Balanço Final - Liga NOS 18/ 19

A análise detalhada ao campeonato em que houve um antes e um depois de Bruno Lage. Em 2018/ 2019 houve Reconquista.

Prémios BPF Liga NOS 2018/ 19

Portugal viu um médio carregar sozinho o Sporting, assistiu ao nascer de um prodígio, ao renascer de um suiço, sagrando-se campeão quem teve um maestro e um velocista.

Balanço Final - Premier League 18/ 19

Na melhor Liga do mundo, foram 98 contra 97 pontos. Entre citizens e reds, entre Bernardo Silva e van Dijk, ninguém merecia perder.

Os Filmes mais Aguardados de 2019

Em 2019, Scorsese reúne a velha guarda toda, Brad Pitt será duplo de Leonardo DiCaprio, Greta Gerwig comanda um elenco feminino de luxo, Waititi será Hitler, e Joaquin Phoenix enlouquecerá debaixo da maquilhagem já usada por Nicholson ou Ledger.

21 Novas Séries a Não Perder em 2019

Renasce The Twilight Zone, Ryan Murphy muda-se para a Netflix, o Disney+ arranca com uma série Star Wars e há ainda projectos de topo na HBO e no FX.

15 de junho de 2012

Euro 2012: Ucrânia-França | Suécia-Inglaterra

Puumbaa, acabou a 2ª jornada do Euro 2012. Equipas qualificadas? Zero. Equipas eliminadas? Duas. Depois dontem termos visto os duendes irlandeses à procura dum árco-irís para descobrirem 1 ponto contra Espanha, hoje assistimos ao Adeus da Suécia num frenético jogo contra Inglaterra. Antes disso, diz-se que esteve de chuva. Diz-se...

Ucrânia 0 - 2 França

     Uma pessoa chega a casa feliz para ver um jogo do Euro... e adiam o jogo! Isto não se faz... Ah e tal estava a chover... E então? Cambada de maricas, pá... Mas é verdade. O jogo foi interrompido e só recomeçou passado perto de uma hora. Depois de ventos e trovões lá se jogou a primeira parte deste Ucrânia-França. E foi má. Tão má que chegaram pessoas a adormecer no estádio mesmo à chuva. A França optava por um jogo mais "mastigado", mais molenga. A Ucrânia um jogo bastante mais objectivo procurando meter a bola no ataque o mais rápido possível. Só houveram 3 oportunidades de golo dignas de serem mencionadas. Uma de Menez que tinha obrigação de marcar após passe atrasado de Benzema (excelente mancha de Pyatov). Outra por parte de Shevchenko que rematou mal pôde aquecendo as mãos ao capitão Lloris. Por fim, um cabeceamento de Mexès ao ângulo dando origem a mais uma boa defesa do guardião ucraniano. E pronto. Acabou a primeira parte... Aposto que a meio do texto passaram os olhos pelas brasas... é normal.
    Na segunda metade foi um pouco diferente. Os champignons continuaram a trocar a bola mas tornaram-se mais rápidos e agressivos no ataque. Os Shevchenkos continuavam à espera do erro do adversário para depois atacar com tudo com a ajuda do "bruah" das bancadas. E foram eles mesmo os primeiros a criar perigo. Por quem? Pelo André, quem mais podia ser? Shevchenko mandou um patardo de força apenas um pouco acima do ângulo da baliza. Dava um belo golo. Contudo, logo a seguir surge o golo. Os champignons foram com tudo para cima dos ucranianos, Ribery correu toda a ala esquerda, passou para Benzema, o avançado francês deu para Jeremy Menez e o Jeremias flectiu para dentro e rematou de pé esquerdo. Boa jogada e bom golo dos gauleses. Mas o sonho da equipa anfitriã acabaria por levar outra martelada 3 minutos depois. Benzema trabalhou bem sobre 3 adversários, descobriu Cabaye à entrada da área, o médio gaulês recebeu e já dentro dela desferiu um remate cruzado batendo pela segunda vez Pyatov. Os dois golos sofridos repentinamente destruíram animicamente a equipa de Blokhin que se rendeu de vez à França. Os franceses continuaram os seus passes rápidos e curtos baralhando por completo os ucranianos. De destacar ainda um grande remate de Cabaye ao poste que, se entrasse, era o culminar da melhor forma de uma grande jogada.
    Não foi uma partida agradável. Sobretudo o primeiro tempo que teve mesmo nota negativa para o amante do futebol. A segunda foi mais agradável e teve bons pormenores da equipa francesa e entrega dos ucranianos. De facto há que salientar o espírito guerreiro destes jogadores. Bem merecem. Ainda não está tudo perdido. Se ganharem à Inglaterra poderão passar. E pelo que já vimos deste Euro, tudo é possível. Os destaques vão para Pyatov - foi enorme nas suas saídas. Grandes reflexos. Devic, que mexeu com o ataque da sua equipa na segunda parte ajudando mais Shevchenko. Do lado da França, Cabaye e Nasri foram uns maestros, embora o primeiro mereça mais destaque. Menez e Ribery foram uns quebra-cabeças constante para a defesa adversária. Por fim, Benzema não foi tanto um matador, mas sim mais jogador de equipa. Ajudou a construir os ataques coroando a sua exibição com duas assistências. A França fica assim mais perto da qualificação mas ainda nada está decidido. A Ucrânia ainda tem uma palavra a dizer.

Ficha de jogo
Ucrânia: Pyatov; Gusev, Mikhalik, Khacheridi, Selin; Tymoshchuk, Nazarenko (Milevskiy), Yarmolenko (Aliev), Konoplyanka; Voronin (Devic), Shevchenko. 
França: Lloris; Debuchy, Rami, Mexès, Clichy; A.Diarra, Cabaye (M'Vila), Ménez (Martin), Nasri, Ribéry, Benzema (Giroud).
Golos: 0-1 53' Ménez; 0-2 56' Cabaye.
Destaques: Pyatov, Devic; Cabaye, Ménez, Nasri, Ribéry, Benzema.
"Barba Por Fazer" do Jogo: Yohan Cabaye (França)



Suécia 2 – 3 Inglaterra

E que boa maneira de acabar a 2ª jornada, han? O Suécia-Inglaterra teve de tudo. Começou uma equipa a ganhar, passou a outra para a frente, e voltou a equipa da Kate Middleton para a frente. O volte-face até se deu nos autores dos golos. Mellberg achou a dada altura que tinha feito o (provavelmente) primeiro bis da carreira, mas no final do jogo só tinha um golo.
    Ora bem, para o jogo de hoje o velho Hodgson surpreendeu ao incluir Andy Carroll na frente de ataque. Na Suécia muito se falou durante os últimos dias dos problemas de balneário com uma suposta revolta de vários elementos contra o capitão Zlatan Ibrahimovic.
    O jogo começou e a Inglaterra parecia demorar a assumir o jogo. Muitas perdas de bola a meio-campo, nenhuma equipa a conseguir construir e sair a jogar com qualidade mas, devagar devagarinho, os ingleses lá foram subindo a montanha sueca. Aos 23 minutos a bola estava nos pés de Steven Gerrard, o médio inglês olhou para a área, cruzou como tão bem sabe e Andy Carroll através do seu bom jogo de cabeça, fez o primeiro golo do jogo. Da primeira parte pouco mais se conta. A Inglaterra ia tendo mais bola, apesar de não ter um fio de jogo bem definido e a Suécia procurava sair em contra-ataques conduzidos por Ibrahimovic, que normalmente acabavam em boas saídas de Joe Hart.
    A segunda parte iniciou-se e rapidamente a Suécia empatou o jogo. Ibra rematou num livre, rematou de novo na recarga do seu livre, a bola foi parar ao central Mellberg e o que é que ele fez? Rematou bem, só que o Hart defendeu. A bola ia para fora mas Glen Johnson optou por colocar sua pança no caminho da bola, fazendo assim um auto-golo. Sorte para a Suécia, azar para a Inglaterra. A Suécia voltava a acreditar e deixava de estar eliminada do Euro, o jogo começou a ficar durinho, muito batalhado a meio-campo e com ligeiro ascendente sueco e foi então que, aos 59 minutos, após um livre marcado da melhor forma por Sebastian Larsson, Mellberg marcou. Desta vez foi mesmo ele, sem margem para dúvidas. Assim são os suecos… Viram-se com a corda na garganta e decidiram passar a batata quente para Inglaterra. O jogo já há muito pedia Walcott e ele acabou mesmo por entrar. E mudou o jogo. 3 minutos depois de ter entrado, sobrou para ele uma bola à entrada da área e o extremo do Arsenal rematou forte. Isaksson não viu a bola partir (vamos acreditar nisso), mas em todo o caso mandou um franganote. A partir daí o jogo esteve até ao fim sempre bastante aberto, parecendo mais um jogo de pingue-pongue. Hart fez uma grande defesa a remate de Ibrahimovic, Isaksson já tinha feito também duas enormes defesas e, foi até num período onde a Suécia parecia mais forte que a mota inglesa decidiu voltar a aparecer no jogo. Walcott, a mota, acelerou, deixando os defesas suecos para trás em sua lambreta, cruzou e Welbeck de calcanhar fez o 3-2, num golo engraçadinho. Até final mais do mesmo, com um jogo disputado mas menos racional e, não fosse Gerrard ter sido egoísta (tirando o golo a Chamberlain) e Isaksson ter feito uma grande defesa, o jogo teria mesmo acabado com um 4-2.
    A Suécia que tínhamos apontado como uma das possíveis surpresas deste Euro 2012 foi de facto uma surpresa. Para quem? Para nós. O jogo de hoje, no entanto, faz com que a Suécia deixe uma melhor imagem neste Euro, interessando ainda o seu resultado da última jornada (França-Suécia) para se decidir quem segue para os quartos entre França, Inglaterra e Ucrânia.
    Quanto à Inglaterra, depende apenas de si para seguir em frente e no próximo jogo contará já com Wayne Rooney. Parece-nos que seria importante para a Inglaterra iniciar o jogo com alas puros (Walcott e Young), com a dupla do United na frente Welbeck-Rooney. Inglaterra e França quererão ganhar na última jornada e os golos marcados poderão ter especial importância porque, assumindo que a Espanha consegue ficar em 1º no grupo, ninguém quererá apanhar os pequenos comandados de Del Bosque.

