30 de janeiro de 2012

Cavaco e a sua Reforma

Pensavas que escapavas da nossa guilhotina, não era Cavaco? Mas não. Tomei foi a liberdade de te escrever um poema com a minha pena e a minha tinta. Ora aqui vai:

A Reforma do Cavalo Silva

Era uma vez um cavalo, que sabia poupar
Enamorado por Maria, com quem partilhava o Lar.
De calculadora na mão um dia concluiu
Que a reforma menos as despesas dava um enorme vazio.

Mil e trezentos euros mensais da Caixa de Aposentações,
Tomara a tantos nós também poder com notas coçar os c******.
E porque fica feio escrever asneiras em poemas,
Peço desculpa senhor leitor, não volto a entrar nesses esquemas.

Voltando ao cavalo, ele tinha despesas até ao infinito e mais além,
Daí se ter queixado sem olhar a quem.
A verdade é que aos 1300 ainda se somam uns 7000 e tal,
O que faz com que tudo isto seja gozar com Portugal.

Cavalo, cavalo, eu até gosto de ti,
Mas quando te ouço dizer:
“Tudo somado é capaz de não dar para pagar as despesas”
Podes crer que mais vale ouvir cantar o Luís Represas.

O que vale ao Cavalo é que no seu estábulo sempre poupou,
Mas nestas palavras desiludiu quem nele votou.
Vê lá agora se medes as palavras,
Porque neste cantinho ibérico as almas não gostam de se sentir escravas.

MP


 - Cavaco declarou ao Tribunal Constitucional, em Dezembro passado, que os seus rendimentos relativos a 2009 eram de 142 375,70 euros por trabalho dependente (Presidência) e 140 601,81 euros de pensões (Banco de Portugal e Universidade Nova). Abdicando, com as medidas de austeridade, do seu salário enquanto Chefe de Estado em prol da sua reforma. Acabou mesmo por “largar” o seu ordenado que afectado pela austeridade seria de “apenas” 6523€ (com os cortes já feitos) mas para ter a sua reforma (que segundo consta está no valor de 10.000€ mensais) -

Nota 1: assumo-me politicamente de direita e sei ver que as palavras de Cavaco querem dizer várias coisas: estamos perante um homem que sempre soube poupar e que quem poupa consegue viver melhor; estamos perante um homem que nunca teve muito jeito para falar; estamos perante um estado social que não serve para nada, e o próprio presidente assume-o, embora não directamente; Cavaco tem bastantes despesas - manutenção semanal do seu queixo, cirurgia mensal para tentativa de remoção do pedaço de bolo que tem preso na garganta e que o faz ter aquela voz ou o polimento do seu busto (esta expressão presta-se a interpretações nojentas, mas o objectivo era apenas equipará-lo a um monumento... isto ainda foi mais nojento agora).

Nota 2: A expressão “Cavalo Silva” não tem maldade da minha parte. Respeito Cavaco como figura política, reconhecendo que nestas suas palavras esteve infeliz, como Marcelo Rebelo de Sousa bem comentou. A opção pela expressão “Cavalo Silva” deve-se ao facto de ser o modo como a minha namorada lhe chamava quando era pequenina e não sabia dizer bem algumas coisas (Não! Eu não a conheço desde essa altura, que horror! Isso seria demasiado querido e insuportável. É apenas um mito que ela me conta). E tem piada se verbalizarem alto: Cavalo Silva. 

1 comentários:

  1. Adorei o poema. Vou agora ler o resto, mas o poema está excelente, e a imagem fala por si... Continuem!

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