6 de agosto de 2020

Balanço Final - Liga NOS 19/ 20

 Liga NOS - Um campeonato que durou 11 meses, um campeonato nivelado por baixo, uma edição que o Porto quis mais e na qual o Benfica não soube encontrar cura e estabilidade, acusando a pressão. A Liga NOS 2019/ 20 é a garantia de que o Benfica não tem a hegemonia do futebol português: se antes eram 5 dos últimos 6 títulos para as águias, neste momento são 2 dos últimos 3 para os dragões. Nas últimas 10 temporadas, o Porto venceu 5 campeonatos e o Benfica venceu outros 5. Será Jesus capaz de, à la Moisés, separar as águas a favor dos encarnados?
    Viveu-se de forma atípica o futebol em Portugal. A pandemia de Covid-19 ditou a paragem das competições profissionais quando estavam decorridas 24 jornadas da Liga, quando o Porto tinha 60 pontos e o Benfica 59. O regresso fez-se com estádios vazios, festejos mais tímidos e cumprimentos de cotovelo e punho. 82 pontos (em 2017/ 18 e 2018/ 19 os campeões foram campeões com mais pontos) chegaram ao Futebol Clube do Porto para erguer o 29.º campeonato da sua História, o 2.º de Sérgio Conceição em 3 anos como treinador azul e branco.
    2019/ 20 fez Bruno Lage passar de novo José Mourinho para novo Rui Vitória, viu nascer Rúben Amorim, assistiu ao coleccionar de treinadores por parte de Sporting e Braga, deixou Carlos Carvalhal colocar o Rio Ave a jogar como equipa grande, e fez do Famalicão e do Gil Vicente, cada qual à sua maneira, sensações da prova. Ao longo de 34 jornadas, apenas Porto, Rio Ave, Famalicão, Vit. Guimarães, Santa Clara, Gil Vicente e Tondela (7 equipas das 18) não mudaram de treinador. Um indicador que apoia uma ideia de estabilidade, considerando que 6 dos 10 primeiros classificados mantiveram a mesma equipa técnica todo o campeonato.
    Em ano de novo coronavírus, Jesús Corona foi ironicamente o MVP do campeonato, sem esquecer os números de Pizzi (18 golos e 14 assistências), os goleadores Carlos Vinícius, Taremi e Paulinho, a importância de Alex Telles e Otávio, os sensacionais Fábio Martins e Ricardo Horta, e as revelações Marcus Edwards e Francisco Trincão.

    Acompanhem-nos então neste balanço final, que analisa em detalhe as 18 equipas da Liga portuguesa, procurando determinar o que correu bem, o que correu mal, quem se destacou e quem desiludiu:

FC Porto teve dois ″reis″ dos rumores durante a quarentena - O Jogo PORTO (1)

    Em 2018/ 19 o Porto escorregou e o Benfica aproveitou. Desta vez, os papéis inverteram-se e o Futebol Clube do Porto de Sérgio Conceição acreditou até ao fim, transformando uma desvantagem de 7 pontos numa vantagem final de cinco.

    O Porto foi o melhor ataque da prova (74 golos marcados) e a melhor defesa (22 golos sofridos), acabando por merecer sem espinhas uma edição que o rival Benfica deixou escapar por, resumindo tudo numa expressão, pura incompetência.
    É sabido que interessa como tudo acaba e não como começa, e torna-se bastante claro o mérito do Porto quando se constata que na 2.ª volta conquistou 41 pontos em 51 possíveis, conseguindo o Benfica apenas 29. Ajuda a tornar inquestionável a justiça desta vitória azul e branca o facto dos dragões terem derrotado as águias sempre que se encontraram: vitória por 2-0 na Luz, por 3-2 no Dragão, juntando-se ainda a conquista da Taça de Portugal (2-1, mesmo em inferioridade numérica desde os 38 minutos).
    É provável que este tenha sido o pior Porto de Sérgio Conceição, mas foi suficiente para ser a equipa mais forte do futebol português em 19/ 20. Apenas o Braga (que venceu o campeão nacional por 3 vezes este ano) e o Rio Ave saíram do Dragão com pontos, numa prova em que a força das bolas paradas e a pujança física voltaram a ser armas do 1.º classificado.
    Na retoma, a derrota com o Famalicão (2-1) e o empate (0-0) na Vila das Aves podiam ter ditado novo volte-face, mas o Benfica não soube aproveitar, e até ao final o Porto só parou de vencer quando teve o campeonato matematicamente assegurado.
    Jesús Corona foi o melhor jogador da equipa, multiplicando-se em funções e sendo quase sempre o homem do jogo. Alex Telles e Otávio foram igualmente determinantes numa época sem superlativos destaques individuais e em que a força do colectivo prevaleceu. Parece há uma eternidade atrás aquele período em que Zé Luís parecia estar embalado para ser melhor marcador da Liga, tendo Marega (o seu poderio continua a fazer estragos) e Soares acabado por ser mais importantes no ataque ao 29.º título.
    Sérgio Conceição merece esta conquista, visto que continuou a acreditar e a fazer os seus acreditar quando já muitos davam como entregue o campeonato ao Benfica. Continuamos a achar que o Porto merecia um treinador diferente, sendo difícil (e ao mesmo tempo bastante fácil) compreender a diminuta utilização de Nakajima ou Tomás Esteves, mas sendo refrescante perceber que Fábio Vieira e Vítor Ferreira têm hipóteses de singrar no seu clube de formação.