Ficha de jogo
Suécia: Isaksson; Granqvist (Lustig), Mellberg, J.Olsson, M,Olsson; Elm (Wilhelmsson), Källström, Svensson, S.Larsson; Ibrahimovic, Elmander (Rosenberg).
Inglaterra: Hart; G.Johnson, Terry, Lescott, A.Cole; Parker, Gerrard, Milner (Walcott), Young; Welbeck (Oxlade-Chamberlain), Carroll.
Golos: 0-1 23’ Carroll; 1-1 49’ G.Johnson a.g.; 2-1 59’ Mellberg; 2-2 64’ Walcott; 2-3 78’ Welbeck
Destaques: Isaksson, Mellberg, S.Larsson; Gerrard, Welbeck, Carroll, Walcott.
"Barba Por Fazer" do Jogo: Theo Walcott (Inglaterra)


MP. TM.

Euro 2012: Itália-Croácia | Espanha-Irlanda

Acabado mais um dia de Euro 2012 (o 7º dia de competição), já vamos com mais de metade de fase de grupos decorrida e ainda nenhuma equipa conseguiu garantir a qualificação para os quartos-de-final. O dia de jogo começou com um interessante Itália-Croácia, muito disputado e com duas partes totalmente distintas e fechou com um tiki-taka espanhol frente aos Ron Weasley's, que apesar de terem levado 4 batatas, entregaram-se sempre ao jogo da melhor maneira, quer os jogadores, quer os adeptos.

Itália 1 - 1 Croácia

     Mais um jogo da Itália, mais um empate a uma bola. São sempre muito comedidos estes italianos.  Não foi tão batalhado como o Espanha-Itália, mas assistiu-se mais uma vez a um bom jogo neste Grupo C. Antevendo o jogo de hoje julgámos que ambas as equipas iriam fazer uma ou outra alteração nos onzes inicias e sobretudo nas abordagens tácticas. No entanto, nem Prandelli nem Bilic acharam isso necessário. Com a manutenção dos esquemas de jogo a Itália conseguiu controlar a primeira parte toda, pela superioridade na zona central do campo onde Motta-Pirlo-Marchisio conseguiam construir sempre de forma mais capaz do que o buraco que se gerava (e que julgávamos que seria compensado logo à partida) entre Vukojevic e Modric. Uma coisa é jogar com a Irlanda, crotas, outra coisa é jogar com a Itália. Cedo se percebeu porém uma nuance interessante, Bilic dera ordens claras a Mandzukic e Jelavic para sistematicamente pressionarem Pirlo e não o deixarem produzir o jogo italiano a partir de trás. Pirlo soltou-se e o futebol italiano começou a surgir - Balotelli ameaçou a baliza de Pletikosa várias vezes, os croatas saíam várias vezes em contra-ataques relativamente perigosos e depois começou a aparecer Claudio Marchisio. O médio da Juventus fez primeiro um excelente remate de longe e depois, num lance em que sentou um defesa croata, acabou por ver Pletikosa negar-lhe o golo por 2 vezes. Até que aos 39 minutos Pirlo teve um livre directo descaído para o lado esquerdo. Marcou-o de forma exímia (1º golo de livre directo do Euro 2012) e pôs a Itália na frente do marcador, o que face ao que se jogara até então era justo.
    No recomeço do jogo parecia que teríamos mais do mesmo. A Itália avançava em bloco, assistia-se a sistemáticas (boas) subidas de Maggio pela direita e até Bonucci levando a bola com classe, sempre consciente que estava salvaguardado por De Rossi e Chiellini atrás e a Croácia continuava com um buraco a meio-campo, só conseguindo aparecer no jogo pelas subidas dos laterais Strinic e Srna. Até que finalmente... Bilic percebeu que tinha que descair Rakitic para a zona central, ajudando a ligar Vukojevic e Modric. E aí, a Croácia começou gradualmente a criar perigo. Modric começava, agora mais solto, a procurar a baliza e os 2 avançados, a Croácia subia no terreno de jogo mas os tagliatelles continuavam a defender bem e a evitar que Mandzukic e Jelavic criassem perigo. Bilic foi mais uma vez inteligente, retirou Perisic e colocou Pranjic, ganhou mais músculo no seu meio-campo e, poucos minutos depois, em mais uma das inúmeras subidas de Strinic (que nem um Coentrão) o lateral cruzou e Mandzukic, quem mais, após dominar a bola rematou sem hipóteses para Buffon, que com certeza ficou a bufar após o golo sofrido. Até final do encontro viu-se mais Croácia, excepto nos 5 minutos finais, onde a Itália procurou vencer o jogo, mas sem conseguir criar perigo.
    A Croácia, que tínhamos antecipado que podia muito bem ser uma das surpresas deste Euro 2012 (mas nós também antecipámos muita coisa que saiu furada) soma assim 4 pontos e na última jornada recebe a Espanha. Quanto à Itália, dois resultados de 1-1, soma 2 pontos, e para chegar a esses 5 pontos terá que vencer a Irlanda dum italiano, Giovanni Trapattoni.
    Mario Mandzukic fez o 3º golo neste europeu, juntando-se a Mario Gomez e Dzagoev, os laterais croatas (Strinic e Srna) constituem neste momento a dupla de laterais mais consistente ofensivamente neste Euro e Modric continua a ser o elemento de maior relevo nesta equipa, pelo toque de bola que tem. Rakitic acabou hoje por ser também peça-chave do jogo. Na Itália, Pirlo continua a mostrar que está numa forma tremenda, Maggio deu profundidade e seria interessante vê-lo com menos obrigações defensivas e os centrais Bonucci e Chiellini (hoje não tanto De Rosssi que tinha sido o destaque frente à Espanha) estiveram bem, apesar do golo sofrido. Tínhamos ainda curiosidade de ver como resultaria a dupla Balotelli-Di Natale, que ainda nunca estiveram juntos em campo neste Euro 2012.

Ficha de jogo
Itália: Buffon; Chiellini, Bonucci, De Rossi; Maggio, T.Motta (Montolivo), Pirlo, Marchisio, Giaccherini; Cassano (Giovinco), Balotelli (Di Natale). 
Croácia: Pletikosa; Srna, Corluka, Schildenfeld, Strinic; Vukojevic, Modric, Rakitic, Perisic (Pranjic); Mandzukic (Kranjcar), Jelavic (Eduardo).
Golos: 1-0 39' Pirlo; 1-1 72' Mandzukic.
Destaques: Chiellini, Bonucci, Maggio, Pirlo; Srna, Strinic, Modric, Rakitic, Mandzukic.
"Barba Por Fazer" do Jogo: Mario Mandzukic (Croácia)




Espanha 4 - 0 Irlanda

    Que tareia que foi este jogo... Um massacre hispânico que podia ter contornos ainda mais demolidores. 4 batatas engolidas a seco... Vá, como se trata da Irlanda é capaz de terem sido engolidas com uns bons litros de cerveja. O primeiro lance de perigo foi de Cox (deve ser estranho para is ingleses dizerem seu nome...), obrigando Casillas a uma defesa apertada. Depois disso, o Iker deve ter-se deitado no chão a apreciar a troca de bola dos seus colegas mágicos. O golo da Espanha surgiu logo aos 4 minutos por intermédio de... Fernando Torres. Quem diria? Eu não diria, certamente. David Silva tentou perfurar a defesa, foi desarmado, mas Torres recuperou a bola, lançou-se todo louco e marcou um bom golo. Começo a desconfiar que ele trocou de poderes com o Ronaldo... Começava o festival e o carrossel dos hispânicos. Às tantas, os irlandeses quase pareciam touros atrás da bola e os espanhóis autênticos toureiros... Com todo o devido respeito aos Ron Wesleys. O Fernando estava louco e quase marcou numa jogada fenomenal. Xavi fez um passe magistral para Arbeloa, o lateral deu de cabeça para o Fernando e o Fernando mandou ao lado. Depois disto, deu Shay Given. Se não fosse o guardião irlandês a negar muitos golos aos espanhóis, a coisa ficaria feia para Trapattoni. David Silva evidenciava-se cada vez mais no ataque, mas Iniesta e Xavi não faziam menos. No meio disto tudo, esqueci-me de referir que o árbitro era... o Proença! Proença que derrubou um jogador da Irlanda para ele não cair... Granda árbitro, sim senhor. O que ele tinha que fazer era atirar-se para o chão ou algo parecido para evitar o contacto com o jogador, mas não... O Pedro não queria fazer figuras tristes com o seu penteado à proxeneta e atirou o irlandês ao chão provocando um ataque perigoso a favor da Espanha.
    No segundo tempo, Arbeloa foi dos primeiros a criar perigo dando assim continuidade ao bom jogo que estava a fazer (tal como Jordi Alba, os laterais mais pareciam extremos). Logo depois o golo. Iniesta encheu o pé, Given defendeu para a frente e David Silva recebeu a bola. O espanhol ameaçou uma vez, deitou um irlandês ao chão, continuou a ameaçar, colocou 3 defesas em linha sem saberem o que fazer e colocou a bola no canto da baliza. Um golaço do jogador do Manchester City a transbordar classe. O tiki-taka continuava e Casillas, nem vê-lo. Testemunhas dizem que o guardião chegou mesmo a ir aos frangos e voltar. E como seria de prever... A Espanha aumentou o marcador. David Silva isolou o Fernando, o Fernando correu e... marcou. Estranho, muito estranho! Pouco depois de ter voltado dos frangos, Casillas agradeceu uma das poucas desconcentrações da sua equipa que fez com que Robbie Keane aparecesse isolado e o obrigasse a fazer uma defesa apertada. Uma defesa no início e uma perto do fim... assim foi o jogo do Iker. Para fechar as contas, nova assistência de David Silva (num canto), Fábregas (único hispânico na área) recebeu a bola e mandou uma buja de força que bateu no poste (ouviu-se e bem!) e entrou.
    A Irlanda é uma das, senão, a equipa mais fraca do Europeu. Os espanhóis dizimaram a equipa de Trap e só não fizeram mais porque ora foram bonzinhos, ora enfrentavam um Shay Given inspirado. Silva foi o homem do jogo. Jogou e fez jogar... Excelente jogo. Iniesta também esteve sempre irrequieto. Xavi não correu tanto, mas passeou classe por todo o campo. Torres não perdoou as oportunidades dadas. Arbeloa participou bastante no ataque e fez um jogo bastante consistente. No lado da Irlanda, apesar dos 4 golos sofridos, Given e St Leddger merecem nota positiva. Assim como o médio Whelan. A Espanha ficou em boa posição para se qualificar e fica a depender de si mesma para ficar em primeiro no grupo. Uma Espanha bastante parecida à de 2008 que apaixonou os amantes do futebol.

