1 de agosto de 2020

Prémios BPF Premier League 2019/ 20

Não acontecia desde 1989/ 90 mas, depois de se ter consagrado rei da Europa por duas ocasiões (2005 e 2019), o Liverpool conquistou finalmente Inglaterra, erguendo Jordan Henderson um troféu que os reds desconheciam desde que a competição assumiu a designação Premier League.
    No mais atípico dos anos, que viu a competição parar entre 9 de Março e 17 de Junho, num mundo injusto e à procura de cura, a retoma da Premier e consequente consagração interna do Liverpool de Jürgen Klopp foi um apontamento de justiça. O sorriso do técnico alemão fotografa na perfeição o que o futebol deve ser. E se em 2018/ 19 o clube da cidade dos Beatles falhou o título mesmo com 97 pontos amealhados, vendo o Manchester City ser campeão com 98, desta vez os reds foram mais longe e - embora sem conseguir igualar os fantásticos 100 pts do City em 17/ 18 - com 99 pontos, mais dois do que na temporada anterior, colocaram as duas mãos num troféu que escapava há tempo a mais para tão especial emblema.
    Por força do contexto, a Premier League viu Anfield Road escutar You'll Never Walk Alone com as bancadas vazias de adeptos, no capítulo final de uma edição que teve no Sheffield United a principal equipa-sensação, que viu o Leicester City falhar o Top-4 por uma unha negra, que teve a confirmação que o Wolves vai continuar a intrometer-se entre os grandes, ficando evidente que no presente Arsenal e Tottenham estão muito mais distantes do nível de Liverpool e Manchester City do que Chelsea e Manchester United, equipas que se "reencontraram" e parecem ter novamente um projecto.

    Jamie Vardy marcou mais golos que toda a concorrência, Kevin De Bruyne igualou as assistências de Thierry Henry em 2002/ 03, Bruno Fernandes chegou a terras de Sua Majestade para se afirmar como "reforço do ano" numa temporada de grande crescimento para o renascido Danny Ings e para o musculado Adama Traoré e em que Inglaterra percebeu que, com Dean Henderson e Nick Pope neste nível, Southgate terá uma boa dor de cabeça na hora de entregar as luvas da selecção dos 3 leões.

    Como todos os anos, é chegada a altura de indicarmos aqueles que foram para nós os melhores do ano: o nosso 11, o Jogador do Ano e o Jovem Jogador do Ano, o Treinador do Ano, e ainda algumas categorias complementares.



Guarda-Redes: Não confundamos as coisas. Alisson é o melhor guarda-redes a actuar no futebol inglês, e formará provavelmente com Oblak e Ter Stegen o pódio de principais guardiões da actualidade. Mas por mérito da defesa do Liverpool (não é à toa que 3 dos 4 defesas no nosso 11 do Ano são, uma vez mais, dos reds) e por ter tido menos "trabalho" e influência do que há um ano atrás, o titular do Brasil não merece entrar na disputa final pela distinção de Guarda-Redes do Ano da Premier League. Nem Alisson, nem Ederson. O antigo keeper do Benfica é muito mais do que um mero guarda-redes, participando como nenhum outro consegue em Inglaterra no processo ofensivo da sua equipa; é certo que as Luvas de Ouro (graças a 16 clean sheets ou jogos sem sofrer golos) ficaram para ele, e que esse mérito é muito seu mediante a fraca prestação da defesa do City, um quarteto cuja composição foi muitíssimo irregular, mas efectivamente não foi Ederson quem mais nos impressionou.
    Kasper Schmeichel merece constar entre os 5 destaques do ano, mas convém lembrar que ninguém defendeu tanto como Dubravka (Newcastle), que certamente não foi por Tim Krul que o Norwich desceu, e que também Rui Patrício e Ben Foster tiveram os seus momentos. Mas este ano foi principalmente de Dean Henderson e Nick Pope. O guarda-redes do Burnley falhou as golden gloves na última jornada, mostrou-se mais seguro que nunca e foi um dos grandes responsáveis por nova campanha muito acima do expectável por parte da equipa de Sean Dyche. Mas Dean Henderson vence-o tangencialmente: foi o guardião que vimos acumular um maior número de defesas espectaculares, contribuiu de forma determinante para fazer do Sheffield United a equipa-sensação da prova, e terá deixado o Manchester United com um dos grandes pontos de interrogação do defeso: depois de uma época horrenda de De Gea, é ou não arriscado entregar a baliza a Dean Henderson, "apenas" com uma extraordinária campanha num clube com outros objectivos?