Destaques: Jesús Corona, Alex Telles, Otávio, Moussa Marega, Sérgio Oliveira

A sociedade do golo Pizzi-Vinícius - DN BENFICA (2)

   Que desilusão. Em 2019/ 20 a agonia prolongada fez sofrer e repensar de tal forma o Benfica que o rio de emoções acabou por desaguar na promessa de um Novo Testamento com Jorge Jesus.
    Não é fácil enumerar tudo aquilo que falhou no Benfica. Sobretudo se considerarmos que Bruno Lage tinha na Liga, somando o seu registo na temporada anterior ao registo na 1.ª volta desta edição, 34 vitórias, 1 empate e 1 derrota em 36 jogos. Mas os sinais do que viria a ser um pesadelo para os encarnados estiveram sempre lá, embora escamoteados na I Liga pelo diferencial de qualidade do plantel das águias em relação à concorrência. Em 2018/ 19, Bruno Lage acertou em tudo num instante e viu tudo correr bem com o seu Plano A: promoveu a entrada de Ferro (maior decréscimo de qualidade do ano?) no 11, definiu Samaris-Gabriel como dupla de meio-campo, e ofereceu a João Félix papel de destaque, no seu habitat natural, e numa dinâmica perfeita com Seferovic. 2019/ 20 retirou o miúdo maravilha ao Benfica, e Lage nunca conseguiu estabilizar um onze lógico, equilibrado e tão esfomeado. Experimentou diferentes duplas de médios, diferentes duplas no ataque, mas a demora em encontrar idêntica "máquina de bom futebol" fez o técnico entrar em total desnorte, coleccionando decisões incompreensíveis e deitando tudo a perder.
    Além da inquestionável desilusão europeia (na nossa planificação do Benfica 2019/ 20 avisámos que o investimento pós-Félix teria que ser assinalável e ambicioso caso os encarnados quisessem sonhar com uma qualificação para os oitavos ou quartos da Champions), o Benfica até enganou os mais distraídos com 16 vitórias nas primeiras 17 jornadas, parecendo a derrota caseira frente ao Porto apenas um acidente de percurso. Mas a partir do momento em que, na 20.ª jornada, o Porto voltou a vencer (3-2) num jogo que podia ampliar a distância entre ambos para 10 pontos mas encurtou para 4, o Benfica entrou em profunda inércia e depressão, acusando a pressão. Entre a jornada 20 e a jornada 29, em 10 jogos, foram 4 derrotas, 4 empates e apenas duas vitórias, uma delas contra um Rio Ave reduzido a 9 unidades.
    Nem os números absurdos de Pizzi (18 golos e 14 assistências) nem o facto de Carlos Vinícius se ter sagrado melhor marcador ajudam a acrescentar cor a uma campanha muito abaixo das expectativas e daquilo a que este plantel (que deve sofrer uma mini-revolução, e que sempre teve lacunas, mas que hoje parece muito pior do que aquilo que é na verdade mediante o nível apresentado nos últimos meses) obrigava. Nunca percebemos a forma como Lage desistiu de Florentino, é um facto que a integração de Weigl foi mal gerida, custa recordar a forma como o flop Raúl de Tomás raramente pôde ocupar os espaços que mais gosta, salvando-se no meio de tudo a incrível evolução de Odysseas Vlachodimos, melhor guarda-redes da Liga em 19/ 20, a dinâmica e fantasia que o tantas vezes desacompanhado Taarabt deu ao ataque, o patrão defensivo quase-sempre-irrepreensível Rúben Dias e, vá, aquele bis de Gonçalo Ramos, capaz de deixar o adepto mais catatónico com um esboço de sorriso muito tempo depois.

