Balanço Final - Liga NOS 18/ 19

A análise detalhada ao campeonato em que houve um antes e um depois de Bruno Lage. Em 2018/ 2019 houve Reconquista.

Prémios BPF Liga NOS 2018/ 19

Portugal viu um médio carregar sozinho o Sporting, assistiu ao nascer de um prodígio, ao renascer de um suiço, sagrando-se campeão quem teve um maestro e um velocista.

Balanço Final - Premier League 18/ 19

Na melhor Liga do mundo, foram 98 contra 97 pontos. Entre citizens e reds, entre Bernardo Silva e van Dijk, ninguém merecia perder.

Os Filmes mais Aguardados de 2019

Em 2019, Scorsese reúne a velha guarda toda, Brad Pitt será duplo de Leonardo DiCaprio, Greta Gerwig comanda um elenco feminino de luxo, Waititi será Hitler, e Joaquin Phoenix enlouquecerá debaixo da maquilhagem já usada por Nicholson ou Ledger.

21 Novas Séries a Não Perder em 2019

Renasce The Twilight Zone, Ryan Murphy muda-se para a Netflix, o Disney+ arranca com uma série Star Wars e há ainda projectos de topo na HBO e no FX.

1 de junho de 2015

Convocatória para o Euro Sub-21 anunciada

  Selecção (Sub-21) - Rui Jorge convocou 25 jogadores numa primeira lista para o Europeu da categoria de Sub-21, que tem início a 17 de Junho, com Portugal a fazer a sua estreia no dia seguinte diante da Inglaterra. A lista final para o República Checa 2015 será divulgada a 7 de Junho.

Convocatória:

Guarda-redes: José Sá (Marítimo), Bruno Varela (Benfica), Daniel Fernandes (Osnabrück)

Defesas: João Cancelo (Valência), Ricardo Esgaio (Académica), Paulo Oliveira (Sporting), Frederico Venâncio (Vit. Setúbal), Tiago Ilori (Bordéus), Tobias Figueiredo (Sporting), Raphaël Guerreiro (Lorient)

Médios: William Carvalho (Sporting), Rúben Neves (Porto), Sérgio Oliveira (Porto), Rúben Pinto (Paços Ferreira), João Mário (Sporting), Tozé (Estoril), Bruno Fernandes (Udinese), Bernardo Silva (Mónaco), Rafa (Braga)

Extremos/ Avançados: Ivan Cavaleiro (Deportivo), Carlos Mané (Sporting), Iuri Medeiros (Arouca), Ricardo Pereira (Porto), Ricardo Horta (Málaga), Gonçalo Paciência (Porto)

    BPF - Dá gosto ver a constituição desta Selecção. Sem margem para discussão, uma das melhores gerações de sempre. Houve o bom senso por parte de Rui Jorge e Fernando Santos em considerarem que elementos como William Carvalho, Bernardo Silva, João Mário e Raphaël Guerreiro - cada vez mais são presenças regulares na Selecção principal - seriam mais-valias para este grupo, e André Gomes talvez também aqui estivesse se não se tivesse lesionado.
    A grande surpresa da convocatória é mesmo a ausência de Bruma, que já provocou imediata reacção do seu empresário Cátio Baldé. Se é certo que Bruma foi uma das figuras no Mundial sub-20 de 2013, no qual Portugal foi eliminado nos oitavos pelo Gana mas Bruma foi mesmo assim o 2.º melhor marcador, também é certo que desde aí para cá o extremo formado no Sporting fez uma série de más escolhas, tendo tido também azar com a sua lesão. A fantasia que Bruma acrescenta teria sempre lugar, mas Rui Jorge terá preferido jogadores cujo comportamento é mais fácil de prever como Cavaleiro, Ricardo Pereira e Horta, apostando ainda em jogadores que se destacaram por cá como Iuri e Mané.
    Nesta geração há apenas 1 verdadeiro ponta-de-lança, Gonçalo Paciência, a recuperar de lesão, podendo Portugal vir a jogar com uma frente mais móvel, com Ivan Cavaleiro como elemento mais central. Havendo ainda que retirar 2 jogadores a esta lista, talvez Bruno Fernandes (embora de forma injusta tem sido poucas vezes chamado) e Rúben Pinto corram risco de ficar de fora.

    Portugal defrontará Inglaterra (ficaram alguns de fora mas mesmo assim surgem nomes como Kane, Berahino, Ings, Redmond e Ward-Prowse), Itália e Suécia na fase de grupos. Os nossos jovens têm tarefa complicada mas temos boas razões para ter esperança. Basta imaginarmos um onze com José Sá, Cancelo, Paulo Oliveira, Ilori, Guerreiro, William, Rúben Neves, João Mário, Bernardo, Rafa ou Mané e Cavaleiro. Mas Rui Jorge têm muitas e boas opções para tomar, várias e boas dores de cabeça.


Fernando Santos chama Carriço, Varela, Éder, Danilo Pereira e André André

  Selecção - O seleccionador nacional Fernando Santos divulgou hoje os convocados para os jogos contra Arménia e Itália. A nossa Selecção defronta a Arménia em jogo de apuramento para o Euro 2016 no dia 13 de Junho, jogando depois um amigável contra a Itália dia 16.
    William Carvalho e Bernardo Silva são os dois únicos jogadores que integram esta convocatória e a dos Sub-21, pelo que no máximo dos máximos abandonam o grupo logo depois do jogo com a Arménia. Isto porque o amigável italiano joga-se 2 dias antes do 1.º jogo dos Sub-21 na República Checa. Deve-se encarar a chamada de Bernardo e William como uma demonstração da forte confiança do seleccionador neles, e têm fortes hipóteses de estar ambos no Euro-2016, mas oxalá não sejamos surpreendidos daqui a uns dias com o facto de algum deles ou ambos serem os 2 jogadores riscados da Selecção mais jovem.


Convocatória:

Guarda-redes: Rui Patrício (Sporting), Anthony Lopes (Lyon), Beto (Sevilha)

Defesas: Vieirinha (Wolfsburgo), Cédric (Sporting), José Fonte (Southampton), Ricardo Carvalho (Mónaco), Bruno Alves (Fenerbahçe), Daniel Carriço (Sevilha), Fábio Coentrão (Real Madrid), Eliseu (Benfica)

Médios: William Carvalho (Sporting), Danilo Pereira (Marítimo), Tiago (Atlético Madrid), João Moutinho (Mónaco), André André (Vit. Guimarães), Pizzi (Benfica), Adrien Silva (Sporting), Bernardo Silva (Mónaco)

Extremos/ Avançados: Cristiano Ronaldo (Real Madrid), Nani (Sporting), Danny (Zenit), Ricardo Quaresma (Porto), Silvestre Varela (Parma), Éder (Braga)

    BPF - Não há muito que contestar nesta convocatória, como tem sido frequente com Fernando Santos. O trio de guarda-redes justo, Vieirinha a contar como lateral-direito (e esperemos que seja o titular), pela lesão de Pepe e com Paulo Oliveira nos Sub-21 é mais do que adequada a chamada de Daniel Carriço; no meio-campo Danilo Pereira, André André e Pizzi têm um prémio mais do que justificado pelas excelentes épocas que realizaram, e na frente Éder é a única opção questionável, tendo Varela ganho, de facto, alguma vida no Parma.