Ficha de jogo
Espanha: Casillas; Arbeloa, Piqué, Sérgio Ramos, Jordi Alba; Busquets, X.Alonso (Javi Martínez), Xavi, Iniesta (Cazorla), David Silva, Torres (Fábregas).
Irlanda: Given; O'Shea, St Ledger, Dunne, Ward; Duff (McClean), Andrews, Whelan (Green), McGeady; Cox (Walters), R.Keane. 
Golos: 1-0 4' Torres; 2-0 49' David Silva; 3-0 70' Torres; 4-0 83' Fábregas.
Destaques: David Silva, Xavi, Iniesta, Torres, Arbeloa; Given, St Ledger, Whelan.
"Barba Por Fazer" do Jogo: David Silva (Espanha)


MP. TM.

Tivemos ainda acesso a algumas imagens de Casillas de um foto-amador:



13 de junho de 2012

Euro 2012: Dinamarca-Portugal | Holanda-Alemanha

6º Dia de Euro 2012 e dia de emoções fortes para Portugal. É verdade que o Espanha-Itália foi até agora o melhor jogo de futebol da competição, mas (e não é por sermos tugas) o Dinamarca-Portugal foi claramente o jogo mais emocionante até agora. Sempre tudo para a última, mesmo à português... O Grupo B fechou com uma vitória mais tranquila do que o resultado demonstra, da Alemanha frente à Holanda.

Dinamarca 2 - 3 Portugal

     Ufa... Achamos que foi isto que soltaram a maioria dos portugueses no fim deste jogo. Pelo menos nós soltámos... Um jogo sofrido até ao último minuto sem necessidade nenhuma. Quase nos fez lembrar o Benfica...
    Portugal estava obrigado a ganhar este jogo. Não é que o empate nos afastasse por completo, mas complicava bastante e a qualificação não dependia apenas de nós. Paulo Bento decidiu apostar no mesmo onze que defrontou a Alemanha, ignorando as críticas em relação à aposta em Hélder Postiga. O mesmo fazia o treinador da Dinamarca. A única alteração recaía sobre o equipamento. Portugal passava a jogar de branco e a Dinamarca de vermelho.
    A primeira parte foi totalmente dominada por Portugal. Os dinamarqueses entraram melhor e os portugueses pouco concentrados. Porém, rapidamente apertámos com eles e cada vez mais os obrigávamos a jogar perto da sua área. Ronaldo teve alguns lances para brilhar, mas desde cedo se percebeu que não era a sua noite. Pepe destacava-se cada vez mais e aos 24 minutos inaugurou o marcador para o delírio dos portugueses! Canto batido exemplarmente por João Moutinho e Pepe, ao primeiro poste, desviou para dentro da baliza. Muitos criticam o facto de Pepe ser brasileiro, mas tomara que muitos portugueses dessem tudo como Pepe dá em cada lance por Portugal. A selecção portuguesa não se acomodou ao resultado e continuou em cima da Dinamarca. E é óbvio que isso deu resultados... Nani parou para pensar no que ia fazer na direita, viu o Hélder, passou-lhe e ao primeiro poste, o mal amado dos portugueses marcou mesmo o segundo do jogo. Postiga não fazia muito, mas o que é certo é que marcou... E é isso que o povo quer! Fazíamos o que queríamos no jogo, mas o Bendtner marcou quase no fim da primeira parte. Rui Patrício ficou sempre a meio. Ficou a meio do cruzamento de Jacobsen, ficou a meio do passe de cabeça de Krohn-Dehli e viu Bendtner a encostar de cabeça. Decide-te homem! Ou te sais à bola, ou ficas onde estás co'a porra!
    O golo no fim da primeira parte foi um balão de oxigénio e uma injecção de motivação para a equipa de Morten Olsen. Apesar de ter sido fácil de verificar uma maior motivação nos jogadores dinamarqueses, foi Portugal o primeiro a criar perigo. Postiga faz um grande passe para Ronaldo que, isolado, deixou que Andersen defendesse o seu remate... Incrível falhanço do capitão português que se diz o melhor do mundo. Seguiram-se alguns minutos em que Portugal controlava o jogo, mas criava pouco perigo. E isso fazia com que a Dinamarca se começasse a impor. Não duma forma extremamente dominante, mas começava a ameaçar a baliza do (inseguro) Rui Patrício. Após alguns lances perigosos por parte dos dinamarqueses, Nélson Oliveira esperou por ajuda no ataque, deu para Nani e o extremo fez um passe magistral isolando por completo Ronaldo. E o que é que Ronaldo fez? Mandou ao lado... Não se percebe como é que um jogador deste nível falha dois golos certos. No programa "Os Incríveis" de Daniel Oliveira via-se Ronaldo a dar toques com tudo o que o Daniel pedia... Se calhar é isso... Deve-se ter habituado aos 1836 frascos de Linic que tem em casa e perdeu o jeito para o esférico... E como se costuma dizer: "Quem não marca, sofre" - sofremos mesmo. Cruzamento de Mikkelsen (jogador que substituiu o lesionado Rommedahl e que trouxe bastantes problemas a Fábio Coentrão que não tinha ajuda de quase ninguém no seu flanco) e Bendtner cabeceou fortíssimo batendo Rui Patrício. Apesar de Rui estar perto do primeiro poste e ter transparecido que podia ter feito melhor, não o recriminamos. Lance muito rápido e o guardião português até foi rápido a reagir. Portugal não baixou os braços e o espírito lutador que nos está inerente catapultou-nos de novo para o ataque. Paulo Bento não demorou muito em tirar Meireles (mau jogo do médio) e colocou Varela para desequilibrar. E o certo é que também não demorou muito para o extremo do Porto ter marcado o golo da vitória! Coentrão subiu na esquerda, cruzou para Varela e este apesar de falhar o primeiro remate fuzilou Andersen na recarga. Uma bujardona que deu a Portugal os primeiros pontos na competição.
    Foi um jogo em que sofremos sem qualquer necessidade. Fomos superiores à selecção da Dinamarca durante todo o jogo e podíamos muito bem ter saído com uma larga vitória não fosse a total desinspiração de Ronaldo. Ele disse para não esperarem que fosse o salvador da pátria, mas um jogador que diz ser o melhor do mundo não pode falhar estes golos certos. Nem pode responder aos cânticos relacionados a Messi... Um capitão tem de ter uma personalidade forte e no nosso entender Ronaldo não a tem. Pepe tem 100 vezes mais carácter de capitão do que Cristiano. Pepe que foi sem dúvida alguma o melhor em campo. Introduziu ao jogo uma garra enorme e coroou a sua exibição com um golo. Destacamos ainda o bom jogo de Coentrão que jogou como tão bem nos habituou. Moutinho contrasta o seu jogo com o seu tamanho fazendo também uma grande partida. Nani era dos poucos que mexia com o ataque português. Nélson Oliveira não jogou assim muito por aí além, mas foi um elemento muito melhor que Postiga para a equipa. Varela foi o salvador da pátria e também ele mexeu com o jogo mal entrou. No lado da Dinamarca, Jacobsen fez um jogo bastante consistente. Mikkelsen causou uma carga de trabalhos a Coentrão que, por sua vez, raramente tinha o apoio de Ronaldo (como Nani dava a João Pereira). Tinha que ser algumas vezes Veloso a ajudar o defesa do Real Madrid, mas o médio só lá ia virar o rabo quando Mikkelsen ameaçava centrar (contudo, Veloso não fez um mau jogo). Por fim, Bendtner confirmou a sua aptidão natural para marcar a Portugal... Já cansa, gigantone... Já cansa...
    Tudo em aberto neste grupo com Portugal a depender apenas de si próprio para se qualificar. Não há margem para facilitar no jogo contra a Holanda. É para ganhar!

Ficha de jogo
Dinamarca: Andersen; Jacobsen, Kjaer, Agger, S.Poulsen; Kvist, Zimling (J.Poulsen), Eriksen, Rommedahl (Mikkelsen), Krohn-Dehli (Schone); Bendtner.
Portugal: Rui Patrício; João Pereira, Pepe, Bruno Alves, Fábio Coentrão; M.Veloso, Moutinho, Meireles (Varela): Nani (Rolando), Cristiano Ronaldo, H.Postiga (N.Oliveira).
Golos: 0-1 24' Pepe; 0-2 36' H.Postiga; 1-2 41' Bendtner; 2-2 80' Bendtner; 2-3 87' Varela.
Destaques: Jacobsen, Mikkelsen, Bendtner; Pepe, Fábio Coentrão, Moutinho, Nani, Varela.
"Barba Por Fazer" do Jogo: Pepe (Portugal).




Holanda 1 - 2 Alemanha

    Havia grande expectativa neste jogo que colocava frente-a-frente os 2 melhores ataques da fase de Qualificação. Talvez a expectativa não fosse tão grande porque, na 1ª jornada, a Holanda foi certamente a equipa que mais desiludiu e os problemas de balneário desta Laranja Mecânica parecem estar a vir ao de cima.
         O jogo começou em ritmo lento, com as equipas a tentarem encaixar uma na outra. A lentidão inicial foi furada, primeiro por um grande passe ao qual Van Persie correspondeu com um fraco remate e depois por um remate espontâneo de Özil, que Stekelenburg defendeu a dois tempos. A verdade é que a Holanda começava nessa altura a ter mais bola, e a conseguir sair em transição, nunca dando no entanto a melhor sequência aos lances. A Alemanha mantinha o seu futebol calmo e confiante de que os golos iriam aparecer. Perto dos 20 minutos, Badstuber enganou-se e cabeceou a cabeça ovular de Robben e não a bola. Só hoje compreendi que Robben parece o Megamind. Logo a seguir, Müller deu a bola a Schweinsteiger, o médio nuclear da Alemanha desmarcou Gomez e o avançado germânico, após uma extraordinária recepção com rotação fez o 1-0 para a Alemanha. Ao 2º remate no Euro 2012, Gomez fez o 2º golo. 
    A Holanda continuava a não saber o que fazer à bola, Badstuber ainda perdeu um golo feito e depois, Gomez lá fez questão de aparecer de novo. Schweinsteiger novamente na assistência e Mario Gomez, frio e sem contemplações, rematou forte e colocado para a baliza, deixando Stekelenburg ligeiramente mal batido. Resta acrescentar que foi portanto o 3º golo de Gomez no Euro 2012, ao 3º remate que fez. Eficaz? Um bocadinho (a ironia é a figura de estilo presente nesta frase). Até ao final da primeira parte, controlo total e tranquilo da Alemanha, que quase fez o terceiro golo num livre de Schweinsteiger.