Destaques: Pizzi, Carlos Vinícius, Odysseas Vlachodimos, Rúben Dias, Adel Taarabt

Trincão, as saudades que terá de Paulinho e quem levava para o ...
 BRAGA (3)

    Foram 60 pontos, 18 vitórias, 6 empates e 10 derrotas - tudo igual ao Sporting. Mas considerando todos os parâmetros, foi o Sporting Clube de Braga a ocupar o último lugar do pódio, uma 3.ª posição que o clube não alcançava desde 2011/ 12 (62 pontos) com Leonardo Jardim.
    Curiosamente, o Braga atingiu com Abel Ferreira 67 pontos em 2018/ 19 e 75 pontos em 2017/ 18 mas nessas duas épocas Porto, Benfica e Sporting fizeram todos mais pontos do que na actual edição, notando-se substancial decréscimo na marca pontual do Sporting.
    Será porventura inédito um clube português ficar em 3.º depois de ter sido orientado por tantos treinadores diferentes ao longo dos vários meses de competição - Sá Pinto vacilou em Portugal mas fez um brilharete na Liga Europa; Rúben Amorim conquistou uma Taça da Liga (vencendo Sporting nas meias e Porto na final) e deixou Braga por 10 milhões com um registo de 8 vitórias e 1 empate em 9 jogos na Liga, incluindo vitórias contra os 3 grandes, derrotando o Benfica na Luz e o Porto no Dragão; Custódio perdeu 50% dos jogos em que orientou a equipa; e Artur Jorge fez o suficiente para garantir o 3.º lugar, aproveitando os deslizes finais do Sporting... de Rúben Amorim. Em 2020/ 21 o Braga será treinado por Carlos Carvalhal. A coisa promete.
    Olhando para os intérpretes do jogo, Paulinho foi o Avançado do Ano em Portugal, sendo muito mais influente no processo ofensivo da sua equipa do que Carlos Vinícius ou Taremi, e Trincão foi um dos 2 jovens em maior destaque na Liga, e entre todos os Sub-21 aquele que nos parece ter maior potencial, rumando agora para Barcelona. Ricardo Horta dobrou o seu máximo de golos numa época, João Palhinha evoluiu como poucos, merecendo ainda uma palavra de apreço as épocas de Fransérgio, Esgaio e Sequeira.

Destaques: Paulinho, Trincão, Ricardo Horta, João Palhinha, Fransérgio

Jovane: «Rúben Amorim tem boas ideias e dá confiança aos mais ... SPORTING (4)

    Tendo alternado entre o 2.º (duas vezes) e o 3.º (quatro vezes) lugares desde 2013/ 14, esta época marca a primeira ocasião em algum tempo em que o Sporting Clube de Portugal não é o primeiro Sporting na tabela. Na temporada mais longa de todas, o Sporting de Frederico Varandas teve 4 treinadores diferentes, coleccionou decisões questionáveis, mas parece ao dia de hoje bem entregue, com um projecto sensato e respeitador do ADN do clube, sabendo os leões para onde querem ir.
    Há muitos meses atrás, o holandês Marcel Keizer (que venceu a Taça de Portugal e a Taça da Liga em 2018/ 19, convém não esquecer) era ainda treinador do Sporting. Porém, as derrotas na Supertaça por 5-0 diante do Benfica, e na Liga e em casa frente ao Rio Ave por 3-2 - estando os leões à 4.ª jornada em 7.º lugar, com 7 pontos, a 2 de Benfica e Porto e a 3 do então líder Famalicão - ditaram o despedimento precoce e surpreendente de Keizer. Leonel Pontes orientou a equipa durante duas jornadas, sendo depois anunciado Silas como o novo treinador do projecto de Frederico Varandas.
    Silas, que começara a época com as cores azuis do Belenenses SAD, entrou em funções em finais de Setembro e durou até ao princípio de Março. Aconteceu durante este intervalo um dos acontecimentos mais determinantes na época do Sporting: a transferência de Bruno Fernandes para o Manchester United, no final de Janeiro, por 55 milhões. E embora no final da época, Frederico Varandas tenha "acertado", não dá para compreender os 2 maiores pecados deste Sporting 19/ 20: 1) se não havia confiança em Keizer, não se fazia com ele todo o planeamento da época, evitando-se um despedimento à 4.ª jornada; 2) segurar Bruno Fernandes meia época significou à data segurar o melhor jogador do futebol português, mas vendê-lo no Verão teria possibilitado um ataque diferente ao mercado, não acusando a equipa in media res a saída do seu capitão, super-influente.
    Momento positivo da temporada: a aposta em Rúben Amorim. Varandas não fez a coisa por menos, pagou (ou vai pagar) ao Braga a cláusula de 10 milhões de euros para ter o "treinador da moda", e o clube pôde assim começar a planear e fazer "captações" para 2020/ 21 ainda com esta época a decorrer. Amorim (14 vitórias em 20 jogos na Liga, distribuídos entre Braga e Sporting, conhecendo apenas o sabor da derrota em duas das 3 últimas jornadas da prova, num Clássico e num derby) importou do Minho o seu 3-4-3, revelou habilidade a fazer os seus jogadores assimilarem o pretendido, fez Jovane Cabral render muitíssimo mais, e integrou no onze jovens valores como Nuno Mendes, Eduardo Quaresma e Matheus Nunes, em ano de Adeus para Jérémy Mathieu.
    A época foi acidentada e o 3.º lugar esteve na mão, mas Rúben Amorim parece ser o treinador certo para o projecto do Sporting, em 20/ 21 já ninguém acusará em campo a brunofernandes-dependência, e Varandas parece disposto a dar tempo e a apoiar uma política Made in Alcochete. Saibam os adeptos esperar e acreditar numa ideia sustentável, e o clube poderá sonhar um passo de cada vez.

