve-se endiabrado até final e viu Tim Krul negar-lhe o golo no último segundo de jogo num livre directo. Um ponto importante para o Newcastle e 2 pontos  perdidos que teriam sido muito importantes para o Liverpool.

    Nos outros jogos do dia o Everton venceu o Hull em casa, mas desiludiu. A equipa da casa inaugurou o marcador por Mirallas num golo estranho - McGregor confiou erradamente no seu golpe de vista, e é possível que Gareth Barry tenha desviado a bola com um toque determinante. Com Lukaku em branco, foi o Hull que empatou - cruzamento de Aluko e Sagbo a fuzilar Tim Howard. O golo da vitória chegou através do regressado Pienaar, um bom golo 1 minuto depois de entrar.
    Stoke e West Brom empataram a zeros, num resultado que era expectável dado o cruzamento de características e estilo de jogo das duas equipas e o Swansea recebeu o Sunderland e goleou por 4-0. Os golos chegaram só na 2.ª parte e o jogo até foi desbloqueado por Bardsley, defesa do Sunderland, num auto-golo. A partir daí o Swansea soltou-se e marcou mais 3 - De Guzman, Wilfried Bony (de penalty) e Chico.
    Este Sábado fechará com o West Ham-Manchester City, a decorrer neste momento.

Premier League: Alguém pára o Arsenal?

Arsenal  4 - 1  Norwich (Wilshere 18', Özil 58' 88', Ramsey 83'; Howson 70')

    O Arsenal isolou-se na liderança depois de um festival de bom futebol no Emirates frente ao Norwich. Wenger lançou uma equipa com Santi Cazorla de regresso ao onze e Ramsey no banco. Flamini e Arteta, intocáveis na segurança do meio-campo e da posse de bola e Sagna foi mesmo opção depois de várias previsões que davam Jenkinson a titular. 
    A vantagem londrina chegou numa jogada espectacular de combinação ao 1.º toque entre Giroud e Wilshere com o inglês a desviar a bola para a baliza. Um lance para ver e rever. Como desbloquear uma defesa de 5 homens com classe pura: por Wilshere e Giroud. Foi de resto o primeiro golo de Wilshere no Emirates Stadium e a 1.ª vez que consegue marcar em dois jogos consecutivos, depois de o ter feito frente ao WBA. Com Gibbs bastante envolvido em vários lances - e Sagna sistematicamente a falhar no flanco oposto em zonas ofensivas - o Arsenal foi acelerando o jogo só de vez em quando, com Giroud e Cazorla a tentarem beliscar a baliza de Ruddy. No final do 1.º tempo o Norwich cresceu ligeiramente, com Snodgrass activo, Howson e Fer bem no apoio e na construção, mas pouco Hooper sucumbido entre os centrais Mertesacker e Koscielny. 
    O 2.º golo chegou só na segunda parte com Olivier Giroud novamente a fazer a assistência e Mesut Özil a marcar o seu segundo golo pelo Arsenal e primeiro na Premier, de cabeça. No entanto o Norwich não baixou os braços e Howson (jogador que tinha lugar numa equipa de outro nível) reduziu num remate forte e colocado. Para acabar com quaisquer aspirações que o Norwich pudesse ter relativamente a um empate, surgiu no jogo o most improved player desta época - Aaron Ramsey. O galês já estava em campo desde os 37' mas foi curiosamente depois da substituição de Giroud por Bendtner, aos 77 minutos, que o Arsenal começou a parecer e a ser... demolidor. Com fome de golos e nota artística, parafraseando Jesus, elevadíssima, a equipa de Wenger marcou ainda mais dois golos. A uma velocidade e intensidade impressionantes o 3.º foi de Ramsey. O galês continua a surpreender jogo após jogo e hoje foi tarde para marcar um dos melhores golos da sua carreira. Tirou um adversário do caminho, depois tirou outro, e lá marcou o seu golo. São já 9 golos esta época, 5 deles na Premier League. Quem diria que após a saída de Bale outro galês teria tamanha atenção focada nele?! O jogo não acabou sem antes Ramsey assistir ainda Özil para o segundo golo do alemão, fechando as contas em 4-1. Cruzamento de Rosicky na esquerda, Ramsey a aparecer ao segundo poste e a assistir de primeira para um remate, também de primeira, do camisola 11 do Arsenal. 
    Incrível a capacidade que este Arsenal tem de mudar a velocidade do seu jogo, em bloco, e é notável como Mesut Özil conseguiu transfigurar o estilo de jogo e as ambições deste Arsenal. O alemão é o melhor jogador da equipa mas este Arsenal convence cada adepto um jogo de cada vez pela melhoria constante de vários jogadores que estavam bem longe deste nível: Aaron Ramsey e Olivier Giroud, sobretudo, sendo que Jack Wilshere conseguiu nos últimos jogos ter "números" elevando também ele a fasquia. Continua a faltar uma alternativa a Giroud - embora hoje Bendtner até tenha entrado bem, integrando-se com a dinâmica ofensiva - mas aquilo que o Arsenal deve procurar é um lateral-direito. Importa ainda lembrarmos que Podolski está fora (e voltará motivadíssimo por jogar com o compatriota Özil) e Cazorla só hoje regressou. Se Cazorla no ano passado era o "jogador +" do Arsenal, o que dizer agora com Özil, Ramsey, Wilshere e Giroud neste nível...
    Este Arsenal é candidato ao título e daqui a 2 jornadas há um entusiasmante Arsenal-Liverpool.