    Para a segunda parte o seleccionador holandês colocou Van der Vaart e Huntelaar no jogo, retirando o capitão Van Bommel e o jovem Afellay, mas o jogo não mudou tão cedo. A Alemanha continuou a trocar a bola como queria, fazendo os holandeses correr, e criando desequilíbrios nas subidas dos seus defesas – geralmente Lahm pela direita ou Hummels (que quase marcou) pelo centro. Depois, procurando combater o domínio alemão, a Holanda começou a dar a Sneijder todo o seu jogo. O único jogador da Holanda que tem feito algo neste Euro assumiu o jogo e procurou construir – Robben ameaçou Neuer e, após várias assistências de Sneijder, várias jogadas se perderam nos pés dos colegas. 
    Aos 72 minutos Mario Gomez saiu para dar lugar a Miroslav Klose e, um minuto depois, a Holanda reduziu. Mais uma vez Sneijder (nessa altura já a descair sistematicamente sobre a esquerda) deu a bola a Van Persie e o avançado finalmente deu um cheirinho do que fez este ano pelo Arsenal e encheu o pé, rematando sem hipóteses para Neuer. No entanto, até ao final do jogo a Alemanha limitou-se a controlar o jogo e a gerir, ficando ainda perto do 3-1 por Klose, após um erro de Stekelenburg.
    Um jogo pouco disputado, onde até o 2-0 retractaria melhor o que foi o jogo e no qual a Alemanha chegou aos 6 pontos, ficando assim em boa posição de garantir a qualificação (bastar-lhe-á não perder para estar qualificada). Quanto á Holanda, continua a vincar o estatuto de grande desilusão do Euro, e esperemos que no domingo reforce esse estatuto, perdendo com Portugal. A laranja mecânica ainda não está fora porque, caso vença Portugal (3 toques na madeira) e a Alemanha vença a Dinamarca, as 3 selecções abaixo da Alemanha ficam com 3 pontos e aí interessarão os critérios de desempate, como a diferença de golos nos jogos entre as equipas.
    Nesta Holanda hoje mais uma vez Sneijder foi o único jogador a quem não se pode apontar o dedo e Van Persie apareceu finalmente a fazer aquilo que sabe – golos. A Alemanha conseguiu uma exibição bastante superior à que fez contra Portugal, apesar de também não ter deslumbrado por completo, reforçando a ideia de que tem um conjunto forte, homogéneo e que é uma equipa. Lahm e Hummels defenderam e souberam sair a jogar, Schweinsteiger juntou 2 assistências a toda a coordenação do jogo alemão, juntamente com Özil, e Mario Gomez foi o grande destaque do jogo ao apontar 2 golos. É um dos principais candidatos a melhor marcador do Euro.

Ficha de jogo
Holanda: Stekelenburg; Van der Wiel, Heitinga, Mathijsen, Willems; Van Bommel, N.De Jong, Sneijder, Robben (Kuyt), Afellay; Van Persie.
Alemanha: Neuer; Boateng, Hummels, Badstuber, Lahm; Khedira, Schweinsteiger, Özil (Kroos), Müller (L.Bender), Podolski; Gomez (Klose).
Golos: 0-1 24’ Gomez; 0-2 38’ Gomez; 1-2 72’ Van Persie.
Destaques: Sneijder, Van Persie; Hummels, Lahm, Schweinsteiger, Özil, Gomez.
"Barba Por Fazer" do Jogo: Mario Gomez (Alemanha)


MP. TM.

12 de junho de 2012

Euro 2012: Grécia-Rep.Checa | Polónia-Rússia

Sim, hoje é Dia dos Santos Populares. No entanto, popular é também o Euro 2012. Ao 5º dia de competição, iniciou-se a segunda jornada. No Grupo A assistiu-se hoje a dois jogos diferentes. Um Grécia-Rep.Checa pelo qual não dava um manjerico, mas no qual a República Checa soube espetar dois manjericos à Grécia em 6 minutos e depois, um jogo consideravelmente melhor, um disputado Polónia-Rússia. A última jornada será interessante de acompanhar.

Grécia 1 - 2 Rep. Checa

     Olhando para o restante calendário destas duas jornadas restantes da fase de grupos, este Grécia-Rep.Checa perfilava-se como o jogo mais desinteressante.
    A Grécia viu-se forçada a mexer na sua equipa, fruto de lesões, suspensões e baixos rendimentos, enquanto que a República Checa também procedeu a algumas alterações, destacando-se a inclusão de Hübschman de início ao lado de Plasil. Talvez tenham sido estas alterações que alteraram ligeiramente o futebol jogado. Ou foi isso ou então foi o facto de, ainda estava toda a gente a procurar o seu lugar e a comprar o seu cachorro polaco, e Hübschman fez um soberbo passe rasteiro, desmarcou Jirácek e este rematou para a baliza. Chalkias, o Mr.Bean grego, ainda lhe tocou, mas a bola entrou mesmo. Tinha sido este golo aos 3 minutos, mas os checos queriam mais e queriam tratar de resolver o assunto cedo. Mais um excelente passe de rotura, desta vez de Rosicky, desmarcou o lateral Selassie no flanco direito. Selassie cruzou, Chalkias e Katsouranis ficaram mal na fotografia e Pilar acabou por fazer o seu 2º golo neste europeu. A República Checa estava claramente com o domínio do jogo, os gregos pareciam resignados (a típica cara de Fernando Santos mostrava isso mesmo) e o 2-0 durou até ao intervalo, repartindo-se a posse de bola, mas conseguindo a República Checa criar sempre mais perigo. Perto do intervalo ainda houve uma decisão dúbia – foi anulado à Grécia um golo por pretenso fora-de-jogo. Pareceu bem assinalado, embora sem certeza absoluta. Em todo o caso a primeira parte demonstrou uma Grécia com muitas fragilidades na defesa, muito graças a Holebas (o lateral-esquerdo) a quem podem ser atribuídas culpas, pelas movimentações que faz e espaços que não ocupa, relativas aos 3 golos sofridos pela Grécia até agora na competição. De acrescentar ainda que Chalkias, o Mr.Bean grego, lesionou-se no decorrer do jogo. Mais uma lesão na Grécia. Se a Inglaterra foi campeã nas lesões antes do Euro, a Grécia está a sê-lo em prova.
    Na segunda parte, os gregos queriam com certeza mudar os acontecimentos. O Fernando colocou Gekas em campo e, aos 52 minutos, o Gekas marcou. O tal homem que rima com Quecas aproveitou um momento em que Petr Cech “deu barraca” e encostou a bola, reduzindo para 2-1. É importante reforçar que, pelo 2º jogo consecutivo, Fernando Santos tem “dedo” (pela substituição) no golo grego. Porém teria mais dedo se ganhasse jogos. Até ao final do jogo a Grécia procurou intensificar a sua pressão, a República Checa limitou-se a defender (muito graças à saída de Rosicky ao intervalo), e ainda foi assinalado (mal) um fora-de-jogo relevante a Gekas. Basicamente, um resultado resultante (passo a redundância) da forte entrada em jogo dos checos.
    O jogo de hoje demonstrou que a República Checa, embora não seja forte a construir, tem elementos com uma capacidade de último passe assinalável (Rosicky, Plasil, Hübschman) e será precisamente este tridente que terá que enfrentar o batalhador meio-campo polaco na última jornada. No entanto, Lewandowski e Kuba poderão novamente fazer estragos frente a esta República Checa. Em todo o caso, será um jogo interessante de acompanhar, num Grupo onde tudo está em aberto mas no qual as aspirações da Grécia são já poucas (precisará de vencer a Rússia para seguir em frente).
    Os destaques de hoje gregos são poucos (Gekas) ou nenhuns. Optamos em texto por nenhuns, porque eles nos tiraram o Euro 2004. Na República Checa, Pilar marcou o seu 2º golo no Euro 2012 e poderá estar a conquistar mercado, o tridente Rosicky-Plasil-Hübschman teve um bom entendimento, Selassie jogou melhor que no jogo anterior e Jirácek, cuja exibição nos tinha saltado à vista na jornada inaugural, abriu o marcador. A entrada de Hübschman no onze inicial deu outra qualidade e segurança à equipa checa.

Ficha de jogo
Grécia: Chalkias (Sifakis); Torosidis, K. Papadopoulos, Katsouranis, Holebas; Maniatis, Fotakis (Gekas), Karagounis; Salpingidis, Samaras, Fortounis (Mitroglou). 
Rep.Checa: Cech; Selassie, Sivok, Kadlec, Limbersky; Hübschman, Plasil, Rosicky (Kolár (Frantisek)), Jirácek, Pilar; Baros (Pekhart). 
Golos: 0-1 3' Jirácek; 0-2 6' Pilar; 1-2 53' Gekas.
Destaques: Gekas; Selassie, Hübschman, Plasil, Rosicky, Jirácek, Pilar.
"Barba Por Fazer" do Jogo: Tomas Hübschman (República Checa)



Polónia 1 - 1 Rússia

    E assim terminou o primeiro dia da segunda jornada do campeonato da Europa. Um jogo bastante intenso entre a anfitriã Polónia e a Rússia. A equipa russa podia carimbar já hoje a passagem aos quartos-de-final da prova. E até entraram bem na partida. Era a equipa que melhor trocava a bola e que dominava o jogo. Contudo, era a Polónia que criava mais perigo. Primeiro num livre de Obraniak e depois num quase grande golo de Lewandowski. Os russos não se deixaram intimidar e começavam a apertar a equipa da casa com Kerzhakov e Arshavin em destaque. E foi mesmo Arsha que num livre indirecto assistiu Dzagoev já perto do fim da primeira parte. O jovem russo é o melhor marcador da prova até ao momento com 3 golos.
    Na segunda metade tudo foi diferente. A Polónia continuou o seu jogo cauteloso e defensivo. Porém, tiveram muito mais garra e coração nas transições ofensivas. Eram pacientes na defesa e no ataque davam tudo. Kuba e Lewandowski eram a imagem do esforço e total entrega do ataque polaco. E era mesmo o capitão a marcar ao minuto 57 naquele que foi um dos melhores golos do Euro, até agora. Kuba arrancou após um grande passe de Obraniak, correu, correu, dirigiu-se para o meio e rematou em força e colocado não dando hipótese a Malafeev. O guarda-redes russo teve bastantes intervenções nesta segunda parte. Isto porque a certa altura, a Polónia começou a dominar o jogo perante os desgastados russos. Os pupilos de Franciszek Smuda bem tentaram até ao último minuto, mas sem efeito. O segundo empate consecutivo viria mesmo a concretizar-se.
    Este resultado agrada naturalmente mais à Rússia porque segue na liderança do grupo com 4 pontos e está com um pé nos quartos. Já a Polónia está num caso pior, mas ainda esperançada. Necessita de vencer a congénere da República Checa para passar à próxima fase. Se continuarem com esta garra, tudo é possível...

