4 de dezembro de 2011

Breivik, o Monstro Inimputável

Anders Behring Breivik matou, em Julho, 77 pessoas. Consequência: o norueguês deverá ser internado numa Instituição de Saúde ou, no máximo, condenado a 21 anos de prisão.

Psiquiatras nomeados pelo tribunal de Oslo concluíram que Breivik vive num “universo delirante”, que lhe permite pensar que pode decidir “quem pode viver e quem pode morrer”. Segundo a avaliação clínica, Breivik é um psicótico que, com o tempo, desenvolveu uma “esquizofrenia paranóide” que terá alterado o seu juízo antes e durante os ataques. “Ele vive no seu próprio universo delirante e os seus pensamentos e actos são regidos por esse universo”. O sistema penal norueguês privilegia a reabilitação e o mais provável é que não seja condenado a uma pena de prisão, mas sim ao internamento com cuidados de saúde com o intuito do indivíduo se recuperar. De qualquer forma, caso fosse sentenciado, Breivik incorria, no máximo, a uma pena de 21 anos de prisão.

Em entrevista ao jornal Público, o psiquiatra português Pedro Varandas disse não considerar Breivik esquizofrénico, devido à sua capacidade de minúcia e planeamento – “A esquizofrenia deteriora um indivíduo em termos cognitivos. Uma pessoa com esquizofrenia age muito mais por impulso". Assim, Pedro Varandas defende que Anders Breivik podia, isso sim, ser definido como um “psicopata frio”, alguém com uma perturbação paranóide de personalidade ou alguém com uma psicose paranóide. Em todos estes casos, o indivíduo pode encarar-se a si próprio como um “Messias”, alguém com uma missão a cumprir – “Ele quer ser julgado e não considerado um doente mental porque acredita que tem uma causa e quer continuar a mostrá-la ao mundo”.

Fonte: público.pt

Ora bem, agora eu: Anders Breivik tirou atempadamente a licença de porte de arma para poder ter a sua Glock, criou uma empresa agrícola para poder ter acesso aos produtos que lhe permitiram elaborar a bomba colocada no edifício governamental, vestiu-se de polícia, e viajou de barco até à ilha de Utøya, onde com toda a calma matou 68 jovens que participavam na “Universidade de Verão” do Partido Trabalhista Norueguês.
Eu não sou jurista, nem sou psiquiatra, mas parece-me óbvio que Breivik não é muito bom da cabeça. Eu normalmente depois de comer cereais não penso para mim “Hm, o que é que vou fazer hoje? Ah, vou vestir-me de polícia, pego ali no barco e vou matar 68 pessoas com a vida toda pela frente”. Porquê? Porque sou uma pessoa normal. Que o homem era maluco já todos sabíamos. Maluco é também o mundo em que vivemos, onde alguém que mata 77 pessoas (68 no atentado, 9 vítimas da bomba) tem duas consequências: ou é considerado inimputável e fica numa instituição de saúde a tentar reabilitar-se ou então fica 21 anos na cadeia. Para alguém cuja verdadeira pena deveria ser a pena de morte (que levanta sempre várias questões e divide opiniões) ou então 770 anos na cadeia, que é como quem diz, prisão perpétua. 

           Cada vez mais parece que o crime compensa. Breivik é autor confesso do atentado de Julho na Noruega, mas não se considera culpado. 
           Hoje em dia, é fácil matar e difícil prender. É simples dar um tiro para matar uma pessoa inocente, mas ninguém "dá um tiro" numa pessoa com sangue nas mãos. E isso é triste. MP

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