Barba Por Fazer do Jogo: Mesut Özil (Arsenal)
Outros destaques: Gibbs, Wilshere, Ramsey, Giroud; Snodgrass, Howson
Golos e Melhores Momentos:

18 de outubro de 2013

Crónica: E se a Jugoslávia ainda existisse?


A ideia que deu origem ao texto apresentado abaixo nasceu do curioso raciocínio/ exercício especulativo que o jornalista do Maisfutebol, Filipe Caetano, fez nos últimos dias num artigo seu.

    Lembro-me de fazer a colecção de cromos da Panini do Euro 2000 e ter 100% preenchidas as folhas destinadas à Jugoslávia. Essa selecção era a que contava com Kralj (ex-Porto) na baliza, tinha um Sinisa Mihajlovic – hoje seleccionador sérvio -, Dejan Stankovic ainda nos seus tempos de Lázio, o nosso bem conhecido Ljubinko Drulovic e muitos nomes para a frente de ataque. Desde Darko Kovacevic, da Juventus, a um jovem do qual se esperava muito chamado Mateja Kezman. As duas figuras nesse Europeu ganho pela França, um por ser o jogador com mais nome e o outro por ter sido o melhor marcador, foram Pedrag Mijatovic e Savo Milosevic. Vimos esta geração jugoslava perder tanto em 98 como em 2000 aos pés de uma Laranja Mecânica que ensinou futebol a muita gente: Seedorf, irmaõs De Boer, Davids, Overmars, Kluivert, Cocu, Stam, van der Sar e, acima de qualquer outro, Dennis Bergkamp.
    Era uma geração razoavelmente boa a jugoslava, que melhor teria sido se a Croácia não se tivesse tornado independente quando Davor Šuker tinha apenas 2 internacionalizações (e 1 golo) pela Jugoslávia, acabando depois por jogar toda a sua carreira internacional pela Croácia.

    Politica e geograficamente falando, a Jugoslávia foi em tempos constituída pelas actuais Croácia, Sérvia, Montenegro, Bósnia e Herzegovina, Eslovénia, Macedónia e, já agora, o Kosovo. Em 1991 a Eslovénia e a Croácia declararam independência e meses depois a Macedónia e a Bósnia fizeram o mesmo. Só em 2006 chegámos à cisão total com a Sérvia e Montenegro a seguirem caminhos distintos.
    Ora, o exercício que agora vou tentar fazer é imaginar… e se a Jugoslávia ainda existisse. Vejamos, a Bósnia foi 1.ª classificada e já tem passaporte carimbado para o Brasil; a Croácia disputará o play-off; a Eslovénia lutou até à última jornada pela qualificação e a Sérvia tem a actual geração que transborda talento (o Benfica que o diga).
    Se a Jugoslávia ainda existisse, era por esta altura a par da Espanha, Alemanha e Bélgica a selecção com um maior leque de opções de qualidade. Ora vejamos:

