Com o mercado fechado na Premier League, sabemos agora com que plantéis vamos contar até Janeiro. Nos últimos dias de Agosto fizeram as malas para Inglaterra nomes como Slimani, David Luiz, Mustafi, Lucas Pérez, Marcos Alonso, Boufal (grandes expectativas, para quando estiver fisicamente apto) e Henriksen, destacando-se ainda movimentações internas como as de Sissoko, Wilshere ou Rémy.
O fim do defeso coincide para muitos utilizadores com a activação do primeiro Wildcard da época, uma decisão apimentada pela suspensão de Agüero (fossem todas as ligas tão justas e rápidas na aplicação das suspensões como a liga inglesa). O derby de Manchester promete colocar meio mundo de olhos postos em Old Trafford às 12h30 de Sábado, com Mourinho e Guardiola a reencontrarem-se. A ausência de Kun Agüero terá o seu peso, embora se note por esta altura muito mais trabalho sustentado de Pep no City do que dedo de Mourinho num United que não tem entusiasmado, vivendo de Ibrahimovic e do pragmatismo, sem grande envolvimento colectivo.
Num segundo plano teremos ainda um Liverpool-Leicester, jogo em que os reds são favoritos, ou não fosse a equipa de Klopp talhada para se transcender de acordo com a dimensão do jogo em questão.
Cada caso é um caso, mas pessoalmente defendemos que, regra geral, faz sentido aplicar o primeiro Wildcard durante este período entre as jornadas 3 e 4, com os preços a aumentarem razoavelmente, e os plantéis a poderem capitalizar investimento (podendo inclusive haver vendas de jogadores que aumentem 0.2 de valor, apenas para maior elasticidade orçamental).
Recuando até à jornada 3, o rei foi Alexis Sánchez. O chileno recordou a toda a gente aquilo que quem o tem ganha, com 1 golo e duas assistências no terreno do Watford. Perto dos 16 pontos de Sánchez ficou Sterling (estamos bastante curiosos para ver o seu rendimento nestes jogos sem Agüero), com 15. Hazard e Willian estiveram em bom plano, tal como Milner, Defoe ou Given.
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Embora possa vir desgastado do jogo do seu Chile, primeiro que tudo, Alexis é um daqueles jogadores que dá gosto ter. Quer a extremo quer a avançado, batalha, pressiona, multiplica-se em acções, sempre com o objectivo de aproximar a sua equipa do golo. Özil tem a vantagem de ser mais económico (e é difícil que alguém o bata em termos de assistências) mas, no limite, pesa o facto de Alexis Sánchez ser um daqueles jogadores que faz as coisas acontecer. E é desses jogadores que queremos no Fantasy.
Numa altura em que Hazard parece ser o único must em termos de médios, mediante o nível que tem apresentado, Sánchez pode rapidamente igualar esse estatuto. Veja-se o calendário: Southampton (casa), Hull (fora), Chelsea (casa), Burnley (fora), Swansea (casa), Middlesbrough (casa). Confiem nele. Vêm aí golos.
Chegou Arbeloa e os ecos chegaram do estádio Olímpico: Antonio é livre, e pode finalmente contar exclusivamente como prioridade a extremo e não como lateral. O ex-Nottingham Forest tem muita concorrência (Payet é intocável, mas há Feghouli, Töre, Lanzini e voltará a haver Ayew, à partida para apenas duas vagas) mas é simples de imaginar que Bilic vai premiar Antonio por ser o hammer em melhor forma - marcou diante do Bournemouth, dando a vitória, e voltou a marcar em casa do City.
Chamado entretanto à Selecção principal por Allardyce, faz todo o sentido que, diante do Watford, Antonio parta na pole position a extremo direito, coleccionando várias vantagens em relação à concorrência: é o elemento mais trabalhador e que mais ajuda a fechar, é o mais forte fisicamente, o melhor cabeceador (uma característica do seu jogo que tem evoluído muito) e está perfeitamente identificado com as ideias da equipa e com o campeonato em si.
Com um calendário apetitoso a curto-prazo - 3 jogos em casa nos próximos 4 -, é possível que o francês Payet nos recorde nas próximas semanas o porquê de ter sido o melhor extremo esquerdo da Premier League em 16/ 17. Até lá, Antonio é substancialmente mais barato, e muito difícil de ignorar.
Os números reflectem muita coisa, mas há um indicador fundamental na alta competição e no Fantasy que temos também que saber ler: a confiança.
