7 de junho de 2018

Barba no Mundial: Os Nossos 23 (Espanha)

O melhor onze que estará na Alemanha. Depois de ser inclusive alvo de chacota em Portugal, Lopetegui "corre o risco" de se sagrar campeão do mundo. E esta?
    Os campeões europeus de 2008 e 2012 e campeões mundiais em 2010, num período inesquecível para os espanhóis e difícil de repetir na História do futebol, estão recompostos e têm ganas depois de em 2014 nem terem passado da fase de grupos. Em 2016, convém recordar, ficaram-se pelos oitavos do Euro caindo perante uma super-Itália (golos de Chiellini e Pellè).
    O ADN ou identidade construída, desenvolvida e respeitada que a selecção espanhola - tal como a alemã - tem, colocam La Roja sempre no lote de favoritos. Senão mesmo o principal favorito.
    A qualificação foi um passeio. Num grupo que contribuiu para o afastamento da Itália da fase final (os italianos ficaram atrás da Espanha, perdendo com a Suécia no play-off), Espanha fez 28 pontos em 30. Com 36 golos marcados em 10 jogos (3,6 golos por jogo portanto) e apenas 3 sofridos, a aventura até à Rússia teve em David Silva a principal estrela. O craque do Manchester City marcou 5 golos, tantos como Morata e Diego Costa. Curiosamente, um destes não marca presença nos 23 de Lopetegui.

    Daqui por alguns dias, Portugal é o primeiro adversário desta Espanha no seu percurso ao longo do Mundial 2018. Jogo importante, para ambas as equipas, que terão depois pela frente Marrocos e Irão, equipas matreiras que, ainda assim, terão teoricamente menos hipóteses de roubar pontos à Espanha do que à nossa selecção. A única questão com esta Espanha é uma questão de fome: estarão nuestros hermanos novamente esfomeados, depois do jejum de 2014 e 2016? E atenção, o balneário quererá fazer tudo para oferecer a Iniesta a melhor das despedidas.

    Com algumas pequenas afinações em relação aos 23 de Lopetegui, estes seriam os nossos convocados para a selecção espanhola:


A Convocatória


  • Guarda-Redes: David De Gea (Manchester United), Sergio Asenjo (Villarreal), Kepa (Athletic Bilbao)
  • Defesas: Dani Carvajal (Real Madrid), Nacho Hernández (Real Madrid), Gerard Piqué (Barcelona), Sergio Ramos (Real Madrid), César Azpilicueta (Chelsea), Jordi Alba (Barcelona), Marcos Alonso (Chelsea)
  • Médios: Sergio Busquets (Barcelona), Javi Martínez (Bayern), Thiago Alcântara (Bayern), Andrés Iniesta (Barcelona), Saúl Ñíguez (Atlético Madrid), David Silva (Manchester City), Isco (Real Madrid)
  • Extremos: Marco Asensio (Real Madrid), Lucas Vázquez (Real Madrid), Koke (Atlético Madrid)
  • Avançados: Álvaro Morata (Chelsea), Rodrigo (Valência), Iago Aspas (Celta Vigo)
Lista de Contenção: Pep Reina (Nápoles), Sergi Roberto (Barcelona), Iñigo Martínez (Athletic Bilbao), Rodri (Villarreal), Mikel Oyarzabal (Real Sociedad), Iñaki Williams (Athletic Bilbao), Diego Costa (Atlético Madrid)