Ficha de jogo
Polónia: Tyton; Piszczek, Wasilewski, Perquis, Boenisch; Polanski (Matuszczyk), Dudka (Mierzejewski), Murawski, Obraniak (Brozek), Kuba; Lewandowski.
Rússia: Malafeev; Anyukov, A.Berezutskiy, Ignashevich, Zhirkov; Denisov, Zyryanov, Shirokov; Dzagoev (Izmailov), Arshavin, Kerzhakov (Pavlyuchenko).
Golos: 0-1 37' Dzagoev; 1-1 57' Kuba.
Destaques: Polanski, Obraniak, Kuba, Lewandowski; Malafeev, Arshavin, Kerzhakov.
"Barba Por Fazer" do Jogo: Jakub "Kuba" Blaszczykowski (Polónia)

MP. TM.

Euro 2012: 11 da Primeira Jornada

Ao fim de cada uma das 3 jornadas da fase de grupos e de cada uma das fases (quartos-de-final e meias-finais) iremos apresentar aqui aquele que foi, no nosso entender, o 11 com os jogadores que mais se destacaram. Após a final não o faremos porque aí apresentaremos sim O Onze do Euro 2012.

    Terminada esta 1ª jornada onde houve 20 golos e apenas duas equipas sem sofrer (Alemanha e Dinamarca) optámos por colocar na baliza Iker Casillas. O guarda-redes da Espanha fez várias defesas decisivas contra a Itália e bateu os concorrentes Manuel Neuer (que apesar de não ter sofrido, não foi tão decisivo) e Joe Hart. Na defesa, Darijo Srna destacou-se ao assistir e pela profundidade dada sistematicamente no flanco direito da Croácia, Mats Hummels foi uma muralha para o ataque português, conseguindo ainda sair a jogar com qualidade e elegância, Daniele De Rossi, embora adaptado a central foi impressionante contra a Espanha ao lado de Chiellini e, do lado esquerdo, Fábio Coentrão foi o lateral-esquerdo que melhor se apresentou nesta 1ª jornada. No meio-campo, o jovem russo Alan Dzagoev bisou na vitória frente à República Checa, Andrea Pirlo comandou todo o jogo italiano e Samir Nasri marcou o golo frente à Inglaterra e esteve sempre a um nível elevado. O ataque fica entregue a 3 homens de leste: o croata Mario Mandzukic marcou 2 golos de cabeça à Irlanda, Andriy Shevchenko derrubou a Suécia com dois golos, relembrando aos 35 anos que é e foi o melhor jogador de sempre da Ucrânia, país organizador, e por fim Roman Pavlyuchenko entrou tarde no jogo da Rússia, mas ainda foi a tempo de fazer uma assistência e marcar o melhor golo desta 1ª jornada.

Banco: Manuel Neuer (Alemanha), Pepe (Portugal), Giorgio Chiellini (Itália), Michael Krohn-Dehli (Dinamarca), Luka Modric (Croácia), Roman Shirokov (Rússia), Andrey Arshavin (Rússia).


MP. TM.

11 de junho de 2012

Euro 2012: França-Inglaterra | Ucrânia-Suécia

Último dia da primeira jornada do Euro 2012 e o Grupo D iniciou-se com um França-Inglaterra que não correspondeu às expectativas criadas, mas que deixou boas indicações da França de Blanc. E terminou com um Ucrânia-Suécia que não foi um grande jogo mas mostrou um grande espírito de entrega por parte da equipa da casa e consequente surpresa.

França 1 - 1 Inglaterra

     E o Grupo D lá abriu com um jogo entre dois colossos. O jogo foi colossal? Não. Relativamente aos onzes iniciais, o velhinho Hodgson surpreendeu ao colocar o jovem Oxlade-Chamberlain a titular e a França jogou com o onze 100% esperado. Desde cedo se percebeu que a França assumiria a posse de bola neste jogo. A equipa de Laurent Blanc gosta de jogar à rabia e pelo facto de ser claramente uma das selecções tecnicamente mais forte deste europeu, faz questão de ter sempre a bola, trocá-la em passes curtos, dependendo da inspiração de Nasri, Ribéry e Benzema. Enquanto a França praticava o seu futebol rendilhado e demorado, a Inglaterra assumiu sempre uma postura mais directa, objectiva e vertical. E foi precisamente a Inglaterra a criar perigo primeiro - Ashley Young lançou Milner, o médio do City passou por Lloris e depois precipitou-se no remate, falhando a baliza (aberta). A França ia construindo o seu jogo devagarinho tendo em Nasri o principal estratega, com Cabaye nas suas costas e os desequilíbrios eram dados por Ribéry e pelas subidas de Debuchy pelo flanco direito. Quanto a Benzema, ia pulando por todo o meio-campo levando a noção de "Avançado Móvel" a um novo nível. Mas a verdade é que foi a Inglaterra a inaugurar o marcador. Gerrard bateu um livre no lado direito de forma notável e Lescott teve apenas que encostar de cabeça. Mas nada mudou no jogo: a França não se deixou abalar, continuou a praticar o seu futebol e, depois de Alou Diarra quase marcar (grande defesa de Hart), Nasri marcou mesmo. O nº11 francês rematou forte à entrada da área e empatou o jogo. Ao intervalo, 1-1 e um jogo não ao nível do Espanha-Itália mas ainda assim bastante interessante, a um bom ritmo.
    Esperava-se que o jogo melhorasse ou pelo menos mantivesse o nível na segunda parte mas, infelizmente, caiu muito em termos de qualidade e emoção sobretudo porque as equipas assumiram poucos riscos. Na Inglaterra, Glen Johnson passou a subir mais e na França tudo se manteve igual. A França tem potencial para,  com tempo e trabalho, desenvolver uma metodologia no seu futebol muito interessante, mas para já ainda falta aos seus jogadores saberem ocupar melhor os espaços e terem maiores referências posicionais do que têm. Nesta França, Nasri renderá mais se se fixar no centro e, pese embora as deambulações de Benzema sejam úteis por vezes, faltou ao avançado do Real estar na área várias vezes. Até ao final do jogo, os jogadores (sobretudo os ingleses) pareciam satisfeitos com o resultado e acabou por ser a França a conseguir ainda criar perigo em iniciativas de Ribéry, Cabaye (num remate que daria um excelente golo) e por fim, Benzema, num remate que Steven Gerrard desviou para canto.
    Um jogo que podia ter sido bastante melhor, mas no qual a França deixou indicações de que tem argumentos, se os souber utilizar melhor, para fazer um bom Euro 2012. A Inglaterra teve menos posse de bola (55-45) e optou a dada altura por defender sobretudo, procurando o golo através do jogo directo "à inglesa". O empate não foi um mau resultado considerando as baixas que a Inglaterra tem e considerando que a haver um vencedor seria claramente a França, apesar da equipa de Laurent Blanc não ter mostrado tudo aquilo de que é capaz, muito por ainda não ter um esquema totalmente assimilado. Ganha-se a rematar à baliza e não a circular a bola e a França hoje podia ter rematado mais, mas a verdade é que mesmo jogando como jogou fez 19 remates (contra 3 ingleses) tendo 15 desses remates ido à baliza.
    Debuchy teve facilidade em ultrapassar A.Cole, A.Diarra cresceu com o jogo e, não fazendo esquecer M'Vila, esteve a um bom nível, Cabaye e Nasri foram os melhores elementos da França e a sociedade do último com Ribéry e Benzema tem claramente potencial. Blanc podia ter mexido mais cedo no jogo e retirado Malouda, que parece não se integrar no ataque, ainda por cima tendo no banco Ménez, Ben Arfa, Martin e Giroud. A Inglaterra teve em Steven Gerrard e Joe Hart os seus melhores jogadores.

Ficha de jogo
França: Lloris; Debuchy, Rami, Mexès, Evra; A.Diarra, Cabaye (Ben Arfa), Nasri, Malouda (Martin), Ribéry; Benzema.
Inglaterra: Hart; G.Johnson, Lescott, J.Terry, A.Cole; Parker (Henderson), Gerrard, Milner, Oxlade-Chamberlain (Defoe), Young; Welbeck (Walcott).
Golos: 0-1 30' Lescott; 1-1 39' Nasri.
Destaques: Debuchy, A.Diarra, Cabaye, Nasri, Ribéry; Hart, G.Johnson, Lescott, Gerrard.
"Barba Por Fazer" do Jogo: Samir Nasri (França)



Ucrânia 2 - 1 Suécia

    E a primeira jornada do Euro 2012 fechou com o outro anfitrião da prova (Ucrânia) frente à Suécia. Só assim é que a Ucrânia conseguiu entrar num Euro... Como anfitrião. Porém, engane-se quem pensou que esta equipa seria um pequeno peixinho no meio dos tubarões. Os ucranianos liderados pelo mantorras ucraniano Shevchenko bateram a equipa de Ibrahimovic por 2-1.
    A primeira parte é muito fácil de resumir. Um jogo algo confuso com as duas equipas a falharem no último terço. A Ucrânia mostrava mais querer e ambição (o facto de estar a jogar em casa pesa bastante). Yarmolenko era o espelho deste mesmo querer ao trabalhar bem no flanco direito. A equipa da casa mostrou-se muito rematadora. Certamente o técnico Oleg Blokhin deu ordens para que sempre que fosse possível, rematassem à baliza. E fê-lo bem porque quem não remata, não marca. E sendo eles teoricamente a equipa mais fraca à priori, só tinham a ganhar ao arriscar. Uma Ucrânia não dominadora, mas controladora nesta primeira metade.
    Na segunda metade tudo mudou. Porquê? Porque o grandalhão Zlatan marcou cedo após passe de Kim Kallstrom (bom trabalho na esquerda). Os ucranianos levaram aquilo a que se chama um "balde de água fria". Mas como pessoas de leste que são, o balde de água fria não lhes assiste. Assim sendo, não baixaram os braços e o Mantorras ucraniano espetou duas batatas de cabeça em menos de 10 minutos. A primeira a bom passe de Yarmolenko e perante a apatia da defensiva sueca. A segunda num canto bem batido, com Shevchenko a aparecer para o desvio ao primeiro poste. O jogador sueco que estava a cobrir o primeiro poste ficou muito mal na fotografia. A Suécia estava em desvantagem totalmente por culpa sua. Até ao fim assistimos a um controlo da Ucrânia e a uma Suécia que não sabia como atacar. Só mais perto do fim é que apareceu Ibra. E deu mesmo a entender que a equipa queria que ele resolvesse as coisas lá à frente. E quando assim é, não costuma dar bom resultado. Ainda assim, o sueco mandou uma bujardona que Pyatov defendeu como pôde e ainda fez um passe magistral para Elmander, na cara do guarda-redes, falhar. Se calhar se ele olhasse para a baliza talvez acertasse nela...
    Não foi um jogo formidável, mas sempre foi um jogo com uma equipa que deu tudo para ganhar. Este era o jogo da vida dos ucranianos e eles venceram-no. A entreajuda esteve bem eminente e foi um factor determinante na vitória. A Suécia deixou tudo às costas de Ibrahimovic e não deu resultado. Foi uma equipa sem ideias. De referir ainda que Ibrahimovic sofreu faltas sistemáticas e raramente eram marcadas. Porém, quando o jogador impunha o seu físico, era logo marcada falta. São assim os critérios de Cuneyt Cakir... É grande pode levar porrada.

