Balanço Final - Liga NOS 18/ 19

A análise detalhada ao campeonato em que houve um antes e um depois de Bruno Lage. Em 2018/ 2019 houve Reconquista.

Prémios BPF Liga NOS 2018/ 19

Portugal viu um médio carregar sozinho o Sporting, assistiu ao nascer de um prodígio, ao renascer de um suiço, sagrando-se campeão quem teve um maestro e um velocista.

Balanço Final - Premier League 18/ 19

Na melhor Liga do mundo, foram 98 contra 97 pontos. Entre citizens e reds, entre Bernardo Silva e van Dijk, ninguém merecia perder.

Os Filmes mais Aguardados de 2019

Em 2019, Scorsese reúne a velha guarda toda, Brad Pitt será duplo de Leonardo DiCaprio, Greta Gerwig comanda um elenco feminino de luxo, Waititi será Hitler, e Joaquin Phoenix enlouquecerá debaixo da maquilhagem já usada por Nicholson ou Ledger.

21 Novas Séries a Não Perder em 2019

Renasce The Twilight Zone, Ryan Murphy muda-se para a Netflix, o Disney+ arranca com uma série Star Wars e há ainda projectos de topo na HBO e no FX.

9 de setembro de 2016

Dicas Fantasy Premier League - Jornada 4

As selecções fizeram a sua parte, o povo uniu-se, mas vamos voltar ao que "interessa".
    Com o mercado fechado na Premier League, sabemos agora com que plantéis vamos contar até Janeiro. Nos últimos dias de Agosto fizeram as malas para Inglaterra nomes como Slimani, David Luiz, Mustafi, Lucas Pérez, Marcos Alonso, Boufal (grandes expectativas, para quando estiver fisicamente apto) e Henriksen, destacando-se ainda movimentações internas como as de Sissoko, Wilshere ou Rémy.
    O fim do defeso coincide para muitos utilizadores com a activação do primeiro Wildcard da época, uma decisão apimentada pela suspensão de Agüero (fossem todas as ligas tão justas e rápidas na aplicação das suspensões como a liga inglesa). O derby de Manchester promete colocar meio mundo de olhos postos em Old Trafford às 12h30 de Sábado, com Mourinho e Guardiola a reencontrarem-se. A ausência de Kun Agüero terá o seu peso, embora se note por esta altura muito mais trabalho sustentado de Pep no City do que dedo de Mourinho num United que não tem entusiasmado, vivendo de Ibrahimovic e do pragmatismo, sem grande envolvimento colectivo.
    Num segundo plano teremos ainda um Liverpool-Leicester, jogo em que os reds são favoritos, ou não fosse a equipa de Klopp talhada para se transcender de acordo com a dimensão do jogo em questão.
    Cada caso é um caso, mas pessoalmente defendemos que, regra geral, faz sentido aplicar o primeiro Wildcard durante este período entre as jornadas 3 e 4, com os preços a aumentarem razoavelmente, e os plantéis a poderem capitalizar investimento (podendo inclusive haver vendas de jogadores que aumentem 0.2 de valor, apenas para maior elasticidade orçamental).
    Recuando até à jornada 3, o rei foi Alexis Sánchez. O chileno recordou a toda a gente aquilo que quem o tem ganha, com 1 golo e duas assistências no terreno do Watford. Perto dos 16 pontos de Sánchez ficou Sterling (estamos bastante curiosos para ver o seu rendimento nestes jogos sem Agüero), com 15. Hazard e Willian estiveram em bom plano, tal como Milner, Defoe ou Given.
(Podem-se juntar à Liga Barba Por Fazer: Código - 2518758-588128)

As nossas apostas para a 4.ª jornada são:

Alexis Sánchez - Arsenal - 11.0
    Há uma razão para Alexis Sánchez ser o médio mais caro do jogo. O homem marca golos como um avançado, e tudo nos leva a crer que, sem lesões ou condicionantes, terminará 2016/ 17 com mais golos do que alguma vez em Inglaterra, e um total de pontos Fantasy superior à sua melhor época (207, em 2014/ 15).
    Embora possa vir desgastado do jogo do seu Chile, primeiro que tudo, Alexis é um daqueles jogadores que dá gosto ter. Quer a extremo quer a avançado, batalha, pressiona, multiplica-se em acções, sempre com o objectivo de aproximar a sua equipa do golo. Özil tem a vantagem de ser mais económico (e é difícil que alguém o bata em termos de assistências) mas, no limite, pesa o facto de Alexis Sánchez ser um daqueles jogadores que faz as coisas acontecer. E é desses jogadores que queremos no Fantasy.
    Numa altura em que Hazard parece ser o único must em termos de médios, mediante o nível que tem apresentado, Sánchez pode rapidamente igualar esse estatuto. Veja-se o calendário: Southampton (casa), Hull (fora), Chelsea (casa), Burnley (fora), Swansea (casa), Middlesbrough (casa). Confiem nele. Vêm aí golos.


Michail Antonio - West Ham - 7.0
    Chegou Arbeloa e os ecos chegaram do estádio Olímpico: Antonio é livre, e pode finalmente contar exclusivamente como prioridade a extremo e não como lateral. O ex-Nottingham Forest tem muita concorrência (Payet é intocável, mas há Feghouli, Töre, Lanzini e voltará a haver Ayew, à partida para apenas duas vagas) mas é simples de imaginar que Bilic vai premiar Antonio por ser o hammer em melhor forma - marcou diante do Bournemouth, dando a vitória, e voltou a marcar em casa do City.
    Chamado entretanto à Selecção principal por Allardyce, faz todo o sentido que, diante do Watford, Antonio parta na pole position a extremo direito, coleccionando várias vantagens em relação à concorrência: é o elemento mais trabalhador e que mais ajuda a fechar, é o mais forte fisicamente, o melhor cabeceador (uma característica do seu jogo que tem evoluído muito) e está perfeitamente identificado com as ideias da equipa e com o campeonato em si.
    Com um calendário apetitoso a curto-prazo - 3 jogos em casa nos próximos 4 -, é possível que o francês Payet nos recorde nas próximas semanas o porquê de ter sido o melhor extremo esquerdo da Premier League em 16/ 17. Até lá, Antonio é substancialmente mais barato, e muito difícil de ignorar.


