Balanço Final - Liga NOS 18/ 19

A análise detalhada ao campeonato em que houve um antes e um depois de Bruno Lage. Em 2018/ 2019 houve Reconquista.

Prémios BPF Liga NOS 2018/ 19

Portugal viu um médio carregar sozinho o Sporting, assistiu ao nascer de um prodígio, ao renascer de um suiço, sagrando-se campeão quem teve um maestro e um velocista.

Balanço Final - Premier League 18/ 19

Na melhor Liga do mundo, foram 98 contra 97 pontos. Entre citizens e reds, entre Bernardo Silva e van Dijk, ninguém merecia perder.

Os Filmes mais Aguardados de 2019

Em 2019, Scorsese reúne a velha guarda toda, Brad Pitt será duplo de Leonardo DiCaprio, Greta Gerwig comanda um elenco feminino de luxo, Waititi será Hitler, e Joaquin Phoenix enlouquecerá debaixo da maquilhagem já usada por Nicholson ou Ledger.

21 Novas Séries a Não Perder em 2019

Renasce The Twilight Zone, Ryan Murphy muda-se para a Netflix, o Disney+ arranca com uma série Star Wars e há ainda projectos de topo na HBO e no FX.

10 de janeiro de 2022

Os Melhores Episódios de Séries em 2021

 Depois de avaliar as Melhores Novas Séries, seguimos no nosso olhar retrospetivo sobre a televisão em 2021 com os Melhores Episódios.

    Como sempre, porque somos proporcionalmente malucos, organizados e devotos a distinguir aquilo que melhor se faz em Televisão, apontámos ao longo do último ano os capítulos mais marcantes das séries às quais assistimos. Em 2021 sentimos a falta sobretudo de Atlanta e Better Call Saul, e se pensarmos nos 10 episódios de topo do ano passado (Better Call Saul, BoJack Horseman, Dave, I May Destroy You, Dark, The Mandalorian e My Brilliant Friend eram as séries representadas), apenas a série de David Burd surge aqui como repetente.
    Ora bem, entre os 40 episódios seleccionados, estão representadas 27 diferentes séries, com Arcane (4 episódios, 2 deles nos primeiros 10 lugares) em destaque, tal como Succession, Dave Station Eleven (3), bisando The Underground Railroad, Ted Lasso, It's a Sin Invincible.

    Originalidade, um clímax marcante, o melhor adeus possível ou a fotografia perfeita da essência ou tom de uma série são alguns dos motivos por trás destas 40 escolhas.

    2021 foi um jogo de berlinde jogado a pares num bairro reconstituído da Coreia do Sul. Foi uma confissão entre irmãos num descampado italiano, foi Kendall Roy a flutuar num insuflável, foi a mais inusitada dick pic enviada por Roman e a "traição" de Tom Wambsgans a dar ares de "O Padrinho". Foi um disparo de um sinal de fumo azul numa série de animação. Foi uma amizade resgatada num concerto e foi um acto heróico de dois astronautas na Lua com fita adesiva.
    Foi um encontro nos céus entre pai e filho super-heróis, a entrada em campo de Roy Kent, o anti-climático final de época dos East Los Angeles College Huskies, um momento de silêncio após um tiroteio num escritório, uma perna partida num ringue e o desespero por mais uma dose do opióide Oxycontin.

    2021 foi um pouco melhor graças a estes 40 episódios:

1. Succession - 3.09 - All the Bells Say
Realizado por: Mark Mylod, Escrito por: Jesse Armstrong

2. Dave - 2.10 - Dave
Realizado por: Alma Har'el, Escrito por: Dave Burd, Jeff Schaffer

3. Squid Game - 1.06 - Gganbu
Realizado por: Hwang Dong-hyuk, Escrito por: Hwang Dong-hyuk

4. Arcane: League of Legends - 1.09 - The Monster You Created
Realizado por: Pascal Charrue, Jérôme Combe, Arnaud Delord, Escrito por: Ash Brannon, Nick Luddington

5. For All Mankind - 2.10 - The Grey
Realizado por: Sergio Mimica-Gezzan, Escrito por: Ronald D. Moore, Matt Wolpert, Ben Nedivi

