16 de janeiro de 2012

And the Golden Globes went to ...

Ao que eu cheguei: informo sobre coisas às 6h da manhã. Das duas uma: ou sou um vampiro ou então sou viciado no vaporetto titano, vibro plate e em todo o tipo de produtos apresentados nas televendas.

A 69ª cerimónia de entrega dos Globos de Ouro teve 2 grandes vencedores - The Artist (3 globos de ouro) e The Descendants (2 globos de ouro). The Descendants, pela maior importância dos globos que venceu, pode ser considerando em certo modo o vencedor da noite. Nos Óscares talvez a conversa seja outra. Para quem gosta de coisas muito sucintas, já tem a informação que chegue.

           O primeiro destaque da noite foi mesmo o inevitável Ricky Gervais. O apresentador e comediante britânico manteve o seu nível habitual, com um excelente monólogo de abertura, e grandes momentos visando Colin Firth, Elton John e, sobretudo, Madonna. A frase "I Don't Care" traduz bem todo o ser que ele é, sempre acompanhado pelo seu copinho.
           Mas passando ao cerne da questão, desta noite saíram mais reputados George Clooney (pela suposta performance da carreira, verdade seja dita que o melhor papel dele acho que até agora é nos anúncios do Nespresso), Meryl Streep (que dividia apostas com Viola Davis e acabou por ganhar este braço de ferro com o seu papel em "A Dama de Ferro"), The Descendants enquanto filme na categoria de Drama, The Artist na categoria Comédia/ Musical e, como melhor realizador, Martin Scorsese. Podendo desempatar entre Payne e Hazanavicius, prefiram optar por um realizador mais conhecido, deixando o desempate para os Óscares da Academia. De certa forma, não se pode concluir que houve nenhum vencedor de forma esmagadora. Acabaram por distribuir o bem pelas aldeias - Meryl Streep ficou feliz, Hugo teve o melhor realizador, Woody Allen obteve (e bem) o globo de ouro pelo melhor argumento e The Help conseguiu a melhor actriz secundária (nos Óscares talvez Viola Davis se sobreponha à "Dama de ferro" como actriz principal).
            A nível de televisão, quem saiu a ganhar foi claramente a série Homeland (melhor série dramática e melhor actriz) e Modern Family venceu mais uma vez enquanto série de comédia.

Cinema
Melhor Filme Drama - The Descendants
Melhor Filme Comédia/ Musical - The Artist
Melhor Realizador - Martin Scorsese (Hugo)
Melhor Actor Drama - George Clooney (The Descendants)
Melhor Actriz Drama - Meryl Streep (The Iron Lady)
Melhor Actor Comédia/ Musical - Jean Dujardin (The Artist)
Melhor Actriz Comédia/ Musical - Michelle Williams (My Week with Marilyn)
Melhor Actor Secundário - Christopher Plummer (Beginners)
Melhor Actriz Secundária - Octavia Spencer (The Help)
Melhor Argumento - Midnight in Paris
Melhor Filme de Animação - The Adventures of Tintin
Melhor Banda Sonora - The Artist
Melhor Canção - Masterpiece (W.E.)
Melhor Filme Estrangeiro - A Separation (Irão)

TV
Melhor Série Drama - Homeland
Melhor Série Comédia/ Musical - Modern Family
Melhor Mini-série/ Tele filme - Downton Abbey
Melhor Actriz Série Drama - Claire Danes (Homeland)
Melhor Actor Série Drama - Kelsey Grammer (Boss)
Melhor Actriz Série Comédia/ Musical - Laura Dern (Enlightened)
Melhor Actor Série Comédia/ Musical - Matt LeBlanc (Episodes)
Melhor Actriz Secundária Série/ Mini-série/ Tele-filme - Jessica Lange (American Horror Story)
Melhor Actor Secundário Série/ Mini-série/ Tele-filme - Peter Dinklage (Game of Thrones)
Melhor Actriz Mini-série/ Tele-filme - Kate Winslet (Mildred Pierce)
Melhor Actor Mini-série/ Tele-filme - Idris Elba (Luther)

          Já que Clooney deverá ganhar este ano o óscar de melhor actor, sugiro-lhe que diga apenas ao vencer "The Descendants... What else?!". É que todos os vencedores têm sempre tanto problema na hora de agradecer. A primeira questão que eu e TM comentámos foi: se eles são actores, porque é que ao chegarem ao palco não decidem desempenhar o papel de um homem/ mulher extremamente confiante e deixar o nervosismo de parte? Quando se é um iraniano acabado de ganhar o melhor filme estrangeiro (a chamada notícia bombástica), ou um anão (como Peter Dinklage, melhor actor secundário numa série) é normal ficar-se nervoso.. Quando se é actor, tendo em conta que supostamente eles são bons, não faz sentido. Outra coisa interessante é a preparação que fazem do discurso e a sua duração. Como espectador, se eles vão falar muito, prefiro que apareçam com um papel na mão porque isso implica um texto escrito e isso implica um fim. E isso significa alívio. Quando eles divagam, nunca se sabe quando vão acabar. E aí, entra em cena quem? O piano. O piano começa a tocar quando os vencedores se estão a alongar no seu discurso, como que a dizer "Okkk, esta é a tua deixa..". É um pouco como quando estamos nos hipermercados e há aquela zona na qual o próprio cliente pode passar os seus produtos no código de barras e pagar. No fundo, o momento em que todos nós fazemos a nossa formação enquanto caixa de supermercado. Acontece muitas vezes a pessoa que está à nossa frente fazer questão de inspeccionar 5 vezes cada produto em busca do código de barras e nunca saber como pagar. Para essas pessoas, devia haver um piano que as acelerasse. 
         Enfim, Madonna subiu ao palco para agradecer um globo de ouro. O que nunca é um bom sinal dos tempos.
PS: Come Angelina Jolie. Não estou a indicar para que o/a leitor coma a Angelina Jolie. Vou reformular a frase: Come, Angelina Jolie. Assim sim, uma rapariga quer-se com alguma chicha para agarrar, portanto vai tratar de não comer só sementes, se faz favor. E agora vou fazer uma piada sobre o Sporting, reparem bem. Depois do jogo de hoje, é bem possível que o Sporting precise de "The Help" porque se todos os jogos deixarem alguém ser um "Hugo" Viana, o Bojinov continuar a mostrar que um "The Artist" nunca será e a defesa leonina se mantiver como um conjunto de "Beginners", então esta época será mais uma vez uma: Portuguese "...Horror Story". E não haverá "The Descendants" leoninos nos próximos anos. Isto é o tipo de humor que uma pessoa consegue produzir às 6 da manhã. MP

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