Destaques: Bruno Fernandes, Jovane Cabral, Wendel, Jérémy Mathieu, Nuno Mendes

 RIO AVE (5)

    O Rio Ave de Carlos Carvalhal jogou como um grande. Facto. Com uma média de posse de bola em casa de 56,6% (superior a Benfica e Sporting, por exemplo) e uma circulação progressiva que, de acordo com a Goalpoint e o Canal 11, foi a 8.ª melhor da Europa (e antes da paragem era mesmo Top-6), aproximando-se dos registos alcançados, em campeonatos muitíssimo mais exigentes, por alguns dos candidatos à vitória na Champions.
    Em Vila do Conde morou uma das equipas em que se notou mais "dedo" de treinador. Não é coincidência Nuno Espírito Santo, Luís Castro, Miguel Cardoso e José Gomes terem saído todos valorizados na sua passagem pelo clube verde e branco, mas quanto a nós Carvalhal, humilde a dar um passo atrás depois de ter treinado na Premier League e carimbando assim o seu regresso a Braga 14 anos depois, é muito mais um exemplo na linha de NES e Luís Castro do que de Miguel Cardoso ou José Gomes.
    Com Liga Europa no bolso e dando sequência à sua alternância recente entre quintos e sétimos lugares, o Rio Ave viverá agora (sob orientação de Marco Silva, outro treinador que acompanharemos com atenção) nova revolução: Mehi Taremi (um dos melhores marcadores da Liga com 18 golos e a prova que a exploração do mercado asiático pode trazer frutos aos clubes portugueses) seguramente não continuará em Vila do Conde, o pé esquerdo de Nuno Santos promete luta acesa entre os grandes, juntando-se a estes dois principalmente as boas performances de Filipe Augusto, Matheus Reis e Aderlan.

Destaques: Mehdi Taremi, Nuno Santos, Filipe Augusto, Matheus Reis, Aderlan Santos

 FAMALICÃO (6)

    A equipa-sensação de 2019/ 20 morreu na praia. Parece impossível mas o recém-promovido Famalicão teve a Liga Europa nas mãos, deixando-a escapar na Madeira com um golo sofrido aos 90+5 minutos.
    João Pedro Sousa (ex-adjunto de Marco Silva, a estrear-se a solo num projecto pensado com cabeça, tronco e membros por Miguel Ribeiro e apoiado por Jorge Mendes) não podia ter começado melhor, revelando hábil capacidade para agregar um conjunto de jovens promessas, fazendo deles uma equipa que encantou, jogou sem medo, tirou pontos aos grandes e, por tudo isto, acabará por sofrer uma revolução na viragem de 19/ 20 para 20/ 21 mediante a valorização de vários activos.
    Com 8 derrotas, apenas Porto e Benfica perderam menos que o Famalicão; com 53 golos, apenas Porto, Benfica e Braga marcaram mais que o Famalicão. Mas salta à vista um dado, porventura um indicador que é consequência da juventude (média de idades de 23 anos) - a equipa sofreu 51 golos, sendo a 4.ª pior defesa entre as 18 equipas em competição.
    No meio de tudo isto, olhando para o campeonato, o Famalicão ganhou nas duas voltas ao Sporting, ganhou ao Porto na 2.ª volta, empatando com o Benfica e sobrevivendo assim invicto em casa frente aos "grandes"; empatou sempre com o Braga, ganhou e empatou diante do Rio Ave, ficando só como maior nódoa a inesperada derrota por 7-0, em casa, na recepção ao Vit. Guimarães.
    O capitão Fábio Martins, que aos 27 anos pareceu um veterano rodeado de aprendizes, fartou-se de jogar à bola, Pedro Gonçalves e Gustavo Assunção mostraram ser jogadores já prontos para representar um grande, Diogo Gonçalves fez o suficiente para merecer nova oportunidade na Luz, Nehuen Pérez mostrou porque é que pertence aos quadros do Atlético Madrid, merecendo ainda destaque o perfumado pé esquerdo do altivo Uros Racic, o avançado trabalhador Toni Martínez e o suplente goleador Anderson.