Robert Snodgrass - Hull City - 5.6
    Os números reflectem muita coisa, mas há um indicador fundamental na alta competição e no Fantasy que temos também que saber ler: a confiança.
    O escocês Robert Snodgrass, depois de um longo período marcado por várias lesões, arrancou na nova época com a motivação duma vida. Embora tenha apenas 1 golo marcado (primeira jornada, a dar a vitória contra o Leicester), não custa perceber que mais pontos estarão a caminho: Snodgrass cobras as bolas paradas da equipa, é o jogador em que os colegas colocam a bola em fase de construção (veremos o que implica a chegada de Markus Henriksen na dinâmica da equipa, caso este se adapte rápido) e, mesmo nos jogos em que não marcou, tem criado perigo e oferecido oportunidades de golo.
    A juntar a tudo isto, nada melhor do que vir de Malta com uma vitória por 5-1 em que o criativo escocês marcou um hat-trick. A vida corre-lhe bem, o Burnley-Hull promete ser um jogo taco-a-taco, e embora o calendário do Hull City seja aterrador, Snodgrass pode ser um diferencial interessante. Para os corajosos.
       

Romelu Lukaku - Everton - 9.0
    A suspensão de Agüero teve várias consequências lógicas: 1) Zlatan Ibrahimovic tornou-se ainda mais indiscutível; 2) quem não activou Wildcard e já tinha Ibra, ter-se-á virado para Diego Costa ou Lukaku; 3) com wildcard, juntam-se à discussão nomes como Benteke, Bony ou Zaza, potencialmente interessantes embora com algo a provar.
    A velha questão de Lukaku é a irregularidade. Embora seja um portento de estatísticas (é preciso não esquecer quão novo ainda é), quem já o teve no Fantasy já terá tido várias desilusões. Afinal, tanto bisa e faz uma assistência como no jogo a seguir, teoricamente perfeito para ele, desaparece. No entanto, sem Agüero e com inúmeros avançados como possíveis opções (há ainda Negredo ou Gray, por exemplo) qualquer escolha implicará sempre uma certa dose de risco.
    Lukaku, que marcou 2 golos pela Bélgica há poucos dias, tem o calendário do seu lado. A velha máxima form over fixtures deve ser seguida, mas apesar disso confiamos no belga - se os 4 próximos jogos não forem maravilhosos para Lukaku, protegido por um Everton que com Koeman promete ser mais regular e incisivo, não sabemos que jogos serão.


Adam Smith - Bournemouth - 4.5
    Como sempre com o intuito de incluirmos um defesa neste conjunto de 5 apostas principais, arriscamos numa boa performance do lateral-direito Adam Smith, dos cherries.
    Motivados pela chegada de Jack Wilshere (o Bournemouth é uma escolha improvável no entanto, para nós, a mais certa para o internacional inglês) e como sempre bem comandados por Eddie Howe, os jogadores do Bournemouth terão pela frente o WBA.
    O jogo espera-se, teoricamente, com poucos golos, mas a profundidade que Smith oferece a partir do corredor direito, e a ousadia deste em envolver-se quer em cruzamentos quer em remates de meia distância, pode compensar. Um bom ataque e um meio-campo especialmente apetrechado implicam uma defesa mais económica, e por 4.5 Adam Smith é uma das opções a considerar.



Outras Opções:
- Guarda-Redes: Entre os postes, e porque durante muito tempo não haverá o seu defesa Cresswell (melhor opção defensiva do West Ham), Adrián (5.0) é a nossa prioridade. Um jogo em casa em que os hammers são favoritos, e um bom calendário com boas perspectivas de clean sheets este mês.
    Depois de se destacar diante do Crystal Palace, Artur Boruc (4.5) pode dar sequência ao bom momento diante do West Brom, equipa habitualmente letal mas ainda assim tímida em termos ofensivos e que não se importará de "amarrar" o 0-0.
    No derby desejamos que haja golos, embora não nos pareça que sejam muitos, o Hull City pode complicar a vida a Heaton, e Courtois pode também viver uma tarde feliz no País de Gales.

- Defesas: Na defesa, já mencionámos Adam Smith, mas a verdade é que um Bournemouth-WBA pode ser um jogo de resultado curto. Para isso muito contribuirá o esforço de Gareth McAuley (4.7). O jogador da Irlanda do Norte, defesa mais pontuado do jogo ao fim de 3 jornadas, tem pontuado 7-7-6, conseguindo até aqui clean sheet ou golo marcado.
    A profundidade e impacto ofensivo oferecidos pelos laterais-esquerdos George Friend (4.5) e Patrick van Aanholt (5.0) podem garantir retorno, sendo que o segundo tem o contra de defrontar o Everton mas pode disparar em termos de interesse caso se confirme a intenção de Moyes em utilizar 3 centrais, soltando o holandês no corredor esquerdo.
    Bellerín é um jogador a não esquecer, bem como Curtis Davies (5.0). Até ver, o inesperado e invisível MVP desta Premier League.

- Médios: Entre médios, Eden Hazard (10.2) já dispensa quaisquer argumentos. Com Sánchez, Snodgrass e Antonio acima referidos, parece-nos que uma recepção ao Leicester pode ser boa para acordar o lado endiabrado de Coutinho (8.2). Dimitri Payet (9.4), vendido por vários jogadores, pode fazê-los voltar atrás em breve; no derby, queremos ver o que dão David Silva, De Bruyne e Sterling, faltando perceber se jogará Iheanacho na frente ou Nolito/ Sterling como falso 9, enquanto que no United o elemento que queríamos mesmo ver em campo (Mkhitaryan) poderá não ser titular.
    Posto isto, Ross Barkley (7.7) continua a ser apelativo, bem como nomes que vulgarmente caem em segundo plano como Cazorla e Willian. Mesut Özil (9.6) tem a vantagem do preço em relação a Sánchez, Eriksen há-de estar mais tranquilo por ter renovado, e veremos se o muito-rematador Townsend consegue acrescentar valor desta vez.

- Avançados: À partida é bastante difícil que Zlatan Ibrahimovic (11.8) marque muitos golos ao Manchester City. Mais do que 1, parece-nos difícil, inclusive. No entanto, há um "pequeno" pormenor: se o sueco marcar e vocês não o tiverem, há mais de 60% de jogadores que ganham com isso. Neste contexto, é obrigatório tê-lo.
    Lukaku e Ibra são assim as nossas duas escolhas prioritárias, mas queremos também monitorizar os jogos de Wilfried Bony (7.3) e Christian Benteke (7.4), que a curto/ médio-prazo deverão fazer parte de muitos plantéis. Negredo pode continuar a facturar, bem como Abel Hernández e Andre Gray.
    Diego Costa (9.7) podia ter sido expulso em mais do que um jogo, mas o que é factual é que marcou ou assistiu em todos, e parece estar na hora de Kane abrir o livro. Simone Zaza, emprestado ao West Ham, é outro dos jogadores para tirarem notas.