Ficha de jogo
Ucrânia: Pyatov; Gusev, Mikhalik, Khacheridi, Selin; Tymoshchuk, Konoplyanka (Devic), Yarmolenko, Nazarenko; Voronin (Rotan), Shevchenko (Milevskiy).
Suécia: Isaksson; Lustig, Mellberg, Granqvist, M.Olsson; Elm, Källström, S.Larsson (Wilhelmsson), Toivonen (Svensson); Ibrahimovic, Rosenberg (Elmander).
Golos: 0-1 52' Ibrahimovic; 1-1 55' Shevchenko; 2-1 61' Shevchenko.
Destaques: Shevchenko, Yarmolenko, Konoplyanka, Gusev; Ibrahimovic.
"Barba Por Fazer" do Jogo: Andriy Shevchenko.

MP. TM.

Euro 2012: Espanha-Itália | Irlanda-Croácia

Hoje foi dia do Grupo C. Este terceiro dia do Europeu trouxe-nos o melhor jogo até ver do Euro, que pelo futebol jogado e empenho colocado em campo podia muito bem ser uma meia-final, e um jogo onde a Croácia se evidenciou como tendo potencial para ser uma das agradáveis surpresas deste Euro 2012.

Espanha 1 - 1 Itália

     Diz que hoje pelas 17h deu o melhor jogo do Euro 2012 até ao momento. Quem diria? Toda a gente, provavelmente. Havia grandes expectativas para este Espanha-Itália e o certo é que foram cumpridas. A Espanha impunha o seu jogo de passe curto para devagar, devagarinho se ir chegando à área da Itália. Contudo, os italianos estavam com uma defesa muito segura. Chiellini e De Rossi foram autênticas paredes para os pequenos hispânicos que bem tentavam acelerar o jogo. Mas não pensem que a Itália se limitou a defender... Pirlo, no meio campo, comandava as tropas ofensivas constituídas por Balotelli e Cassano. E foram mesmo os tagliatelles os primeiros a causar perigo num livre de Pirlo. Nós (e provavelmente também muita gente) pensámos que o veterano iria tentar meter a bola na gaveta, mas não... Pirlo mandou uma bujardona para o lado de Casillas surpreendendo-o e obrigando-o a uma defesa apertada. Apesar da Espanha estar a jogar bem, quem criava mais perigo era a Itália que não estava a jogar pior. Giaccherini aqueceu as mãos de Casillas após trabalho individual e Marchisio também o fez ao rematar de primeira após um cruzamento de Cassano. Dava um golo do outro mundo. E, como que invejoso, Iniesta também decidiu tentar um golo do outro mundo. Iniesta recebeu um grande passe, ao receber levantou a bola e rematou de primeira quase fazendo um belo chapéu a Buffon. A primeira parte fechou ainda com um grande cabeceamento de Thiago Motta para nova boa defesa de Casillas.
    Na segunda parte a Espanha entrou em força e fez logo dois remates perigosíssimos por intermédio de Xavi e Iniesta. Até que chegou a hora de Mario Balotelli. Uma enorme asneira de Sergio Ramos fez com que o rebelde Mario ficasse numa posição excelente para a baliza (isolado). Mas Mario queria ir com calma. Para quê pressas? E lá foi ele... devagar devagarinho em direcção à baliza do Gianluigi... Conclusão: o Sergio apanhou-o e cortou para canto. O Mario é assim... Estranho e imprevisível. Quando deve estar calmo, passa-se. E quando se devia "passar" com a bola nos pés, deixa o tempo passar. Um trocadilho. E por falar em trocadilhos, o senhor Prandelli decidiu trocar Balotelli por Di Natale. E teve efeitos imediatos. Pirlo desequilibrou no meio-campo espanhol, fez um grande passe a desmarcar Di Natale, e o avançado italiano, na 1ª vez que tocou na bola, fez o primeiro golo do jogo. Grande jogada, grande passe, grande finalização. 1-0 para os tagliatelles.
    No entanto, David Silva ficou com inveja do passe de Pirlo e, 3 minutos depois, decidiu fazer melhor. Recebeu de Iniesta, isolou Fábregas da melhor maneira possível e o falso avançado rematou para o empate. Logo a seguir, Del Bosque retirou Silva, o que é sempre um crime. Entrou-se numa fase em que o meio-campo italiano apresentava algum desgaste e a Espanha começava a parecer ligeiramente por cima no jogo. Só que o Del Bosque decidiu pôr o Fernando (Torres) em campo. O Fernando entrou e teve logo um lance de perigo, isolado frente a frente a Buffon, decidiu armar-se em toureiro. O problema é que o Fernando não é de Pamplona e não é grande espingarda como toureiro. Deixa-se sempre apanhar... Mas a sua missão neste jogo não estava terminada. O Fernando, depois de ver um amarelo, ainda conseguiu ter mais um lance de golo nos pés - tentou o chapéu a Gianluigi e... adivinhem lá... Falhou, exactamente. As alterações dos treinadores (tirando Di Natale) não trouxeram grande história ao jogo e pouco mais se escreveu até ao fim, tirando um remate de Marchisio após boa jogada individual.
    Foi portanto o melhor jogo do Euro 2012 até agora, incrivelmente disputado e no qual a Itália deixou uma excelente imagem. Enorme jogo da defesa e do meio-campo onde jogadores como Chiellini, De Rossi, Thiago Motta e Pirlo foram inexcedíveis. A Espanha, talvez por nunca ter tido um avançado que conseguisse batalhar com a Itália (como Llorente, por exemplo) e talvez surpreendida por esta raçuda e "concentradíssima" Itália, acabou por conseguir o empate, num jogo onde apenas Iniesta foi sempre regular.

Ficha de jogo
Espanha: Casillas; Arbeloa, Sérgio Ramos, Piqué, Jordi Alba; Busquets, X.Alonso, Xavi, Iniesta, David Silva (J.Navas); Fábregas (Torres).
Itália: Buffon; Bonucci, De Rossi, Chiellini; Maggio, T.Motta (Nocerino), Marchisio, Pirlo, Giaccherini; Cassano (Giovinco), Balotelli (Di Natale).
Golos: 0-1 61' Di Natale; 1-1 64' Fábregas.
Destaques: Casillas, Xavi, Iniesta, David Silva; De Rossi, Chiellini, T.Motta, Pirlo, Di Natale.
"Barba Por Fazer" do Jogo: Andrea Pirlo (Itália)



Irlanda 1 - 3 Croácia

Na antevisão do Grupo C tínhamos referido 3 coisas: o resultado deste 1º jogo seria importantíssimo para as ambições de qualquer uma destas duas equipas; a Croácia podia muito bem afigurar-se como uma surpresa neste grupo; a melhor opção como dupla de ataque seria Mandzukic-Jelavic.
    Bilic, o seleccionador que toca guitarra e assiste aos jogos com seu gorro, tomou a opção certa para a dupla de avançados e foi ambicioso na abordagem ao jogo - acreditou que Vukojevic (claramente melhor opção do que o esperado Dujmovic) conseguia segurar o meio-campo da Croácia, deu a Modric um papel mais recuado, organizando o jogo mas ligando-se com o médio defensivo, e dominou a Irlanda, com um futebol criativo e onde o jogo aéreo teve papel decisivo.

    O jogo começou com um bom ambiente e de facto não há nada como marcar um golo logo a abrir o jogo. Foi o que a Croácia conseguiu. Ao fim de 3 minutos, Srna subiu pelo flanco direito (como tantas vezes fez), cruzou, a bola desviou num jogador e Mandzukic cabeceou de forma atabalhoada. Given pareceu ligeiramente mal batido no lance, mas a verdade é que a Croácia entrou a ganhar. E parecia confiante e capaz de fazer mais golos. No entanto, apesar da maior posse de bola croata, a Irlanda ia tentando reagir de vez em quando. Sofrer um golo cedo deitou por terra a estratégia defensiva desta Irlanda, que prima pela capacidade defensiva. Apenas e só. Porém, numa bola parada de Aiden McGeady, St Ledger conseguiu empatar o jogo. Um jogador da 2ª liga inglesa, muita bem St Ledger! Nesse lance e noutros ouvia-se de vez em quando um apito, vindo das bancadas. Primeiro achámos estar loucos, mas depois percebemos que não éramos só nós a ouvi-lo. Nos minutos seguintes, a Croácia continuou a dominar o jogo, sendo sempre Modric a pautar o jogo e Perisic a aparecer por duas vezes a quase fazer o golo. Mas se há coisa que a Croácia se pode gabar é do timing dos seus golos: marcou a abrir o jogo e marcou novamente, a fechar a primeira parte. Modric rematou, Stephen Ward esteve péssimo e isolou Jelavic e o avançado do Everton, letal como é, não falhou e fez o 2-1. Resultado justo ao intervalo.
    A 2ª parte iniciou-se com a demonstração de que a Croácia é muito forte no jogo aéreo e tem jeito para marcar nos momentos animicamente certos. Logo aos 49 minutos, Mandzukic matou o jogo. Perisic cruzou, num livre do lado esquerdo, e Mandzukic antecipou-se à defensiva irlandesa, cabeceou para a baliza e a bola ainda bateu na cara de Shay Given antes de entrar. A partir daí, Trapattoni começou a colocar avançados em campo (Walters, Cox, Long) mas a Croácia soube, serenamente, gerir o jogo. O jogo foi ficando mais "durinho" mas a Croácia continuou a mostrar-se senhora de si, senhora do jogo e acabou a meio gás, talvez a pensar na importância do próximo jogo: Itália-Croácia.

    Um jogo bastante à imagem do Rússia-Rep.Checa, no qual a Croácia alcançou a liderança do Grupo C, fruto do empate entre Itália e Espanha. Para os próximos jogos com certeza que a Croácia adoptará abordagens diferentes mas deixou excelentes indicações. Bilic soube analisar o adversário e qualidade nesta equipa não falta. Será interessante verificar o que conseguirão fazer com Itália e Espanha. Quanto à Irlanda, após este jogo (e considerando o futebol que as equipas "favoritas" deste grupo apresentaram) poucas razões terá para sorrir. Mas se não sofrerem um golo tão cedo, nunca se sabe.