Lateral Direito: Por mais que tentemos, não conseguimos perspectivar que jogador será Trent Alexander-Arnold com 27-28 anos. Como pode continuar a crescer um craque que, somente com 21 anos, é o melhor do mundo na sua posição e parece um produto refinado e acabado?! Num campeonato que conta com alguns dos melhores laterais-direitos da actualidade, Trent deixa, ainda assim, a concorrência a alguma distância. Ele, Virgil e Robertson são os 3 elementos que depois de estarem no nosso 11 de 18/ 19 voltam a marcar presença. No caso de TAA, impressionou-nos o facto de ter conseguido aumentar a sua responsabilidade nas conquistas do Liverpool, cruzando com precisão milimétrica e batendo livres como poucos.
    O nosso compatriota Ricardo Pereira estava a ser um dos 2 melhores laterais da Premier até se lesionar, Aaron Wan-Bissaka continua a mostrar que há poucos jovens jogadores a defender tão bem como ele, Doherty manteve-se a locomotiva incansável dos wolves e Azpilicueta, umas vezes à esquerda, umas vezes ao centro mas maioritariamente à direita, mostrou que é um Senhor e que todos os seus jogos são lições de posicionamento, antecipação, encurtamento de espaços e definição de linhas.



Defesa Central: O MVP da Premier League da temporada transacta. Virgil van Dijk não volta a merecer tal prémio, mas merece constar entre os 6 melhores jogadores da competição. Indiscutível melhor central do mundo, mudou o Liverpool e foi com ele que os reds se tornaram a equipa mais completa da actualidade - na 1.ª temporada completa em Anfield venceu a Champions League, e na segunda conquista a tão desejada Premier League. Temos alguma dificuldade em imaginar algum 11 do ano nossa da Premier League nos próximos 3-4 anos sem este patrão holandês...
    Tarkowski (já merecia o salto!) e Jonny Evans (outrora um jogador que não aquecia nem arrefecia nas convocatórias de Sir Alex Ferguson, hoje um jogador seguro e fiável) foram evidentes destaques, bem como Coady e Egan, que mesmo com maiores limitações técnicas, mostraram-se fundamentais para as campanhas de Wolves e Sheff. United com a sua liderança.



Defesa Central: Zero centrais do Tottenham, zero centrais do Chelsea, zero centrais do Arsenal. Num ano, como já dissemos, atípico, talvez uma das coisas mais improváveis seja Fernandinho constar entre entre os 10 centrais que seleccionámos neste final de época. O veterano de 35 anos baixou no terreno e, mesmo sem ter a compleição de Stones ou Otamendi (Laporte, o melhor central do City, passou parte considerável da época lesionado), foi o melhor citizen a actuar no centro da defesa.
    As épocas de Saïss e Dunk foram de incrível regularidade, mas o lado esquerdo do coração da defesa (lado onde Van Dijk também actuou, mas serve esta "batota" para o deixar confortável noutro lado, deixando este para ser discutido entre os 2 centrais seguintes do Top-3 da época) fica invariavelmente ligado ao negócio de Harry Maguire do Leicester para Manchester. O central britânico dotou os red devils finalmente de um líder no quarteto defensivo, mas não foi melhor do que o seu substituto no King Power Stadium. Em boa hora a direcção dos foxes bateu o pé e recusou-se a pagar as quantias avultadas que Burnley e Bournemouth pediam por Tarkowski e Aké. Compensou porque a solução para a sucessão de Maguire já morava em casa: que época realizou Çağlar Söyüncü!



