Balanço Final - Liga NOS 18/ 19

A análise detalhada ao campeonato em que houve um antes e um depois de Bruno Lage. Em 2018/ 2019 houve Reconquista.

Prémios BPF Liga NOS 2018/ 19

Portugal viu um médio carregar sozinho o Sporting, assistiu ao nascer de um prodígio, ao renascer de um suiço, sagrando-se campeão quem teve um maestro e um velocista.

Balanço Final - Premier League 18/ 19

Na melhor Liga do mundo, foram 98 contra 97 pontos. Entre citizens e reds, entre Bernardo Silva e van Dijk, ninguém merecia perder.

Os Filmes mais Aguardados de 2019

Em 2019, Scorsese reúne a velha guarda toda, Brad Pitt será duplo de Leonardo DiCaprio, Greta Gerwig comanda um elenco feminino de luxo, Waititi será Hitler, e Joaquin Phoenix enlouquecerá debaixo da maquilhagem já usada por Nicholson ou Ledger.

21 Novas Séries a Não Perder em 2019

Renasce The Twilight Zone, Ryan Murphy muda-se para a Netflix, o Disney+ arranca com uma série Star Wars e há ainda projectos de topo na HBO e no FX.

13 de março de 2016

100 Melhores Personagens de Séries - Nº 48



Série: Vikings
Actriz: Katheryn Winnick


por Tiago Moreira

    Depois de tantas personagens que por aqui passaram, eis que vos apresento minha mulher. Não é nada. O que, diga-se de passagem, é uma pena. A beleza da actriz canadiana Katheryn Winnick, de 38 anos, dá vida a Lagertha. Inserida na série Vikings e inspirada na história verídica da própria Lagertha, a nossa personagem de hoje é um símbolo de coragem para todas as mulheres.
    Se na época em que viveu era recorrente o mal trato e desrespeito perante as mulheres, Lagertha foi a cara da revolução.
    Eterno amor de Ragnar, Lagertha viu-se obrigada a partir de casa quando o seu marido se rendeu aos encantos da princesa Aslaug. O momento da partida com o seu filho Bjorn acaba por ser um dos momentos mais marcantes da série onde vemos, pela primeira vez, um Ragnar completamente despedaçado.
    Lagertha sempre se diferenciou de todas as mulheres ao partilhar do espírito de Ragnar - na paixão pela batalha, pela aventura e pelas descobertas.
    Após se vingar do Earl Sigvard, seu segundo marido que a tratava pior que um animal, regressou para se juntar às tropas enfraquecidas de Ragnar Lothbrok. Mas não o fez sozinha. Lagertha acabou por conquistar o coração dos homens de Sigvard e liderou o exército duma forma exemplar. A partir do momento em que se junta a Ragnar é inevitável que os dois se tornem de novo bastante cúmplices. Apesar de apenas serem dois líderes de combate, a relação de ambos será sempre de extremo respeito e cumplicidade e - quiçá - condenada a um final feliz.
    A quarta temporada de Vikings está em exibição e todos os olhos estão focados no futuro destes vikings que acabou por ser um jackpot para o canal História.                      


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Nota Editorial: A compilação/ organização e ordem das personagens deste Top é responsabilidade de Miguel Pontares e Tiago Moreira. Os textos tiveram a colaboração de Lorena Wildering, Nuno Cunha, Cê e SWP.
Foram tidos em consideração séries com pelo menos 1 temporada, concluída a 1 de Outubro de 2015. Mais informamos que poderão existir spoilers relativos às personagens e/ ou às séries que elas integram, passíveis de constar na defesa e caracterização de cada uma das 100 personagens.

11 de março de 2016

Revisão: 'House of Cards' (4.ª Temporada)

Criado por
Beau Willimon

Elenco
Kevin Spacey, Robin Wright, Michael Kelly, Joel Kinnaman, Paul Sparks, Derek Cecil, Neve Campbell, Jayne Atkinson, Mahershala Ali, Molly Parker, Ellen Burstyn

Canal: Netflix

Classificação IMDb: 9.0 | Metascore: 76 | RottenTomatoes: 87%
Classificação Barba Por Fazer: 85


- Abaixo podem encontrar Spoilers - 

A História: 

    Vamos entrar logo a matar, à Underwood.
    A quarta temporada de 'House of Cards', o primeiro original Netflix, é tudo o que os fãs poderiam pedir - recupera o nível das duas primeiras temporadas, demonstrando que a terceira (indiscutivelmente a mais fraca) serviu de transição e de contextualização para a 4.ª season brilhar; o elenco é riquíssimo, indo buscar personagens-chave do passado para algumas aparições curtas, enquanto adiciona participações especiais como a de Ellen Burstyn (só 'House of Cards' para conseguir algo assim); a realização e a escrita da série estão mais no ponto do que nunca, com subtilezas e manipulações como só Frank e Claire Underwood seriam capazes. Embora seja complicado afirmar "é melhor do que as temporadas 1 e 2", esta é porventura a temporada mais madura e completa, e reforça um certo padrão - a temporada 1 preparou a 2, a temporada 3 preparou os acontecimentos e a narrativa da 4... que ainda assim deixa água na boca para 2017.

    Há um ano atrás avaliámos a 3.ª temporada em 13 valores de 20, mas a quarta temporada respondeu às nossas preces: nesta há mais Frank Underwood (Kevin Spacey), e Beau Willimon e a sua equipa de argumentistas souberam construir 13 episódios que começam com Frank e Claire (Robin Wright) frente-a-frente, mas que terminam com eles mais lado a lado (em termos políticos) do que nunca antes até aqui.
    Antes de entrar no submundo dos bastidores e jogos de influência da política norte-americana, a temporada começa numa prisão com Lucas Goodwin (fundamental num momento de viragem desta season), o jornalista que cometeu o "crime" de acreditar em Zoe Barnes, no beliche de cima da sua cela a descrever um momento erótico para que o companheiro de cela se masturbe com a história. O presidiário diz-lhe que ele "tem jeito com palavras", tal como a série, e depois dessa imagem inicial desconfortável mas forte, segue-se uma catadupa de emoções.