Destaques: Fábio Martins, Pedro Gonçalves, Gustavo Assunção, Nehuen Pérez, Diogo Gonçalves

 VIT. GUIMARÃES (7)

    É relativamente complexo analisar a época desportiva do Vitória de Guimarães. O clube da cidade-berço, entregue a Ivo Vieira, um dos técnicos que terminou 18/ 19 com a cotação altíssima, falhou o objectivo: tinha plantel para lutar pelo 4.º lugar e terminou em sétimo. Mas é impossível limitar tudo a uma compreensão tão fria e objectiva.
    Em vários momentos, sobretudo em 2019, o Vitória foi uma das equipas que praticou melhor futebol em Portugal. Prova disso a Liga Europa, competição para a qual o clube se qualificou com 15 golos marcados e 0 sofridos em três eliminatórias, seguindo-se uma fase de grupos injusta, em que o Vit. Guimarães jogou olhos nos olhos com o Arsenal (derrota por 3-2 no Emirates estando a ganhar por 2-1 a 10min do fim; empate 1-1 em Guimarães) e derrotou mesmo o Eintracht Frankfurt por 3-2 na Alemanha.
    Sem nunca estabilizar um trio de meio-campo e sem ter um ponta de lança capaz de acrescentar números e acompanhar a qualidade existente nos corredores, o Vitória viu Sacko crescer, João Carlos Teixeira alternar jogos do outro mundo com jogos cinzentos, viu Pêpê tornar-se o médio que se esperava há vários anos que se viesse a tornar, e viu principalmente valorizada a sua rede de scouting, salvando a época o Euromilhões ganho com Edmond Tapsoba (o super-central do Burkina Faso estava a ser o melhor central em Portugal quando saiu para Leverkusen por 18 milhões) e futuramente com Marcus Edwards, para nós o Jovem Jogador do Ano, um talento inglês que acabará por voltar à Premier League por uma cifra significativa.
    Ivo Vieira saiu, e segue-se agora o estreante Tiago Mendes, cujo início da carreira de treinador já aguardávamos com bastante curiosidade há 1 ano ou dois.

Destaques: Marcus Edwards, Edmond Tapsoba, Pêpê, Falaye Sacko, João Carlos Teixeira

 MOREIRENSE (8)

    Na época transacta, Moreira de Cónegos viveu um sonho. A equipa-sensação da prova terminou em 6.º, com Chiquinho a comandar um conjunto que, além de perder o médio para o Benfica, ainda ficou sem Loum (a meio de 2018/ 19), Heriberto, Arsénio ou Ivanildo Fernandes, juntando-se à perda destas figuras a saída de Ivo Vieira para Guimarães.
    Os cónegos iniciaram esta Liga com Vítor Campelos como treinador, uma colaboração que durou 14 jornadas. Mas foi nas 20 jornadas seguintes que se fez a época do Moreirense, com Ricardo Soares (retirado ao Covilhã, numa LigaPro onde já brilhara sobretudo a orientar o Vizela) a mostrar a qualidade que, a nível de I Liga, certamente não apresentara no Aves mas sim a espaços em Chaves, onde o futebol praticado fora melhor do que os resultados obtidos.
    Analisando em exclusivo a 2.ª volta, o Moreirense somou 25 pontos. Para se ter uma boa noção, os mesmos que Vit. Guimarães, mais 2 que o Famalicão ou apenas menos 4 que o Benfica. As últimas duas jornadas foram atípicas (a goleada de 6-1 sofrida no Dragão foi o jogo da festa do Porto e na despedida do campeonato o Moreirense estava "relaxado" contra o aflito Tondela, com muito mais em jogo), mas impressiona observar que até então, no intervalo compreendido da 19.ª jornada até à 32.ª, o Moreirense perdeu apenas uma vez. Uma derrota em 14 jogos.
    Ao longo de toda a época, a qualidade do keeper Mateus Pasinato foi um factor constante, acumulando defesas atrás de defesas; Fábio Abreu chegou aos 13 golos na Liga e ficou a sensação que tem ainda mais para dar; e entre o elenco mais jovem, Filipe Soares deu sequência ao que já fizera no Estoril, voltando a demonstrar porque é que há uns anos era um dos médios mais cotados no Seixal.

Destaques: Mateus Pasinato, Fábio Abreu, Filipe Soares, Fábio Pacheco, Bilel

 SANTA CLARA (9)

    Quando em 2018/ 19 João Henriques assumiu o comando técnico de uma equipa que não militava no 1.º escalão desde 2003, a classificação final (10.º lugar) foi um feito honroso que parecia difícil de igualar. Pois bem, mais de um ano mais tarde aqui estamos com o Santa Clara 9.º classificado, um degrau acima numa campanha que confirma João Henriques como um dos treinadores a ter em conta no futebol nacional. Ponto alto? Aquela incrível vitória por 4-3 na Luz.
    A equipa que conheceu 2 estádios ao longo de 2019/ 20 - deixou os Açores após a paragem para se fixar na retoma na Cidade do Futebol, assumindo-a como nova casa - foi um dos plantéis que nos pareceu melhor "espremido". A qualidade de Fábio Cardoso (mais jogador a cada ano que passa), Rashid ou Zé Manuel já era conhecida, Costinha e Rafael Ramos assentaram na equipa que nem uma luva, e o samba de promessas adiadas como Carlos Júnior e Lincoln ajudou a desequilibrar muitos encontros. O portentoso Crysan fechou a época em bom plano, num sector onde Guilherme Schettine se eclipsou inexplicavelmente, ficando 2019/ 20 como a melhor época de Marco na I Liga e como a carta de apresentação do lateral-esquerdo nigeriano Zaidu Sanusi, contratado ao Mirandela e uma das revelações do ano.