100 Melhores Personagens de Filmes - Nº 30



Filme: The Lord of the Rings
Actor: Viggo Mortensen

por Miguel Pontares

    Ainda está para nascer o primeiro homem que não ache o abrir de portas de Aragorn em 'The Lord of The Rings: The Two Towers' uma das entradas mais épicas de sempre, e ainda está também para nascer a primeira mulher que diga que esse momento não é sexy.
    Aragorn, filho de Arathorn, herdeiro de Isildur e um dos Dúnedain, é um homem de 87 anos incrivelmente bem conservado para a sua idade. E pronto, por aqui ficamos, até para a semana pessoal! Retomando, como aqui escrevi anteriormente, Samwige Gamgee é talvez quem mais merece o título de herói da obra-prima de Tolkien mas, para além dele, a carapuça também serve a Gandalf e Aragorn. O Rei que regressa no derradeiro filme da saga é um líder por natureza, a voz da razão capaz de aturar a rivalidade saudável entre Legolas e Gimli.
    Nunca perdendo a postura e a sua eloquência e elegância tanto a falar como a lutar, Aragorn - para além de ser a personagem que eu seleccionava ao jogar o videojogo do filme - é um dos que mais evolui ao longo da trilogia. Sam transcende-se, Frodo suporta o peso do anel, Gandalf renasce em tons de branco, mas 'The Lord of the Rings' é também a história do homem que começa como um ranger que responde pelo nome de Strider, mas que com o tempo passa a estar preparado e abraça o seu verdadeiro destino, assumindo o trono de Gondor.
    Todos sabemos identificar um líder carismático, que nem precisa de muito para que uma legião o siga e lute por/ com ele, quando o Cinema nos oferece um. Tolkien interligou os destinos das diferentes raças da Terra Média, mas fez de Aragorn a esperança dos homens propriamente ditos. Para além da sua história de amor com Arwen (impossível encontrar melhor elfa do que Liv Tyler), embora sempre incomodado pela chatinha Eowyn ("I am no man"), são vários os momentos que marcam o percurso da personagem interpretada por Viggo Mortensen, americano filho de pai dinamarquês. Ficam na memória as palavras de Boromir - My brother, my captain, my king - no leito de morte para Aragorn; e se esse é um dos instantes em que alguém o aceita como seu rei, também outros momentos carregam esse simbolismo, como a espada Anduril entregue por Elrond e, claro está, a capacidade de Aragorn em convocar o exército dos mortos. Exército esse que proporciona mais uma entrada épica a meio da Batalha dos campos de Pelennor.
     Fonte de inspiração, confiança e coerência, Aragorn tem ainda assim a sua grande cena quando discursa em frente ao portão negro de Mordor. Muito do desempenho de Mortensen nesta personagem está presente no olhar, e a convicção presente nesse discurso emblemático engrandece-o:
Hold your ground, hold your ground! Sons of Gondor, of Rohan, my brothers! I see in your eyes the same fear that would take the heart of me. A day may come when the courage of men fails, when we forsake our friends and break all bonds of fellowship, but it is not this day. An hour of wolves and shattered shields, when the age of men comes crashing down! But it is not this day! This day we fight! By all that you hold dear on this good Earth, I bid you stand, Men of the West!

    Alguns de vocês talvez não saibam, mas as primeiras escolhas para o papel de Aragorn eram Daniel Day-Lewis e Russell Crowe, e Stuart Townsend acabou por ser substituído por Viggo já com as gravações a decorrer por ter um ar demasiado jovem. Nicolas Cage recusou o papel e Vin Diesel fez uma audição para ele. Tudo isto é cómico e assustador, até porque é muito difícil a personagem assentar tão bem a alguém como a Viggo Mortensen, o homem que se tornou o melhor esgrimista aprendiz do veterano que ensinou os actores a manejar espadas.
    Assim é Aragorn, aquele cavaleiro que conhecemos na sombra, a fumar o seu cachimbo, e que muitas horas de filme mais tarde, já coroado rei, se ajoelha perante os hobbits, uma imagem marcante. Depois de Sam e Gandalf, esta é a terceira personagem de 4 de 'The Lord of the Rings' que integram este conjunto de 100 personagens. Certamente adivinharão quem será a quarta. 


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Nota Editorial: A compilação/ organização e ordem das personagens deste Top é responsabilidade de Miguel Pontares e Tiago Moreira. Os textos tiveram a colaboração de Daniel Machado, Lorena Wildering, Nuno Cunha, Sara Antunes Santos e Carolina Moreira.
Foram tidos em consideração filmes lançados até 20 de Novembro de 2014. Mais informamos que poderão existir spoilers relativos às personagens e/ ou aos filmes que elas integram, passíveis de constar na defesa e caracterização de cada uma das 100 personagens.

31 de maio de 2015

Benfica 2015/ 16: Manter Jesus, Viver sem Gaitán e ser Made in Seixal

Passaram por aqui dragões e depois leões, e hoje terminamos a visita ao futuro dos 3 "grandes" com um olhar especulativo para o campeão nacional Benfica. Mais uma vez referimos que esta projecção destes plantéis visa ser um ponto de equilíbrio entre o que é provável acontecer neste Verão e as medidas (ou contratações) que sugeríamos para tentarem ir de encontro aos seus objectivos. Os plantéis que encontrarem nestas rubricas são ficcionais, fruto da nossa imaginação, mas construídos com base nos anos de futebol que já levamos, conhecendo as equipas e os perfis de contratação/ prospecção tidos em conta na sua tomada de decisão.
    A primeira grande decisão do defeso encarnado chama-se Jorge Jesus. O treinador bicampeão é o grande responsável do sucesso benfiquista (3 campeonatos ganhos em 6 anos na Luz) e por isso mesmo a sua continuidade é uma prioridade, fazendo dele o 1.º reforço que o Benfica deve procurar garantir. Não renovando Jesus, Rui Vitória (com ele os miúdos não precisariam de nascer 10 vezes) parece ser a alternativa. A saída de Nico Gaitán - para nós o Jogador do Ano na Liga NOS 14/ 15 - é inevitável, e a lesão de Salvio terá à partida garantido a permanência do camisola 18. É provável ainda que também Ola John seja transferido, com Benito, Derley e Sulejmani a abandonarem também a Luz. O momento parece o indicado para alguma aposta progressiva e pensada nos jovens formados no clube, mas ainda assim o Benfica terá que ir ao mercado para colmatar a saída do seu 10, e pretendendo por certo chegar ao 35.º título, combinando-o com uma boa campanha europeia.. na Champions. Tal como em anos anteriores, o período de transferências está a iniciar-se com um pequeno camião de Djavan's, mas entre Ederson, Diego Lopes, Hassan, Marçal, Pelé e Dálcio, achamos que só Ederson faz sentido que integre o plantel; Dálcio tem qualidade mas permanecer emprestado ao Belenenses 1 época é uma solução acertada, e de todos Diego Lopes mesmo assim seria o único que com jeitinho se poderia incluir na pré-temporada. 

O Plantel


Guarda-Redes: Júlio César, Ederson (Rio Ave), Paulo Lopes
    Após Jan Oblak ter desertado durante o mercado de Verão passado, forçando uma transferência para o Atlético de Madrid, o Benfica tinha em mãos a difícil tarefa de encontrar um substituto à altura do esloveno. Tarefa bem-sucedida já que o veterano Júlio César foi uma aposta ganha. Numa altura em que se encontrava em fase descendente da carreira e com a moral totalmente em baixo, Júlio renasceu das cinzas no ninho da águia que nem uma Fénix e voltou a brilhar entre os postes. Deu sempre segurança à defesa, acumulou grandes defesas durante o campeonato e ainda manteve a sua baliza a zeros durante muitos jogos. Assim sendo, pelo que já foi aqui dito, Júlio tem toda a confiança para o ano vindouro. Com Paulo Lopes a ser outro elemento importante dentro do balneário, só Artur deve dizer «Adeus» ao Benfica neste mercado. Mostrou-se sempre emocionado na despedida ao Estádio da Luz onde deve ter sido mesmo o seu último jogo. Pelo que o Benfica deverá apostar em Ederson, do Rio Ave, fazendo com que o jogador regresse ao seu ponto de partida em Portugal. Apesar de ser a mais provável contratação, nós aconselharíamos antes o recém-despromovido Adriano Facchini. Para além de ter qualidade, tem mais experiência que Ederson e seria melhor solução numa eventual lesão do titular com nome de imperador. E a verdade é que não vemos em Ederson a qualidade necessária para ser o futuro nº 1 do Benfica. Em todo o caso, dependendo da longevidade de Júlio César o Benfica terá, tudo indica, que ir ao mercado contratar um guarda-redes para 2016/ 17 ou no máximo 2017/ 18. 

Defesas: Maxi Pereira, André Almeida; Luisão, Jardel, Lisandro López, César; Raphaël Guerreiro (Lorient), Eliseu
    Para nós é num lugar da defesa que o Benfica deveria priorizar o reforço do seu plantel, resolvendo uma posição problemática de forma crónica. Mas já lá vamos. Para a direita as águias têm Maxi Pereira (se não renovar sugeríamos a contratação de Thomas Meunier, do Club Brugge) e André Almeida, com o polivalente português capaz de fazer 3 posições neste plantel. Depois da excelente época da dupla Luisão-Jardel - com o ex-Olhanense a evoluir e muito - faz sentido manter os 4 centrais, e é na esquerda que o Benfica deve apostar forte. Eliseu serve para o nível da Liga NOS mas não para um clube que queira chegar aos quartos da Champions. Assim, e com Benito e Sílvio de parte, entendemos que Eliseu deveria permanecer como opção de recurso, contratando o Benfica o jovem Raphaël Guerreiro. É português, tem um futuro brilhante pela frente e valeria qualquer euro gasto. Não conseguindo contratá-lo, sugeríamos Jordan Amavi (Nice), em princípio mais barato e quiçá com maior potencial.