    Tal como na temporada anterior - e a campanha continuará em 2017 - Frank Underwood procura manter o seu lugar na Casa Branca e no topo do mundo ocidental, perdendo aliados, criando inimigos e vendo-se obrigado a ameaçar, coagir, manipular como sempre. Desta vez, há muitas novidades: conhecemos a mãe de Claire, Elizabeth (interpretada pela magnífica actriz Ellen Burstyn); Claire e Frank passam os primeiros episódios a boicotar-se um ao outro, mas acabam por juntos conspirar um plano que a torne a candidata desejada pelos Democratas para vice-presidente; Leann Harvey (Neve Campbell, outrora actriz de 'Scream') é contratada por Claire para ser o que Doug é para Frank, basicamente, embora acabe a liderar a campanha dos Underwood; o escritor Tom Yates regressa, aproximando-se, desta vez, de Claire; Heather Dunbar perde força, e o candidato republicano das redes sociais, do instagram e da família perfeita Will Conway (Joel Kinnaman) emerge como principal adversário presidencial de Frank; e, numa clara alusão ao ISIS (Estado Islâmico) são introduzidos nesta temporada os radicais do ICO. Tudo isto chegaria para um conjunto de episódios brutais, mas há ainda a acrescentar a investigação de Tom Hammerschmidt - antigo editor do The Washington Herald - que começa a juntar os dados todos graças a algo que acontece ao segurança Meechum, reunindo os testemunhos necessários para fazer Underwood cair do trono.
    Reúne-se nesta temporada a elite em termos de elenco - Ellen Burstyn, Neve Campbell e Joel Kinnaman são as principais novidades, mas há vários fantasmas que prestam uma visita a Frank, desde as personagens Peter Russo (Corey Stoll) e Zoe Barnes (Kate Mara) a Freddy (Reg E. Cathey), este último com pouco tempo de ecrã mas muito impacto. E, já agora, uma palavra para Robin Wright, que realizou 4 episódios dos 13, e deve ser levada muito a sério como realizadora.
    
    
A Personagem: Frank e Claire Underwood (Kevin Spacey, Robin Wright).
    As duas primeiras temporadas foram de Frank. A terceira temporada foi de Claire. À quarta, é impossível não os abordar como um só, porque é nesta que eles passam a estar ao mesmo nível, é nesta que eles se tornam iguais.
    Começam separados, em guerra acesa mas silenciosa, até chegar um dos pontos críticos capaz de deixar um deles quase KO.
    Compreendem que são mais fortes juntos, e desenham uma das suas mais subtis conspirações para arredar Catherine Durant (mais destaque nesta temporada do que em qualquer outra, e merece-o) da mais-do-que-certa nomeação enquanto candidata democrata a Vice-Presidente.
    Frank e Claire podem até estar mais afastados em termos pessoais a cada episódio que passa, mas no campo político dão as mãos e erguem os braços saudando o público com mais vigor e união do que até aqui. O último plano da season finale bate-se bem com o final da segunda temporada: a quarta parede, sistematicamente quebrada por Frank, desta vez tem mais dois olhos a fixarem directamente o espectador. Que pormenor de classe, que imagem de génio...
    

O Episódio: 10 'Chapter 49'.
    O último episódio, capítulo 52, é muito bom. Mas o episódio mais completo da temporada é o décimo.
    Vejamos: no comité de eleições democratas, Claire Underwood tem um discurso de campanha sensacional, que antecede a chegada de Frank ao palco, e o delírio do público a aceitar o casal de candidatos. Antes de discursar, Claire marca o episódio junto da sua mãe, e com o escritor Tom Yates. Só que, a juntar a isto tudo, estão dois momentos de Frank Underwood que seguem instantaneamente para o lote de melhores da personagem - nos dois casos é Catherine Durant quem partilha a cena com Frank, primeiro em torno de uma salada cobb, e depois na Sala Oval, com Frank Underwood a admitir os seus vários crimes num monólogo intenso e assustador, antes de se desatar a rir. Nota: episódio realizado por Robin Wright.  


O Futuro: 
    "That's right... We don't submit to terror", Frank olha para Claire, e depois olham juntos para a câmara enquanto ele remata "We make the terror". Querem melhor forma de lançar a quinta temporada do que o casal Underwood a preferir a instabilidade do povo e um estado de guerra a perder o seu lugar na Casa Branca? Quando pensávamos que já tínhamos noção dos limites da ambição em 'House of Cards', é-nos dado um novo patamar.
    Em 2017 a campanha presidencial continuará - Underwood versus Conway, sem retirar Dunbar da equação -, mas há muitos subplots que estão em aberto. Desde logo, o jornalista Hammerschmidt, com uma história pronta para destruir o presidente (com o ex-presidente Walker, Remy Danton e Jackie Sharp a corroborarem tudo), foi enviado para uma sala à espera de Frank Underwood; o cronicamente errático Doug Stamper voltou a revelar-se incapaz de se desligar de um erro seu, tornando-o um vício, e é temporada após temporada um dos mais devotos e incondicionais parceiros no crime de Frank, mas é também um forte candidato a fazer cair o castelo de cartas.
    Os Underwood, cúmplices na corrupção, preferem governar através do medo e decretar uma guerra desde que isso os beneficie individualmente. Resta-nos perceber: vencendo, Claire contentar-se-á como vice-presidente ou tudo isto é bluff e ela quer ainda mais, dando vida ao sonho de Frank?


House of Cards house of cards season 4 house of cards season 4 trailer

10 de março de 2016

Dicas Fantasy Premier League - Jornada 30

Caminhamos para a recta final do campeonato e esta jornada 30 representa um verdadeiro Desafio ou dilema para muitos: no Fantasy jogar-se-ão apenas 5 (!) jogos, metade de uma jornada habitual. Os jogos da FA Cup condicionam assim a Premier League este fim-de-semana, com o Arsenal a ser o último a garantir a qualificação (depois de derrotar a meio da semana o Hull City) e simultaneamente a ser a última equipa a excluir-se das contas desta 30.ª ronda do Fantasy.
    O Desafio para qualquer jogador de Fantasy é  simples: ser capaz de ter 11 elementos que vão a jogo no conjunto destes cinco jogos; idealmente qualquer plantel deveria ter sido gerido nas últimas jornadas tendo em conta esta, mas para quem não o fez há duas hipóteses - perder pontos com mais transferências do que o recomendado, ou utilizar o segundo wildcard. A melhor forma de actuar depende um pouco da gravidade da situação, mas aconselhamos que guardem o wildcard para o poderem utilizar numa altura em que já se saiba como serão as jornadas duplas de várias equipas com jogos em atraso.
    Nesta mini-jornada jogam 3 equipas do Top-4 (Leicester, Tottenham e Manchester City) e, caso ganhem os seus respectivos jogos, podem colocar pressão sobre os seus adversários directos. Na Premier League não há vencedores pré-determinados mas é curioso o pormenor de nesta jornada os ataques avassaladores de Leicester, Tottenham e City terem pela frente os três emblemas que desceriam se o campeonato terminasse agora - Newcastle, Aston Villa e Norwich. A acompanhar estes confrontos "supostamente" desequilibrados, teremos um Stoke-Southampton, actuais 8.º e 9.º, e um Bournemouth-Swansea que, embora pareçam seguros, qualquer um dos dois respirará melhor com mais 3 pontos.
    Voltando à jornada 29, foi uma ronda gorda e mais acessível no Fantasy. A pontuação média foi de 53 pontos, e houve vários jogadores cliché a pontuar bem - Mahrez, Payet, Agüero... O francês Dimitri Payet (estará indiscutivelmente na corrida ao título de MVP deste campeonato, ele que já foi eleito o melhor jogador dos clubes de Londres) e Joshua King, do Bournemouth, fizeram 13 pontos, destacando-se de Mahrez e Agüero (11 pts), Sigurdsson e Yaya Touré (10 pts), enquanto que na rectaguarda brilharam van Dijk, Ashley Williams, Bellerín e Schmeichel.
(Podem-se juntar à Liga Barba Por Fazer: Código - 114493-481221)