- Na baliza, Samir Handanovic (Eslovénia/ Inter) disputaria a titularidade com Asmir Begovic (Bósnia/ Stoke City). O ex-leão Stojković limitar-se-ia a aquecer o banco jogo após jogo.
- A defesa tornava-se automaticamente uma das mais fortes no contexto europeu e mesmo mundial. Desde a lateral esquerda disputada entre Kolarov (Sérvia/ Man City), Strinic (Croácia/ Dnipro) e Lulić (Bósnia/ Lázio) à lateral direita que ou ficava entregue a Branislav Ivanović (Sérvia/ Chelsea) ou à locomotiva Darijo Srna (Croácia/ Shakhtar) – este que tanto podia ser lateral direito como médio direito. Centrais jugoslavos seriam vários e de qualidade certificada: pelo actual momento de forma provavelmente a titularidade estaria entregue a Neven Subotić (Sérvia/ Dortmund) e Dejan Lovren (Croácia/ Southampton). Mas isto significava apenas que nomes como o bósnio Spahić, o jovem sérvio Nastasić – indiscutível na actualidade na Sérvia - ou o montenegrino Savić ficavam todos a ver o jogo sentados. E isto, claro está, sem contar com Nemanja Vidić que renunciou à selecção sérvia em 2011.

- A coisa torna-se sobretudo engraçada no meio-campo, fruto do cruzamento sérvio e croata, mais do que qualquer outra fusão. Então vejamos o que seria juntar Nemanja Matić (Sérvia/ Benfica) com Luka Modrić (Croácia/ Real Madrid), Ivan Rakitic (Croácia/ Sevilha), soltando Lazar Markovic (Sérvia/ Benfica) ou Miralem Pjanić (Bósnia/ Roma). Não seria tacticamente viável, mas serve apenas para demonstrar agora as opções que ainda restariam ao sortudo seleccionador jugoslavo: os croatas Perisic e Badelj, os sérvios Tošić, Djuricic e Fejsa e os eslovenos Birsa e Iličić.
- E para rematar, o ataque jugoslavo em 2013 seria também uma incrível dor de cabeça para quem o gerisse. Os bósnios Džeko e Ibisevic juntar-se-iam aos croatas Mandžukić, Jelavic e Olić, ao sérvio Tadić e ao montenegrino Vucinic. Mas não acaba por aqui porque ainda sobrariam jogadores que alternam entre a faixa e zonas mais avançadas como o macedónio Goran Pandev e Jovetić (Montenegro/ Man City) e mesmo a jovem-promessa sérvia Aleksandar Mitrovic do Anderlecht.

Olhamos para o passado e, caso as fronteiras não tivessem sido traçadas, o presente jugoslavo seria impressionante e uma selecção a ter em conta nas grandes competições. E analisando o presente verificamos ainda que esta Jugoslávia de 2013 podia estar descansada porque o pomar ainda tem muitos frutos para colher a médio-longo prazo: Jan Oblak (Eslovénia/ Benfica), Sime Vrsaljko (Croácia/ Génova), Mateo Kovacic (Croácia/ Inter), Alen Halilovic (Croácia/ Dinamo), Ante Rebic (Croácia/ Fiorentina), Marko Bakic (Montenegro/ Fiorentina) ou Marko Scepovic (Sérvia/ Olympiacos). E isto considerando que acima já se falou de Markovic, Djuricic, Nastasić, Badelj e Mitrovic.