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11 (3-5-2): Adrián; A. Smith, McAuley, Friend; Sánchez, Hazard, Antonio, Coutinho, Snodgrass; Lukaku, Ibrahimovic

Atenção a (Clássico; Diferencial):
Manchester United v Manchester City - Zlatan Ibrahimovic; David Silva
Arsenal v Southampton - Alexis Sánchez; Santi Cazorla
Bournemouth v West Brom - Gareth McAuley; Adam Smith
Burnley v Hull City - Andre Gray; Robert Snodgrass
Middlesbrough v Crystal Palace - Álvaro Negredo; Christian Benteke
Stoke v Tottenham - Harry Kane; Wilfried Bony
West Ham v Watford - Dimitri Payet; Michail Antonio
Liverpool v Leicester City - Philippe Coutinho; Roberto Firmino
Swansea v Chelsea - Eden Hazard; Diego Costa
Sunderland v Everton - Romelu Lukaku; Ross Barkley

31 de agosto de 2016

Revisão: 'The Night Of'

Criado por
Steven Zaillian, Richard Price

Elenco
Riz Ahmed, John Turturro, Michael Kenneth Williams, Bill Camp, Poorna Jagannathan, Peyman Moaadi, Jeannie Berlin, Sofia Black-D'Elia

Canal: HBO

Classificação IMDb: 8.7 | Metascore: 90 | RottenTomatoes: 95%
Classificação Barba Por Fazer: 91


- Abaixo podem encontrar Spoilers - 
A História: 
    É a série/ mini-série de 2016.
  Se o ano passado tivemos uma grande novidade chamada Mr. Robot, acompanhada por projectos de qualidade como Better Call Saul, Narcos ou Daredevil, neste ano podia-se dizer que o cenário estava um patamar abaixo - surgiram boas séries como Preacher e Stranger Things, não vimos ainda American Crime Story, e veremos o que dão Westworld, Quarry e Taboo. Mas depois, chegou 'The Night Of'.
    O novo tesourinho da HBO, baseado na série britânica Criminal Justice, começou a ser preparado em 2012. Steven Zaillian (argumentista de Schindler's List, Moneyball ou The Girl with the Dragon Tattoo) e Richard Price (um dos vários guionistas de The Wire) encabeçaram o projecto desde a sua génese, numa fase em que também estava envolvido James Gandolfini, estando o homem que foi Tony Soprano pensado para assumir o papel de John Stone. A morte de Gandolfini deixou o papel para Robert DeNiro, mas em última instância acabou por ser John Turturro (tão bom vê-lo a ter o tão merecido lugar ao Sol) a sofrer com eczema e a enfrentar a maior das questões: ter ou não ter um gato.
    Para quem ainda não viu 'The Night Of', façam um favor a vocês próprios e vão já ver. A sério. E o ponto de partida é este: Nasir Khan (Riz Ahmed), um jovem e naive muçulmano nascido em Queens, de raízes paquistanesas e com ar de quem nunca faria mal a uma mosca, rouba o táxi do pai para poder ir a uma festa, mas acaba por mudar de planos quando uma rapariga (Andrea, interpretada por Sofia Black-D'Elia) entra no táxi. Uma noite de excessos e claramente com mais adrenalina do que os dias habituais de Nasir acaba quando este acorda na cozinha da casa de Andrea, sem se recordar das últimas horas, e dá com ela assassinada na cama, esfaqueada 22 vezes. O pânico leva a que "Naz" acumule erros atrás de erros, e acabe detido e acusado.
    Ao longo de 8 episódios, 'The Night Of' questiona o sistema judicial norte-americano, joga com o preconceito e eleva cada espectador ao estatuto de juíz da sentença de Naz, cuja transformação (ou adaptação) na prisão acompanhamos gradualmente. John Stone (John Turturro) é o advogado oportunista que achou que Naz destoava dos seus clientes habituais, Freddy (Michael Kenneth Williams) o presidiário de quem ninguém quer ser inimigo, e Box (Bill Camp) o detective responsável pelo caso. A este trio juntam-se vários suspeitos que surgem com o decorrer da investigação, os pais de Naz e ainda Chandra, uma jovem advogada.
    E este é um daqueles casos cada-vez-mais-raros em que palavras como "obra-prima" ou "perfeição" fazem sentido. A dupla Steven Zaillian - Richard Price merece todos os elogios e prémios possíveis, com Zaillian a realizar 7 dos 8 episódios (o 4.º episódio teve ao leme James Marsh, realizador de The Theory of Everything) e o processo a mostrar coesão, consistência e qualidade duma ponta à outra. Escrita, Realização, Edição, Fotografia, a série tem tudo, agigantada num elenco brilhante - Riz Ahmed e John Turturro são os dois principais destaques, mas toda a gente brilha à sua maneira, seja Michael K. Williams (o talismã da HBO) ou nomes menos mediáticos como Bill Camp no papel de Box e Jeannie Berlin, a procuradora Helen.
    É bastante redutor resumir alguns pontos fortes estruturais da série, mas aqui fica uma tentativa: brutal capacidade de trabalhar momentos de tensão, deixando-nos verdadeiramente presos, ansiosos, sufocados quase; um cinismo e realismo (chega a parecer um casamento entre The Wire e a primeira temporada de True Detective) acompanhados por um cuidado soberbo com os detalhes; e se começa por ser uma série com um homicídio para ser desvendado, o jogo é rapidamente substituído por um estudo do Homem e da sociedade, e os conceitos de inocente e culpado.
    Quando qualquer pedaço de cultura promete ficar connosco e não sair das nossas cabeças depois do seu fim, as vénias têm que ser feitas a todas as partes envolvidas. 'The Night Of' convida-nos a torcer por Naz desde o primeiro momento, cria-nos as dúvidas certas, e dá-nos uma última imagem dele capaz de arrebatar qualquer um.
    
    
A Personagem: Nasir 'Naz' Khan (Riz Ahmed).
    Antes de falarmos da estrela de 'The Night Of', há várias personagens que merecem algumas palavras. Bill Camp faz um trabalho incrível como Box, dificultando-nos a vida quando tentamos entrar na cabeça dele; Helen é uma boa representação do sistema e do peso que tem na balança ter um bom resultado comparativamente com ter um bom (e justo) processo. E, claro, quando se dá a Michael K. Williams a possibilidade de liderar uma prisão a partir duma cela, nasce um Freddy igualmente inesquecível.
    Mas mesmo assim, 'The Night Of' é uma série particularmente marcante para dois actores em fases bem diferentes da carreira: Turturro e Ahmed. John Stone (John Turturro) é-nos apresentado como o underdog, o advogado com comichão a mais e sucesso a menos. E cresce, cresce até àquele discurso de cara manchada e olhos a brilhar, suficiente por si só para lançar Turturro para vários prémios.
    A personagem e a melhor interpretação da temporada pertence ao britânico Riz Ahmed. Se Nightcrawler tinha deixado boas indicações, 'The Night Of' confirma-o como um actor fora de série. A melhor demonstração disso são as cenas em silêncio, que Ahmed aguenta como só os grandes conseguem. Falar de Nasir é falar obrigatoriamente de transformação - daquele rapaz assustado e frágil para um sobrevivente danificado quase sem esperança mas com muito rancor. Sem medo, só desilusão. Um viciado que tem escrito no corpo aquilo por que passou, e que viverá sempre atormentado pelos seus erros, mas sobretudo pelos dos outros.
     