Médios: Samaris, Cristante, Fejsa, Rúben Amorim, Pizzi, Renato Sanches, Talisca
    Este sector é aquele em que a qualidade e a quantidade abunda mais. Depois do investimento feito no ano transacto, é completamente desnecessária a compra de qualquer activo para o centro do terreno. No entanto, ficando Jesus não afastamos a hipótese de ele exigir mais um médio-centro (8). Samaris e Pizzi, após terem lutado e mostrado que são mais-valias para o plantel, devem fazer a sua afirmação no próximo ano e se corresponderem em campo ao seu potencial, no fim da próxima época terão alguns clubes a tentar levá-los do ninho. Fejsa e Rúben serão sempre alternativas de grande calibre e Cristante terá mais minutos em campo porque valor o italiano já mostrou que tem. Ainda há a possibilidade de Mukhtar fazer algumas posições no centro do terreno, mas achamos que Renato Sanches deveria ter já algumas oportunidades na equipa principal, um pouco à imagem de Gonçalo Guedes nesta última época. Seria benéfico para a evolução de João Teixeira ter uma época inteira de Liga NOS, emprestado a outro clube, mas relativamente a Renato Sanches achamos que precisa de crescer já com o plantel principal, recebendo o estímulo e o acompanhamento certo para o seu gigante potencial. Talisca continuará a ser uma referência mais ofensiva nas posições centrais, sendo que também poderá ocupar a posição de segundo avançado.

Extremos: Salvio, Gonçalo Guedes, Ivan Cavaleiro, Andrija Živković (Patrizan), Pione Sisto (Midtjylland), Mukhtar
    Pensando num Benfica sem Gaitán, Ola John e Sulejmani, há que acrescentar ainda outro dado: Salvio, ficando e confirmando-se a gravidade da lesão, só deverá poder jogar em finais de Novembro, correndo o risco de não contribuir na totalidade da fase de grupos da Champions. Assim, e porque é mais fácil correr riscos e apostar na irreverência da juventude nos extremos do que em posições centrais, para nós 2014/ 15 deveria ser o ano de soltar Gonçalo Guedes, confiando ainda alguns minutos ao alemão Mukhtar. De resto, embora suspeitemos que Ivan Cavaleiro não voltará, à imagem de Bernardo Silva e Cancelo, julgamos que o extremo que esta época esteve no Deportivo merecia finalmente uma oportunidade. Para completar, e na impossibilidade de se contratar um jogador feito, capaz de substituir Gaitán no imediato, achamos que o Benfica deveria tentar fechar 2 jovens reforços: o sérvio Živković e o dinamarquês Pione Sisto, uma espécie de Sadio Mané. O uruguaio De Arrascaeta, craque do Cruzeiro e que estará na Copa América, era também alguém a considerar.

Avançados: Jonas, Lima, Jonathan Rodríguez, Rui Fonte
    Com um jackpot de seu nome Jonas, o Benfica não necessita de ir ao mercado procurar um avançado. Tanto Jonas como Lima devem renovar pelos encarnados e o facto é que são dois jogadores muito queridos por Jorge Jesus. Jonas é o goleador de serviço, enquanto que Lima marca e faz jogar. Tem que ser dada uma oportunidade ao jovem Rui Fonte pela época que fez quer ao serviço do Benfica B e, desta vez, parte à frente de Nélson Oliveira já que o jogador que esteve ao serviço do Swansea por empréstimo teima em adiar o seu valor e Rui Fonte tem facturado muito mais no passado recente. Por fim, e não menos importante, Jonathan Rodríguez poderá ser uma das revelações da próxima época. O uruguaio já deu cartas na equipa secundária das águias onde o poder de explosão, velocidade e bom remate são o que o mais caracteriza. Luis Suárez desfaz-se em elogios perante o compatriota e nós acreditamos que 2015/16 será o seu ano.

O que muda? Porque no futebol não há impossíveis, e uma vez que Jorge Mendes controla o mercado de jogadores e treinadores como ninguém, não podemos afirmar taxativamente que Jorge Jesus continuará como treinador. Continuando Jesus, a "estrutura" não será tão testada e manter-se-ão os métodos de treino e afins, trocando apenas algumas peças. Nico Gaitán deverá ser a grande perda deste defeso e, embora à 1.ª vista pareça irreparável, também de muitos outros jogadores se disse isso num passado recente.
    A nossa leitura é que o Benfica deve encarar 2015/ 16 como uma época na qual o tricampeonato é um dos objectivos, sendo o outro uma campanha na Champions que coloque como objectivo mínimo os quartos-de-final. Pode até o Benfica na próxima temporada dar um passo atrás, mas as exigências serão maiores, principalmente porque a prestação da equipa nos últimos anos na principal competição europeia de clubes tem deixado constantemente a desejar. E é na Champions que se fazem as grandes equipas. O Benfica 2015/ 16 deve manter a sua identidade, mas deve também ser perspicaz o suficiente para adaptar a sua ideia de jogo e o próprio sistema - o vertiginoso 4-4-2 actual destrói adversários em Portugal mas é permeável frente a boas equipas na Champions, pedindo-se que se trabalhe uma alternativa, um 4-1-2-3 (um 4-2-3-1 pedia outro tipo de reforços) que equilibre mais a equipa e que a faça ocupar melhor os espaços.


A Formação: É inconcebível e imaturo pensar num Benfica made in Seixal a curto-prazo, mas a temporada que aí vem tem tudo para ser aquela em que são dados os primeiros passos a sério nesse sentido. A Caixa Futebol Campus tem desenvolvido o futuro de Portugal, mas também o futuro do Benfica, se o clube quiser. Os encarnados não utilizaram como poderiam Bernardo Silva e João Cancelo, e importa olhar para alguns produtos da formação como futuros elementos do plantel principal e não como futuros encaixes de 15 milhões.
    Como acima puderam constatar, apenas colocámos no nosso plantel 3 jogadores - Gonçalo Guedes, Renato Sanches e Ivan Cavaleiro - num plantel que mesmo assim já teria 10 portugueses. Pede-se uma integração passo-a-passo das promessas que confirmem ter valor para a equipa principal, e é fundamental compreender o nível que cada um apresenta no presente, o nível competitivo que pedem e a melhor forma de os fazer crescer.
    No nosso entender, João Teixeira, Nuno Santos, João Carvalho, João Nunes, Pedro Rebocho e Guzzo deveriam ser "colocados" em equipas da Liga NOS, crescendo e tendo minutos num campeonato de acordo com aquilo que já mostraram; enquanto que o Benfica B deveria servir para Diogo Gonçalves, Hildeberto, Pedro Rodrigues, Nélson Semedo e Gonçalo Rodrigues continuarem a queimar etapas. A juntar a isto, os prodígios precoces João Filipe e José Gomes pedem um ano de juniores, mas com um ou outro teste na equipa B.

30 de maio de 2015

100 Melhores Personagens de Filmes - Nº 31



Filme: Good Will Hunting
Actor: Robin Williams

por Tiago Moreira

    Sempre que se fala no nome do grande Robin Williams, muitas personagens podem passar pela vossa cabeça. Na minha, a primeira é esta que aqui escrevo hoje - Dr. Sean Maguire. Na minha modéstia opinião, «Good Will Hunting» é o melhor filme da carreira  de Robin. O actor que nos abandonou fisicamente a 11 de Agosto do ano transacto, deixa-nos saudades por tudo o que deu ao cinema internacional e não só. Desde personagens humorísticas ou dramáticas, Robin Williams deu-nos um pouco de tudo e tudo duma forma tão boa... Até fora do ecrã nos deu alguns ensinamentos em discursos épicos. Mas de todas estas coisas boas, as memórias que tenho de Robin remetem automaticamente para Sean Maguire.
    O filme foi escrito por Matt Damon e Ben Affleck que também integram o filme como actores. Um filme que deu o Óscar a ambos por melhor argumento original, como também deu o Óscar a Robin Williams como melhor actor secundário. E conta a história de Will Hunting - um jovem que tem uma grande capacidade para aprender e com especiais enormes qualidades para a matemática. Contudo, é um miúdo rebelde e completamente perdido no mundo. E é aí que entra o psicólogo Dr. Sean Maguire. Ao conhecer Will, Maguire reviu-se um pouco no rapaz que estava à sua frente - um jovem com grande potencial, mas perdido no mundo e a deixar morrer esse mesmo presente que a vida lhe deu. Não querendo que Will desperdiçasse o dom que tinha, a nossa personagem mostrou-se insistente e paciente perante alguém que parecia impenetrável. Até ao momento de um dos melhores e mais marcantes discursos de sempre:

«So if I asked you about art, you'd probably give me the skinny on every art book ever written. Michelangelo, you know a lot about him. Life's work, political aspirations, him and the pope, sexual orientations, the whole works, right? But I'll bet you can't tell me what it smells like in the Sistine Chapel. You've never actually stood there and looked up at that beautiful ceiling; seen that. If I ask you about women, you'd probably give me a syllabus about your personal favorites. You may have even been laid a few times. But you can't tell me what it feels like to wake up next to a woman and feel truly happy. You're a tough kid. And I'd ask you about war, you'd probably throw Shakespeare at me, right, "once more unto the breach dear friends." But you've never been near one. You've never held your best friend's head in your lap, watch him gasp his last breath looking to you for help. I'd ask you about love, you'd probably quote me a sonnet. But you've never looked at a woman and been totally vulnerable. Known someone that could level you with her eyes, feeling like God put an angel on earth just for you. Who could rescue you from the depths of hell. And you wouldn't know what it's like to be her angel, to have that love for her, be there forever, through anything, through cancer. And you wouldn't know about sleeping sitting up in the hospital room for two months, holding her hand, because the doctors could see in your eyes, that the terms "visiting hours" don't apply to you. You don't know about real loss, 'cause it only occurs when you've loved something more than you love yourself. And I doubt you've ever dared to love anybody that much. And look at you... I don't see an intelligent, confident man... I see a cocky, scared shitless kid. But you're a genius Will. No one denies that. No one could possibly understand the depths of you. But you presume to know everything about me because you saw a painting of mine, and you ripped my fucking life apart. You're an orphan right? You think I know the first thing about how hard your life has been, how you feel, who you are, because I read Oliver Twist? Does that encapsulate you? Personally... I don't give a shit about all that, because you know what, I can't learn anything from you, I can't read in some fuckin' book. Unless you want to talk about you, who you are. Then I'm fascinated. I'm in. But you don't want to do that do you sport? You're terrified of what you might say. Your move, chief.»