6. Mare of Easttown - 1.05 - Illusions
Realizado por: Craig Zobel, Escrito por: Brad Ingelsby

7. Arcane: League of Legends - 1.03 - The Base Violence Necessary for Change
Realizado por: Pascal Charrue, Arnaud Delord, Escrito por: Ash Brannon

8. Succession - 3.08 - Chiantishire
Realizado por: Mark Mylod, Escrito por: Jesse Armstrong

9. Station Eleven - 1.07 - Goodbye My Damaged Home
Realizado por: Lucy Tcherniak, Escrito por: Kim Steele

10. It's a Sin - 1.05 - Episode #1.5
Realizado por: Peter Hoar, Escrito por: Russell T Davies

11. Arcane: League of Legends - 1.06 - When These Walls Come Tumbling Down
Realizado por: Pascal Charrue, Jérôme Combe, Arnaud Delord, Escrito por: Alex Yee

12. Station Eleven - 1.03 - Hurricane
Realizado por: Hiro Murai, Escrito por: Shannon Houston

13. The Premise - 1.02 - Moment of Silence
Realizado por: B.J. Novak, Escrito por: B.J. Novak

14. Invincible - 1.08 - Where I Really Come From
Realizado por: William Ruzicka, Escrito por: Robert Kirkman, Ryan Ottley, Cory Walker

15. Scenes from a Marriage - 1.04 - The Illiterates
Realizado por: Hagai Levi, Escrito por: Hagai Levi

16. Clube da Felicidade - 1.05 - Morte Final
Realizado por: Gonçalo Miranda, Carlos Coutinho Vilhena, Escrito por: Carlos Coutinho Vilhena, Pedro Durão

17. Euphoria - Fuck Anyone Who's Not a Sea Blob
Realizado por: Sam Levinson, Escrito por: Sam Levinson, Hunter Schafer

18. The Underground Railroad - 1.06 - Chapter 6: Tennessee - Proverbs
Realizado por: Barry Jenkins, Escrito por: Nathan Parker

19. Reservation Dogs - 1.06 - Hunting
Realizado por: Sterlin Harjo, Escrito por: Sterlin Harjo, Taika Waititi

20. Arcane: League of Legends - 1.07 - The Boy Savior
Realizado por: Pascal Charrue, Jérôme Combe, Arnaud Delord, Escrito por: Ash Brannon, Nick Luddington

21. Dopesick - 1.04 - Pseudo-Addiction
Realizado por: Michael Cuesta, Escrito por: Jessica Mecklenburg, Danny Strong

22. Last Chance U: Basketball - 1.10 - Bound for Promised Land
Realizado por: Greg Whiteley, Adam Leibowitz, Daniel George, McDonald

23. Ted Lasso - 2.05 - Rainbow
Realizado por: Erica Dunton, Escrito por: Jason Sudeikis, Bill Lawrence, Brendan Hunt

24. Dave - 2.09 - Enlightened Dave
Realizado por: Kitao Sakurai, Escrito por: Luvh Rakhe, Sung-Jin Lee, Jeff Schaffer

25. Succession - 3.05 - Retired Janitors of Idaho
Realizado por: Kevin Bray, Escrito por: Tony Roche, Susan Soon He Stanton

26. Mr. Corman - 1.09 - Mr. Corman
Realizado por: Joseph Gordon-Levitt, Escrito por: Joseph Gordon-Levitt

27. Heels - 1.05 - Swerve
Realizado por: Peter Segal, Escrito por: Michael Waldron

28. What If...? - 1.04 - What If... Doctor Strange Lost His Heart Instead of His Hands?
Realizado por: Bryan Andrews, Escrito por: A. C. Bradley

29. It's a Sin - 1.04 - Episode #1.4
Realizado por: Peter Hoar, Escrito por: Russell T Davies

30. Master of None: Moments in Love - 3.04 - Chapter 4
Realizado por: Aziz Ansari, Escrito por: Aziz Ansari, Lena Waithe, Alan Yang

31. The Underground Railroad - 1.04 - Chapter 4: The Great Spirit
Realizado por: Barry Jenkins, Escrito por: Adrienne Rush

