18 de novembro de 2016

Crítica: Fantastic Beasts and Where to Find Them

Realizador: David Yates
Argumento: J. K. Rowling
Elenco: Eddie Redmayne, Katherine Waterson, Dan Fogler, Alison Sudol, Colin Farrell, Ezra Miller, Samantha Morton, Carmen Ejogo
Classificação IMDb: 7.6 | Metascore: 66 | RottenTomatoes: 75%
Classificação Barba Por Fazer: 79


    A magia voltou. Cinco anos depois do fim da saga Harry Potter, as portas do maravilhoso mundo criado por J. K. Rowling abriram-se novamente, e o resultado foi uma agradável surpresa, capaz de superar expectativas.
    O spin-off, construído a partir do manuscrito de 128 páginas que J. K. Rowling publicou em 2001, marca a estreia da escritora britânica nos guiões e traz consigo serenidade para os fãs - as novas personagens geram empatia quase instantânea, e há mais do que bons motivos para acreditar que vêm aí quatro filmes capazes de dar sequência ao carácter original e entusiasmante deste novo ponto de partida.
    Desta vez em Nova Iorque e em 1926, Eddie Redmayne assume o papel de protagonista como Newt Scamander e bastam 5 segundos no ecrã de cabeça baixa para se perceber que o actor que arrecadou o óscar em The Theory of Everything encaixa na perfeição naquele universo temático. Na génese de toda a acção está a mala de Newt, da qual escapam algumas criaturas mágicas depois de uma troca entre Newt e Jacob Kowalski (Dan Fogler), o comic relief que só quer conseguir um empréstimo para ter uma pastelaria. A estes dois junta-se Tina (Katherine Waterson), uma auror impedida de exercer, e mais tarde a sua irmã Queenie (Alison Sudol), capaz de ler mentes.
    A par desta fuga acidental de "monstros fantásticos", decorre uma investigação levada a cabo pelo auror Percival Graves (Colin Farrell) com o intuito de encontrar e capturar um Obscurus descontrolado que destrói a cidade à medida que o seu poder cresce. Até Newt, Kowalski e Tina se atravessarem na perseguição de Percival, decorre um pequeno Pokémon-Go, intercalado com a importância crescente dum lar para órfãos nos quais se destacam Credence (Ezra Miller) e a sua "irmã" mais nova.
    Ao contrário doutros franchises que quando são prolongados dão a sensação de se estar a arrastar algo unica e exclusivamente por interesses económicos, 'Fantastic Beasts and Where to Find Them' é uma máquina de fazer dinheiro cuja existência está mais do que justificada posto este 1.º capítulo. Embora estruturalmente não se afaste muito dos procedimentos duma "fórmula Marvel", o mérito de Rowling - e de David Yates, confirmado como realizador dos próximos 4 filmes - é inequívoco, ao conseguir criar algo completamente novo mas simultaneamente melancólico e que soa a um regresso a um local onde já fomos muito felizes.
    Com uma surpresa reservada para os fãs nos minutos finais, 'Fantastic Beasts' merece elogios nos seus vários parâmetros - é o blockbuster do ano, o Casting foi perfeito (Eddie Redmayne é o primeiro passo para nos ligarmos ao filme e sentirmos a tal empatia imediata, Katherine Waterson merecia um palco assim, Dan Fogler faz-nos rir, Alison Sudol recupera aquela aura aluada doutras personagens antigas, e Ezra Miller é parte significativa do sucesso do filme), a banda sonora de James Newton Howard visita clássicos do universo HP e cruza-o com um toque de Edward Scissorhands num dos temas, e no fim temos 133 minutos que passam num ápice, com uma fluidez e encantamento dos melhores contadores de histórias.
    Enfim, é uma lufada de ar fresco. E é como entrar numa nova casa, mas sentir que sempre pertencemos lá. A aventura continua em 2018, com Johnny Depp, Zöe Kravitz (?) e até algo oficial será muita a curiosidade para perceber quem será um Albus Dumbledore quarentão.

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