    Cada povo lutou pela sua independência e ainda bem que o fez porque nem o seleccionador nem as páginas de caderneta de cromos teriam capacidade para gerir tanto talento junto.
    Aqui deixo uma sugestão de 23 possíveis convocados para uma fase final desta Jugoslávia’13:

Guarda-redes: Samir Handanovic, Asmir Begovic, Vladimir Stojković
Defesas: Branislav Ivanović, Darijo Srna, Neven Subotić, Matija Nastasić, Dejan Lovren, Aleksandar Kolarov, Ivan Strinic
Médios: Nemanja Matić, Luka Modrić, Miralem Pjanić, Ivan Rakitic, Goran Pandev, Zoran Tošić, Ljubomir Fejsa, Senad Lulić
Avançados: Edin Džeko, Mario Mandžukić, Lazar Markovic, Stevan Jovetić, Vedad Ibisevic
(9 sérvios, 6 croatas, 5 bósnios, 1 montenegrino, 1 macedónio e 1 esloveno)

                    Miguel Pontares

17 de outubro de 2013

Balanço Apuramento Mundial'14



    No dia 12 de Junho de 2014, na Arena de São Paulo, vai ter início o Mundial 2014 do Brasil. Após os jogos do dia de ontem ficámos já com uma boa "fotografia" de quem teremos na prova máxima de futebol internacional. Terminaram portanto os jogos da fase de grupos e tudo o que resta agora é esperar para que no próximo mês de Novembro fiquemos a saber em definitivo quais os 32 países com bilhete para o Brasil. 
    Neste momento falta jogar-se apenas a 2.ª mão do play-off africano e as duas mãos de vários confrontos: o que opõe o 5.º classificado da América do Sul (Uruguai) à equipa vencedora do play-off asiático (Jordânia); o 4.º classificado da fase de grupos final na América do Norte e Central (México) e o vencedor da Oceânia (Nova Zelândia) e, por fim, aguardaremos com muita expectativa - até porque Portugal está envolvido - o play-off europeu, os únicos duelos que ainda não são conhecidos mas que já no dia 21 de Outubro saberemos como vão emparelhar.


(EUR) Qualificados: Bélgica, Itália, Alemanha, Holanda, Suiça, Rússia, Bósnia, Inglaterra, Espanha