Lateral Esquerdo: Podia ser maratonista, mas é jogador de futebol. Parte da dificuldade que outras equipas do mundo encontrarão ao tentar replicar o actual modelo de sucesso do Liverpool consiste na dificuldade em encontrar 1) médios sem ego que combinem músculo, dinamismo e maturidade táctica e 2) laterais com iguais doses de qualidade técnica e disponibilidade física.
    Cansa ver o que corre o escocês Robertson. Encanta ver quantas etapas superou e quantos escalões escalou, um pouco à imagem de Jamie Vardy, nas últimas temporadas. O lateral-esquerdo continua a ser o principal destaque do futebol inglês entre os seus pares, embora esta época Ben Chilwell (não surpreende que seja cobiçado por Chelsea e Manchester City) nos tenha deixado, a dado momento, com algumas dúvidas sobre quem acabaria por figurar no 11 do Ano no final da época.
    Nenhum lateral do City foi constante num nível alto, Marcos Alonso teve apenas alguns momentos e Tierney só deve entrar a sério na Premier em 2020/ 21. Posto isto, Enda Stevens foi mais um dos vários destaques da defesa a 5 no esquema de Chris Wilder, Jonny subiu o rendimento para não deixar Doherty brilhar sozinho e Lucas Digne continuou a ser um dos poucos destaques num Everton que, embora esteja agora bem entregue a Ancelotti, ainda precisa de várias afinações para se endireitar.



Médio Centro: Jordan Henderson foi eleito o Jogador do Ano pela imprensa britânica. Em boa verdade, o capitão do Liverpool não foi o MVP da competição, dividindo principalmente com 4 colegas (Mané, Alexander-Arnold, Van Dijk e Salah) o estatuto de figura dos novos campeões de Inglaterra. Exemplo perfeito do futebol operário, intenso e altruísta que Klopp preconiza para o seu Liverpool, Henderson conseguiu o que Steven Gerrard nunca foi capaz: erguer o troféu da Premier League. Custa pensar que Gerrard nunca venceu, mas é inequívoco que o seu herdeiro enquanto capitão merece tudo aquilo que está a viver.
    A fazer-lhe companhia, o companheiro de sector Fabinho, o irrepreensível João Moutinho, o coleccionador de desarmes Ndidi e Declan Rice, um "seis" que promete deixar os principais emblemas de Inglaterra dispostos a pagar bom dinheiro.



Médio Centro: Sem margem para dúvidas, o Jogador do Ano da Premier League 2019/ 20. O belga Kevin Yuukerson De Bruyne é, aos 29 anos, o melhor médio do mundo. É um dos jogadores que mais prazer nos dá ver jogar na actualidade, e vincou-se esta época como um dos 3 principais candidatos à Bola de Ouro (se não tivesse sido cancelada pela France Football) e ao The Best juntamente com Lewandowski e Messi. É certo que o Liverpool conquistou a PL, mas também é absolutamente indiscutível para quem acompanhou esta edição que De Bruyne foi superior a Henderson, Mané, Salah, Alexander-Arnold ou Van Dijk, e que nenhum jogador manteve, individualmente, um nível tão elevado ao longo de toda a campanha. Foram 20 assistências, 136 oportunidades criadas (Grealish e Alexander-Arnold foram quem mais se aproximou de KDB neste capítulo, com 91 e 87 oportunidades para golo) e 13 golos. O belga pertence cada vez mais à nata de médios centro da Premier: Scholes, Lampard, Gerrard, Keane, Vieira e Silva.
    De resto, é impossível não referir o impacto que Bruno Fernandes teve no Manchester United. Eleito por nós abaixo como "Reforço do Ano", o ex-Sporting fez aumentar os índices de todos à sua volta e promete ser um dos destaques individuais em 20/ 21. Mason Mount joga muito, James Maddison melhorou e é hoje mais um jogador de equipa, e Rúben Neves já merece um clube acima do Wolves, por muito que os lobos de NES cresçam a cada ano que passa.