Destaques: Fábio Cardoso, Zaidu Sanusi, Marco, Carlos Jr., Rafael Ramos

 GIL VICENTE (10)

    O treinador das subidas e dos desafios impossíveis voltou a fazer das suas. Que Vítor Oliveira conhece o futebol português como a palma das suas mãos já todos sabíamos, mas não deixa de ser extraordinário que o técnico de 66 anos tenha conseguido assumir uma equipa que saltou - resolvido o "Caso Mateus" - 2 escalões do Campeonato de Portugal para a I Liga, trabalhando com um conjunto de jogadores praticamente desconhecidos entre si e fechando a época num assinalável 10.º lugar.
    Vítor Oliveira tornou a equipa de Barcelos uma das mais fortes do campeonato em casa, somando nesse capítulo 3 derrotas, as mesmas que Benfica e Braga, um registo superado apenas pelo campeão nacional. Em casa, o Gil ganhou inclusive ao Porto e ao Sporting, e num elenco que deu sempre a sensação de estar bem preparado, com boa capacidade de reacção às adversidades e o trabalho de casa bem feito, sobressaiu o refrescante do búlgaro e cabeludo Kraev e o goleador Sandro Lima, que após passagens felizes na II Liga ao serviço de Estoril, Académico de Viseu e Chaves (onde trabalhara com Vítor Oliveira) agarrou finalmente uma oportunidade um patamar acima.
    A defesa certinha teve em Rodrigão e Henrique Gomes os elementos com índices mais elevados, e é inquestionável o impacto do reforço Rúben Ribeiro: em apenas 13 jogos, brilhou e fez brilhar os colegas. Para clubes deste nível, o ex-Sporting é um craque, sendo evidente o quanto aumenta o seu rendimento quando se sente figura da equipa.

Destaques: Bozhidar Kraev, Sandro Lima, Rodrigão, Rúben Ribeiro

 MARÍTIMO (11)

    Seguindo a prática de tantos outros clubes, o Marítimo começou a época com um treinador, deu o murro na mesa a dada altura, e encontrou melhor aproveitamento com a alternativa adequada. Neste caso, Nuno Manta Santos foi a aposta falhada e José Gomes (que se destacara no Rio Ave na primeira metade de 2018/ 19) o herdeiro.
    O clube que tirou a Europa ao Famalicão guardou o seu brilho maior para o pós-paragem. Entre Junho e Julho, os insulares conseguiram quase tantas vitórias como tinham até então, destacando-se claro está aquele 2-0 ao Benfica, com uma super-exibição de Nanú, que ditou o afastamento de Bruno Lage. Na Madeira, o lateral/ ala Nanú foi mesmo o principal destaque da época (um velocista com 26 anos mas que ainda pode acrescentar muito numa equipa Top-7), acompanhado pelos golos de Rodrigo Pinho (um dos avançados da Liga com maior reportório técnico, pecando pela falta de regularidade), pela assertividade defensiva de Zainadine e René e por algumas exibições de encher o olho de Amir entre os postes.

Destaques: Nanú, Rodrigo Pinho, Zainadine Júnior, René, Amir

 BOAVISTA (12)

    Sempre seguros e longe da luta pela manutenção, os axadrezados viveram dois campeonatos, embora mantendo a sua identidade de jogo mais ou menos constante. Lito Vidigal comandou a equipa do Bessa nas primeiras 14 jornadas. Quando o clube comunicou a rescisão do técnico angolano, em Dezembro, é certo que a equipa já tinha sido eliminada das duas taças (pelo Casa Pia na Taça da Liga, e pelo Chaves na Taça de Portugal) e que à data contabilizava 4 derrotas em 5 jogos, mas ainda assim o Boavista estava em 8.º lugar, com 18 pontos e a três dos lugares europeus.
    Saiu o ultra-defensivo Lito Vidigal e entrou Daniel Ramos, treinador igualmente defensivo embora usualmente associado a uma transição ofensiva eficaz e simplificada. O próximo treinador do Santa Clara perdeu 11 dos 20 jogos em que orientou as "panteras negras" e, regra geral, soube preservar os traços primordiais da equipa que, acreditamos, sofrerão drástica mudança com Vasco Seabra em 20/ 21.
    A melhor versão do Boavista coexistiu quase sempre com a presença de Helton Leite na baliza, continuando o veterano Ricardo Costa (39 anos) a comandar as tropas, distinguindo-se Gustavo Sauer com o seu pé esquerdo requintado e percebendo-se as dificuldades de atingir resultados com margens folgadas ao constatar que os melhores marcados (Bueno e Heriberto) fizeram balançar as redes contrárias apenas por 4 vezes cada.