    Longo, mas vale cada palavra lida. No fundo, Sean Maguire abriu os olhos que teimavam estar cerrados de Will Hunting para que este conseguisse dar dois passos atrás e olhar para a sua vida de uma forma mais ampla. Muitas das vezes olhamos para tudo o que nos rodeia, para todas as situações e problemas, de uma maneira completamente rectilínea. Não é justo rotularmos situações e pessoas com base em conhecimentos que temos que em nada têm a ver com o caso/pessoa em questão. Não é por sabermos "X" de um certo indivíduo que isso o torna nesse mesmo "X". É preciso saber mais. É preciso conhecer cada caso para poder argumentar o que quer que seja. Cada caso é um caso e nem tudo é objectivo. Muito pelo contrário. Na grande maioria das vezes, tudo é relativo. É urgente conhecermo-nos antes de carregarmos a metralhadora com juízos de valor.


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Nota Editorial: A compilação/ organização e ordem das personagens deste Top é responsabilidade de Miguel Pontares e Tiago Moreira. Os textos tiveram a colaboração de Daniel Machado, Lorena Wildering, Nuno Cunha, Sara Antunes Santos e Carolina Moreira.
Foram tidos em consideração filmes lançados até 20 de Novembro de 2014. Mais informamos que poderão existir spoilers relativos às personagens e/ ou aos filmes que elas integram, passíveis de constar na defesa e caracterização de cada uma das 100 personagens.

Sporting 2015/ 16: Vender, Rentabilizar e Potenciar

Começámos com o Porto, continuamos com o Sporting. Com o final da Liga NOS 2014/ 15 demos início ao "jogo" do mercado de transferências. Limpámos o pó que cobria a nossa bola de cristal e achámos engraçado projectar a constituição dos 3 "grandes". Assim, desenhámos um ponto de equilíbrio entre o que é provável acontecer neste Verão e as medidas (ou contratações) que sugeríamos para tentarem ir de encontro aos seus objectivos. Os plantéis que encontrarem nestas rubricas são ficcionais, fruto da nossa imaginação, mas construídos com base nos anos de futebol que já levamos, conhecendo as equipas e os perfis de contratação/ prospecção tidos em conta na sua tomada de decisão.
    Marco Silva: sim ou não? Esse é o ponto de partida do Verão leonino. Por vários indicadores, suspeitamos que o jovem técnico não continuará no banco do Sporting, optando Bruno de Carvalho por um treinador bem sucedido internamente - Paulo Fonseca emerge como eventual favorito, acompanhado por Rui Vitória, embora o treinador do Vit. Guimarães tenha alegadamente um acordo apalavrado com o presidente do Benfica na eventualidade de Jorge Jesus não continuar. Desconhecemos quão atraído se sentiria um treinador por exemplo como Paulo Sousa pelo projecto do Sporting. O plantel 2015/ 16 do Sporting não terá Nani e possivelmente não terá também William Carvalho. Os leões teriam realizado um encaixe superior há 1 ano atrás, mas é provável que seja desta que o 14 do Sporting dá o salto. De resto, parece lógico que o Sporting adopte a seguinte postura: realizar encaixes com alguns jogadores que têm mercado (William, Mané, Slimani, Cédric e Jefferson), encontrando ainda soluções para casos como Capel e André Martins. A partir daí, o clube de Alvalade deve reestruturar-se com elementos que já integram os quadros do clube, reforçando-se depois em posições-chave.

O Plantel

Guarda-Redes: Rui Patrício, Marcelo Boeck, Luís Ribeiro
    Sempre que uma época termina, é normal falar-se numa saída de Rui Patrício. Contudo, até à data não se falou em nenhuma possibilidade do nº 1 de Alvalade rumar a outros campeonatos e o mais provável é que continue no clube que o formou. E é um pouco como os restantes dois jogadores desta posição. Com Boeck a servir de alternativa a Patrício e com o jovem Luís Ribeiro a continuar a treinar com a equipa principal. Não é de todo uma posição que necessita de ser reforçada, mas sim mantida.

Defesas: Miguel Lopes, Ricardo Esgaio; Paulo Oliveira, Ewerton, Tobias Figueiredo, Bruno Uvini (Nápoles); Jonathan Silva, Afonso Figueiredo (Boavista)
    Com a saída iminente de Cédric e Jefferson, a defesa leonina tem que efectuar algumas mudanças. Não tantas como se pensa, na verdade. Com as saídas dos influentes jogadores, o Sporting deveria - no nosso entender - apostar em dois valores que já se encontram dentro de portas: Miguel Lopes (Direita) e Jonathan Silva (Esquerda). Quando foram chamados a jogo, ambos responderam de forma bastante positiva e no nosso parecer merecem a confiança dos dirigentes. Ainda nas laterais, Esgaio será uma boa alternativa a Miguel, enquanto que para a esquerda aconselharíamos a compra de Afonso Figueiredo, do Boavista, fazendo assim regressar um jogador da Academia a casa, após a boa época que fez nos axadrezados. No eixo defensivo, Sarr - não tendo mostrado valor suficiente para jogar de leão ao peito - tem as portas abertas e Uvini provavelmente chegará proveniente do Nápoles num namoro que já se afigura longo. Ewerton deverá ficar em definitivo nos verde e brancos, enquanto que Paulo Oliveira e Tobias Figueiredo terão toda a confiança do próximo treinador, certamente. Especialmente o primeiro que será o patrão da defesa leonina.

Médios: Danilo Pereira (Marítimo), Wallyson, Adrien Silva, João Mário, Filipe Chaby, Labyad, Matheus Pereira
    Acreditando nós que este é o Verão no qual William Carvalho deixa o futebol português, a incrível temporada de Danilo Pereira ao serviço do Marítimo terá sido mais do que suficiente para o colocar como um sucessor legítimo do pêndulo do meio-campo leonino. Wallyson demonstrou no Sporting B que merece ser opção, e de 2014/ 15 é importante que transitem Adrien Silva e sobretudo João Mário. Por fim, parecem já ter sido dados os primeiros passos entre Labyad e o Sporting para que o marroquino faça parte do plantel, e da nossa parte achamos que o miúdo Filipe Chaby (emprestado ao União da Madeira) tem talento para crescer apoiado pelo clube onde está desde 2006. Matheus Pereira precisa da chamada à equipa A como estímulo e, embora não o coloquemos, acreditamos que o escocês Gauld poderá ser aposta - forçada pelo presidente - na época vindoura, mas pelo pouco que fez no Sporting B não justificava o salto.


Extremos: Carrillo, Bryan Ruiz (Fulham), Dorin Rotariu (Dínamo Bucareste), Iuri Medeiros, Gelson Martins
    Nesta nova época não haverá Nani e provavelmente não haverá Carlos Mané, cuja preponderância poderia ser finalmente significativa. Carrillo surge assim como uma das grandes figuras deste Sporting 15/ 16, e tudo leva a crer que os leões tentarão atrair um jogador reputado e com técnica mas que esteja numa curva descendente na sua carreira. Neste cenário, acreditamos que seja possível o Sporting garantir o costa-riquenho Bryan Ruiz. Resta saber se Alvalade receberá o jogador que contribuiu para o bom Mundial 2014 da sua Selecção ou o jogador que tem ficado aquém daquilo que pode dar em vários clubes. Depois, é mais ou menos lógico que um clube que tantos extremos já deu ao futebol continue a apostar na Academia, aproveitando os frutos das últimas gerações com qualidade regular e abundante. Matheus Pereira precisa da chamada à equipa A como estímulo, e os miúdos Iuri Medeiros e Gelson Martins devem também contar. Sobretudo Iuri, que se destacou no período em que esteve emprestado ao Arouca. Capaz de contar para extremo-esquerdo e para a frente de ataque sugeríamos a contratação de Rotariu, romeno de 19 anos que por várias vezes foi associado ao Sporting.