    Depois de muitos anos sob o reinado de Iker Casillas, Espanha não demorou a encontrar um guardião que, tal como o guarda-redes do Porto, é um dos melhores do mundo da sua geração. David De Gea chega à Rússia muito confiante, e contra selecções como Portugal, Espanha, Alemanha, Brasil ou França, ter De Gea pode fazer toda a diferença. Lopetegui chamou Kepa e Reina (uma espécie de Beto, que dá sempre bom grupo e deve ser o homem que lasca o preseunto para os colegas), nós preferimos Kepa e Asenjo.
    Na defesa Dani Carvajal (saiu lesionado da final da Champions) poderá não dar o seu contributo nos primeiros jogos do Mundial, mas tratando-se de um dos melhores do mundo na sua posição, faz sentido mantê-lo nos 23, até porque César Azpilicueta (hoje em dia um dos melhores defesas da Premier League, embora jogando a central) dá bem conta do recado, interpretando a posição de forma diferente claro. O ex-técnico do Porto "gastou" uma vaga com Odriozola, jogador que gostamos bastante mas que até colocávamos atrás do polivalente Sergi Roberto, que também não levávamos.
    Passando para o corredor oposto, não há ninguém como Jordi Alba. Mas enquanto Lop preferiu chamar Monreal, nós optámos por Marcos Alonso. Fomos mais justos, julgamos.
    No centro, Gerard Piqué e Sergio Ramos já se conhecem bem (tal como a França, a Espanha tem um central do Barcelona e um do Real Madrid), havendo depois Nacho Hernández (tem o bónus de fazer qualquer posição na defesa, e sempre bem). A polivalência de Azpilicueta e de Javi Martínez, que também contaria como alternativa a Sergio Busquets garante a cobertura da posição.

    O meio-campo espanhol é de deixar qualquer adepto sem palavras. O farol Busquets, jogador de uma inteligência ímpar e processos simples capaz de pensar à frente de quase todos os restantes jogadores do campo, terá junto a si craques como Andrés Iniesta, David Silva e Isco. Só isto chegava, mas há ainda - qual show off - Thiago Alcântara, Koke e Saúl Ñíguez.
    Para esticar jogo, refrescando o ataque e dotando a equipa de maior verticalidade, dois extremos do Real Madrid - o sempre certinho Lucas Vázquez (tem hoje o papel que outrora foi de Pedro) e o diamante Marco Asensio, jogador que nasceu para palcos destes.

    Na frente, também temos a nossa teimosia. Lopetegui chamou Diego Costa, Rodrigo e Iago Aspas; já nós trocamos o aguerrido avançado do Atlético Madrid, conscientes que a sua raça, electricidade e indisciplina até pode fazer falta nos jogos de uma fase avançada da competição, por Álvaro Morata. O ponta de lança do Chelsea desiludiu, culpa de Antonio Conte também, mas mostrou na qualificação tratar-se do avançado que melhor incorpora a dinâmica hispânica, entendendo-se às mil maravilhas (eles facilitam a vida a qualquer um, verdade seja dita) com Iniesta, Silva e Isco.
    Um luxo uma selecção deixar de fora Oyarzabal, Iñaki Williams, Diego Costa, Rodri, Fabián Ruiz, Pedro ou Fàbregas...
    

O Onze

    Há onzes que se fazem quase sozinhos. Espanha é um desses casos.
    A baliza é de De Gea, e a defesa será em condições normais formada por Carvajal, Piqué, Ramos e Alba. Dois do Real Madrid, dois do Barcelona, alternados. Como já dissemos, a lesão do lateral-direito promoverá Azpilicueta durante parte da competição ao onze inicial.

    O meio-campo, composto por cinco craques quaisquer que sejam os escolhidos por Lopetegui, começa em tudo o que Busquets antecipa. O pivô do Barcelona solta depois os mais cerebrais Iniesta e Thiago, médios de requinte a gerir ritmos (preparem-se para .gifs e vídeos a mostrarem o funcionamento da Espanha em torno do seu capitão Iniesta), com David Silva e Isco a acrescentarem a magia, sendo os dois jogadores que, caso a Espanha surja em grande, poderão no final ser candidatos a MVP do torneio.
    Na realidade, deve ser Diego Costa a referência ofensiva. Connosco, seria Morata. Escusado será dizer que Marco Asensio no banco seria (e será) a arma desta equipa, onde Koke e Saúl partem como alternativas ao lugar de Thiago, menos indiscutível do que Busquets, Iniesta, Isco e Silva.





0 comentários:

Enviar um comentário