O Episódio: 01 'The Beach'.
    A consistência que acima referidos é uma consistência de abordagem, de estilo. Analisando de forma crua, é possível identificar em 'The Night Of' uma força brutal nos 2, 3 primeiros episódios, que regressa apenas nos dois capítulos finais (a season finale tem uma hora e meia).
    O fim - tão difícil dizer adeus quando uma série é boa - acaba por ser 100% adequado e lógico, e responde aos objectivos e temas que Zaillian e Price definiram ao longo da série. A falácia do sistema podia ser colocada de formas diferentes: 1) Nasir ser inocente do homicídio de Andrea, mas matar alguém na prisão para sobreviver; 2) Nasir ser inocente, mas morrer na prisão; 3) Nasir recordar-se sozinho de ter cometido o crime, mas ser ilibado. A resolução escolhida funciona - está muito longe de ser um "final feliz" - e serve para criticar um sistema que marca Naz para sempre, viciando-o e transformando-o, incapaz de voltar a ser quem era depois de uma experiência que deixou inclusive a própria mãe a vê-lo com outros olhos.
    Embora o último episódio tenha grandes cenas (a argumentação de Stone à la 12 Angry Men e o agradecimento sussurrado de Naz, um abraço entre pai e filho, e a solidão de Naz junto à ponte), a nossa escolha é mesmo o episódio 1. 'The Beach' tem tudo aquilo que um bom piloto deve ter: capta bem o que a série é e dá-nos desde bem cedo cenas de enorme tensão, com o espectador a saber mais do que as personagens em vários momentos e, claro, o POV de Nasir Khan, aquele jovem assustado com olhar perdido que mais tarde veremos a transpor limites que julgávamos impossíveis, fazendo-nos questionar quem ele é, quem ele era e quem se está a tornar, e até onde vamos estar ao lado dele.


O Futuro: 
    Quem achar que faria sentido haver uma segunda temporada com estas personagens ou que a série ficou incompleta ao não ser revelado numa bandeja a última noite de Andrea, não entrou na onda e naquilo a que a série se propôs. 'The Night Of' é uma antologia, os arcos de Naz e Stone ficaram fechados como devia ser, e por isso o próximo capítulo - é só Zaillian e Price quererem, e a HBO deve assinar de olhos fechados - terá novo elenco, novo set-up. A questão é: será que a série vai conseguir manter o nível (algo que 'True Detective' não foi capaz na segunda vida)? Apostamos que sim.
    Caso Criminal Justice continue a servir de base, a segunda temporada da série de Peter Moffat acompanhou uma protagonista feminina que comete um crime relacionado com o seu marido abusivo. O tempo o dirá, mas a HBO tem aqui uma receita renovável de sucesso. Basta Zaillian e Price quererem inventar algo. Porque nós e muitos mais fãs queremos definitivamente que eles inventem.
    Se a série terá uma segunda temporada, não sabemos. Mas uma coisa é certa: depois de 'The Night Of' o futuro de Riz Ahmed e John Turturro promete mudar muito. 

29 de agosto de 2016

Crítica: Demolition

Realizador: Jean-Marc Vallée
Argumento: Bryan Sipe
Elenco: Jake Gyllenhaal, Naomi Watts, Chris Cooper, Judah Lewis
Classificação IMDb: 7.0 | Metascore: 49 | RottenTomatoes: 52%
Classificação Barba Por Fazer: 74

    Três vezes consecutivas para Jean-Marc Vallée. O realizador canadiano, que se prepara para abraçar 2 projectos televisivos (Big Little Lies, que reúne Reese Whiterspoon, Shailene Woodley, Nicole Kidman, Laura Dern e Alexander Skarsgard e, mais importante, a adaptação da HBO do romance de Gillian Flynn, Sharp Objects, com Amy Adams como protagonista) sabe sempre como espremer tudo o que os seus actores principais têm para dar, conseguindo como poucos conseguem pôr-nos a viver e sentir a história, entrando na cabeça dos protagonistas. Foi assim com McConaughey em Dallas Buyers Club, foi assim com Whiterspoon em Wild, e é assim com Jake Gyllenhaal.
    O título é ilucidativo, neste caso. Demolir é destruir, aniquilar, arruinar. E é em ruínas que fica Davis C. Mitchell (Jake Gyllenhaal) depois da morte da mulher num acidente de carro. Em 1 hora e 41 minutos de filme temos, mais do que qualquer outra coisa, um bom estudo de personagem - talvez o lado mais confuso da história e menos linear/ clássico acabe por afastar injustamente muitos espectadores e críticos, como fica patente nas classificações dos Rotten Tomatoes e Metascore. Mas é fundamental perceber que a riqueza de 'Demolition' está precisamente nessa confusão. No sorriso na cara de Jake Gyllenhaal enquanto sofre por dentro, incapaz de seguir em frente e aceitar; na forma como destrói tudo, obcecado em compreender a origem e a mecânica do mundo, metáfora para a desconstrução dos seus próprios problemas.
    Na jornada de Davis inclui-se o sogro (Chris Cooper), elo de ligação familiar e ponte para o desnorte profissional do protagonista; Karen (Naomi Watts), uma amizade forjada através de uma série de cartas com reclamações de Davis por uma máquina de venda de snacks não ter funcionado no hospital no dia fatídico; e, por fim, Chris (Judah Lewis), o filho de 15 anos de Karen, com quem Davis desenvolve uma relação peculiar mas que se torna um dos pontos mais interessantes do filme.
    'Demolition' mostra o colapso duma forma pouco habitual, literal no sentido em que tudo em redor se desfaz. Pode-se afirmar que tem um ou outro cliché, mas isso não retira a profundidade emocional e a viagem que Gyllenhaal nos proporciona com a sua personagem valorizando, directamente, o resultado final como um todo. É o bom "risco" que qualquer realizador tem neste momento ao garantir o actor de Nightcrawler Prisoners no elenco. Aos 35 anos começa a chegar a altura de o vermos a ser reconhecido pelo salto que deu nos últimos anos (Nightcrawler, por exemplo, merecia nomeação da Academia), e tudo indica que filmes como Nocturnal Animals, Stronger ou Okja podem deixá-lo na órbita dos grandes festivais.
    Deste mergulho na vida dum homem que destrói tudo para construir a sua etapa seguinte fica um trabalho positivo de Vallée (mais influente no sucesso dos seus últimos 2 filmes, embora nos dê sempre planos e momentos que podemos guardar) mas principalmente mais um papel de qualidade do homem que outrora foi Donnie Darko e um nome para o futuro - Judah Lewis parece um pequeno River Phoenix. Torcemos para que o seu carisma e talento seja bem potenciado, cultivado e orientado.
    