Avançados: Robert Berić (Rapid Viena), Fredy Montero, Diego Rubio
    Uma vez que o argelino Slimani é um jogador com algum mercado, mais valorizado no pós-Mundial 2014, acreditamos que será transferido. A continuidade de Fredy Montero é importante, mas os leões precisam de ir ao mercado para encontrar um avançado que se enquadre no modelo de jogo, finalizando com qualidade e tendo números. Nesse sentido, a nossa aposta seria o esloveno Robert Berić, 2.º melhor marcador da Liga Austríaca - atrás de Jonathan Soriano - com 24 golos apontados ao serviço do Rapid Viena. As características de Berić vão ao encontro do que a posição pede, e a fechar o lote de avançados está Diego Rubio. O chileno marcou golos pela equipa B e adequa-se enquanto 3.ª opção.


O que muda? A esperança do Sporting, clube que enveredou mais cedo numa cruzada de contenção de despesas e corte nos "extras", será Benfica e Porto sub-desenvolverem-se nos próximos anos, por via da proibição dos Fundos. No entanto, as negociatas no futebol arranjam sempre maneira de se realizarem, e caso águias e dragões se vejam cada vez mais obrigados a apostar na formação, têm trabalhado bem nos últimos anos para preparar a chegada desse momento. Más notícias para o Sporting, que na próxima época terá que tentar integrar verdadeiramente a luta pelo título, sem ser uma "ilha" entre os 2 primeiros e o resto do campeonato.
    A nossa leitura é a de que Marco Silva não continuará, surgindo Paulo Fonseca (não pode trazer Seri consigo, mas pode arriscar em Diogo Jota) como um possível substituto. Bruno de Carvalho deve aprender em que áreas e momentos do clube se deve ou não intrometer, e um treinador como Paulo Fonseca beneficiaria com o grau de exigências e expectativas do clube verde-e-branco. O mote "vender, rentabilizar e potenciar" deve ser a premissa seguida, e do ponto de vista táctico o Sporting deve ser mais ambicioso na Liga NOS, jogando em casa com 2 homens mais adiantados contra adversários mais fracos, e beneficiando do facto de ter vários extremos e médios ofensivos capazes de se camuflar em vários modelos.


A Formação: Por contraste com o seu passado recente e com a actualidade, e ao contrário de Benfica e Porto, é hoje em dia mais difícil identificar craques leoninos prontos para renderem a médio-prazo. Embora nos plantéis que estamos a apresentar para os 3 grandes o Sporting seja de longe o que aposta mais no jogador formado no clube, essa realidade poderá não perdurar muito. Enumeramos menos jogadores da Formação neste separador, relativamente a Porto e Benfica, porque muitos já estão no plantel (Esgaio, Tobias, Wallyson, Matheus Pereira, Chaby, Iuri e Gelson Martins como elementos mais novos dos formados no clube). Assim, para elementos como Daniel Podence e Domingos Duarte seria benéfico um empréstimo a uma equipa da Liga NOS, mantendo-se a equipa B como local de desenvolvimento para João Palhinha, Rafael Barbosa e José Postiga.

29 de maio de 2015

Porto 2015/ 16: Fé em Lopetegui e nos Milhões

A Liga NOS 2014/ 15 acabou, e nós já estamos a olhar para o futuro. Com o objectivo de projectar a constituição dos 3 "grandes", desenhámos um ponto de equilíbrio entre o que é provável acontecer neste Verão e as medidas (ou contratações) que sugeríamos que Porto, Sporting e Benfica encontrassem para tentarem ir de encontro aos seus objectivos. Os plantéis que encontrarem nestas rubricas são ficcionais, fruto da nossa imaginação, mas construídos com base nos anos de futebol que já levamos, conhecendo as equipas e os perfis de contratação/ prospecção tidos em conta na sua tomada de decisão.
    Comecemos pelo Porto. Contrariamente ao que era expectável, Lopetegui é por esta altura o treinador dos 3 grandes que parece ter o lugar mais garantido (Marco Silva por assuntos mal resolvidos com Bruno de Carvalho; e Jesus porque ou renova ou ruma a um clube que tenha ambições legítimas na Champions). Depois de um ano com 0 (zero) títulos, o Porto deverá voltar a investir forte neste Verão. Até ver já chegaram à Invicta o espanhol Alberto Bueno a custo zero, e Sérgio Oliveira regressou à casa de partida depois de uma época positiva na Mata Real. Abaixo apresentamos a nossa sugestão de plantel para os azuis-e-brancos, imaginando que Jackson Martínez e Alex Sandro poderão fazer companhia a Danilo como elementos transaccionados, com os dragões a arrumarem ainda a casa ao tentarem vender o falhanço Adrián López e elementos secundários como Quintero, Evandro, Reyes, José Ángel, Andrés e eventualmente Fabiano.

O Plantel


Guarda-Redes: Mattia Perin (Génova), Hélton, Ricardo
    Em teoria é impensável o Porto conseguir o italiano Perin. No entanto, há um ano atrás também ninguém acharia que os dragões conseguiriam ter Adrián e Tello no seu plantel, e o emblema da cidade Invicta também já gastou muito com Danilo ou Hulk... É praticamente dado adquirido que Fabiano será um dos jogadores "queimados" na viragem de época, e assim surgem dois cenários: Hélton titular, resultando daí a chamada do promissor Gudiño como 3.º guarda-redes; ou a contratação de um GR que dê garantias. A única certeza é mesmo o valor do guarda-redes do Génova, que ascenderia imediatamente ao estatuto de principal contratação do clube. Com Perin na baliza, Hélton (essencial para transmitir ao grupo o que é o Porto) e Ricardo seriam as restantes opções.


Defesas: Mayke (Cruzeiro), Ricardo Pereira; Maicon, João Afonso (Vit. Guimarães), Marcano, Martins Indi; Alex Telles (Galatasaray), Rafa
    Danilo já saiu, e Alex Sandro talvez também o faça. Assim, o Porto terá que encontrar os seus substitutos e sugerimos dois compatriotas - Mayke, do Cruzeiro, e Alex Telles do Galatasaray. Tanto um como outro manteriam a dinâmica habitual do Porto, com Ricardo Pereira e o jovem Rafa a servirem como segundas escolhas nas laterais. Para o centro da defesa têm surgido nomes como Rudiger e Mbemba, mas juntaríamos ao trio Maicon, Marcano e Martins Indi uma revelação desta edição da Liga - o vimaranense João Afonso. Saindo por exemplo Martins Indi seria perfeitamente razoável a contratação de Rudiger ou Mbemba. 


Médios: Rúben Neves, Casemiro (Real Madrid), Herrera, Carlos Eduardo, Sérgio Oliveira (Paços Ferreira), André André (Vit. Guimarães)
    É aqui que o FC Porto necessita de trabalhar no mercado. Não necessita de contratar novos jogadores, mas necessita de agarrar os que este ano integraram o plantel. Nomeadamente Casemiro e Óliver. Casemiro já está a ser negociado e até pode ser um negócio mais fácil do que o de Óliver, já que o Real Madrid pretende fazer um encaixe com o médio brasileiro. Já Óliver será mais complicado devido à boa época que fez de dragão ao peito. Tudo dependerá de Simeone ou do próprio Atlético de Madrid. Dependerá se Simeone quererá dar uma oportunidade à jovem promessa e - em caso negativo - também dependerá se o clube que detém o passe do jogador quiser emprestá-lo de novo ou efectuar a venda a título definitivo (provavelmente por valores impensáveis para os cofres dos dragões). Caso Óliver não fique mesmo, só aí é que Sérgio Oliveira poderá ter algum espaço na pré-época. Isto também supondo que o vimaranense André André também se juntará ao plantel azul e branco. Os media vão insistindo num negócio fechado e nós também achamos que aquele que foi um dos jogadores sensação de 2014/15 irá mesmo para o clube onde o seu pai jogou durante 11 anos e onde exerce a função de olheiro actualmente. Carlos Eduardo vem bastante cotado do Nice de França onde fez uma excelente temporada e onde foi o 13.º melhor marcador da Liga com 10 golos. É mais um a acrescentar valor ao meio-campo portista. Evandro perderá certamente espaço no ano vindouro, enquanto que Rúben Neves e Herrera serão ainda mais influentes.