Nesta 30.ª jornada, sugerimos:

Harry Kane - Tottenham - 10.1
    Que momento aquele golo de Harry Kane ao Arsenal! O ponta de lança dos spurs, actualmente um mascarado em campo, voltou a mostrar no último fim-de-semana que tem uma apetência especial para marcar ao grande rival do Tottenham.
    Pochettino priorizou ganhar no terreno do Aston Villa a ser capaz de ombrear com o Dortmund, e com isso perdeu por 3-0 com a equipa germânica, já de si favorita. Os spurs não podiam contar com Alli, mas Pochettino deixou Kane, Lamela e Dembélé no banco, e só colocou Kane em campo aos 76' quando o Dortmund já tinha chegado aos três golos.
    O não-desgaste de Kane na Alemanha é um bónus que reforça o potencial de pontos do camisola 10 do Tottenham diante do Aston Villa. Juntem a isso a História da primeira volta: nas próximas duas jornadas Kane defronta Villa e Bournemouth, equipas contra as quais Kane marcou 1+3 golos, conseguindo 5 pontos de bónus nesse conjunto de jogos. É certo que o Bournemouth está mais compacto, mas em relação ao Aston Villa (adversário desta jornada) dizemos o que dissemos quando recomendámos Agüero há uma semana - a equipa parece derrotada e aceitar a sua condenação, pelo que um golo madrugador do Tottenham pode atirar a equipa para um resultado confortável, embora provavelmente abaixo dos números que Liverpool e Manchester City conseguiram recentemente.   


Matt Ritchie - Bournemouth - 5.3
    No começo da época tínhamos altas expectativas em relação a Matt Ritchie neste Fantasy 15/ 16, ou não tivesse ele somado 15 golos e 17 assistências no Championship.
    Estamos em Março e o extremo inglês tem 3 golos e 7 assistências, embora nos últimos seis jogos tenha tido 4 passes para golo. Os cherries têm dado passos determinantes rumo à manutenção, e as vitórias nos últimos 2 jogos (Southampton em casa, Newcastle fora) muito contribuíram para isso. O Bournemouth é equipa de treinador (que trabalho de Eddie Howe!), e contou com várias lesões ao longo da época, pelo que Matt Ritchie pode mostrar-nos nesta recta final, com a equipa mais estável, um pouco do que renderá em 2016/ 17, plenamente adaptado ao primeiro escalão.
    O Bournemouth-Swansea tem tudo para ser um bom jogo, e a equipa da casa tem ligeiro favoritismo. Com Gradel de regresso, os pontos tanto podem ir para ele, como para Afobe, Ritchie e King (13 pontos na jornada 29). Entre os utilizadores que aplicaram o wildcard, quase todos irão reforçar-se com o lateral Daniels, e quem colocar um médio do Bournemouth irá privilegiar King, mas Ritchie pode ser um diferencial interessante.      


Kasper Schmeichel - Leicester City - 4.7
    Nas primeiras 12 jornadas desta edição da Premier League, o líder Leicester City conseguiu apenas um jogo sem sofrer golos. Daí para cá a evolução defensiva foi evidente, e a equipa de Ranieri soma agora 10 clean sheets.
    O Newcastle, no primeiro jogo pós-McClaren, pode até marcar no reduto do 1.º classificado, mas os níveis de energia em campo e apoio nas bancadas no King Power Stadium têm sido extraordinários, e ajudarão o Leicester a concentrar-se e a ser electrizante na frente, combativo a meio-campo e solidário atrás, como tem sido.
    Filho do mítico Peter Schmeichel, Kasper saiu esta época, aos 29 anos, da sombra do pai; juntamente com a defesa (Morgan, Huth e Fuchs têm sido os principais destaques nesse sector) tem estado incrível e os números não enganam - nos últimos 11 jogos do campeonato, 7 clean sheets. Ele, Hart e Lloris são os GR mais seguros nesta mini-jornada, a não ser que queiram apostar forte no Stoke-Southampton (leia-se, Butland-Forster).


David Silva - Manchester City - 9.9
    Em circunstâncias normais este lugar seria de Kun Agüero, mas uma vez que nunca recomendamos - neste espaço de 5 sugestões - o mesmo jogador em duas jornadas consecutivas, eis o mago David Silva.
    Com um calendário acessível a curto-prazo, é aconselhável ter-se Agüero e quiçá um médio dos citizens (Silva ou Yaya). O Manchester City ainda não está completamente afastado da luta pelo título, mas os erros das últimas jornadas (3 derrotas consecutivas antes de golear o Aston Villa) foram imperdoáveis. Ainda assim, é muito difícil imaginar este City fora do Top-4, pelo que Guardiola terá - quase de certeza - uma equipa de Champions nas mãos.
    O campo do Norwich costuma rimar com golos de Agüero, e embora o Norwich precise urgentemente de pontos para não descer (e importa recordar que no Etihad o City venceu apenas por 2-1) não se pode ignorar que a equipa de Alex Neil tem 8 derrotas e 1 empate nos últimos nove jogos. Atendendo a isso, muita atenção à sintonia e química entre Silva e Agüero, capazes de desmontar qualquer defesa.    
       

Gylfi Sigurdsson - Swansea - 7.2
    Sabem porque é que devem ter Sigurdsson na vossa equipa? Por isto. É certo que é Fabianski quem está na baliza, mas não deixa de ser impressionante a qualidade regular do islandês a rematar com qualquer pé.
    6 golos dos seus 8 (máximo individual de Sigurdsson na Premier League) foram marcados nas últimas 10 jornadas, e o último (Swansea 1-0 Norwich) foi importantíssimo para que os swans durem mais um ano entre os grandes do futebol inglês.
    O esquema do Bournemouth pode condicionar bastante e retirar Sigurdsson do jogo, mas é também para isso que servem as bolas paradas do islandês. Visita o Bournemouth, recebe o Aston Villa, portanto é jogador para apostar a curto-prazo, e um elemento porventura para ser vendido na altura das jornadas duplas.


Outras Opções:
- Guarda-Redes: Falámos acima do Schmeichel mais novo, mas também Joe Hart (5.6) e Hugo Lloris (5.2) têm algumas hipóteses de não sofrer. Butland versus Forster é uma disputa que vale o bilhete, enquanto que no Bournemouth-Swansea é preferível apostar em alguns defesas do que nos guarda-redes.