26 de agosto de 2016

Dicas Fantasy Premier League - Jornada 3

Cá estamos nós outra vez, para lançar mais uma jornada do Fantasy da Premier League, a última antes da paragem para os compromissos das selecções, e para muitos também a última antes de ser activado o primeiro Wildcard da época, com o defeso concluído e os plantéis fechados.
    Com 2 jornadas decorridas, não surpreendem as presenças de Manchester City, Manchester United e Chelsea no Top-4, surpreende sim o excelente arranque do Hull City (vitórias contra Leicester e Swansea). Como em todas jornadas, nesta há grandes jogos - tudo começa logo num Tottenham-Liverpool do qual se espera enorme intensidade, mobilidade e dinâmica de ambas as partes envolvidas, e termina na visita do West Ham ao Manchester City, um jogo que os hammers ganharam na temporada passada. Pelo meio, o Chelsea e o Leicester são favoritos nos seus jogos, o Arsenal tentará livrar-se de ter apenas 1 ponto conquistado, e o Manchester United desloca-se ao terreno do motivado Hull. A equipa de Mourinho é, não obstante, favorita.
    Analisando rapidamente a jornada 2, primeiro em termos de resultados e prestações colectivas, a maior surpresa terá sido a derrota do Liverpool (0-2) no terreno do Burnley, que voltou a deixar algumas dúvidas sobre a capacidade dos reds - sempre em alta nos jogos grandes - serem consistentes. Esperávamos bastantes golos no Leicester City-Arsenal, que terminou a zeros; o Chelsea voltou a lutar até ao fim pelos 3 pontos, o Manchester United voltou a ser eficaz, embora concedendo muito espaço e dando durante parte do jogo a iniciativa ao adversário (como já acontecera com o Bournemouth). Por fim, o Manchester City continua a deixar boas indicações relativamente ao trabalho de Guardiola.
    Em termos individuais, Stuani (que golaço, o primeiro!), Agüero e Ibrahimovic (todos com 13 pts) brilharam mais que quaisquer outros, destacando-se também Nolito (2 golos de "encostar", com bom trabalho de Iheanacho em ambos), Maloney (que saltou do banco para resolver o jogo do Hull no País de Gales), Wanyama, Antonio ou Shaw. Andre Gray, entretanto atormentado pelos comentários desprezíveis que fez há 4 anos atrás, mostrou que pode ser de facto uma excelente opção por 6.5, e Curtis Davies continua numa forma incrível no centro da defesa dos tigers.
(Podem-se juntar à Liga Barba Por Fazer: Código - 2518758-588128)

As nossas apostas para a 3.ª jornada são:

Jamie Vardy - Leicester City - 9.9
    Ainda há cerca de 19% de jogadores de Fantasy com Vardy. A partir da quarta jornada o raciocínio em termos de avançados é simples: a primeira coisa a escolher é conjugar Agüero e Ibrahimovic ou ter apenas um deles, apostando num meio-campo de superior qualidade. Para Vardy, não deve haver espaço, mantendo-se Mahrez como a melhor opção para que cada 15 tenha um bocadinho de Leicester no seu interior.
    No entanto, e olhando apenas para esta jornada, Vardy pode ser um dos destaques. O Swansea não nos convenceu, tanto diante do Burnley como diante do Hull, e a linha defensiva pode sofrer com Mahrez (fez um hat-trick aos swans fora, em 2015/ 16), Musa, Okazaki e Vardy. Dizem as estatísticas que o avançado inglês rende sempre mais no King Power Stadium, e Vardy, que em breve será uma dor de cabeça para os centrais do Porto, tudo fará para não atravessar a pausa para selecções sem qualquer golo marcado.
    Parece-nos que tanto mais rematará e tanto mais envolvido estará com o jogo se Musa ocupar o flanco e Okazaki for o colega na dupla de ataque. Ahmed Musa tem que ser titular, e o único problema para os foxes será o meio-campo: Drinkwater precisará de ser gigante, Mendy está lesionado e King deve entrar no 11.


Ross Barkley - Everton - 7.7
    Já valorizou 0.2 e é fácil perceber porquê. Com Ibra e Agüero em grande, a tendência tem sido ganhar orçamento a meio-campo, com jogadores como Payet, Mkhitaryan ou De Bruyne a darem lugar ao aluno preferido do professor Koeman.
    Com o treinador holandês a querer que Barkley renda muito mais, Barkley leva até agora 1 golo e uma assistência - média de 7,5 por jornada - o que o deixa, entre médios, apenas atrás de Coutinho e Capoue.
    Contra o Stoke, é bem possível que o Everton entre em acção com Lukaku, Bolasie e Ashley Williams no onze inicial, o que pode gerar grande ambiente e entusiasmo, e complicar a vida ao Stoke. O factor Bolasie levanta várias questões - será que Koeman joga com Bolasie e Deulofeu junto de Romelu? Será que Deulofeu será encaminhado para o banco, uma vez que há ainda Mirallas? Seja como for, e tendo o Everton médios incansáveis como Gueye e Gareth Barry, Barkley será sempre titular e terá sempre liberdade para apoiar os homens da frente. As próximas 5 jornadas são bastante interessantes para o Everton, por isso faz sentido convocar Ross Barkley para as vossas equipas.


Nathan Redmond - Southampton - 6.1
    Numa fase em que a potencial contratação de Boufal por parte dos saints nos deixa muito entusiasmados (é o clube certo para o extremo do Lille, e o Southampton precisa de melhorar o seu elenco para estar ao nível das últimas épocas), a recepção ao Sunderland pode ser um bom jogo para a equipa de Puel. Se recuarmos até 2014/ 15 encontramos um... 8-0 neste confronto.
    Naturalmente não esperamos uma goleada dessas, mas esperamos um jogo consistente e a 1.ª vitória da época para Redmond, Tadic, Long e companhia. Os 2 primeiros jogos fizeram de Redmond o jogador mais chamativo do Southampton - tendo o bónus de ser um médio a jogar na dupla de avançados - e o ex-Norwich pode continuar a somar pontos.
    Enquanto na defesa é van Dijk a nossa escolha preferencial, no ataque o Sunderland pode sofrer com a velocidade e com o nº de oportunidades que Redmond e Shane Long terão, sempre com Tadic a tentar encontrá-los com um passe de morte.
       