O escocês Robert Snodgrass, depois de um longo período marcado por várias lesões, arrancou na nova época com a motivação duma vida. Embora tenha apenas 1 golo marcado (primeira jornada, a dar a vitória contra o Leicester), não custa perceber que mais pontos estarão a caminho: Snodgrass cobras as bolas paradas da equipa, é o jogador em que os colegas colocam a bola em fase de construção (veremos o que implica a chegada de Markus Henriksen na dinâmica da equipa, caso este se adapte rápido) e, mesmo nos jogos em que não marcou, tem criado perigo e oferecido oportunidades de golo.
A juntar a tudo isto, nada melhor do que vir de Malta com uma vitória por 5-1 em que o criativo escocês marcou um hat-trick. A vida corre-lhe bem, o Burnley-Hull promete ser um jogo taco-a-taco, e embora o calendário do Hull City seja aterrador, Snodgrass pode ser um diferencial interessante. Para os corajosos.
A velha questão de Lukaku é a irregularidade. Embora seja um portento de estatísticas (é preciso não esquecer quão novo ainda é), quem já o teve no Fantasy já terá tido várias desilusões. Afinal, tanto bisa e faz uma assistência como no jogo a seguir, teoricamente perfeito para ele, desaparece. No entanto, sem Agüero e com inúmeros avançados como possíveis opções (há ainda Negredo ou Gray, por exemplo) qualquer escolha implicará sempre uma certa dose de risco.
Lukaku, que marcou 2 golos pela Bélgica há poucos dias, tem o calendário do seu lado. A velha máxima form over fixtures deve ser seguida, mas apesar disso confiamos no belga - se os 4 próximos jogos não forem maravilhosos para Lukaku, protegido por um Everton que com Koeman promete ser mais regular e incisivo, não sabemos que jogos serão.
Motivados pela chegada de Jack Wilshere (o Bournemouth é uma escolha improvável no entanto, para nós, a mais certa para o internacional inglês) e como sempre bem comandados por Eddie Howe, os jogadores do Bournemouth terão pela frente o WBA.
O jogo espera-se, teoricamente, com poucos golos, mas a profundidade que Smith oferece a partir do corredor direito, e a ousadia deste em envolver-se quer em cruzamentos quer em remates de meia distância, pode compensar. Um bom ataque e um meio-campo especialmente apetrechado implicam uma defesa mais económica, e por 4.5 Adam Smith é uma das opções a considerar.
Depois de se destacar diante do Crystal Palace, Artur Boruc (4.5) pode dar sequência ao bom momento diante do West Brom, equipa habitualmente letal mas ainda assim tímida em termos ofensivos e que não se importará de "amarrar" o 0-0.
No derby desejamos que haja golos, embora não nos pareça que sejam muitos, o Hull City pode complicar a vida a Heaton, e Courtois pode também viver uma tarde feliz no País de Gales.
A profundidade e impacto ofensivo oferecidos pelos laterais-esquerdos George Friend (4.5) e Patrick van Aanholt (5.0) podem garantir retorno, sendo que o segundo tem o contra de defrontar o Everton mas pode disparar em termos de interesse caso se confirme a intenção de Moyes em utilizar 3 centrais, soltando o holandês no corredor esquerdo.
Bellerín é um jogador a não esquecer, bem como Curtis Davies (5.0). Até ver, o inesperado e invisível MVP desta Premier League.
Posto isto, Ross Barkley (7.7) continua a ser apelativo, bem como nomes que vulgarmente caem em segundo plano como Cazorla e Willian. Mesut Özil (9.6) tem a vantagem do preço em relação a Sánchez, Eriksen há-de estar mais tranquilo por ter renovado, e veremos se o muito-rematador Townsend consegue acrescentar valor desta vez.
Lukaku e Ibra são assim as nossas duas escolhas prioritárias, mas queremos também monitorizar os jogos de Wilfried Bony (7.3) e Christian Benteke (7.4), que a curto/ médio-prazo deverão fazer parte de muitos plantéis. Negredo pode continuar a facturar, bem como Abel Hernández e Andre Gray.
Diego Costa (9.7) podia ter sido expulso em mais do que um jogo, mas o que é factual é que marcou ou assistiu em todos, e parece estar na hora de Kane abrir o livro. Simone Zaza, emprestado ao West Ham, é outro dos jogadores para tirarem notas.
Atenção a (Clássico; Diferencial):
Middlesbrough v Crystal Palace - Álvaro Negredo; Christian Benteke