- Defesas: Na defesa, parece-nos que o austríaco Christian Fuchs (4.9) parte à frente de qualquer outro jogador. O lateral-esquerdo do Leicester apoia bem o ataque, faz parte de uma defesa madura e pode ter ainda impacto através das bolas paradas (é ele quem cobra a maioria, embora Mahrez e Albrighton também o possam fazer). Toby Alderweireld (6.4) é o defesa com mais pontos por algum motivo, e é impossível não recomendarmos dois jogadores que irão estar frente-a-frente mas que têm sido muito importantes para as suas equipas - Charlie Daniels (4.9) e Ashley Williams (4.9).
    Kompany, van Dijk e Huth são também opções a ter em conta.

- Médios: Entre médios, numa jornada em que não há Payet, Roberto Firmino ou Özil, e tendo nós já referido Sigurdsson, Silva e Ritchie, a prioridade nº 1 só podia ser uma - Riyad Mahrez (7.3), o primeiro jogador a ultrapassar os 200 pontos nesta temporada.
    Do Tottenham, Dele Alli (6.0) e Eriksen parecem ser as prioridades, embora haja também Lamela, e no City já falámos de Silva mas há ainda Yaya Touré (8.5). Marko Arnautovic (6.5) é o médio mais regular dos que entrarão em campo no Stoke-Southampton, e embora tenhamos dissertado sobre Sigurdsson e Ritchie, interessa não esquecer Ayew no caso do Swansea, e King do lado do Bournemouth.

- Avançados: Kun Agüero (13.6), Jamie Vardy (7.8) e o já mencionado Harry Kane. Parece-nos ser esta a fórmula um desta jornada. Quem quiser fugir à norma, terá que olhar para jogadores como Afobe ou Diouf.


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11 (3-4-3): Hart; Daniels, Alderweireld, Fuchs; Mahrez, Sigurdsson, Silva, Alli; Agüero, Vardy, Kane

Atenção a (Clássico; Diferencial):
Norwich v Manchester City - Kun Agüero; David Silva
Bournemouth v Swansea - Gylfi Sigurdsson; Matt Ritchie
Stoke v Southampton - Marko Arnautovic; Mame Biram Diouf
Aston Villa v Tottenham - Harry Kane; Erik Lamela
Leicester City v Newcastle - Jamie Vardy; Christian Fuchs

Garganta Afinada. Top 20 ( nº 112 )

    Depois da tempestade, vem a bonança. É o que se costuma dizer. Pois bem... Depois de um dia farrusco, vem um GA acompanhado do sol bebé dos Teletubbies.
    Hoje temos um monte de música brilhante para vós. Ao contrário do que vos habituámos, não temos uma lista quase sem fim de intérpretes portugueses. Porém, o top 20 está muito bem representado com Klepht e Ana Moura que defendem as cores das Quinas exemplarmente com "Manual de Uma Conquista" e "Tens Os Olhos de Deus", respectivamente. Este GA de emergência, é alimentado em parte pelo Cinema. “Grew Up At Midnight” dos The Maccabees é a música com que Michael Fassbender se despede dos espectadores em ‘Steve Jobs’. Depois, vindos do maravilhoso mundo dos trailers, temos os MS MR que ajudaram a promover ‘Room’ (cujo papel de Brie Larson lhe deve valer o óscar de melhor actriz) e ainda Clairity com uma versão de “Don’t Panic” dos Coldplay que acaba por ser o grande destaque do trailer do novo X-Men que passou no Super Bowl, roubando protagonismo a Jennifer Lawrence, Olivia Munn e Sophie Turner. Temos ainda representado no nosso top o NOS Alive com Band of Horses, um dos mais recentes confirmados para o palco principal do festival e ainda um regresso muito esperado por nós de Bon Iver. Na verdade, "Haven, Mass" não é uma nova criação da banda, mas é um remasterizado que vale bem a pena ouvir. “Manta Ray” foi uma simpática menção da Academia relativamente ao documentário ‘Racing Extinction’, tendo concorrido a canção (tanta vida e cor no videoclip) de J. Ralph e Antony na categoria de melhor canção original. Jarryd James surge neste Garganta Afinada graças ao excelente trabalho do TV Cine & Séries na hora de escolher as músicas dos seus anúncios, e para quem alguma vez sonhou com um fusão vocal entre os vocalistas dos Snow Patrol e Bon Iver, “Stubborn Beast” dos Bear’s Den é mais ou menos o resultado que se esperaria. E como música nem sempre precisa de um vocalista, temos os instrumentais de J Dilla - um dos maiores artistas de hip-hop que já não está entre nós, mas que tem um álbum prestes a ser lançado de algumas músicas soltas que o mesmo havia composto - com "It's Your World" e ainda a “If Stars Could Speak” de Aleksandr Fullin numa recriação em FIFA16 da sequência histórica de Jamie Vardy (jogador do Leicester City), de 11 jogos consecutivos a marcar. Achámos por bem colocar a própria recriação – os relatos valorizam a música, e a música valoriza a jornada emocionante do britânico. Lá para cima temos Chet Faker numa live session que quando cresce dá vontade de ouvir vinte vezes e uma das novas de Macklemore – 8 minutos tão diferentes mas pertinentes. Dêem voz a quem fala do que importa ser falado. Ainda no cume desta montanha destacamos a nova música de RY X (bem que poderia marcar presença num dos nossos festivais, já que em Maio estará pela Europa) "Only" - uma música tão simples e tão completa ao mesmo tempo. Por fim e não menos importante, apresentamo-vos um dos grandes sucessos actuais em constante emergência - Jack Garratt. O álbum Phase é uma obra de arte e é com "I Couldn't Want You Anyway" que vos deixamos hoje. Garratt é outro nome que poderia ser um reforço de peso para qualquer cartaz luso, já que as suas datas são parecidas a RY X.
    O nosso dever está cumprido por hoje, pessoas! Aproveitem o sol com que hoje fomos brindados e façam um "Play all" na nossa lista que não ficarão desiludidos.