Extremo Direito: Pode-se considerar que o rendimento de Mo Salah em Inglaterra tem sido decrescente - 32 golos em 17/ 18, 22 golos em 18/ 19 e 19 golos nesta temporada. Ainda assim, mesmo que egoísta em várias ocasiões e ficando com os louros de Sadio Mané noutras, o egípcio mantém-se um dos crónicos destaques da Premier League. Foi, para nós, apenas o 5.º melhor jogador dos novos campeões, mas foi superior a qualquer um dos restantes 4 extremos-direitos que escolhemos destacar.
    Riyad Mahrez cumpriu a sua melhor época desde que está no Manchester City e confirmou que desde 2015/ 16 (quando foi o Jogador do Ano) alterna épocas de brilho com épocas mais apagado. Um dos elementos que mais cresceu em 2019/ 20 foi Adama Traoré: o musculado extremo do Wolves, a quem a equipa técnica aplica óleo para bebé de forma a "escapar" melhor aos agarrões dos adversários aos seus braços, esteve imparável no 1 para 1, assistiu frequentemente Raúl Jiménez e deve constar de muitas listas de desejos de vários técnicos por essa Europa fora.
    Seja este ou não o último ano de Willian no Chelsea, o extremo brasileiro saiu de cabeça erguida, e Buendía mostrou futebol suficiente para não acompanhar o Norwich na descida ao Championship.



Extremo Esquerdo: Se não existisse De Bruyne, ou se fossemos obrigados a eleger como Jogador do Ano um elemento da equipa vencedora, a escolha seria o senegalês Sadio Mané. Um dos jogadores mais subvalorizados nos últimos anos, e que até já poderia ter constado do Top-3 da Bola de Ouro, Mané marcou menos do que há um ano, mas assistiu bastante mais. Apareceu sempre na Hora H, naqueles momentos em que o Liverpool teve "estrelinha" e nunca se coibiu de defender, pressionar, pensar no todo antes de pensar em si.
    A competição feroz é composta por Raheem Sterling (o fortíssimo final de época, com 9 golos apontados desde a retoma, mascarou uma época no seu todo inferior à de Mané), Grealish (não é exagero dizer que o Aston Villa se manteve na Premier graças a ele), Rashford (deu o salto que era preciso para se tornar umas das figuras da competição nos próximos anos) e Son Heung-Min, autor do Golo do Ano e um dos poucos destaques numa época frouxa do Tottenham.



Ponta de Lança: Eis Jamie Vardy, o melhor marcador, com 23 golos, da Premier League 2019/ 20. Não sendo esta a época em que marcou mais golos - na temporada em que o Leicester foi campeão, Vardy apontou 24 -, desta vez não houve ninguém que marcasse mais do que ele.
    O eléctrico avançado do Leicester, audaz a jogar no limite do fora-de-jogo, foi o principal obreiro da hercúlea época dos foxes, com um 5.º lugar que no final pareceu desapontar, dada a quantidade de tempo que o Leicester esteve no Top-3, mas que não deixa de ser uma classificação incrível, à qual poucos apontariam o clube orientado por Brendan Rodgers no começo da prova.
    Fixando-se numa posição mais central, Martial marcou e jogou como nunca, entendendo-se às mil maravilhas com Bruno Fernandes, Rashford e Greenwood; Harry Kane não deixou de ser o melhor ponta de lança do futebol inglês mas uma lesão que lhe roubou 8 jornadas impediu-o de terminar com uma marca superior (18 golos).
    Roberto Firmino marcou pouco mas foi, uma vez mais, o farol invisível e sacrificado para que todo o ataque do Liverpool funcione organicamente, e Gabriel Jesus atingiu a sua melhor prestação em Inglaterra, reclamando outro estatuto e ameaçando Agüero em 2020/ 21. 