32. Dave - 2.07 - Ad Man
Realizado por: Tony Yacenda, Escrito por: April Shih, Dave Burd, Jeff Schaffer

33. Invincible - 1.07 - We Need to Talk
Realizado por: Vinton Heuck, Escrito por: Robert Kirkman, Ryan Ottley, Simon Racioppa

34. Ted Lasso - 2.12 - Inverting the Pyramid of Success
Realizado por: Declan Lowney, Escrito por: Jason Sudeikis, Bill Lawrence, Brendan Hunt

35. What We Do in the Shadows - 3.06 - The Escape
Realizado por: Yana Gorskaya, Escrito por: Jake Bender, Zach Dunn

36. Rick and Morty - 5.10 - Rickmurai Jack
Realizado por: Jacob Hair, Escrito por: Justin Roiland, Dan Harmon, Jeff Loveness

37. Maid - 1.10 - Snaps
Realizado por: John Wells, Escrito por: Molly Smith Metzler

38. How to with John Wilson - 2.05 - How to Remember Your Dreams
Realizado por: John Wilson, Escrito por: John Wilson, Michael Koman, Susan Orlean

39. Station Eleven - 1.05 - The Severn City Airport
Realizado por: Lucy Tcherniak, Escrito por: Cord Jefferson

40. The Great - 2.06 - A Simple Jape
Realizado por: Matthew Moore, Escrito por: Gretel Vella








As Melhores Novas Séries de 2021

2021 acabou finalmente e, caso não tenham reparado, não foi um ano muito bom. Foi assim que começámos há um ano atrás o nosso artigo das Melhores Novas Séries, com "2020" em vez de 2021. Pouco mudou e a pandemia continua lá fora mas, sejamos francos, 2021 foi melhor do que 2020! E as séries foram reflexo, ou ocasionalmente motor, disso mesmo.
     No arranque do nosso balanço televisivo anual, que também irá folhear os melhores episódios e séries a que assistimos, a casa de partida são as novidades.
    2020 deixou a desejar até nos conteúdos estreados - I May Destroy You (a nossa escolha nº 1 no ano passado), Dave, The Queen's Gambit, The Last Dance, We Are Who We Are, Normal People e Ted Lasso foram sólidos destaques num ano morno.
    E se há 365 dias só conseguimos elogiar 15 estreias, desta vez há matéria para esticar novamente para 20. Notas prévias: não vimos We Are Lady PartsImpeachment nem Midnight Mass; e optámos por considerar os híbridos Inside de Bo Burnham The Beatles: Get Back longas e não séries; fruto da ginástica necessária tivemos que deixar à porta/ sacrificar o elétrico Hit-Monkey, a experiência sonora Calls, a peculiariedade de Made for Love, o dramalhão britânico Too Close, e os promissores embora inconsistentes Yellowjackets e What If...? 

Este Top-20 premeia o fantástico ano para a animação televisiva, surgindo na primeira metade da tabela 3 séries da Netflix (duas delas no pódio) e 3 da HBO.
    Justificamos assim as nossas 20 Melhores Novas Séries de 2021:

1. Arcane: League of Legends (Netflix)
Criado por: Christian Linke, Alex Yee
Elenco: Hailee Steinfeld, Ella Purnell, Jason Spisak, Kevin Alejandro, Harry Lloyd, Katie Leung
IMDb: 9.2 | Rotten Tomatoes: 100% | Metascore: --

    A melhor novidade de 2021 para o Barba Por Fazer. Própria não só para jogadores de League of Legends mas também para neutros (mão levantada), Arcane arrebatou-nos como mais nenhuma nova série num ano recheado de títulos fortes, impressionando sobretudo pela consistência.
    Com um estilo de animação que mescla Into the Spider-Verse com alguns capítulos de Love, Death & Robots, numa combinação 2D/ 3D, Arcane merece a designação de obra-prima.
   A aposta em estrear um Acto de 3 episódios de cada vez (rematando com "The Base Violence Necessary for Change", "When These Walls Come Tumbling Down" e "The Monster You Created" sempre num nível estratosférico) pode ser replicada por outras séries num futuro próximo; a banda sonora, com Sting e Woodkid em principal destaque, também merece uma palavra.