1. RY X - Only
2. Macklemore X Ryan Lewis ft. Jamila Woods – White Privilege II


9 de março de 2016

100 Melhores Personagens de Séries - Nº 49



Série: Game of Thrones
Actriz: Lena Headey


por Tiago Moreira

    Lembram-se da nossa personagem #72? Recordam-se da história incestuosa? Pois bem... Chegou a vez de vos apresentar a sua amada, que é, nem mais, nem menos, que a sua irmã. Cersei Lannister é o seu nome e Lena Headey é quem a interpreta.
    O facto de aparecer mais de vinte posições à frente do seu irmão não é, de todo, um acaso. Jaime poderia ter dado muito mais se continuasse a ter o percurso interessante que teve na segunda e terceira temporadas, mas foi a sua irmã Cersei que acabou por dar mais à série. Diria mesmo que foi fulcral para o enredo. Sempre vil e obcecada pelo trono (leia-se "poder"), nunca teve limites para cumprir os seus objectivos.
    Primeiro acaba por engendrar a morte do seu marido e rei Robert Baratheon, com veneno. Depois acaba por violar a lei rasgando um testamento do rei, acabando por condenar Ned Stark a um curto e negro futuro. Vangloriou o reinado do seu execrável filho Joffrey. Tudo isto até cair às mãos de High Sparrow e da seita "Faith of the Seven". Acabou humilhada na 'walk of shame' (não seus malandros, aqueles seios não eram mesmo da actriz. Seus rebarbadões) que fez até ao castelo e acabou a última temporada bastante ferida. Ferida, mas com um olhar que transmitiu muito. Se, até agora, Cersei foi uma das mentes mais maléficas da série, a partir da próxima temporada é que vamos começar a conhecer os seus limites de malvadez. Não é uma certeza, mas um palpite que acho bastante provável que aconteça.                              

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Nota Editorial: A compilação/ organização e ordem das personagens deste Top é responsabilidade de Miguel Pontares e Tiago Moreira. Os textos tiveram a colaboração de Lorena Wildering, Nuno Cunha, Cê e SWP.
Foram tidos em consideração séries com pelo menos 1 temporada, concluída a 1 de Outubro de 2015. Mais informamos que poderão existir spoilers relativos às personagens e/ ou às séries que elas integram, passíveis de constar na defesa e caracterização de cada uma das 100 personagens.

7 de março de 2016

100 Melhores Personagens de Séries - Nº 50



Série: Rectify
Actor: Aden Young


por Miguel Pontares

    Vou partir do pressuposto que poucos de vocês conhecem 'Rectify', a série da SundanceTV. Na América sulista conservadora e religiosa, Daniel Holden é a figura central de uma série absolutamente carregada em ombros pelo seu protagonista. 
    Daniel Holden foi preso quando tinha 18 anos, acusado de violar e assassinar a sua namorada da altura. No ponto de partida da série, depois de passar 19 anos no corredor da morte (e não, não me refiro àquela tradição urbana de encher alguém de calduços), são descobertas novas provas de ADN, e Daniel é colocado em liberdade, vendo-se obrigado a adaptar-se a um mundo que mudou muito, a um turbilhão de pessoas contrário à sua solidão, e a uma morte que já assumira como inevitável e certa.
    Numa série lenta no seu ritmo, e talvez com religião a mais, mas que recompensa os espectadores mais fiéis com um profundo character study, orbita em torno de Daniel Holden uma família complexa: a sua irmã Amantha (Abigail Spencer) que, mais do que qualquer outra pessoa, nunca desistiu dele, e que namora com o advogado de Daniel; a mãe e o padrasto, o filho do padrasto Teddy (Clayne Crawford), sem dúvida a personagem com o arco mais volátil ao longo das 3 temporadas, e a mulher deste, Tawney (Adelaide Clemens, uma sósia de Michelle Williams), por quem Daniel desenvolve uma química instantânea.
    'Rectify' é, principalmente, a adaptação de Daniel Holden a uma nova realidade, a um conceito de tempo que lhe parece diferente. Um homem que passou toda a sua vida adulta confinado a uma cela, distraído apenas durante algum tempo pela companhia de Kerwin, outro homem condenado à morte; um homem que já não se sabe comportar, que tem dificuldade em interagir, e que é olhado de lado por uma comunidade local que o vê como culpado até prova absoluta em contrário. A ambiguidade - não sabermos, efectivamente, se Daniel é inocente ou culpado - é um dos pontos-chave de 'Rectify', série dos produtores de 'Breaking Bad' que se vende bem através do slogan promocional: "Sentenced to die. Condemned to live".
    É uma das personagens mais complexas que a televisão criou recentemente: a interpretação de Aden Young é única, desde o olhar confuso, sofrido e inocente (será mesmo inocente?) até ao tom de voz, capaz de complementar um intelecto alimentado por horas intermináveis de leitura e que transmite uma calma improvável, quase divina. É sarcástico, é carismático, é infantil e simultaneamente maduro.
    Depois de 19 anos no corredor da morte, são pequenas coisas que fascinam e emocionam Daniel Holden: o passado visitado no sótão, a textura da relva, um trajecto de bicicleta no skatepark com o irmão mais novo, um algodão esvoaçante, o foco em pintar uma piscina, um mergulho no mar... tudo mexe com Holden, convicto na procura de respostas e do seu lugar no mundo, mas que ao mesmo tempo tem pequenos rasgos de loucura, violência e bizarria.
    Aden Young merece toda a vossa atenção. Há muitos actores que durante uma vida inteira não conseguem aquilo que Young faz deste aglomerado de dúvidas .                                                                                 
                                                                      
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Nota Editorial: A compilação/ organização e ordem das personagens deste Top é responsabilidade de Miguel Pontares e Tiago Moreira. Os textos tiveram a colaboração de Lorena Wildering, Nuno Cunha, Cê e SWP.
Foram tidos em consideração séries com pelo menos 1 temporada, concluída a 1 de Outubro de 2015. Mais informamos que poderão existir spoilers relativos às personagens e/ ou às séries que elas integram, passíveis de constar na defesa e caracterização de cada uma das 100 personagens.

5 de março de 2016

100 Melhores Personagens de Séries - Nº 51



Série: The Big Bang Theory
Actor: Simon Helberg


por Lorena Wildering


O que têm um engenheiro aeroespacial, um astronauta e um judeu em comum? São três factores que identificam uma só personagem… it’s Howard.
    Howard Wolowitz (Simon Helberg) é um dos sete amigos de “A Teoria do Big Bang”. Quando o conhecemos pela primeira vez, já lá vão nove anos, Howard ainda vive com a mãe, personagem conhecida apenas pela sua voz e sotaque icónico e aparente tamanho volumoso (que infelizmente já não vamos poder ouvir mais, depois da actriz, Carol Ann Susi, ter falecido o ano passado).
    Howard e Raj Koothrappali (Kunal Nayyar) partilham o bromance do grupo (com quem agora tem uma dupla musical) e, embora também seja um geek como os amigos, adepto de livros de banda desenhada e filmes de ficção científica, nunca o vemos com t-shirts de super-heróis. Em vez disso, a imagem de marca de Howard são as camisolas de gola alta e calças justas e coloridas decoradas com uma das suas muitas fivelas.