Extremos: Quaresma, Hernâni, Tello, Brahimi
    Se olharmos para a época que passou, constatamos que a maior lacuna do Porto não é nem de perto, nem de longe nos extremos. Aí os azuis e brancos investiram bem e não necessitam de cometer outras loucuras para haver maior quantidade de bons jogadores. Tello fica por mais um ano no Dragão - embora seja emprestado, já que o Porto não quis fazer qualquer proposta pelo jovem espanhol - e a continuar a boa forma em que esteve antes de se lesionar, será um caso sério. Brahimi necessitará de brilhar mais no campeonato e não só nas competições europeias para ajudar a sua equipa a conquistar de novo o título. Quaresma é uma incógnita. É e sempre será uma mais valia para a equipa, mas a relação que tem com Lopetegui não é a melhor... Pelo que o internacional português pode equacionar sair do clube do coração para jogar com mais regularidade. E nesse caso, aconselharíamos Dorlan Pabón. O extremo do Monterrey é um jogador com perfil à Porto - explosivo, com faro de golo e pontapé forte -, é colombiano (um mercado que agrada ao clube nortenho) e fez uma época impressionante ao marcar 22 golos na Liga Mexicana, acabando por ser o melhor marcador. Por fim, Hernâni é a última peça do puzzle e certamente que terá mais oportunidades este ano.

Avançados: Aboubakar, Rafael Borré (Deportivo Cali), Alberto Bueno (Rayo Vallecano)
    O melhor marcador, Jackson Martínez, viajará para um campeonato de topo e o Porto precisa de mostrar que há vida depois de Jackson. A tendência dos dragões é ter um jogador-alvo na frente, capaz de jogar bem de costas e conjugar o físico com a técnica, com explosividade e finalização. Nesse sentido, Aboubakar deve tornar-se o titular, mas os vice-campeões nacionais já contrataram Alberto Bueno (marcar 17 golos na Liga BBVA não é para todos). Bueno vem para ser importante no Porto 15/ 16, e olhando para o futuro considerávamos inteligente os dragões garantirem o colombiano Rafael Borré, avançado que defrontará Portugal no Mundial sub-20. Borré, embora não seja o tipo de avançado que o Porto prioriza, tem futebol dos pés à cabeça, teria que ser garantido antes da competição na Nova Zelândia, e cresceria num clube onde os seus compatriotas James, Falcao, Jackson e Guarín foram bem-sucedidos.


O que muda? Embora os adeptos torçam um pouco o nariz, é Lopetegui que continuará à frente do comando técnico do Porto. Tendo em conta o historial do clube, o espanhol está a ter uma oportunidade que muitos outros não tiveram, pelo que entrará na próxima época com uma pressão enorme em que a margem de erro é zero. Uma boa campanha na Champions não apaga o que se fez no campeonato com um plantel de enorme qualidade. O objectivo máximo da época 2015/16 do Porto passará pelo campeonato, já que Pinto da Costa não irá admitir que o título de campeão nacional fuja aos dragões 3 anos consecutivos.
    A aposta na manutenção de Lopetegui foi ousada, mas certamente que o clube quererá instaurar um clima de estabilidade. Manter treinador e algumas peças fulcrais da equipa para que o trabalho deste ano não tenha sido em vão. Ainda assim, os dragões irão perder peças importantes da equipa e tudo dependerá de quais os jogadores que Lopetegui pedirá para os substituir (nomeadamente Jackson Martínez, Danilo e Alex Sandro). Apesar do campeonato ser a aposta principal, na Champions, os dirigentes do clube também quererão fazer uma boa campanha até para poder reaver algum do dinheiro que será investido durante o mercado de Verão.
    O esquema de jogo dos dragões causa alguma curiosidade. O 4-3-3 clássico é quase uma marca registada há anos no Dragão, mas a contratação de Alberto Bueno (jogador que rende mais nas costas do ponta-de-lança, mas não num esquema com 3 médios como o do Porto) pediria uma reformulação que talvez aconteça, mas por parte do jogador vindo do Rayo.


A Formação: Serão os dragões a resposta para o problema de avançados na Selecção Nacional? Embora o Benfica tenha sido o clube que melhor tem trabalhado as camadas jovens nos últimos anos, o Porto tem evoluído (retirar Moreto Cassamá ao Sporting, por exemplo, muito contribuiu para isso). Nesta época de 2015/ 16 é especialmente importante que o Porto empreste André Silva (potencial figura dos nossos sub-20 juntamente com Rony Lopes e Gonçalo Guedes) a um clube da Liga NOS, bem como Gonçalo Paciência. De resto, relativamente a jogadores como Podstawski ou Ruben Macedo não é assim tão certo se nesta fase ganhariam mais em serem emprestados nos mesmos moldes ou em ficarem debaixo da asa do dragão na equipa B. Equipa B essa onde começa a fazer sentido que Rui Pedro e Moreto Cassamá, ainda muito jovens com 17 anos, comecem a dar os primeiros passos no futebol profissional.

28 de maio de 2015

Balanço Final - Premier League 14/ 15

  Barclays Premier League - Com o término da Premier League e após termos feito um balanço do que foi a Liga NOS em 2014/ 15, fazemos hoje o mesmo com a melhor liga do mundo.
    Um ano repleto de bom futebol, mas com uma campanha bastante pacífica do campeão Chelsea. Ficou confirmado que os segundos anos de Mourinho são invariavelmente bem sucedidos e nesta época os londrinos raramente se viram ameaçado pelos adversários, sendo sempre mais consistente que toda a concorrência.
    O Arsenal melhorou bastante, chegou a ter o 2.º lugar na mão, mas voltou a quebrar no final do campeonato como em quase todos os anos. Manchester City e Manchester United não estiveram à altura e foram incapazes de lutar pelo título, e o Liverpool (2.º classificado na temporada anterior) acabou por ser a maior desilusão entre os principais emblemas de Inglaterra. Southampton foi o clube que mais impressionou pelo segundo ano consecutivo, dando uma incrível resposta depois de perder vários craques, e fazendo inclusive melhor do que em 2013/ 14. Fiquem a par da nossa análise para cada clube:

 CHELSEA (1)

    O justo campeão. Depois do ano passado, Mourinho afinou a máquina e fez contratações cirúrgicas para que fosse campeão da Premier League sem grande esforço. Diego Costa e Fàbregas acabaram por ser determinantes neste novo ano de Mou. O Chelsea foi derrubando os adversários um a um e quando escorregou, o que aconteceu poucas vezes, não tinha nenhum adversário à perna na tabela classificativa. Um ano bem gerido a nível de esforço, embora este Chelsea - com Hazard em grande destaque - tenha sido muito criticado pelos media pelo seu jogo mais defensivo. Mourinho negou que tenha adoptado um jogo mais contido em função de melhores resultados, respondendo que apenas foi aprendendo mais sobre futebol e que quer continuar a evoluir e a ganhar mais - se possível - no Chelsea. Os blues perderam apenas 3 vezes (é preciso recuar a 2008/ 09 para encontrar uma equipa com tão poucas derrotas, na altura o Liverpool de Rafa Benítez), foram a melhor defesa do campeonato com uma diferença de 1 golo para o extraordinário Southampton, e para a História ficam muitos resultados de 2-0, uma vitória por 6-3 em casa do Everton e por 5-0 no terreno do Swansea. nesta Premier League. Em 38 jornadas, o Chelsea só não foi líder na 2.ª jornada, um indicador que traduz bem a qualidade deste elenco e o nível que a equipa apresentou de forma regular.
    Para o ano esperam-se poucas mexidas, mas fulcrais. Mourinho espera atacar não só o campeonato como também a Champions.

Destaques: Hazard, Fàbregas, Diego Costa, Matic, John Terry

 MANCHESTER CITY (2)

    O campeão de 2013/ 14 não teve argumentos para lutar com o Chelsea. O estofo de campeão que nunca faltou ao Chelsea, faltou a um Manchester City no qual Yaya Touré esteve muito distante do que já deu, e sumariamente apenas Agüero e David Silva estiveram num nível sempre elevado. E que nível foi! Agüero tornou-se finalmente o melhor marcador em Inglaterra, com 26 golos, e David Silva realizou porventura a sua melhor temporada em terras de Sua Majestade. Espera-se um Manchester City bem diferente na próxima época, provavelmente sem Yaya, Milner, Dzeko e Lampard; e para o sucesso dos citizens o melhor seria arranjar um treinador de grande qualidade, e não Pellegrini.

Destaques: Agüero, David Silva, Joe Hart, James Milner, Yaya Touré

 ARSENAL (3)

    Como sempre, Wenger colocou o Arsenal na Champions. O Arsenal podia inclusive ter terminado esta Premier League em 2.º lugar, e uma vez mais foi uma das equipas que melhor futebol praticou em Inglaterra. Os gunners continuam a não ter o que é preciso para serem campeões (é preciso um Jackson Martínez, um central, um 8 e um lateral-esquerdo) mas continuam também, quando em dia sim, a deliciar qualquer adepto. Alexis Sánchez foi um dos grandes reforços da Premier League, Cazorla tornou-se um jogador mais completo, e a segunda volta do campeonato ficou marcada por Ospina ter assumido a baliza e por uma enorme surpresa chamada Francis Coquelin.