Ponta de Lança: Numa temporada em que os gunners acabaram em 8.º, Aubameyang não deixou de conseguir brilhar. O avançado do Gabão, ora em terrenos centrais ora à esquerda, esteve perto de dividir com Vardy a Bota de Prata e, com a sua velocidade inigualável e capacidade de finalizar de todas as formas e feitios deixou a questão: conseguirá o Arsenal rodeá-lo de jogadores do seu nível ou deve procurar, aos 31 anos, um último desafio num clube com outras ambições?
    Raúl Jiménez fartou-se de jogar à bola, e não surpreende que Juventus (o mexicano pode ser um novo e eficaz Benzema para Ronaldo) e Manchester United o queiram; e Danny Ings surpreendeu tudo e todos - depois de 4 épocas marcadas por lesões e em que marcou um total de 10 golos, fechou esta edição com 22 golos, registo igual a Aubameyang e a apenas 1 golo do melhor marcador Jamie Vardy.
    Kun Agüero foi o habitual - golos impressionantes em que tudo lhe parece tão fácil, a sensação que podia render ainda mais e lesões inoportunas - e Tammy Abraham disse presente quando Lampard confiou a si a titularidade e o papel de 9 dos blues.




    Que prazer nos deu ver jogar Kevin De Bruyne em 2019/ 20! O médio belga vê o jogo como mais nenhum, cria o impossível, simplifica, combate, recupera, marca de livre, dispara de meia distância, assiste a 30 metros ou na grande área. De Bruyne terminou a Premier League ligado a 33 golos (13 golos e 20 assistências, igualando no capítulo de passes para golo o registo lendário de Thierry Henry) e, mesmo tendo o seu City terminado a 18 pontos do campeão, KDB recusou-se em apresentar em algum momento um nível abaixo de excelente.
    O campeonato do Liverpool ficou marcado pela liderança de Jordan Henderson, pela parede defensiva e contagiante que é Virgil van Dijk, pela fonte de energia e criatividade que é Alexander-Arnold (a média de idades dos nossos 6 finalistas é 28,3, destacando-se como "anomalia" Trent com 21 anos) e por Sadio Mané, o principal craque do campeão Liverpool em 2019/ 20 e alguém que apareceu sempre nos momentos decisivos.
    Jamie Vardy, melhor marcador da competição, completa o lote de 6 figuras desta edição, sem esquecer claro Salah, Sterling, Rashford e Aubameyang, entre outros.



    Tal como em 2018/ 19, Trent Alexander-Arnold foi o jovem jogador com maior rendimento e impacto na Premier League. O lateral-direito, um dos 3 repetentes no nosso 11 do Ano, voltou a mostrar porque é que é com 21 aninhos o melhor do mundo na sua posição, evoluindo em vários parâmetros: foi um dos 4 jogadores mais influentes no título do Liverpool, é cada vez mais uma ameaça na conversão de livres directos, e poder-se-á argumentar que é o jogador que melhor cruza na actualidade.
    Entre as nossas escolhas, nas quais temos como idade máxima 22 anos (a PFA estende a faixa etária até aos 24 anos), poderiam constar Tammy Abraham (15 golos ao serviço do Chelsea, 10 deles marcados nas primeiras 12 jornadas, perdendo o lugar no 11 e mostrando-se irregular ao longo da prova), Wan-Bissaka (nenhum defesa no mundo defende tão bem Raheem Sterling no 1 para 1), Cantwell, Declan Rice e Calvert-Lewin. No entanto, optámos por fazer acompanhar TAA com o melhor Rashford de sempre, Mason Mount que demonstrou qualidade para ser uma das figuras no Chelsea de Lampard ao longo das próximas épocas, Mason Greenwood (juntou-se a Michael Owen e Robbie Fowler como únicos jogadores que marcaram 10 golos numa época de Premier League tendo até 18 anos), Pulisic que embora oscilando acabou por deixar evidente que o antigo posto de Hazard ficará bem entregue, e por fim Phil Foden que, embora disputando apenas 888 minutos, mostrou nesse tempo que está pronto para ser um dos 14 jogadores mais utilizados por Guardiola em 2020/ 21. Foden e Greenwood (1.303 minutos) jogaram menos que outros, mas mostraram que são o futuro da Premier League.