    Howard é sempre alvo de troça por parte de Sheldon (Jim Parsons) por não ter um Doutoramento e por ser um “mero” engenheiro, mas foi ele mesmo que acabou por se tornar num astronauta e passar 3 semanas na Estação Espacial Internacional (de onde saiu a alcunha “Froot Loops”) — por muito que não se tenha importado de ser essa a sua única missão.
    É uma das personagens que mais evoluiu ao longos dos anos em "A Teoria do Big Bang". De flirt descarado que fazia de tudo para conseguir conquistar uma mulher (“I'm a horny engineer... I never joke about math or sex."), Howard acabou por ser o primeiro dos amigos a casar. Mas, como não se pode ter tudo, ‘Howie’ ainda continua uma criança adulta e a microbiologista Bernadette (Melissa Rauch) tem de encontrar o equilíbrio entre ser sua esposa e mãe. No futuro, quem sabe, pode ser que também ele venha a ter responsabilidades parentais… é esperar para ver.                           

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Nota Editorial: A compilação/ organização e ordem das personagens deste Top é responsabilidade de Miguel Pontares e Tiago Moreira. Os textos tiveram a colaboração de Lorena Wildering, Nuno Cunha, Cê e SWP.
Foram tidos em consideração séries com pelo menos 1 temporada, concluída a 1 de Outubro de 2015. Mais informamos que poderão existir spoilers relativos às personagens e/ ou às séries que elas integram, passíveis de constar na defesa e caracterização de cada uma das 100 personagens.

4 de março de 2016

Revisão: 'Love'

Criado por
Judd Apatow, Lesley Arfin, Paul Rust

Elenco
Gillian Jacobs, Paul Rust, Claudia O'Doherty, Iris Apatow, Briga Heelan

Canal: Netflix

Classificação IMDb: 7.8 | Metascore: 72 | RottenTomatoes: 88%
Classificação Barba Por Fazer: 75


- Abaixo podem encontrar Spoilers - 

A História: 

    Mal ouvimos falar numa série de comédia para a Netflix "criada por Judd Apatow" ficámos de antenas no ar, ou não fosse Apatow um dos responsáveis por 'Freaks and Geeks' há muitos anos atrás, e uma das pessoas mais influentes e com uma voz muito própria no actual panorama da Comédia norte-americana. 'The 40-year-old Virgin', 'Knocked Up' e recentemente 'Trainwreck' com Amy Schumer foram alguns dos projectos de Apatow, e a presença da Netflix (que já mostrara qualidade com as comédias originais 'Master of None' e 'Unbreakable Kimmy Schmidt'; 'Orange is the New Black' deve ser visto como dramedy) na equação permitia augurar um bom resultado final.
    'Love' (podia ter um nome mais distintivo) não é nenhuma inovação em termos de conceito, mas é uma comédia com pernas para andar. Tal como em 'Freaks and Geeks', criada por Paul Feig mas com Apatow como produtor, o "truque" está nas personagens, com as quais é fácil criar empatia à medida que a série se desenvolve, abordando de forma cândida diversos clichés antes de dar meia-volta e virar o tabuleiro ao contrário.
    Numa temporada de estreia com 10 episódios, a força está nos dois protagonistas - Mickey (Gillian Jacobs) e Gus (Paul Rust). A relação e características de ambos torna-os uma espécie de duo 'Annie Hall' versão 2016, com Rust a dar inclusive ares de um jovem Woody Allen... uma opinião que não seremos os únicos a partilhar, muito provavelmente. 'Love' consegue fugir - em parte - à lógica boy-meets-girl pela forma honesta como retrata a relação e a perspectiva masculina e feminina sobre a mesma, com encontros e desencontros, erros, explorando a vontade de um querer quando o outro já não quer tanto, tudo com uma abordagem real e honesta.
    Sendo Paul Rust um dos criadores é fácil dizer-se "espertalhão.. criou o Gus para poder andar a papá-las", mas a evolução da personagem reforça a ideia de que em 'Love' os estereótipos (o geek neste caso) são-nos esfregados na cara, e depois atirados para bem longe.
    Com várias personagens fundamentais para manter a história interessante - Bertie, Heidi e Arya (Iris Apatow, a filha mais nova de Judd), nomeadamente -, há uma certa repetição do modelo de 'Master of None': uma comédia com laivos dramáticos ao ter como personagens principais pessoas na casa dos 30 que ainda não conseguiram estabilizar e "encontrar-se", nem tão pouco sabem o que querem, em termos pessoais e profissionais.
    
    
A Personagem: Mickey Dobbs (Gillian Jacobs).
    Quem vir 'Love' vai passar pelo seguinte processo: ao longo dos primeiros episódios é fácil empatizar com Gus, e disponibilizar-se-ão até para o confortar "já passou, rapaz", até ele desiludir o espectador. Mas há pessoas assim, e 'Love' não esconde que as relações estão longe de ser todas histórias da Disney.
     E depois de falar na Disney, não há melhor forma de fazer a ligação para a melhor personagem desta série - Mickey. É possível ver 'Love' sem desenvolver uma certa crush televisiva pela personagem?!
    Mickey Dobbs tem uma personalidade aditiva (drogas, álcool, sexo, amor), é cómica, despassarada, tem um gato chamado "Grandpa" e enche o ecrã à la Annie Hall com uma t-shirt de mangas puxadas até aos ombros ou com umas jardineiras castanhas. O desenvolvimento de Mickey ao longo dos dez episódios é muito mais natural do que o de Gus, demonstrando querer ter algo ao perceber que já não o tem como certo.
    É já uma das melhores personagens de 2016 na Televisão, com uma imprevisibilidade que a torna chamativa, mas linear nos momentos que melhor servem para a caracterizar. É egoísta, tem um olhar carregado de loucura, parece muitas vezes estar muito chateada com o mundo, e pelo seu todo deve dar-se mérito aos criadores e argumentistas de 'Love' e, claro, a Gillian Jacobs.


O Episódio: 07 'Magic'.
    Embora a dinâmica da relação Mickey-Gus mude completamente nos últimos três episódios, deve ser mais ou menos consensual considerar-se a segunda metade da série o segmento mais forte. Curiosamente, tal como em 'Master of None', outro produto Netflix, há um lado menos cómico e mais sério/ introspectivo nesses episódios (uma lógica que séries como 'Togetherness' ou 'You're the Worst' têm também). Os episódios 10 e 05 têm momentos capitais da relação entre Mickey Dobbs e Gus Cruikshank, mas o episódio 07 'Magic' é capaz de ser um dos que melhor caracteriza as personagens e a série.
    Tem uma cena que se não é uma referência declarada a 'Annie Hall', parece, quando Mickey pede ajuda a Gus para a "salvar" dos insectos que mantém reféns no seu quarto, tapados por copos de plástico; mas tudo o que se passa na ida ao espectáculo de magia é engraçado. Como dissemos, a season finale, o episódio 05, bem como os episódios 08 e 09 são também bastante bons.


