24 de dezembro de 2016

Crítica: Rogue One

Realizador: Gareth Edwards
Argumento: Chris Weitz, Tony Gilroy, John Knoll, Gary Whitta 
Elenco: Felicity Jones, Diego Luna, Riz Ahmed, Mads Mikkelsen, Ben Mendelsohn, Alan Tudyk, Donnie Yen, Forest Whitaker, James Earl Jones
Classificação IMDb: 8.1 | Metascore: 65 | RottenTomatoes: 85%
Classificação Barba Por Fazer: 73


    Os filmes passados numa galáxia muito, muito distante continuam a surgir; mas é numa galáxia bem nossa conhecida, a Via Láctea, que a Disney vai fazendo rios e rios de dinheiro.
    Depois do nostálgico e recordista de bilheteiras episódio VII da saga Star Wars, chegou-nos há pouco mais de uma semana um formato estreante no universo cinematográfico dos jedis e siths - A Star Wars Story. Estas histórias isoladas do corpo principal, como também será o filme de Han Solo em 2018 (grandes expectativas, com o elenco a contar com Alden Ehrenreich, Donald Glover e Emilia Clarke), funcionarão basicamente como metadona para os viciados em Star Wars: "Ah não aguentas a espera pelo próximo episódio, então toma lá isto".
    Rogue One tem coisas boas. Mas também tem várias coisas menos boas. Há quem se atreva a dizer que é o segundo melhor filme do universo SW, há quem considere o pior (a seguir aos episódios I, II e III). Num filme que divide opiniões - e que se situa temporalmente entre os episódios III e IV - fica explicado como é que os Rebeldes roubaram os planos da Estrela da Morte, fulcrais na narrativa da trilogia original.
    A fórmula é idêntica à utilizada em The Force Awakens: uma protagonista do sexo feminino (Felicity Jones como Jyn Erso), várias personagens apresentadas em velocidade-cruzeiro e um conjunto de sequências de acção, que apenas vão edificando a "equipa" de rebeldes e obrigando as personagens principais a saltar de um local para o outro mais por reacções do que por decisões. Pelo meio, como é costume, uma mensagem encriptada (deixada pelo pai de Jyn, interpretado por Mads Mikkelsen) e um robô, não tão querido como BB-8 nem tão eloquente quanto C-3PO, mas marcante.
    Os problemas de Rogue One estão na sua exposição (personagens pouco ou mal construídas, o que prejudica inevitavelmente a ligação à história), e não tanto na execução do seu terceiro Acto. A épica batalha final num set paradisíaco reforça o carácter terra-a-terra do filme, que consegue subsistir praticamente sem jedis e Skywalkers; no fundo, embora saibamos de antemão o desfecho dos acontecimentos, somos brindados com uma história de sacrifício que segue a velha máxima de tantos filmes de guerra - pessoas comuns e que passam despercebidas nas grandes páginas da História, mas que são a força que permite virar uma página para a seguinte.
    Com Darth Vader (novamente a mítica voz de James Earl "Mufasa" Jones), Grand Moff Tarkin a ressuscitar graças às assustadoras maravilhas do Cinema, e um presente inesperado nos últimos instantes, Rogue One justifica a sua existência naquele plano de Jyn Erso e Cassian à beira-mar. K-2SO e Chirrut são claramente os MVP's do filme, que acaba por desperdiçar o brutal talento envolvido - Riz Ahmed e Mads Mikkelsen foram subaproveitados, mas ninguém foi tão desperdiçado como Ben Mendelsohn como Krennic (já Forest Whitaker como Saw Guerrera foi só esquisito).

    Muita acção e mais um filme Star Wars em que quase não dá para respirar, o que é bom q.b.
    As expectativas para o episódio VIII serão invariavelmente maiores, até porque o episódio VII mesmo com algumas falhas soube ligar-nos imediatamente às novas personagens, coisa que Rogue One não foi capaz. Mas não se deve perder o formato, que deverá proporcionar um grande filme de origem para Han Solo e quem sabe mais tarde não visite também a vida de Obi-Wan Kenobi.
    I'm one with the Force, and the Force is with me.


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