     Por essa Europa fora, passámos a conhecer os 9 magníficos.
    A Bélgica, vencedora do Grupo A, é a selecção que todos falam. A geração maravilha provou o seu valor ao conseguir finalmente marcar presença numa fase final - um mais que justo prémio para esta geração do outro mundo que está cá para durar. Incrível percurso sem derrotas e apenas com 4 golos sofridos (tal como Inglaterra, Grécia e Ucrânia e apenas batidos pelos 3 golos sofridos pela Espanha, mas em 8 jogos) com muito mérito para Courtois, guarda-redes totalista. A juntar-se ao guardião do Atlético Madrid, jogadores como Vertonghen, De Bruyne, Witsel, Hazard, Mirallas e Dembélé são indiscutíveis para Wilmots. A Croácia garantiu o play-off - uma selecção assídua e com muito valor mas ligeiramente underrated (gostávamos que não apanhasse Portugal, porque queríamos ver os croatas no Mundial), enquanto que a Sérvia e País de Gales (se bem carregados por Bale e Ramsey) poderão ser duas selecções interessantes para acompanhar rumo a França 2016.
    A Itália superiorizou-se com naturalidade no Grupo B, um grupo complicado e equilibrado. Três boas selecções - Itália, Dinamarca e República Checa - acompanhadas por uma Bulgária e uma surpreendente Arménia que não arredaram pé e que justificaram precisamente o pleno equilíbrio, a luta até à última jornada entre 4 equipas que guerrearam mas que se viram todas afastadas do play-off. Nem a vitória por 6-0 valeu a passagem à Dinamarca. Será interessante ver a gestão de Prandelli e, por exemplo, se Francesco Totti marcará presença no Mundial.
    Alemanha e Suécia proporcionaram verdadeiros espectáculos de futebol nos confrontos entre si no Grupo C. Na última jornada um incrível 5-3 com Schürrle a brilhar, enquanto que o 4-4 da primeira volta ficará na memória com a Suécia a empatar depois de estar a perder por 4-0 aos 56 minutos. A Alemanha continua a querer ganhar uma grande competição que confirme o valor desta geração em que o banco assusta (à imagem de Espanha e Bélgica, sobretudo) e foi quem marcou mais golos - 36 golos em 10 jogos. Acima dos 34 da Holanda, 31 de Inglaterra e 30 da Bósnia. Notável também a nuance táctica de Özil jogar a falso avançado. A Suécia conseguiu o 2.º posto com Ibrahimovic a ser a figura de proa, embora a Áustria (uma equipa a ter em conta na qualificação para o próximo europeu) tenha tido uma prestação muito interessante.
    Impressionante foi o percurso da Holanda no Grupo D. Foram buscar van Gaal - um treinador "resultadista" como Capello na Rússia - e os resultados foram imediatos. O estatuto não serve para ninguém ser convocado, 9 vitórias e 1 empate (registo igual à Alemanha) mas com o melhor goal average de todas as selecções. Destaque ainda para Robin van Persie que passou a ser o melhor marcador de sempre da Laranja Mecânica e o melhor desta qualificação europeia. Abaixo da Holanda, houve uma luta intensa entre Roménia, Hungria e Turquia - esperava-se mais da Turquia.
    Toda a gente sabia que o Grupo E era o "grupo da treta". A Suiça garantiu o primeiro lugar num grupo que provoca alguma confusão ao ver Polónia, Sérvia, Áustria ou Dinamarca fora do play-off. A Islândia foi uma surpresa interessante, com bons jogadores como Sigurdsson, Sigthórsson, Finnbogason, Gudmundsson e Gunnarsson.
    No nosso Grupo F toda a gente viu o que aconteceu. A Rússia, com o tal Capello "resultadista" - um treinador bastante adequado ao futebol e à mentalidade russa - cumpriu a sua parte e Portugal desiludiu por completo. Os velhos problemas do costume: o poderio empresarial do "seleccionador" Jorge Mendes, as convocatórias por lugar cativo e não por momentos de forma, o facto de um jogador "pequeno" só ser chamado ao chegar a um "grande" e o típico deixa andar português. Como sempre, vamos resolver as coisas à ultima, no play-off.
    A Bósnia foi a boa surpresa da qualificação. Num Grupo G incrivelmente bem disputado com a Grécia, passou justamente com 30 golos marcados (só Dzeko e Ibisevic reuniram entre si 18) e ia morrendo na praia, não fosse Begovic a segurar a presença no Mundial, em solo lituano. A Grécia continua igual a ela mesma, assegurou uma presença num play-off com 22 pontos mas com apenas 12 golos marcados. Menos golos marcados que, por exemplo, Polónia, Montenegro, Israel, Eslovénia, Áustria, Irlanda ou Hungria. O cinismo grego é tramado.
    A Inglaterra de Hodgson conseguiu a qualificação no Grupo H com um bom percurso. Hodgson é um treinador com o qual não simpatizamos mas ao menos tem o mérito de convocar sempre quem merece ser convocado (Lambert, Townsend, Barkley e Shelvey são exemplos de jogadores que se estrearam nesta qualificação). Trinta e um golos marcados, 4 sofridos, nada mau. Ainda há muito trabalho, é uma equipa em construção e precisa de estabilidade para ser um bom candidato no Mundial. Para além disso, grande percurso da Ucrânia, a fechar com uma goleada de 8-0.
    No último grupo, o Grupo I, que continha Espanha e França, passaram nuestros hermanos com a sua lição bem estudada (demais) e se calhar também por isso com pouca atractividade e a conseguir apenas 14 golos em 8 jogos. A França ficou 3 pontos atrás e, sendo uma equipa também em construção, é uma das selecções que ninguém dos cabeças-de-série que apanhar no play-off.

    Segue-se agora o Play-Off europeu. O sorteio será realizado no próximo dia 21 de Outubro e Portugal é a selecção mais bem cotada no ranking, mesmo tendo descido 3 lugares (14º). Assim sendo, a Selecção das Quinas será cabeça de série juntamente com Grécia (15º), Croácia (18º) e Ucrânia (20º). No segundo pote estarão França (21º), Suécia (25º), Roménia (29º) e Islândia (45º). Tendo em conta algumas "manhas" da FIFA, os jogos poderão ser acessíveis para as equipas que, supostamente, darão mais ao Mundial. Um Portugal-Roménia, Grécia-Islândia, Ucrânia-França e deixando um jogo equilibrado entre duas boas selecções num Croácia-Suécia. Obviamente que o sorteio trará uma "bomba" se colocar Portugal e França frente a frente. Será uma pena para o Campeonato do Mundo se isso acontecer.