O Futuro: 
    Os acontecimentos das próximas temporadas (pelo menos haverá season 2) dirão se a história da primeira foi um erro ou não, mas o que é certo é que quando chegamos ao final do último episódio, ao contrário da esmagadora maioria das séries deste género em que somos levados a "torcer" para que os protagonistas fiquem juntos, em 'Love' não é assim tão claro como a água que seja a opção mais confortante por tudo o que acontece até aí.
    Judd Apatow, Lesley Arfin e Paul Rust (sabiam que entrou em 'Inglourious Basterds'?) têm potencial nas mãos para construir algo como a série britânica 'Catastrophe', e dois protagonistas que ora parecem estar em pólos opostos, ora 100% alinhados. 

Dicas Fantasy Premier League - Jornada 29

Como as competições europeias tratam de provar, é na Liga BBVA (campeonato espanhol) que estão as equipas mais fortes da Europa. Na actual moldura competitiva, entre Espanha e Alemanha encontram-se os principais favoritos à conquista da Champions - Barcelona e Bayern - incluindo outras equipas que podem fazer boa figura nas duas provas do futebol europeu (Real Madrid e Atlético na Champions; Dortmund, Sevilha, Leverkusen ou Villarreal na Liga Europa). Junta-se a isto uma ilha chamada PSG e um ou outro case study, mas os clubes da Premier League têm brilhando pouco nos últimos anos. Esta temporada ainda é possível o Chelsea redimir-se da sua época eliminando o PSG, e na Liga Europa Tottenham e Liverpool poderão embalar caso derrotem Dortmund e Manchester United respectivamente (isto porque cremos mais na equipa de Klopp no formato a eliminar do que nos pupilos de van Gaal).
    Ainda assim, a Premier League isolada tem o maior número de boas equipas, uma consistência e imprevisibilidade que não se encontra em mais nenhum campeonato. Assim se explica a paixão dos adeptos e a incapacidade/ dificuldade dos clubes ingleses em mudarem o chip e a cultura/ identidade de jogo quando saem daquele universo paralelo maravilhoso que se chama Premier League. E assim se explica também porque é que na jornada 28 entre as equipas do Top-4, três delas perderam e uma empatou. Quando o líder Leicester City empatou com o WBA, dificilmente imaginariam os foxes que mesmo assim ganhariam um ponto a Tottenham (perdeu em casa do West Ham), Arsenal (derrota caseira com o Swansea) e Manchester City (dizimado em Anfield). A jornada 28, bastante feliz para West Ham e Manchester United, reforçou a escalada do Chelsea (3.ª vitória consecutiva, e 0 derrotas nos últimos doze jogos no campeonato) e permitiu ao Bournemouth e ao Swansea "cavarem" uma distância maior para as 4 equipas que compõem a cauda - Aston Villa, Newcastle, Sunderland e Norwich.
    Falar na jornada passada, numa óptica de Fantasy, é falar do trio do Liverpool - Lallana (14), Milner (13) e Roberto Firmino (12), bem como do segundo jogo consecutivo de Connor Wickham a estabelecer 13 pontos. Funes Mori e Cook (15 pts, máximo individual da jornada) foram os defesas a brilhar no ataque e Michail Antonio voltou a ser decisivo numa nova vitória do West Ham por 1-0.
(Podem-se juntar à Liga Barba Por Fazer: Código - 114493-481221)

Nesta 29.ª jornada, sugerimos (Nota: nesta jornada deve haver preocupação de usar as transferências de modo a que na jornada 30 - na qual há inúmeras equipas que não jogam, acontecendo apenas 6 jogos - tenham um onze inicial completo. Dos cinco jogadores abaixo, apenas os primeiros três entram em campo na 30):

Kun Agüero - Manchester City - 13.5
    Faz sentido apostar em Agüero neste momento, atendendo ao nível que tem apresentado ultimamente? Não. O Manchester City, que ainda se encontra no Top-4 mas está por um fio (o United já igualou os 47 pts do rival, embora os citizens tenham um jogo a menos) perdeu os últimos três (3!) jogos, com Leicester, Tottenham e Liverpool, os dois primeiros em casa, mas caiu do céu um embate com o Aston Villa para que a equipa se reerga.
    Faz sentido ter Agüero neste momento no Fantasy? Sim. Nós sabemos que parece contraditório, mas a ideia de Agüero defrontar o Aston Villa, último classificado, é boa demais para ser ignorada. Como o City está - embora pelo meio tenha conquistado um troféu, a Capital One Cup - é difícil recomendar algum jogador seu, mas se por acaso as coisas começarem cedo a correr bem para Agüero, Silva e Yaya Touré, o Aston Villa neste preciso momento é equipa para se ir abaixo (veja-se o Aston Villa 0-6 Liverpool). O 20.º classificado tem-se exibido como uma equipa que já aceitou o seu destino, resta-nos saber se o City terá capacidade para pressionar e usar isso a seu favor.       


André Ayew - Swansea - 6.7
     Diz a lógica que o islandês Gylfi Sigurdsson é o jogador dos swans que têm que ter neste momento. Desde que Guidolin assumiu a equipa, o futebol ofensivo do Swansea melhorou, traduzido sobretudo no crescimento de Sigurdsson, ajudado pela alteração táctica que tem colocado o número 23 do clube do País de Gales nas costas da dupla de atacantes. O actual 4-3-1-2 parece intocável, e deve sê-lo, e embora Guidolin tenha feito experiências no Emirates (Gomis e Routledge com Ayew atrás), o melhor nos próximos jogos seria retomar Paloschi e Ayew, com Sigurdsson como organizador.
    Não podemos ignorar o bom calendário do Swansea a curto-prazo (Norwich em casa, Bournemouth fora e Aston Villa em casa). Jogos de nervos, em que se decidirá a manutenção destas equipas, e por isso o momento certo para Sigurdsson e Ayew dizerem presente. Surpreende como é que só cerca de 4% dos utilizadores têm Sigurdsson quando este se tem fartado de pontuar nas últimas 8 jornadas. No entanto, achamos que a recepção ao Norwich poderá ser um palco mais indicado para o ganês André Ayew ter um dos seus dias - com 8 golos e 4 assistências contabiliza um total de 123 pontos, e já fez 10 ou mais pontos em cinco ocasiões. Ayew, Sigurdsson e Paloschi serão os três principais candidatos a pontuar frente a uma equipa que sofreu uma média de 2,6 golos nos últimos oito jogos disputados.        