Raheem Sterling - Manchester City - 8.0
    Quatro jogos oficiais, e o City já tem o ADN Guardiola a surgir. Com o extraordinário Claudio Bravo a ser anunciado recentemente como novo guarda-redes do clube, os citizens continuam a seguir o caminho certo, com um plantel competitivo e que torcerá para que Gündogan e Kompany não se ressintam das lesões quando voltarem, e para que De Bruyne (dos médios ofensivos, aquele que tem estado mais abaixo do esperado) comece rapidamente a atingir a sua forma habitual.
    Com Agüero a marcar sem parar, a maior surpresa deste início de época dá pelo nome de Raheem Sterling. O extremo repentista, que tem apenas 21 anos embora já actue na Premier League há vários anos, sempre teve talento, qualidade e muita velocidade. Só que, depois dum ano francamente mau em termos individuais, com Pep está diferente: mais incisivo e objectivo na procura das melhores soluções para a equipa, mais altruísta e focado no jogo e, sobretudo, mais trabalhador, a recuperar bolas e a contribuir para uma linha de pressão alta como Guardiola quer.
    Sterling, tal como Agüero, Silva e KDB, não jogou na 2.ª mão do Play-Off da Champions, e por isso espera-se a titularidade de todos estes craques diante do West Ham. Há um ano o West Ham venceu por 2-1, desta vez será bastante difícil evitar uma vitória da equipa da casa.


Scott Dann - Crystal Palace - 5.5
    Por fim, e porque já falámos de 1 avançado e 3 médios, um defesa.
    O jogo da EFL Cup a meio da semana serviu apenas de lembrete para a elevada capacidade de Scott Dann em termos ofensivos. O central do Crystal Palace marcou 5 golos em 2015/ 16, e pode ser uma boa opção para o jogo contra o Bournemouth, equipa que sofre com avançados possantes (bastante convidativo colocar Benteke a titular) e com o jogo aéreo.
    É um facto que no Crystal Palace-Bournemouth os cherries serão a equipa que já está mais madura e cujos processos já estão mais assimilados pelos jogadores. No entanto, o talento individual (leia-se Townsend, que muito tem rematado mas pouco tem produzido em termos de ficha de jogo) e a euforia à volta da maior contratação da História do clube - Christian Benteke - pode ajudar Pardew a conquistar os primeiros pontos da época. Independentemente do resultado, uma coisa é certa, pelo menos uma equipa entre Palace e Bournemouth vai abandonar os zero pontos.


Outras Opções:
- Guarda-Redes: Entre os postes, Fraser Forster (5.0) parece ser o elemento que equilibra melhor o potencial de clean sheet e de defesas. Thibaut Courtois (5.5) é forte candidato a não sofrer golos do Burnley, e mesmo Schmeichel, caso os trintões do Leicester saibam anular Llorente (será Borja titular ou entrará apenas na segunda parte?), também é uma opção interessante.
    Não nos atrevemos a recomendar De Gea com os red devils a visitarem uma equipa extremamente motivada, e há ainda Ben Foster (4.6), que se não conseguir não sofrer, deve ser uma garantia de algumas defesas. Em relação ao Tottenham-Liverpool seria uma desilusão se o jogo tivesse poucos golos.

- Defesas: Na defesa, jogo do Southampton em casa contra um dos últimos 3 classificados é o jogo certo para acreditar em Virgil van Dijk (5.5). O preço elevado do holandês conjugado com o calendário dos saints é razão suficiente para repensar ter o central depois desta jornada 3, mas para já podem-se despedir dele acreditando no seu potencial de retorno. Na defesa do Chelsea, temos o feeling que poderá ser uma boa ronda para John Terry (5.5), e jogadores como Antonio Valencia (5.5), Gareth McAuley (4.6), Leighton Baines (5.5) e John Stones (5.0) não devem ser ignorados. Já relativamente ao Arsenal, mantemo-nos desconfiados, especialmente com Ighalo e Deeney no caminho da turma de Wenger.

- Médios: Entre médios, Barkley, Redmond e Sterling já foram referidos, mas as duas melhores opções para esta jornada parecem ser os vencedores do Jogador do Ano PFA nas últimas duas épocas - Riyad Mahrez (9.5) e Eden Hazard (10.1). Também Andros Townsend (6.5) - só Coutinho, Agüero e Llorente rematam mais vezes do que ele por jogo - pode ser particularmente interessante, sobretudo agora que tem Benteke para jogador-alvo dos seus cruzamentos. É um 1+1 interessante, o Crystal Palace é a equipa que mais cruza na Premier League, e Benteke um excelente cabeceador.
    Entre Tottenham e Liverpool, temos maiores expectativas para Mané e Coutinho (o brasileiro está ainda em dúvida), bem como noutros estádios para Dusan Tadic (7.4) (se há jogo bom para ele, é este) e Kevin De Bruyne (10.5). Sem esquecer Martial e Bolasie, não lançamos nenhum palpite favorável a craques como Sánchez ou Özil porque não confiamos a 100% no momento do Arsenal.

- Avançados: Sim, vamos ser redundantes. Quem tem Kun Agüero (13.1) e Zlatan Ibrahimovic (11.7) deve continuar com eles. Num diagrama de Ven seria curioso perceber neste momento a % de equipas que têm ambos. Ainda assim, achamos que Jamie Vardy pode realizar uma jornada superior ao sueco.
    Outras opções para esta jornada são Diego Costa (9.6), senhor de golos decisivos e de quase-expulsões, Romelu Lukaku (9.0) e Salomon Rondón (6.5). Long pode facilmente marcar ao Sunderland, Negredo quererá dar continuidade ao excelente momento, Kane procura o 1.º golo, e de resto temos bastante curiosidade para ver a estreia de Benteke pelo Crystal Palace.


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11 (3-5-2): Forster; van Dijk, McAuley, Dann; Mahrez, Hazard, Barkley, Redmond, Townsend; Agüero, Vardy

Atenção a (Clássico; Diferencial):
Tottenham v Liverpool - Harry Kane; Sadio Mané
Chelsea v Burnley - Eden Hazard; John Terry
Crystal Palace v Bournemouth - Andros Townsend; Scott Dann
Everton v Stoke - Ross Barkley; Romelu Lukaku
Leicester City v Swansea - Riyad Mahrez; Jamie Vardy
Southampton v Sunderland - Nathan Redmond; Virgil van Dijk
Watford v Arsenal - Alexis Sánchez; Troy Deeney
Hull City v Manchester United - Zlatan Ibrahimovic; Robert Snodgrass
West Brom v Middlesbrough - Gareth McAuley; Gaston Ramírez
Manchester City v West Ham - Kun Agüero; Raheem Sterling