Ficha de jogo
Irlanda: Given; St Ledger, O'Shea, Dunne, Ward; Whelan, Andrews, McGeady (Cox), Duff; K.Doyle (Walters), R.Keane (Long).
Croácia: Pletikosa; Srna, Corluka, Schildenfeld, Strinic; Vukojevic, Rakitic (Dujmovic), Perisic (Eduardo), Modric; Mandzukic, Jelavic (Kranjcar).
Golos: 0-1 3' Mandzukic; 1-1 19' St Ledger; 1-2 43' Jelavic; 1-3 49' Mandzukic.
Destaques: St Ledger, Andrews, McGeady; Srna, Perisic, Modric, Mandzukic, Jelavic.
"Barba Por Fazer" do Jogo: Mario Mandzukic (Croácia)

MP. TM.



9 de junho de 2012

Euro 2012: Holanda-Dinamarca | Alemanha-Portugal

Finalizado o 2º dia do Euro 2012 trazemo-vos o resumo diário dos jogos do Grupo B, o grupo de Portugal. Um dia em que a Dinamarca surpreendeu a Holanda e venceu com justiça e em que Portugal se bateu muito bem com a favorita Alemanha, acabando por perder por 1-0 injustamente, podendo os alemães agradecer a sorte que tiveram (ou o nosso azar).

Holanda 0 - 1 Dinamarca

    E eis que no primeiro jogo do "Grupo da Morte", intitulado assim por conter Portugal, Alemanha e Holanda, a Dinamarca surpreendeu e somou 3 pontos. A Dinamarca a fazer sumo de laranja...
    Relativamente ao jogo, até foi a Holanda a entrar forte e dominadora, como era de esperar. Muita posse de bola, apostando na criatividade do quarteto Sneijder-Robben-Afellay-V.Persie, mas na hora de rematar à baliza faltava inspiração, eficácia, clarividência. E como o futebol se faz de golos, a História do jogo começou a ser escrita aos 24 minutos e por quem? Pela Dinamarca. Simon Poulsen subiu (como muitas vezes durante o jogo) pelo flanco direito, cruzou com força a mais (como também muitas vezes fez), a bola ressaltou num defesa holandês e foi parar aos pés de Krohn-Dehli. O camisola 9 dinamarquês tirou dois jogadores da frente e rematou rasteiro entre as pernas do guarda-redes Stekelenburg. A Holanda tentou reagir mas a verdade é que a Dinamarca soube manter uma enorme serenidade a meio-campo, criando algumas triangulações e sabendo circular jogo sobretudo entre o tridente Kvist-Zimling-Eriksen. Até final da primeira parte não houve grandes momentos, tirando uma bola ao poste de Robben após oferta do guarda-redes Andersen. Até ver, faltava na Holanda uma ligação entre a dupla van Bommel-Nigel De Jong e o resto da equipa, não conseguindo construir bem e fornecer o "cérebro" Sneijder.
     No reatar do jogo, a Holanda entrou bastante bem. Sneijder assumiu o jogo da equipa e todos os passes de rotura saíam dele. No entanto, o desinspirado Van Persie e o egoísta Robben iam desperdiçando as ocasiões. O jogo prosseguia, Van Bommel e Krohn-Dehli construíram uma ocasião de perigo para cada lado, negada pelos guarda-redes e o seleccionador holandês acabou por trocar De Jong e Afellay (que nem estava a ser dos piores) por Van der Vaart e Huntelaar. A Holanda passou a jogar, erradamente, com Sneijder do lado esquerdo e até ao final do jogo foi mais do mesmo - serenidade defensiva e a trocar a bola quando a tinham dos dinamarqueses, Robben a denunciar muito os lances e a ser individualista e o guarda-redes Andersen ainda evitou corajosamente o golo de Huntelaar.
    Em suma, o primeiro resultado surpreendente do Euro 2012, mas justo pela forma organizada como a Dinamarca se apresentou e porque, ao contrário do que era esperado, a Holanda não soube construir e finalizar os lances que habitualmente produz e que hoje por uma razão ou por outra, não saíram.  

Ficha de jogo
Holanda: Stekelenburg; Van der Wiel (Kuyt), Heitinga, Vlaar, Willems; N.De Jong (Van der Vaart), Van Bommel, Sneijder, Robben, Afellay (Huntelaar); Van Persie.
Dinamarca: Andersen; Jacobsen, Kjaer, Agger, S.Poulsen; Kvist, Zimling, Eriksen (Schone); Rommedahl (Mikkelsen), Krohn-Dehli, Bendtner.
Golos: 0-1 24' Krohn-Dehli.
Destaques: Kjaer, Agger, S.Poulsen, Kvist, Zimling, Eriksen, Krohn-Dehli; Sneijder.
"Barba Por Fazer" do Jogo: Michael Krohn-Dehli (Dinamarca)



Alemanha 1 - 0 Portugal

    Acho que é legítimo hoje todos queixarmo-nos da sorte que os germânicos têm e do azar que persegue os tugas. A Alemanha, grande favorita a ganhar este Euro juntamente com a Espanha para muita gente, não foi superior a Portugal (como disse e bem Paulo Bento) e acabou por conseguir ganhar o jogo num lance em que contou com as costas de João Moutinho.
    Portugal começou o jogo com Veloso e Postiga titulares, o que não augurava nada de espectacular. Porém, para contra-balançar, na bancada estava José Mourinho, Jorge Mendes (e o filho de Mourinho, já agora) o que podia muito bem funcionar como factor extra de motivação. Como se estar num Euro não bastasse... A primeira parte é facilmente resumida. A Alemanha teve mais bola, Portugal, muito certinho a ocupar os espaços no seu meio-campo, procurava sair em transição, mas faltava qualidade no último passe. Ao longo da primeira parte Ronaldo ia bufando após cada iniciativa ofensiva na qual Postiga não se sabia integrar, Postiga esse que acabou por ver um amarelo após uma entrada ligeiramente perigosa sobre Neuer, mas que apenas resultou no cartão amarelo pela "fita" e experiência do guarda-redes alemão. O grande momento, claramente o único de perigo, da 1ª parte foi nosso. Após um canto, a bola sobrou para Pepe e o central português rematou fortíssimo. A bola bateu na trave, quando veio abaixo bateu na linha e os alemães aliviaram. Fechámos a primeira parte com o único lance digno de referência, a verdade é essa.
    Para a segunda parte os seleccionadores não fizeram alterações nas equipas e a Alemanha voltou a entrar com mais bola, mas sem nunca conseguir produzir grandes jogadas. Pepe agigantava-se (como sempre nestes jogos) em quase todos os lances e do outro lado começava a aparecer outro central, Hummels, a cortar todos os lances de Portugal. Aos 65 minutos Moutinho fez um enorme passe para Ronaldo, mas Boateng evitou o remate do português. Poucos minutos a seguir Nélson Oliveira entrou para o lugar de Postiga e passados 3 minutos (quando Klose já estava preparado para substituir Gomez), Mario Gomez fez o golo da Alemanha. Bom trabalho de Schweinsteiger, Khedira cruzou, a bola desviou em Moutinho traindo o posicionamento de Pepe e Mario Gomez cabeceou sem hipóteses para Rui Patrício. Um momento de sorte para eles e de azar para nós. Paulo Bento tirou Meireles de jogo e colocou Varela e a selecção melhorou. Fábio Coentrão começou a subir mais pelo flanco, Varela e Nani começaram a mexer com o jogo, a imprimir dinamismo, velocidade e vontade. Nos 10 minutos finais, Nani cruzou/ rematou à barra, Nélson Oliveira deu um golo "de bandeja" a Varela mas este infelizmente falhou num daqueles lances capitais e, mesmo a fechar, Nani rematou contra Badstuber após bom trabalho de Ronaldo.
    Criámos bastantes mais jogadas de golo do que a Alemanha, mas faltou-nos sorte e eficácia. Ronaldo tem que se esforçar mais, Postiga não devia ser titular (Veloso não esteve péssimo, mas esteve abaixo daquilo que tem que jogar) mas, como sempre em fases finais, demos uma boa imagem, incomparavelmente mais sérios e esforçados do que nos jogos "a brincar" e temos condições de seguir em frente. O jogo com a Dinamarca ganha contornos decisivos (se os dinamarqueses eventualmente conseguissem ganhar estariam, veja-se bem, qualificados) mas tudo se decidirá no fim, contra a Holanda, num jogo em que até poderá bastar o empate se a Alemanha vencer os 2 próximos jogos.
    Nota para Pepe e Fábio Coentrão, que "crescem" nestes jogos como ninguém e, do lado da Alemanha, é de destacar o melhor em campo, Mats Hummels. O central do Dortmund foi uma muralha para muitos jogadores portugueses, intransponível (Nélson Oliveira vai de certeza "encher" depois dos duelos que perdeu com ele) e a conseguir sair a jogar de forma impecável.

Ficha de jogo
Alemanha: Neuer; Boateng, Hummels, Badstuber, Lahm; Khedira, Schweinsteiger, Özil (Kroos); Müller (L.Bender), Podolski, Gomez (Klose).
Portugal: Rui Patrício; João Pereira, Pepe, Bruno Alves, Fábio Coentrão; M.Veloso, Moutinho, Meireles (Varela); Nani, Cristiano Ronaldo, H.Postiga (N.Oliveira).
Golos: 1-0 73' Gomez.
Destaques: Hummels, Khedira, Özil, Gomez; Pepe, Fábio Coentrão, Moutinho, Nani.
"Barba Por Fazer" do Jogo: Mats Hummels (Alemanha)

MP. TM.

8 de junho de 2012

Euro 2012: Polónia-Grécia | Rússia-Rep.Checa

Olhem, corpos humanos, começou o Euro! Como prometido começamos hoje a análise diário aos jogos da competição. Quem é amigo, quem é? Somos nós... Quem mais podia ser.