Destaques: Helton Leite, Gustavo Sauer, Alberto Bueno, Ricardo Costa

 PAÇOS FERREIRA (13)

    Pepa, tal como Petit, continua a reforçar o seu estatuto de treinador salvador. Nesta edição de 2019/ 20, o Paços de Ferreira terá sido porventura o melhor exemplo de como uma boa abordagem no mercado de Inverno pode fazer toda a diferença.
    O último lugar com apenas 1 ponto e um saldo de 1 golo marcado e 8 sofridos levou a direcção do clube da Capital do Móvel a considerar Filipe Rocha um erro de casting. Pepa foi o escolhido para orientar os "castores" e, embora as melhorias tenham demorado o seu tempo a fazer-se notar, a 2.ª volta representou um progresso evidente - no conjunto das primeiras 17 jornadas, o Paços foi 15.º com 16 pontos, analisando apenas a segunda volta, 10.º com 23 pontos. Impressionou particularmente o período que o Paços viveu entre as jornadas 22 e 30, com 6 vitórias em 9 jogos.
    Pepa é o homem certo no lugar certo, e não é exagero dizer que Janeiro, com os ingressos de Eustáquio, João Amaral, Marcelo, Castanheira e Denílson revolucionou o Paços versão 2019/ 20. A estes importantes reforços juntou-se uma recta final em que Douglas Tanque levou tudo à frente e a já habitual regularidade do capitão Pedrinho, de malas feitas entretanto para o futebol letão.

Destaques: Douglas Tanque, Pedrinho, Adriano Castanheira, Stephen Eustáquio

 TONDELA (14)

    Ao contrário dos 4 clubes que terminaram abaixo e dos 3 clubes que terminaram acima, o Tondela manteve o treinador, o espanhol Natxo González, toda a época. A estabilidade terá, parece-nos, contribuído de forma positiva.
    A campanha do Tondela fica marcada pela capacidade de conquistar pontos complicados: vitória fora no terreno do Rio Ave por 4-2, vitória caseira por 1-0 frente ao Sporting, vitória em Famalicão por 3-2, empate a zeros na Luz, e vitória por 1-0 na recepção ao Braga na penúltima jornada do campeonato.
    O plantel demonstrou sempre em campo a sua coesão, mesmo não tendo os argumentos qualitativos de outros conjuntos. Cláudio Ramos terá cumprido à partida a sua última época após 9 anos em Tondela, Pepelu e João Pedro foram os elementos habitualmente mais "iluminados", e parece-nos que o clube devia lutar por garantir em definitivo os serviços do possante Ronan David.

Destaques: Pepelu, João Pedro, Cláudio Ramos, Ronan David

 BELENENSES SAD (15)

    Começa a ser uma das leis incontornáveis do futebol português: Petit não vai ao fundo. Tendo já em épocas anteriores garantido a manutenção em diversos clubes, particularmente emocionante quando no comando de Tondela e Moreirense, o ingresso de Petit como sucessor de Silas e Pedro Ribeiro foi quase o assegurar de um balão de oxigénio por si só.
    Globalmente, a temporada do Belenenses SAD foi pacata e sem grandes notas de destaque, morando no Jamor o 2.º ataque menos profícuo (27 golos) da prova, em ex aequo com o Vit. Setúbal. Algumas derrotas bem pesadas (5-0 em Guimarães, 5-0 no Dragão e principalmente aquele avassalador 7-1 imposto pelo Braga) contribuíram para deixar a equipa com o estatuto de 2.ª pior defesa (54 golos sofridos), algo que até não bate certo com o facto do guardião Hervé Koffi ter sido uma das agradáveis surpresas da prova.
    Numa época em que Licá (já é sabido que não continuará no clube) voltou a ser o goleador de serviço, Kikas não correspondeu às nossas expectativas depois das boas indicações dadas em 2018/ 19 e, em família, Silvestre Varela - o grande destaque individual da equipa sob orientação de Petit - apadrinhou os primeiros passos do sobrinho, o promissor lateral-esquerdo Nilton Varela.

Destaques: Silvestre Varela, Nilton Varela, Licá, Hervé Koffi

 VIT. SETÚBAL (16)