Destaques: Alexis Sánchez, Cazorla, Coquelin, Ramsey, Ospina

 MANCHESTER UNITED (4)

    Louis van Gaal chegou e conseguiu elevar o Manchester United de um inédito 7.º lugar para uma classificação que pode fazer os red devils regressarem à Champions caso passem o Play-Off. Um lugar entre os 4 primeiros era uma obrigação considerando o brutal investimento (Di María, Falcao, Blind, Shaw, Rojo e Ander Herrera), mas nem tudo foram rosas. Di María desiludiu, dizer o mesmo de Falcao seria pouco, e van Gaal acabou por assentar a valia do clube de Old Trafford em figuras secundárias como Ashley Young, Ander Herrera e Blind. O capitão Wayne Rooney justificou a braçadeira jogando onde foi preciso, mas o Jogador do Ano dos diabos foi o espanhol David De Gea. Se o United segurou o 4.º lugar muito o deve ao contributo de De Gea, melhor guarda-redes desta edição, e que deu pontos atrás de pontos à equipa que maior posse de bola (média de 61,1%) e maior acerto no passe (85,2%) teve esta temporada. A permanência ou não de De Gea, e o super-investimento que poderá ser feito neste Verão (van Gaal tem que contratar para a defesa) deixa antever um 2015/ 16 mais competitivo.

Destaques: De Gea, Wayne Rooney, Ander Herrera, Ashley Young, Blind

 TOTTENHAM (5)

    Tudo na época do Tottenham foi estranho. Os spurs, com Pochettino (treinador do espectacular Southampton de 2013/ 14) no comando mantiveram a média dos últimos anos - desde 2009/ 10 têm alternado sempre entre o 6.º e o 4.º lugares -, mas tirando um fenómeno chamado Harry Kane, a época dos londrinos pareceu pior do que a de Southampton ou mesmo do desorientado Liverpool. A defesa do Tottenham nunca atingiu uma fórmula de sucesso, e o talento do dinamarquês Eriksen ou do belga Chadli ajudou a potenciar o Most Improved Player desta edição, Harry Kane. A Liga Europa está garantida, mas caso o Tottenham queira ser uma equipa de Top-4 terá invariavelmente que fazer um cirúrgico trabalho no próximo defeso.

Destaques: Harry Kane, Eriksen, Lloris, Chadli, Danny Rose

 LIVERPOOL (6)

    A grande desilusão da época entre as equipas candidatas ao título. O clube da cidade dos Beatles bateu o recorde de transferências ao gastar 117 milhões de libras (cerca de 164 milhões de euros), mas com pelo menos 3 tiros errados. Balotelli acabaria por ser o flop do ano da Premier League - não mostrou nada todo o ano e não se entende como é que um clube como o Liverpool se arriscou a gastar tanto dinheiro num jogador tão problemático como Balotelli para render Suárez. Lambert acabaria por ser pouco usado e Origi - apesar de ter feito um bom Mundial e não ter jogado no Liverpool este ano - não justificava um investimento tão alto. A equipa parecia estar bem composta a nível de jogadores, mas a verdade é que demorou um pouco a render, com vários jogadores (Lallana, Lovren, Markovic) a demorarem a sua adaptação. Os resultados não apareciam e notava-se que o "murro no estômago" que haviam levado no ano transacto ainda deixava algumas mazelas. Especialmente em Steven Gerrard. O capitão desde cedo anunciou a sua partida do clube do coração no fim da época, mas a sua saída não foi tão gloriosa como merecia. O seu último jogo em Anfield - apesar da derrota - foi uma bonita homenagem, mas o fim do campeonato quer de Gerrard, quer da equipa foi tão mau que culminou numa derrota de 6-1 no Britannia Stadium. E não foi numa noite chuvosa e fria frente ao Stoke...
    Para o ano vindouro os reds necessitam de fazer algumas contratações cirúrgicas e manter valores como Henderson, Coutinho e Skrtel, retirando ainda mais de Lallana, Markovic e Ibe uma vez que Sterling parece obstinado em abandonar o projecto. A verdade é esta: não é com renovações de Kolo Touré e Wisdom que se começa bem...

Destaques: Jordan Henderson, Coutinho, Skrtel, Sterling, Emre Can

 SOUTHAMPTON (7)

    A verdadeira sensação da época! Outra vez. O Southampton perdeu a identidade (Lallana, Lovren, Shaw, Lambert e Chambers foram vendidos, e Jay Rodriguez passou toda a época lesionado), mas Ronald Koeman reconstruiu a equipa e praticamente todos os reforços foram tiros certeiros.
    A Liga Europa ainda é possível, caso o Arsenal vença o Aston Villa na final da FA Cup, e seria um prémio justo para um plantel no qual todos os jogadores tiveram um papel determinante (Shane Long, Davis, Yoshida, Ward-Prowse e Elia, sem serem habituais titulares, corresponderam sempre quando chamados). Koeman foi, para além de Mourinho, quem mostrou mais "dedo de treinador" ao alterar em algumas situações a equipa de acordo com o adversário, e por 1 golo o Chelsea foi Melhor Defesa do que o Southampton. O português José Fonte, capitão e líder da defesa, foi um dos grandes destaques, tal como os excelentes laterais e o irreverente Sadio Mané. Temos muita curiosidade para acompanhar o defeso do Southampton..

Destaques: José Fonte, Sadio Mané, Bertrand, Fraser Forster, Clyne

 SWANSEA (8)

    Nem a saída do costa-marfinense Wilfried Bony no mercado de Inverno fez os galeses do Swansea "tombar". A equipa de Gary Monk teve um início de época espantoso, e aguentou-se sempre perto das grandes equipas do campeonato até à última jornada. A melhor forma de perceber o valor da época da equipa que teve no islandês Sigurdsson a principal figura, é olhar para a tabela: o Swansea terminou a apenas 4 pontos do Southampton, 6 do Liverpool e 8 do Tottenham. O passado com Rodgers e Laudrup como treinadores do Swansea caracterizou-se por um futebol de posse, sempre entusiasmante, mas - embora com um ligeiro decréscimo na qualidade apresentada - nenhum tinha conseguido ficar tão acima na classificação.

Destaques: Sigurdsson, Wilfried Bony, Ashley Williams, Shelvey

 STOKE (9)

    Acreditámos no Stoke ao ponto de arriscarmos que poderiam terminar em 8.º lugar, mas a equipa de Mark Hughes ficou a 2 pontos do Swansea. Como era esperado, um pouco como o West Ham, a equipa transformou-se e passou a praticar um futebol em que a velocidade e a qualidade técnica passaram a suplantar o jogo aéreo; os adeptos lamentaram a lesão de Bojan, quando o pequeno espanhol estava a mudar a forma de estar da equipa, mas o seu legado ficou - Mame Biram Diouf fez uma boa época, Charlie Adam uma boa segunda volta e, sem o brilho defensivo dos últimos anos (Begovic ou Shawcross não estiveram brilhantes como antes) acabou por ser o ataque a ditar este 9.º lugar. A goleada de 6-1 contra o Liverpool permitiu ao Stoke fechar a época com chave de ouro, e depois do Verão espera-se mais de Diouf, Bojan e Arnautovic.

Destaques: Mame Biram Diouf, Charlie Adam, Walters, Bojan

 CRYSTAL PALACE (10)

    Se o Newcastle apresentou uma curva descendente a partir do momento em que Alan Pardew saiu, o contrário aconteceu com o Crystal Palace. Os adeptos no Selhurst Park têm tido a sorte de contar sempre com um "salvador": no ano passado Pulis, desta feita Pardew. A equipa acabou por terminar com uma classificação superior ao 11.º lugar de 2013/ 14 e para isso muito contribuiu a lufada de ar fresco que Pardew trouxe, fazendo disparar a confiança e o valor em campo de craques como Bolasie e Puncheon, ressuscitando Murray e servindo-se da qualidade defensiva da equipa. Até Zaha chegou a apresentar regularidade com o novo técnico. O Crystal Palace foi ainda, empatado com o WBA, a equipa que mais golos conseguiu a partir de lances de bola parada: 19. O desafio do Crystal Palace passa agora por dar um subir um degrau e colocar em ponto de mira uma classificação regular entre os Top-8, mas para isso serão necessários os reforços certos. 


Destaques: Yannick Bolasie, Jason Puncheon, Mile Jedinak, Scott Dann

 EVERTON (11)

    Se não fosse a péssima época do Newcastle, o Everton seria a maior desilusão da Premier League. 2013/ 14 foi um ano incrível, com um 5.º lugar como classificação final, mas o desgaste que a Liga Europa deixou na equipa acabou por provocar um decréscimo de qualidade. A defesa do Everton (Baines e Coleman muito longe do nível da temporada anterior) nunca chegou a estabilizar, Lukaku tinha obrigação de retribuir a confiança nele depositada com um impacto maior, e o capitão Jagielka acabou por ser o elemento em destaque. É provável que a ausência das competições europeias faça o Everton voltar a um nível elevado na próxima época, mas resta saber que jogadores formarão o plantel (Coleman e Ross Barkley, muito abaixo do esperado, devem ter mercado) e parece necessário haver novas contratações - um jogador como Yarmolenko, nomeadamente.

