15 de janeiro de 2012

A Caminho dos Óscares 2012

Hoje falo-vos de 2 filmes que estão neste momento em cartaz, num Vasco da Gama, por exemplo. À partida estarão ambos, no fim de Fevereiro, presentes na cerimónia dos Óscares. Diferenciando-se, porém, pelo facto de Tinker, Tailor, Soldier, Spy (A Toupeira) apenas dever contar duas nomeações (Melhor Argumento Adaptado e Melhor Direcção Artística), enquanto que Moneyball contará com umas 5 (Melhor Actor Principal, Melhor Actor Secundário, Melhor Argumento Adaptado, Melhor Cinematografia e Melhor Edição de Imagem). Se é justo? Não me parece. Mas este ano os filmes não andam a nivelar propriamente por cima (tenho curiosidade de ver o que valem The Artist, Hugo, The Girl with the Dragon Tattoo, The Descendants e Shame).
No entanto, isto são apenas previsões. Dia 24 de Janeiro, são anunciados os nomeados.

Moneyball
Realizador: Bennett Miller
Argumento:
Steven Zaillian, Aaron Sorkin, Stan Chervin, Michael Lewis
Elenco:
Brad Pitt, Jonah Hill, Philip Seymour Hoffman
Classificação IMDb:
7.8

Todos os anos há filmes sobrevalorizados. Considerando que a Academia é norte-americana, compreende-se por exemplo a vitória de “The Hurt Locker” há uns anos (filme com valor mas com uma vitória politicamente conveniente), e neste caso Moneyball ganha sentido enquanto nomeado apenas pelo facto de o baseball ser um desporto tipicamente norte-americano. A nível de sinopse, o filme baseia-se em factos verídicos e conta a história de Billy Beane (Brad Pitt), director-geral dos Oakland Athletics, que vendo os melhores jogadores da sua equipa a rumarem a equipas com maior reputação e budget, opta por revolucionar o mundo do baseball. Tendo um orçamento reduzido para reestruturar um plantel, Beane contrata Peter Brand (Jonah Hill) como seu assistente e juntos procuram contratar um plantel “economicamente suportável” através da análise computadorizada das estatísticas de todos os jogadores. A nível de realização, Bennett Miller não parecer ter procurado dar grande ênfase às prestações dos actores, que de facto não são nada do outro mundo (apesar das nomeações para os Globos de Ouro e da nomeação que Brad Pitt terá com certeza para melhor actor principal, nos Óscares). Faz-me alguma confusão perceber que Brad Pitt será nomeado para um Óscar com este papel, não tendo sido, por exemplo, por Fightclub onde desempenhando o papel de Tyler Durden teve, para mim, o melhor papel dos filmes que eu já vi. Zaillian e Sorkin, argumentistas de A Lista de Schindler e A Rede Social respectivamente, ficam também bastante abaixo de trabalhos anteriores. O filme é semelhante a tantos do género desportivo, da caminhada duma humilde e desacreditada equipa rumo ao sucesso, o que o banaliza um pouco aos meus olhos. The Damned United, por exemplo, é um filme melhor e também baseado na realidade. Em suma, um filme que entretém, mas que a meu ver não merecia figurar nos melhores do ano. Se Brad Pitt será claramente nomeado, considerando que ainda não se sabe o número de filmes que serão nomeados, supõe-se que se forem apenas 5 Moneyball ficará de fora, mas se forem 6 já estará incluído. Noutras categorias, espera-se que Moneyball conte ainda com as nomeações de Jonah Hill para Melhor Actor Secundário, e do filme nas categorias de Melhor Argumento Adaptado (a reputação dos argumentistas deve contar muito para quem vota) e em duas vertentes técnicas: Melhor Cinematografia e Melhor Edição de Imagem.

Tinker, Tailor, Soldier, Spy
Realizador: Tomas Alfredson
Argumento:
Bridget O’Connor, Peter Straughan, John le Carré
Elenco:
Gary Oldman, Colin Firth, Mark Strong, Tom Hardy, Benedict Cumberbatch
Classificação IMDb:
7.6


Um filme que reúna Gary Oldman, Colin Firth e Tom Hardy é, à priori, um filme que garante expectativas elevadas. Tinker, Tailor, Soldier, Spy ou, em português, A Toupeira, é um filme interessante, que exige alguma paciência do espectador nos primeiros 20min mas que com o suspense que o envolve acaba por captar a atenção até ao fim. Resumindo o filme, a acção passa-se durante a Guerra Fria, e centra-se no agente secreto George Smiley (Gary Oldman, o Sirius Black de Harry Potter) que é obrigado a reformar-se para investigar a possibilidade de existir uma “toupeira” ou agente infiltrado soviético no topo da hierarquia dos serviços secretos britânicos, basicamente, no seu núcleo próximo de “camaradas”. O realizador sueco Tomas Alfredson apostou num desenrolar muito lento da acção no início do filme, o que irrita um pouco o espectador, mas a “trama” desenvolve-se depois a bom ritmo, com voltefaces e deixando-nos a suspeitar de todos os intervenientes. Um pouco um “Quem é Quem” mas jogado com actores. A nível de Óscares, Gary Oldman deverá ficar “à porta” duma nomeação para melhor actor, e o filme deverá contabilizar apenas duas nomeações – Melhor Argumento Adaptado e Melhor Direcção Artística. MP

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