Treinador do Ano: Na época passada escolher entre Guardiola e Klopp representava um valente 31. Desta vez, a tarefa está bastante facilitada. Mas antes de chegar a Jürgen Klopp, todos os outros.
    O técnico alemão do Liverpool merece o estatuto de melhor do mundo no somatório desta época e da anterior, mas Pep Guardiola continua a ser o treinador mais marcante dos tempos modernos. Destacamos sempre 5 treinadores e, nesse sentido, é custoso deixar Pep e Frank Lampard (óptimas indicações, mostrando ser o homem certo para este novo Chelsea) de fora; mas 5 técnicos ultrapassaram desafios maiores ou tiveram a partir do banco uma influência maior, palpável, na performance das suas equipas. Ole Gunnar Solskjaer pode agradecer muito a Bruno Fernandes, mas o 3.º lugar do Manchester United é mérito de um treinador que aos poucos está a conseguir recuperar o ADN do United de Ferguson, com juventude e irreverência, e uma equipa unida e cada vez com menos espaço para vedetas. Brendan Rodgers pegou no Leicester e deixou a equipa num respeitável 5.º lugar. Parece pouco considerando que os foxes passaram grande parte do campeonato nas 3 primeiras posições, e atrevemo-nos a dizer que sem Covid-19 a equipa teria fechado a prova num lugar de Champions, mas o feito de Rodgers não perde fulgor pela quebra na recta final.
    Nuno Espírito Santo, com um plantel curto que diz sempre presente nos jogos grandes, voltou a impressionar ao envolver o Wolves na luta com United, Chelsea, Leicester, Tottenham e Arsenal. E Chris Wilder, num futebol pouco atraente, por vezes louco por vezes conservador, fez muitíssimo com pouco, e atirou o Sheffield United do Championship para o 9.º lugar da Premier League.
    Mas Klopp é... um treinador à parte. Personificação de tudo aquilo que o futebol devia procurar ser, seja em Inglaterra, em Portugal ou em qualquer parte do globo, o alemão construiu a equipa mais forte da actualidade, completíssima e adaptável a diferentes tipos de oposição. A fasquia está muito elevada: com 99 pontos este ano e 97 pts na temporada anterior, os adversários já sabem o que precisam de igualar para ombrear com o clube que foi campeão 30 anos depois, mas que apresenta uma frescura, confiança e estabilidade que deixam antever muitos e variados sucessos nesta década.



Melhor Marcador: 1. Jamie Vardy (Leicester City) - 23
2. Danny Ings (Southampton) - 22
3. Pierre-Emerick Aubameyang (Arsenal) - 22

Melhor Assistente: 1. Kevin De Bruyne (Manchester City) - 20
2. Trent Alexander-Arnold (Liverpool) - 13
3. Andrew Robertson (Liverpool) - 12

Clube-Sensação: Sheffield United
Desilusão: Arsenal
Most Improved Player: 1. Adama Traoré, 2. Danny Ings, 3. Dean Henderson
Reforço do Ano: Bruno Fernandes (Manchester United)
Flop do Ano: Joelinton (Newcastle)
Melhor Golo: Son Heung Min (Tottenham 5 - 0 Burnley) (Link)






0 comentários:

Enviar um comentário