18 de agosto de 2016

Dicas Fantasy Premier League - Jornada 2

Ainda nem uma semana passou desde que o Chelsea derrotou o West Ham no fecho da jornada 1, e cá estamos de novo, prontos para lançar a segunda jornada do Fantasy da Premier League.
    Como já aqui dissemos antes, para nós a melhor solução na gestão dos plantéis é utilizar o primeiro Wildcard entre as jornadas 3 e 4, quando o campeonato pára, o defeso fecha e as selecções entram em campo. Por isso mesmo, esta jornada e a próxima têm carácter importante - interessa compreender as equipas e verificar os seus jogadores mais influentes na prática, acompanhando ainda o mercado de transferências do qual ainda esperamos bastante actividade. Ou não estivéssemos a falar dos milionários clubes ingleses.
    Nesta jornada, o jogo grande coloca frente-a-frente Leicester City e Arsenal. Depois duma derrota surpreendente no jogo inaugural, os foxes recebem no King Power Stadium um Arsenal que sofreu 4 golos em casa num frenético 3-4 diante do Liverpool, e o Leicester tem contas para ajustar, uma vez que a equipa de Wenger foi a única capaz de derrotar o Leicester nas duas voltas da última Premier. A jornada abre com o primeiro jogo de Mourinho e Ibrahimovic em Old Trafford, marcado ainda pela possível estreia de Pogba neste seu regresso, enquanto que o Manchester City, o Chelsea e o Everton têm jogos difíceis. Liverpool, Tottenham ou West Ham são favoritos nos seus.
    A vitória do Hull City não nos ilude, embora os tigers possam levar essa confiança para o jogo com o Swansea, uma das únicas duas equipas (WBA foi a outra) com clean sheet na ronda inaugural. Guardiola rapidamente percebeu que na Premier a equipa só se está a salvo quando o árbitro apita, a estreia de Mourinho correu às mil maravilhas (melhor o resultado do que a exibição), e ficámos com boa impressão do Middlesbrough e, claro, dos apaixonantes Liverpool e Chelsea. Equilíbrio foi o que se verificou entre Everton e Tottenham, com ligeiro ascendente dos visitantes, num jogo que atirou Lloris para o estaleiro durante 1 mês.
    Recuando em termos individuais até à 1.ª jornada, foi a jornada de Coutinho (15 pts). O criativo do Liverpool destruiu o Arsenal, acompanhado por Mané e Lallana, e originou uma onda de transferências de utilizadores ávidos por contarem com ele. De facto, interessa acompanhar este Liverpool mais 2 jornadas, mas Coutinho - pode decidir qualquer jogo, a qualquer momento - pode ser uma opção muito interessante, ou já ou quando o Wildcard precoce for activo. Agüero e Ibrahimovic entraram com o pé direito (9 pontos cada), Ben Foster brilhou na baliza, Redmond, Barkley, Fer, Martial, Hazard e Snodgrass também arrancaram em grande. Duas conclusões: se em 2015/ 16 Vardy acabou a época a marcar os penalties do Leicester, Mahrez parece estar de volta; no Chelsea, embora houvesse rumores de que passaria a ser Oscar a primeira opção, Hazard disse presente.
(Podem-se juntar à Liga Barba Por Fazer: Código - 2518758-588128)

As nossas apostas para a 2.ª jornada são:

Zlatan Ibrahimovic - Manchester United - 11.5
    Marcou na sua estreia na Premier League, algo que já conseguira na Champions, na Ligue 1, na Serie A e na La Liga. O sueco preferido de José Mourinho começou em grande, com 1 golo e Bónus 3. No terreno do Bournemouth, Ibra esteve algo desacompanhado (o United foi uma equipa que ficou muitas vezes na expectativa, crescendo somente depois do erro de Simon Francis), mas conseguiu ter grande impacto sempre que se envolveu nas jogadas. Isolou Rooney de forma artística, viu Boruc negar-lhe um tiro de livre directo, e marcou num remate colocado de meia distância.
    Old Trafford recebe nesta sexta-feira o Southampton, e depois dos saints nos deixarem com algumas dúvidas no arranque (cabe aos red devils controlar Tadic, conseguindo Bailly-Smalling lidar com a velocidade de Redmond e Long), parece-nos que o United pode chegar aos 6 pontos, num contexto em que o público torcerá pelos seus novos ídolos, jogo agigantado pela potencial estreia do novo camisola 6, Pogba.
    Claro que há Agüero - que marcou 3 golos e falhou duas grandes penalidades a meio da semana com o Steaua - e continuamos a preferir o argentino, porque deve acumular em média maior nº de oportunidades do que Ibra, mas ter os dois não é assim tão mal pensado.


Philippe Coutinho - Liverpool - 8.1
    O brasileiro do Liverpool começa a ser daqueles jogadores problemáticos no Fantasy. No bom sentido. Quando Coutinho joga como jogou contra o Arsenal, é quase irresistível tê-lo. Problema: por várias vezes no passado vimos Coutinho a ser um cometa intermitente, genial em alguns jogos e fantasma noutros.
    No entanto, e embora tenha saído com cãibras da primeira jornada, faz todo o sentido acreditar no 10 do Liverpool. Os reds entraram a todo o gás, e a frente de ataque deve oferecer ao Burnley uma tarde complicada. A confiança que Coutinho e os colegas de equipa levam para esta jornada será determinante, num jogo em que nos parece que o Liverpool marcará menos, e pode voltar a sofrer, mas que servirá para tirar notas sobre Coutinho e Firmino, principalmente, já que é possível que Mané falhe o jogo.
    Já se sabia que o começo de campeonato do Liverpool é turbulento, mas se repararem ter Coutinho ou até mais do que um médio do Liverpool a partir da jornada 4 pode ser mesmo muito interessante. Para quem não quiser esperar, agarre já o brasileiro. Daqui a umas semanas não custa o mesmo.


Kyle Walker - Tottenham - 5.5
    Numa defesa em que Alderweireld e Danny Rose estão avaliados em 6.5 e 6.0, Kyle Walker por 5.5 acaba por ser uma pechincha. O lateral-direito do Tottenham, que pode muito bem ter uma época ao nível de Bellerín (que custa mais 1.0 do que ele), começou a Premier League com uma assistência para Lamela, e acrescentou sempre muita velocidade, profundidade, irreverência e acutilância ao jogo dos spurs.
    Jogando agora contra um Crystal Palace que perdeu Bolasie e que ainda tem compras (uns 2 reforços) para fazer, e no qual o ex-Tottenham Andros Townsend pode ser o principal perigo por contas antigas a ajustar, Kyle Walker pode não só amealhar o primeiro jogo sem golos sofridos da época, como contribuir ofensivamente para o sucesso do Tottenham. Dann-Delaney terão muito trabalho com Harry Kane, e já se sabe quão bem afinados estão os laterais de Pochettino no apoio ao melhor marcador da última Premier League.
       

