30 de julho de 2014

Crítica: The Grand Budapest Hotel

A CAMINHO DOS ÓSCARES 2015 
Realizador: Wes Anderson
Argumento: Stefan Zweig, Wes Anderson, Hugo Guinness
Elenco: Ralph Fiennes, Tony Revolori, F. Murray Abraham, Adrien Brody, Willem Dafoe, Edward Norton, Tilda Swinton, Jude Law, Harvey Keitel, Saoirse Ronan, Bill Murray
Classificação IMDb: 8.1 | Metascore: 88 | RottenTomatoes: 92%
Classificação Barba Por Fazer: 86

    Uma coisa é certa: tal como Tarantino, Nolan ou Winding Refn têm uma impressão digital a realizar, Wes Anderson também a tem. A sua cabeça e o modo como realiza e, principalmente, como escreve cada história fazem-no ser um caso aparte. Com isto não quer dizer que esteja sequer no Top-20 de realizadores da actualidade mas este 'The Grand Budapest Hotel' parece ser a sua obra-prima até ao momento, sucedendo aos mais conhecidos 'Moonrise Kingdom' e 'The Royal Tenenbaums'. Desta vez, baseando-se na obra de Stefan Zweig, Wes Anderson - um comediante por natureza - conta-nos as aventuras de Monsieur Gustave H (Ralph Fiennes), um porteiro de um hotel na Hungria, no período vivido entre as 2 grandes Guerras.
    A acção começa com um hotel às moscas, ocupado no entanto por um escritor (Jude Law), e pelo milionário Sr. Moustafa (F. Murray Abraham) que ano após ano continua a escolher um pequeníssimo e peculiar quarto quando passa férias no The Grand Budapest Hotel. Circunstâncias fazem com que os dois troquem impressões e o milionário acaba por contar a história de Monsieur Gustave H, seu grande amigo noutra época, quando ele - na altura chamado Zero Moustafa - era apenas um paquete.
    Toda a história acaba por resultar num argumento magnificamente bem escrito - um dos melhores desde os últimos óscares - com um humor físico pouco usual hoje em dia e com a dupla Ralph Fiennes e o jovem Tony Revolori (Zero) em total sintonia. Wes Anderson continua a retirar o melhor e a faceta mais improvável de certos actores e neste caso volta a fazê-lo com Harvey Keitel, Tilda Swinton e Edward Norton, entre vários. Mas o destaque principal do filme é sem margem para dúvidas, Ralph Fiennes. O Voldemort naturalmente com um lugar para sempre na História do cinema depois d'O Fiel Jardineiro, O Paciente Inglês ou A Lista de Schindler, e ficamos por aqui para não prolongar a enumeração, tem aqui um papel espectacular a nível de comédia. Este Monsieur Gustave colecciona momentos, começando na sua personalidade, passando pela escolha de palavras e terminando por exemplo na sua forma de se relacionar com os outros prisioneiros durante o período em que está encarcerado.
    Fiennes não deverá ter aqui o suficiente para um óscar - até porque tendemos irremediavelmente a valorizar outro tipo de desempenhos individuais - mas será uma opção válida para os Globos de Ouro na categoria Melhor Actor Comédia/ Musical.
    É uma garantia: 'The Grand Budapest Hotel' é tempo bem passado.

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