Destaques: Jagielka, Romelu Lukaku, Seamus Coleman, James McCarthy

 WEST HAM (12)

    Acabaram exactamente como prevíamos no começo da época, num pacato e simpático 12.º lugar. A equipa de Sam Allardyce reforçou-se muito bem (Sakho foi uma das "pechinchas" da época, mas Valencia, Song, Cresswell e Kouyaté acrescentaram todos valor) e a filosofia de jogo da equipa mudou forçosamente. Foi uma boa Premier League, embora a 1.ª volta tenha sido melhor, e seria interessante ver este plantel entregue a um treinador mais jovem (fala-se de Bilic e Villas-Boas). Em termos individuais, o lateral esquerdo Aaron Cresswell acabou por ser o melhor hammer do ano, Song e Downing assumiram a equipa sempre que foi preciso e a dupla Diafra Sakho/ Enner Valencia, caso nenhum saia, tem tudo para crescer e espalhar o terror nas defesas rivais.

Destaques: Aaron Cresswell, Diafra Sakho, Adrián, Stewart Downing, Alex Song


 WEST BROMWICH (13)

    Achávamos que o WBA estava condenado, mas não contámos com a possibilidade dos baggies garantirem o incrível Tony Pulis como seu treinador. O antigo técnico de Stoke e Crystal Palace voltou a transformar uma equipa, dotando-a de uma boa capacidade defensiva e desde a sua chegada a descida deixou de ser um cenário colocado em cima da mesa. Saido Berahino cresceu e muito (passou de 5 golos marcados para 14), e figuras como Brunt, Gardner ou o ex-United Fletcher representaram bem o ADN Pulis - uma equipa focada primeiro em não sofrer, e que contou com dois bons guarda-redes, Foster e Myhill (que exibição contra os red devils!).

Destaques: Saido Berahino, Chris Brunt, Craig Gardner, Darren Fletcher

 LEICESTER CITY (14)

    O Leicester City é a prova viva de que não há liga como a Premier League. As raposas azuis passaram quase todo o campeonato no último lugar, evidenciando-se apenas contra os grandes (ninguém esquece o Leicester 5-3 Manchester United), mas os meses de Abril e Maio trouxeram o milagre ao King Power Stadium. Os jogadores de Nigel Pearson apresentaram sempre um bom futebol, por vezes algo ingénuo e ofensivo demais, mas durante muito tempo as coisas não correram bem. No final, os vencedores do Championship 2013/ 14 mostraram ter fibra e somaram 7 vitórias nos últimos 9 jogos, atingindo um 14.º lugar (na Antevisão apontámo-los ao 13.º). O experiente Cambiasso e o frenético Vardy foram a alma da equipa, com Ulloa a marcar vários golos e Wes Morgan a mostrar nos momentos certos o porquê de ter a braçadeira de capitão. Schmeichel revelou-se determinante no fecho do campeonato, altura em que Huth ajudou o desempenho defensivo e Albrighton passou a jogar mais; e figuras como Mahrez, Kramaric e Knockaert têm tudo para dar mais na próxima temporada.

Destaques: Cambiasso, Jamie Vardy, Leonardo Ulloa, Wes Morgan

 NEWCASTLE (15)

    Foi mau demais. A meio do campeonato O Newcastle morava num confortável 10.º lugar, mas o abandono de Alan Pardew (seguiu o coração e assumiu o comando do Crystal Palace) originou uma avalanche negativa, e a queda vertiginosa levou a que o Newcastle chegasse à 38.ª jornada como 1 das duas equipas que se poderiam juntar a QPR e Burnley no Championship. Jonas Gutiérrez (justo prémio para um lutador!) acabou por ser decisivo para os magpies mas, para um clube da dimensão do Newcastle, esta época foi uma verdadeira desilusão. O plantel ainda tem várias lacunas - a defesa, nomeadamente -, a lesão prolongada de Siem de Jong em nada ajudou, e na próxima Premier League há que escolher bem o sucessor de John Carver. A locomotiva Janmaat, o goleador Papiss, a consistência do ruivo Colback e a qualidade técnica do francês Cabella (tem muito para mostrar na próxima época, num contexto diferente) acabaram por marcar a época dos órfãos de Pardew.

Destaques: Janmaat, Papiss Cissé, Colback, Cabella

 SUNDERLAND (16)

    O rei dos empates (17) não seria uma ausência muito sentida caso descesse, mas o holandês Dick Advocaat (substituto de Poyet) acabou por inspirar a equipa a uma sobrevivência sofrida. Tal como há 1 ano atrás, o Sunderland voltou a safar-se no limite com uma recta final em que a equipa surpreendeu (as vitórias consecutivas contra Southampton, em casa, e Everton, fora, marcaram a sua edição de 2014/ 15), mas foram poucos os destaques individuais. Os Black Cats precisam de uma pequena revolução no seu plantel.

Destaques: Jordi Gómez, Connor Wickham, Jermain Defoe, van Aanholt

 ASTON VILLA (17)

    Faz alguma confusão a teimosia que Paul Lambert teve no comando do Aston Villa. Só arriscou quando se viu obrigado e privilegiou sempre um futebol defensivo a uma cultura de ataque. A chegada de Tim Sherwood acabou por salvar um plantel capaz, onde Christian Benteke (tem futebol para um grande) e Fabian Delph foram os jogadores mais regulares, e com Sherwood a equipa passou a marcar golos e a acreditar no seu potencial. Os bons resultados começaram em Março, altura em que Benteke "acordou" e, com um estilo de jogo mais partido e arriscado, o Aston Villa acabou por garantir uma justa manutenção. Embora com poucos minutos, o miúdo Jack Grealish (já no Verão passado defendíamos que deviam apostar nele) acabou por ser uma revelação, e uma boa fotografia do que mudou em Birmingham na recta final da Premier. Caso vençam a FA Cup na final com o Arsenal, irão à Liga Europa.

Destaques: Benteke, Delph, Jack Grealish, Tom Cleverley

 HULL CITY (18)

    Os campeonatos de Hull City e Sunderland foram semelhantes: 30 e poucos golos marcados, 50 e poucos golos sofridos; algumas boas actuações em termos defensivos, e um futebol incapaz de ficar na retina. O Hull, que subira na época passada, descerá mas entre as 3 equipas despromovidas é aquela que apresenta maior "estofo" para poder regressar a curto, médio-prazo. Nos tigers houve vários reforços que pouco ou nada acrescentaram (Abel Hernández, Ben Arfa e Ramírez) e a verdade é que o campeonato não fica mais pobre ao ver o Hull a ser substituído por Bournemouth, Watford e Middlesbrough/ Norwich.

Destaques: Michael Dawson, Dame N'Doye, Nikica Jelavic

 BURNLEY (19)

    Desde o início achámos o plantel do Burnley bastante limitado, mas chegou a parecer possível a manutenção quando a equipa de Sean Dyche afinou a defesa, ganhando pontos graças ao rendimento do jovem Danny Ings na frente. Dyche acabou por fazer os possíveis com o que teve nas suas mãos, e a equipa não teve forças para ombrear com equipas mais "experimentadas" nestas andanças. Para a História fica uma equipa que conseguiu 4 pontos nos dois jogos contra o Manchester City, mas o facto de terem marcado apenas 3 golos nos 12 últimos jogos da Premier League diz bem da justiça da descida. A equipa desce, mas Ings mostrou ter nível de Premier League.

Destaques: Danny Ings, Kieran Trippier, George Boyd

 QPR (20)

    O Queens Park Rangers, por larga margem a pior defesa do campeonato com 73 golos sofridos, desce depois de uma época bastante fraca (8 vitórias, 6 empates e 24 derrotas). Nunca apreciámos a política de contratações dos rangers, e o que é certo é que ao longo da época o QPR nunca apresentou um fio de jogo consistente, acabando por perder praticamente sempre fora. Jogadores como Vargas, Isla ou Zárate acabaram por "pagar" por uma má escolha nas suas carreiras, numa equipa que foi sempre Charlie Austin +10. O avançado britânico fechou a época com 18 golos, assumindo-se como 4.º melhor marcador do campeonato, e actualmente não faltarão equipas a quererem garantir os seus serviços (Aston Villa, Newcastle, Crystal Palace e Swansea beneficiariam em tê-lo). O futuro do QPR passa pelo Championship, e para além de Austin, também Phillips, Fer ou Caulker merecem permanecer no principal escalão.

Destaques: Charlie Austin, Matt Phillips, Leroy Fer