Polónia 1 - 1 Grécia

    Após actuação do DJ italiano Karmatronic, começou o jogo. A equipa de casa, apoiada pelos seus bárbaros adeptos, assumiu o jogo desde cedo perante a débil e apática Grécia do resignado Fernando. Após dois lances de perigo, a selecção da casa chegou mesmo ao golo. Jogada na direita, Kuba fez um cruzamento milimétrico e Lewandowski cabeceou, fazendo um bom golo. Até ao final da primeira parte a Polónia controlou os acontecimentos, não sabendo dar por vezes a melhor sequência às suas jogadas, e viu ainda a Grécia ficar reduzida a 10 jogadores graças à expulsão de Papastathopoulos. O defesa grego foi mal expulso não pelo 2º amarelo que viu mas porque o 1º resultou dum lance em que nem falta havia. De referir que durante a primeira parte o comentador do jogo confessou ter alguma dificuldade com os nomes dos jogadores, soltando um "Preparei-me bastante" e em vez de comentar o jogo optou em grande parte por entrar numa tertúlia que nem um Cláudio Ramos sobre a vida dolorosa e pessoal de alguns jogadores. Também que nem um Cláudio Ramos esteve o comentador ao falar do "físico invejável" dum jogador.
    No recomeço do jogo esperava-se que a Polónia dominasse o jogo (em vantagem no marcador e em jogadores) mas foi o Fernando que soube mexer na equipa ao intervalo. Retirou o desinspirado Ninis e colocou em campo Salpingidis. E não demorou muito a salpingar um golo na baliza polaca. Maniatis cruzou a bola a partir do lado direito, Szczesny saiu quando não tinha que sair, Wasilewski quis cortar de calcanhar e a bola acabou salpingando para o Salpingidis que não perdoou e fez salpingar a rede da baliza polaca. Esperava-se uma reacção da Polónia mas a obra de Szczesny ainda não estava acabada. Após um grande passe de rotura no ataque grego, Salpingidis apareceu como que salpingando na área polaca e Szczesny, para evitar o golo, optou por derrubá-lo. Consequência: grande penalidade e o Szczesny foi expulso, indo foi apanhar ar mais cedo. Karagounis assumiu a marcação da grande penalidade mas havia um pormenor. Estava um Tyton na baliza, O Ty-ton aliás! Karagounis rematou e o grande Tyton defendeu. Até ao final do jogo a apatia polaca foi grande, tanto em campo como no banco (Smuda podia ter mexido no jogo, tinha opções como Wolski ou Mierzejewski) e o 1-1 manteve-se até ao fim.
    Este jogo permitiu confirmar que a Polónia tem uma total dependência do seu flanco direito do Borussia Dortmund (Piszczek-Kuba) e ficou bem ter sido Lewandowski a marcar o 1º golo do torneio. Quanto à Grécia, parece que a sorte teima em procurar a Grécia (embora hoje de facto tenha sido prejudicada na expulsão de Papastathopoulos).
    Só mais uma coisa, relativamente aos comentadores. Hélder Conduto disse a dada altura que a palavra que rimava com Gekas era Golos. E não é verdade, a palavra que rima com Gekas: é Quecas.

Ficha de jogo
Polónia: Szczesny; Piszczek, Wasilewski, Perquis, Boenisch; Polanski, Murawski, Obraniak, Rybus (Tyton), Kuba; Lewandowski.
Grécia: Chalkias; Torosidis, A.Papadopoulos (K.Papadopoulos), Papastathopoulos, Holebas; Katsouranis, Maniatis, Karagounis; Ninis (Salpingidis), Samaras, Gekas (Fortounis).
Golos: 1-0 17' Lewandowski; 1-1 51' Salpingidis.
Destaques: Piszczek, Kuba, Lewandowski; Samaras, Salpingidis.
"Barba Por Fazer" do Jogo: Robert Lewandowski (Polónia)



Rússia 4 - 1 República Checa

    E que bem jogou a URSS! Vá, também não foi assim por aí além. Minto? Não, não minto. A URSS fez um bom jogo, iniciando bem a competição, perante uma República Checa que ainda acreditou por momentos que podia conseguir algo deste jogo. Basicamente o jogo começou e, até ao golo inaugural, foi a República Checa a ter o controlo do jogo. No entanto, foi mesmo a URSS a marcar primeiro. Zyryanov cruzou, Kerzhakov fez um bom cabeceamento ao poste e Dzagoev apareceu à entrada da área rematando um patardão de força para dentro das redes checas (checas, lá está, uma palavra que também rima com Gekas e com quecas). A partir daí a URSS soltou o seu futebol ofensivo, ameaçou o golo novamente por Dzagoev e depois pelo avançado Kerzhakov e chegou mesmo ao 2-0 por Shirokov, após grande passe do capitão Arshavin. Até final da parte, a Rússia controlou o rumo dos acontecimentos.
    Logo no início da segunda parte, que nem uma Grécia, a República Checa decidiu dar um ar da sua graça. Plasil fez um extraordinário passe, isolou Pilar e o pequeno pilar Pilar, após fintar Malafeev, reduziu para 2-1. O jogo entrou então numa fase mais enfadonha e que provocava alguma moleza e sono, até que já perto dos 80 minutos, Dick (sim, é mesmo o nome dele) Advocaat trocou Kerzhakov por Pavlyuchenko e a Rússia voltou a evidenciar-se. Primeiro, Pavlyuchenko isolou Dzagoev com um grande passe e o criativo russo bisou no jogo, "matando" o jogo. Logo a seguir, o próprio Pavlyuchenko rematou forte à entrada da área após bom trabalho individual marcando o melhor golo da noite e deste 1º dia do Euro 2012.
    A Rússia mostrou neste jogo um bom entrosamento entre os elementos da frente (muito graças ao facto de se conhecerem bem e muitos jogarem juntos no Zenit) e venceu uma República Checa que, não tendo os mesmos argumentos e não tendo uma grande defesa, quis jogar olhos nos olhos com a URSS, e não deu.

Ficha de jogo
Rússia: Malafeev; Anyukov, Ignashevich, A.Berezutskiy, Zhirkov; Denisov, Zyryanov, Shirokov, Dzagoev (Kokorin), Arshavin; Kerzhakov (Pavlyuchenko).
Rep.Checa: Cech; Selassie, Sivok, Hubnik, Kadlec; Jirácek (Petrzela), Plasil, Rosicky; Pilar, Rezek (Hübschman), Baros (Lafata).
Golos: 1-0 15' Dzagoev; 2-0 24' Shirokov; 2-1 52' Pilar; 3-1 79' Dzagoev; 4-1 82' Pavlyuchenko.
Destaques: Shirokov, Dzagoev, Arshavin, Pavlyuchenko; Jirácek, Plasil, Pilar.
"Barba Por Fazer" do Jogo: Alan Dzagoev (Rússia)

MP. TM.

PS: Por uma falha a nível da edição fomos obrigados a reformular este post e perdemos assim a contribuição de alguém que fez um comentário estranho mas cómico ("gatossouranis"). Para quem notar algumas diferenças no conteúdo escrito, é apenas e só porque não conseguimos reproduzir o texto exactamente à imagem de como estava escrito antes.

Tenho a Barba Por Fazer e estes Filmes Deves Ver

21 Jump Street

Realizador: Phil Lord, Chris Miller
Argumento: Michael Bacall, Jonah Hill, Patrick Hasburgh, Stephen J. Cannell
Elenco: Jonah Hill, Channing Tatum
Classificação IMDb: 7.5

O trailer prometia bastante como tantas outras comédias, mas até pensei que fosse mais um daqueles filmes em que as piadas estão todas no trailer e o resto é treta. Mas não, 21 Jump Street é uma das melhores comédias dos últimos tempos. A ligação Jonah Hill - Channing Tatum resulta muito bem e, quanto a mim, Jonah Hill é actualmente um dos melhores actores de comédia (e escritor, pelos vistos). O filme começa com a dupla Schmidt (J.Hill) e Jenko (C.Tatum) nos seus tempos de liceu, quando Scmidt era um "Nerd" e Jenko um dos mais populares. Rapidamente acompanhamos a formação de ambos enquanto polícias até começarem a exercer a profissão. Pelo ar jovem, são destacados e enviados novamente para o liceu, com identidades falsas passando-se por alunos, para tentar desmantelar uma rede de tráfico de droga. O argumento propriamente dito não capta nada, mas o filme é feito de pormenores e é feito para fazer rir. E faz.  Num humor do género da Ressaca, Due Date ou de Superbad (filme com Jonah Hill), vale a pena ver a dupla a fazer as suas detenções, a tentativa de Schmidt em explicar tudo e a dupla sob o efeito de drogas. A tudo isto se junta ainda Ice Cube e um actor inesperado no final do filme. Ao som de LMFAO, o filme é sobretudo improvável em imensos momentos e muito à imagem do que é o humor de Jonah Hill. Não esperem a melhor comédia de sempre, mas podem ter a certeza que se vão rir um bocado. Se não se rirem é porque são um coala. E acho que não querem ser um coala. E daí talvez queiram. Quem olhar para este post e ler aleatoriamente apenas o conjunto de 3 frases anterior a esta, sentirá que este texto é muito estranho.

American Reunion

Realizador: John Hurwitz, Hayden Schlossberg
Argumento: Adam Herz, John Hurwitz, Hayden Schlossberg
Elenco: Jason Biggs, Alyson Hannigan, Seann William Scott, Chris Klein, Thomas Ian Nicholas, Tara Reid, Mena Suvari, Eddie Kaye Thomas, Eugene Levy
Classificação IMDb: 7.4

Mantemo-nos nas comédias e esta é a vez do último American Pie. Pelo menos aparentemente. "American Reunion" parte basicamente da premissa do reencontro do elenco original, que integrou os primeiros 3 American Pie's. Jim, Kevin, Stifler, Oz e Finch continuaram com as suas vidas, uns com mais sucesso que outros, mas combinam encontrar-se todos (e toda a gente da época deles) novamente. A ideia é sempre a mesma - a filosofia American Pie - com todas os pormenores improváveis e com os traços de cada personagem sempre presentes. Desta vez Jim depara-se com uma rapariga a fazer-se a ele, Stifler tenta sentir que continua a ser o mesmo dantes, Kevin tornou-se um dono de casa e Oz caiu numa vida fútil. Ainda há o pai de Jim, que tenta "reentrar no mercado". Há quem diga que é o melhor dos American Pie. Honestamente não sei dizer se será o melhor, mas é um dos melhores e está construído sob 2 pontos de vista: manter os ingredientes básicos dos filmes da série e tentar trazer um certo saudosismo dos tempos iniciais, que as próprias personagens demonstram. É verdade que normalmente aquela coisa de "O 1º filme é que é bom!", pelo menos com o Rei Leão e com o Aladino foi assim. Ou não foi? Neste caso, eles dizem "Save the best piece for last" e, se não for o melhor American Pie, acho que estará ao nível do melhor. Qual é o melhor? Não sei. E relativamente ao final do filme, acho bastante difícil os argumentistas terem-se lembrado duma ideia melhor do que aquela que tiveram. E cá está, um pouco de suspense, vejam o filme e na próxima vez pode ser que vos traguemos uns filmes com mais pedigree e não estas comédias.