Gaston Ramírez - Middlesbrough - 5.5
    O Middlesbrough, de quem já esperávamos bastante, foi uma das equipas mais "simpáticas" da primeira jornada. Os pupilos de Karanka deixaram uma boa imagem diante do Stoke (só um livre directo de Shaqiri equilibrou as coisas), e mostraram que podem contar com eles para esta época. Em termos de Fantasy, Negredo juntou o seu nome aos avançados interessantes de 6.5, e o tridente ofensivo no apoio ao espanhol foi composto por Adomah, Downing e Gaston Ramírez. Más notícias para Fischer, que parte assim atrás.
    O atleta uruguaio, que assistiu Negredo de cabeça, mostrou estar com a cabeça no lugar, faltando só perceber se consegue ser uma figura de rendimento regular. Ainda assim, uma ida a um Sunderland a sofrer ajustes e depois ao terreno do WBA (equipa que defende bem, mas que pode dar-se mal com este Middlesbrough) pode atirar Ramírez para números positivos. Para já, o ex-Southampton e Hull tem tudo aquilo que queremos - cria oportunidades, remata à baliza, marca cantos e goza de bastante liberdade.


Gylfi Sigurdsson - Swansea - 7.5
    Poderíamos falar de Routledge (estranho, sim, mas pode destacar-se diante do Hull) ou mesmo de Llorente, mas para jogar pelo seguro, há um islandês que não devem ignorar nesta jornada.
    O futebol do Swansea passará esta temporada mais do que nunca pelos pés de Gylfi Sigurdsson. Com 2 avançados para "alimentar" (Llorente e Borja, embora neste jogo só deva jogar o primeiro) Sigurdsson, que foi suplente utilizado na vitória em casa do Burnley, tem tudo a seu favor. Marca tudo o que é bolas paradas, tem jogadores-alvo quando levantar a cabeça, e continuará a aparecer em zonas de finalização e a arriscar de longe.
    O Swansea-Hull pode dar swans, mesmo depois do Hull ter derrotado o campeão Leicester, e não é novidade o Swansea começar bem a época. Não esperamos que essa forma colectiva se mantenha por muito tempo, mas já vimos grandes épocas individuais de Fantasy em equipas em queda permanente.



Outras Opções:
- Guarda-Redes: No universo dos guarda-redes, e mesmo tendo jogadores como Redmond, Tadic e Long pela frente, confiamos na capacidade de David De Gea (5.5) em manter a sua baliza impenetrável. Mignolet, Courtois e Caballero podem facilmente sofrer 1 golo cada um, ao contrário de Adrián (5.0) e Lukasz Fabianski (5.0). Não excluímos a hipótese de Ben Foster (4.5) ter nova clean sheet, sobretudo se Lukaku não jogar, e deixamos Vorm de fora das nossas opções primordiais. O Sunderland-Middlesbrough poderia ser, no plano teórico, um jogo de 0-0, mas não apostamos nisso; e no Leicester-Arsenal, é provável termos alguns golos.

- Defesas: No sector defensivo, referido Kyle Walker, acrescentamos às contas Antonio Valencia (5.5), que se mostrou muito mais solto do que Shaw diante do Bournemouth, e nos defesas mais baratos Kyle Naughton (4.5) teve bons números na pré-época do Swansea, e Gareth McAuley (4.5) é sempre um perigo pelo ar na frente.
    Para quem tem Stones pode continuar a fazer sentido apostar nele, embora Shaqiri e Arnautovic adorem receber os grandes no Britannia, e no Sunderland-Middlesbrough estaremos atentos às exibições dos laterais-esquerdos, Patrick van Aanholt e George Friend.

- Médios: Entre médios, para além de Coutinho, Ramírez e Sigurdsson, há muita qualidade para abordar. Desde logo, Eden Hazard (10.0) e Riyad Mahrez (9.5) têm tudo para continuar a pontuar. O belga defronta um Watford que jogará na expectativa, procurando ser mortífero quando Ighalo e Deeney tiverem oportunidades, mas se Hazard mantiver o nível que apresentou na passada segunda-feira pode ter uma tarde feliz. Já Mahrez, depois de renovar até 2020, pode aparecer em grande - não colocamos grande peso na derrota com o Hull, e o regresso ao King Power Stadium vai certamente agitar a equipa.
    Embora faça sentido acompanhar o que fazem Sterling, Silva e Nolito, Kevin De Bruyne (10.5) continua a merecer a nossa confiança, embora dos quatro seja aquele que apresenta menos ritmo. Anthony Martial (9.5), Roberto Firmino (8.5), Dele Alli (8.5), Wayne Routledge (5.0) e Santi Cazorla (7.5) são jogadores a equacionar, bem como um senhor chamado Dimitri Payet (9.5). Com ele o West Ham é outra equipa, e nesta jornada já deve arrancar a titular.

- Avançados: Mesmo que perca o estatuto de marcador de penalties, Kun Agüero (13.0) continua acima de qualquer outro avançado. O argentino, mesmo falhando duas grandes penalidades, fez um hat-trick esta terça-feira, e na primeira jornada foi um dos 4 jogadores que mais remataram (6 remates, tantos como Llorente, Rondón e Townsend). Acompanhado por De Bruyne, Nolito, Sterling e Silva, tem muito talento à sua volta para lhe dar golos.
    Uma recepção ao Crystal Palace não deve ser jogo de muitos golos, mas Harry Kane (11.0), mesmo sem o seu amigo Dembélé, deve marcar este fim-de-semana; tal como o inglês, também Fernando Llorente (6.5) e Andy Carroll (6.5) são opções interessantes. O primeiro contra uma defesa que ainda não nos convenceu (pese embora Curtis Davies tenha feito um grande jogo) e Carroll porque é o tipo de ponta-de-lança com que o Bournemouth se dá mal.
    Relativamente à quantidade de utilizadores a retirar Vardy, parece-nos precipitado - o número 9 do Leicester falhou várias oportunidades claras contra o Hull, mas Vardy sempre rendeu mais em casa, quererá redimir-se (o homem até deu um murro a si próprio) e na temporada passada marcou nos 2 jogos diante do Arsenal. Temos ainda curiosidade para ver o duelo Defoe-Negredo.


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11 (3-5-2): De Gea; Walker, McAuley, Naughton; Mahrez, Hazard, Coutinho, Ramírez, Sigurdsson; Agüero, Ibrahimovic

Atenção a (Clássico; Diferencial):
Manchester United v Southampton - Zlatan Ibrahimovic; Henrikh Mkhitaryan
Stoke v Manchester City - Kun Agüero; Raheem Sterling
Burnley v Liverpool - Coutinho; Adam Lallana
Tottenham v Crystal Palace - Harry Kane; Kyle Walker
Swansea v Hull City - Gylfi Sigurdsson; Wayne Routledge
Watford v Chelsea - Eden Hazard; Odion Ighalo
West Brom v Everton - Ross Barkley; Gareth McAuley
Leicester City v Arsenal - Jamie Vardy; Ahmed Musa
Sunderland v Middlesbrough - Jermain Defoe; Gaston Ramírez
West Ham v Bournemouth - Dimitri Payet; Andy Carroll