(AMS) Qualificados: Brasil (organizador), Argentina, Colômbia, Chile, Equador



    Com o Brasil já apurado por ser organizador, abriu-se o sonho a outra selecção sul americana de jogar o Campeonato do Mundo. Contudo, tivemos algumas surpresas no apuramento. O Paraguai, que costuma ser uma selecção assídua no Mundial, ficou em último lugar do grupo ficando obviamente de fora. Já a Selecção da Colômbia correspondeu às expectativas do seu plantel e passou em segundo lugar, mesmo atrás da Argentina. O Chile agarrou mais uma vez o passaporte figurando no 3º lugar do grupo e o Equador voltou às grandes competições deixando um forte candidato do Mundial 2014 para trás. O Uruguai desiludiu tendo em conta o que tem feito actualmente e está então obrigado a disputar um Play-Off intercontinental contra a Jordânia. Só se algo muito estranho acontecer é que Suarez, Cavani e companhia não vão ao Brasil.



(ASI) Qualificados: Japão, Coreia do Sul, Irão, Austrália




    Na qualificação asiática, o Japão e o Irão de Carlos Queiroz terminaram os 2 grupos em 1.º lugar. Se o Japão é provavelmente a selecção asiática mais forte (nem os japoneses parecem ter bem a noção do potencial técnico que têm), Queiroz foi obreiro de uma boa surpresa, deixando a Coreia do Sul em segundo lugar. A Austrália - sim, todos os australianos têm os "olhos em bico" - conseguiu também um lugar e foi pena sobretudo ver o Usbequistão morrer nos penalties do play-off final depois de uma excelente caminhada. Assim, será a Jordânia a defrontar Suárez, Cavani e companhia numa disputa intercontinental.




(AMC) Qualificados: EUA, Costa Rica, Honduras



    Na América do Norte e Central os EUA cumpriram e lideraram o grupo na 3.ª fase de grupos. Os dois lugares a seguir foram ocupados por Costa Rica e Honduras, deixando o México como uma das grandes desilusões da qualificação para o Mundial 2014. Em todo o caso, ainda resta uma oportunidade. Os mexicanos serão favoritos frente à Nova Zelândia, que vai dar tudo em cada um dos 2 jogos.


(AFR) Qualificados: N/A



    No continente Africano as coisas são um pouco diferentes. De 52 selecções iniciais, são apuradas 40 para a fase de grupos. Contudo, dessas 40 nenhuma passa de imediato. Assim sendo, todas as selecções africanas que ficarem em 1º lugar disputarão um Play-Off de acesso ao Mundial. Das equipas que asseguraram o primeiro lugar, estão bem posicionadas para o apuramento o Gana - após ter vencido surpreendentemente o Egipto por 6-1 -, a Costa do Marfim - que bateu o Senegal por 3-1 - e ainda a Nigéria que foi a terras etíopes vencer por 2-1. Avizinham-se ainda bons encontros entre Burkina Faso e Argélia e ainda entre Tunísia e Camarões.


(OCE) Qualificados: N/A



    Na Oceania também tudo é um pouco diferente porque nenhuma nação passa automaticamente. Das várias ilhas, só 4 disputam o grupo final. Desse grupo, a Nova Zelândia é a selecção que se destaca pois a Austrália "pertence" à Ásia no mundo do futebol. A Nova Zelândia voltou a liderar o grupo com a Nova Caledónia a morder os calcanhares, mas ainda tem que disputar um Play-Off intercontinental contra o 4º classificado da América do Norte, Central e Caraíbas - neste caso, o México. Adivinha-se uma passagem tranquila do México se voltarem a apresentar o bom futebol que tanto lhes é característico. Caso contrário, a Nova Zelândia fará de tudo para assegurar o seu passaporte rumo ao Rio.