Virgil van Dijk - Southampton - 5.6
    A maldição ou dádiva de Forster caiu depois de 6 jogos sem sofrer golos (entretanto os saints perderam 2-1 com o Chelsea e 2-0 com o Bournemouth), mas esta jornada há possibilidades de clean sheet para a equipa de Ronald Koeman.
    A História recente entre Southampton e Sunderland tem sido bastante favorável à equipa da casa, graças aos desempenhos de jogadores como Tadic e Mané, e o Sunderland (claramente a mostrar-se mais crente na sua salvação do que os adversários Aston Villa, Norwich e Newcastle) pode ressentir-se mais uma vez.
    Seja como for, e uma vez que Forster até pode sofrer (nos últimos 2 jogos cometeu erros pagos com golos), o elemento que sugerimos é o holandês Virgil van Dijk, um dos melhores centrais desta edição, embora muitas vezes passe despercebido. O central contratado ao Celtic, parceiro de sector de José Fonte, é um dos jogadores com melhor timing no desarme, um dos centrais tecnicamente mais evoluídos em prova, e o facto de ser uma ameaça nas bolas paradas obrigará o Sunderland a cuidados redobrados. Mas atenção, porque enquanto outros defesas tentam subir ao segundo andar para cabecear num canto ou livre indirecto, van Dijk junta a tudo isso a capacidade de converter livres directos (ele e Ward-Prowse são uma das armas extra dos actuais nonos classificados).


James Milner - Liverpool - 6.5
    James Milner é a personificação daquilo que é a Premier League: o compromisso e entrega, a regularidade exibicional, a intensidade jogo após jogo e época após época. Leeds United, Newcastle, Aston Villa, Manchester City e actualmente Liverpool. Todos eles Milner serviu tão bem, e também por isso mal chegou a Anfield foi eleito sub-capitão. O médio inglês, uma das principais figuras no Liverpool 3-0 Manchester City, é claramente um jogador que daria imenso jeito ao City ter agora (não tivessem abdicado dele...), mesmo que como 12.º jogador, mas felizmente é devidamente valorizado no clube que entoa apaixonadamente You'll Never Walk Alone.
    O Crystal Palace derrotou o Liverpool na primeira volta, e é certo que os reds são imprevisíveis (tanto passam a ferro outro grande, como se deixam dominar por uma equipa de menor cotação), mas a energia e confiança que elementos como Firmino, Lallana, Coutinho e Milner poderão levar para o jogo deste Domingo torna-os favoritos, até porque o Palace tem estado em queda-livre. Embora Roberto Firmino seja a grande figura recente do Liverpool, os números fazem de Milner um jogador cada vez menos invisível - 3 golos e 3 assistências nos últimos cinco jogos...
       

Yannick Bolasie - Crystal Palace - 6.0
    Que saudades deviam ter os adeptos do Crystal Palace do frenético Bolasie. Já aqui dissemos que a queda a pique no rendimento do Crystal Palace coincidiu com várias lesões determinantes, tal como referimos que a equipa de Pardew devia revelar-se capaz de recuperar brevemente. Connor Wickham (4 golos nos últimos dois jogos) muito tem feito para "acordar" o clube, mas precisará de jogadores como Bolasie, Cabaye e Zaha para que os eagles conseguiam olhar o Liverpool olhos nos olhos.
    Pode-se esperar um bom jogo, num terreno tradicionalmente difícil para o Liverpool, sendo que Bolasie costuma criar bastantes problemas com a sua velocidade e irreverência. A capacidade de drible do congolês, aliada às suas diagonais pode fazer estragos, e se a dinâmica com Wickham estiver em dia sim, o Palace tem hipóteses de sair vivo, e quiçá surpreender.


Outras Opções:
- Guarda-Redes: Na baliza, embora os seus últimos 2 jogos tenham deixado a desejar, Fraser Forster (5.0) é o candidato preferencial. Lukasz Fabianski (4.7) pode também trazer boas notícias para quem o escolher, enquanto que numa segunda linha colocamos nomes como Lloris (as ausências de Cech e Koscielny podem fazer muita diferença no desenrolar do jogo), Courtois e Hart.

- Defesas: No sector defensivo, já referimos van Dijk, mas juntamos-lhe a companhia de dois líderes como há poucos na Premier e no futebol actual - Vincent Kompany (6.1) e Ashley Williams (4.8). Capitães de equipa e de Selecção, forças da natureza, e dois elementos que terão que ser capazes de contagiar os seus colegas - o Swansea pode garantir a tranquilidade nas próximas 3 jornadas, e o City ainda não está 100% afastado do título, mas para já deve jogar para poder estar na Champions em 2016/ 17 com Guardiola.
    Branislav Ivanovic, Toby Alderweireld e Ryan Bertrand são jogadores aos quais estaremos igualmente atentos.

- Médios: Entre médios, falámos de Milner e Ayew, embora Gylfi Sigurdsson (7.1) e Roberto Firmino (8.1) sejam as opções prioritárias em cada equipa. Surpreendentemente Sigurdsson é, ainda assim, o diferencial do Swansea. Quem tem Mahrez já sabe que só tem que o pôr - o argelino costuma brilhar fora e por isso pode tornar-se nesta jornada o primeiro esta época a chegar aos 200 pontos -, mas há outros craques que merecem ser considerados como Willian (7.2), Payet e Antonio, Ross Barkley, Mané e Juan Mata. Se o Manchester City for capaz de ressuscitar a sua personalidade avassaladora nos jogos caseiros, atenção a David Silva (9.8). E que saudades devem ter os citizens do lesionado Kevin De Bruyne. No Newcastle-Bournemouth, Wijnaldum e Ritchie são as nossas apostas.

- Avançados: Agüero já foi mencionado, Harry Kane (10.0) costuma ser letal contra o Arsenal, e não tendo Cech e Koscielny pela frente a tarefa torna-se mais fácil (ou menos difícil), e é complicado ignorar o excelente momento de Connor Wickham (5.5). Posto isto, há ainda Romelu Lukaku (8.8), Paloschi, e no Watford-Leicester City, entre Vardy, Deeney e Ighalo o melhor é fazer um-dó-li-tá. O melhor é ter Vardy, mas a memória mais especial da carreira de Deeney foi diante do Leicester, e no meio disto tudo pode ser Ighalo quem segue disparado para a bandeirola de canto para festejar, apontando para o céu.


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11 (3-4-3): Forster; Kompany, van Dijk, A. Williams; Mahrez, Sigurdsson, Firmino, Willian; Agüero, Ighalo, Kane

Atenção a (Clássico; Diferencial):
Tottenham v Arsenal - Harry Kane; Christian Eriksen
Chelsea v Stoke - Willian; Branislav Ivanovic
Everton v West Ham - Romelu Lukaku; Michail Antonio
Manchester City v Aston Villa - Kun Agüero; David Silva
Newcastle v Bournemouth - Georginio Wijnaldum; Matt Ritchie
Southampton v Sunderland - Fraser Forster; Virgil van Dijk
Swansea v Norwich - André Ayew; Gylfi Sigurdsson
Watford v Leicester City - Riyad Mahrez; Troy Deeney
Crystal Palace v Liverpool - Roberto Firmino; Connor Wickham
West Brom v Manchester United - Juan Mata; Craig Gardner