    Ao longo da época, 4 treinadores. No apito final da Liga, após término da 34.ª jornada, manutenção assegurada. No entanto, a existência de dívidas a sociedades desportivas, a existência de dívidas a jogadores, treinadores e funcionários e a irregularidade da situação contributiva perante a Autoridade Tributária terá, a não ser que o recurso apresentado faça a decisão recuar, atirado o Vitória de Setúbal para o Campeonato de Portugal, numa descida de dois escalões de mãos dadas com o despromovido-de-todas-as-maneiras Desportivo das Aves.
    Junto ao Sado, Sandro Mendes começou a temporada (à 8.ª jornada quando deixou o clube a sua equipa tinha 1 golo marcado e estava, ainda assim, em 13.º), Julio Velázquez substitui-o numa aposta que fugiu à política usual do Vitória, conseguindo bater os adversários directos, apresentar bom futebol, mas acabando numa sequência de 11 jogos consecutivos sem vencer. À 29.ª jornada, Velázquez deixava a Meyong, que já treinara o clube de modo interino na transição Sandro-Velázquez, uma equipa no 15.º lugar. No fim, chegou o resultadista e cumpridor de objectivos Lito Vidigal: em 4 jogos a equipa abusou de anti-jogo e de futebol ultra-defensivo, e com 4 pontos nos últimos 6 em disputa (empate a zeros em Alvalade e vitória por 2-0 frente ao Belenenses SAD) garantiu, em campo, a manutenção. Nota para o facto do Vit. Setúbal ter sido a 10.ª melhor defesa da prova, com por exemplo apenas menos 3 golos sofridos do que o Sporting de Braga.
    A nível individual foi uma época de pouca exuberância no Bonfim: o guardião Makaridze disse presente em diversas ocasiões, Carlinhos foi sempre a principal fonte de criatividade e as melhores prestações do sector defensivo do Vit. Setúbal tiveram em Artur Jorge a voz de comando, multiplicando-se em esforços.

Destaques: Giorgi Makaridze, Carlinhos, Artur Jorge, Éber Bessa

 PORTIMONENSE (17)

    Se Portimão vai ou não continuar a ter futebol de Primeira Liga só o tempo dirá, consoante o desfecho do recurso apresentado pelo Vit. Setúbal (condenado a descer ao Campeonato de Portugal em situação idêntica ao Desportivo das Aves), mas pelo que se passou em campo, e apesar de ter um elenco que "obrigava" melhor classificação final, o Portimonense desceu.
    Com 33 pontos (menos 1 que Vit. Setúbal, menos 2 que Belenenses SAD e menos 3 que Tondela), o clube acabou por pagar a demora em despedir António Folha. Paulo Sérgio chegou vindo das Arábias, ainda chegou a dar a sensação que tudo estava no caminho certo quando alcançou uma sequência de 5 jogos invicto (3 vitórias e 2 empates na retoma do campeonato, incluindo 2-2 na recepção ao Benfica e vitória por 1-0 no terreno do Famalicão) mas 3 derrotas nas cinco jornadas finais deitaram tudo a perder.
    Quem tem o talento canarinho de Bruno Tabata, Lucas Fernandes e Dener, Jackson Martínez (mesmo estando reduzido a um vigésimo do que já apresentou) ou promessas como Marlos Moreno e Bruno Costa tinha obrigação de assegurar a manutenção com conforto. O Portimonense até teve melhor diferença de golos do que Vit. Setúbal e Belenenses SAD mas foi um exemplo de má gestão e desperdício de máteria-prima. Salvou-se sobretudo o camisola 10, Bruno Tabata, que aos 23 anos poderá dar o salto para outro patamar, e não se pode dizer que foi por falta de empenho do central goleador Willyan Rocha que Portimão disse (eventualmente) adeus à Liga NOS.

Destaques: Bruno Tabata, Willyan Rocha, Dener, Lucas Fernandes

 DESP. AVES (18)

    Com 17 pontos (5 vitórias, 2 empates e 27 derrotas), o Desportivo das Aves foi tão mau que, depois de três épocas no 1.º escalão, seguirá directamente para o Campeonato de Portugal. Não pelo seu mau desempenho - pior defesa (68 golos sofridos) e pior ataque (24 golos marcados) - mas pelo incumprimento dos requisitos de inscrição na LigaPro 2020/ 21.
    Após desenvolver um bom trabalho no clube em 2018/ 19, Augusto Inácio teve um arranque terrível (7 derrotas nas primeiras 8 jornadas), acabando por fugir para o Brasil levado, em conjunto com Jesualdo Ferreira, pela onda que motivou alguns clubes brasileiros a procurar uma réplica de Jorge Jesus com uma espécie de anúncio "Procura-se treinador português, com pelo menos uma Liga portuguesa no seu CV e vários anos de experiência". A Vila das Aves escolheu Nuno Manta Santos como substituto, mas o técnico de 42 anos, que desde aquele 8.º lugar com o Feirense em 2016/ 17 tem visto a sua cotação descer, não conseguiu mudar o rumo dos acontecimentos.
    A época acabou com alguns jogadores a rescindirem unilateralmente, e com os jogadores avenses em protesto imóveis durante 1 minuto do jogo contra o Benfica, mas teve, aqui e ali, bons momentos. O iraniano Mohammadi e o brasileiro Welinton Júnior foram, com larga vantagem, os destaques ofensivos da equipa, importando ressalvar o crescimento do lateral-esquerdo Ricardo Mangas, que aos 22 anos conseguiu por fim mostrar-se no futebol profissional e num contexto mais exigente do que o patamar Sub-23.

Destaques: Mehrdad Mohammadi, Welinton Jr., Ricardo Mangas



por Miguel Pontares e Tiago Moreira

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