2. Station Eleven (HBO Max)
Criado por: Patrick Somerville
Elenco: Mackenzie Davis, Himesh Patel, Matilda Lawler, David Wilmot, Daniel Zovatto, Nabhaan Rizwan, Caitlin FitzGerald, Gael García Bernal
IMDb: 7.3 | Rotten Tomatoes: 97% | Metascore: 82

    Quando The Leftovers acabou, em 2017, parecia impossível voltar a existir uma série similar na mística e na corajosa habilidade em desprezar fenómenos para focar a 100% a difícil jornada de quem cá continua, ter que continuar a existir. Patrick Somerville fazia parte da equipa de argumentistas de The Leftovers; entretanto criou Maniac com Cary Joji Fukunaga, e em Janeiro de 2020 começaram as filmagens da sua Station Eleven, uma série sobre um pós-pandemia cuja produção se viu interrompida por uma pandemia da vida real... Station Eleven é o herdeiro espiritual de The Leftovers.
    Com 7 dos seus 10 episódios emitidos em 2021 (melhores os que acompanham o passado do que os do presente, embora sempre bem ligados), a série com Mackenzie Davis e Himesh Patel é um puzzle enigmático, um amor difícil e confuso à primeira vista, mas que explode entre camadas nos ímpares 3, 5 e 7.

3. Squid Game (Netflix)
Criado por: Hwang Dong-hyuk
Elenco: Lee Jung-jae, Park Hae-soo, Jung Hoyeon, Anupam Tripathi, Wi Ha-joon, O Yeong-su
IMDb: 8.0 | Rotten Tomatoes: 94% | Metascore: 69

    O fenómeno televisivo de 2021. Quem diria que seria uma série sul-coreana aquela que se tornaria sinónimo de consumo compulsivo e passa-a-palavra?!
    Squid Game é, acima de tudo, uma série eficaz. Na construção de empatia, no visual chamativo e icónico, no comentário social e na lógica afunilada da progressão dos jogos infantis, que avisa o espectador que a dada altura as suas personagens preferidas terão que se eliminar entre si ("Gganbu", o melhor episódio da série, é o apogeu disso mesmo).
    Os contras (a semi-irrelevância do subplot do polícia infiltrado e aqueles VIPS caricaturados) caem quase no esquecimento uma vez que não houve nenhuma série tão viciante e tão universal em 2021.

4. The Underground Railroad (Amazon Prime)
Criado por: Barry Jenkins
Elenco: Thuso Mbedu, Joel Edgerton, Aaron Pierre, Chase Dillon
IMDb: 7.3 | Rotten Tomatoes: 94% | Metascore: 92

    De todas as grandes séries de 2021, The Underground Railroad é a mais difícil de assistir. Pelo peso do tema (escravatura) e pela necessidade de digerir/ respirar entre episódios, algo que supostamente não se quer numa série lançada para bingewatch.
    O diamante da Amazon foi, no entanto, a série mais refinada do ano em termos de Realização (um luxo podermos ter assistido a 10 capítulos com a assinatura da genialidade de Barry Jenkins) e Fotografia. Thuso Mbedu tem tudo para ser uma estrela. 

5. Mare of Easttown (HBO)
Criado por: Brad Ingelsby
Elenco: Kate Winslet, Evan Peters, Jean Smart, Julianne Nicholson, Guy Pearce
IMDb: 8.5 | Rotten Tomatoes: 95% | Metascore: 81

    Kate Winslet numa série só podia dar brilharete. O Whodunnit televisivo do ano revelou-se, gostamos de pensar, o legítimo herdeiro da primeira temporada de True Detective, fazendo mesmo lembrar a temporada de McConaughey e Harrelson no extraordinário 5.º episódio, "Illusions".
    Além da capacidade de segurar o suspense e os pontos de interrogação, Mare of Easttown (não confundir com Mayor of Kingstown) tornou-se "a série que captou na perfeição o sotaque Delco", valendo um Emmy e um Globo para Kate Winslet, sempre em óptima contracena sobretudo com Evan Peters e Julianne Nicholson.

6. It's a Sin (Channel 4)
Criado por: Russell T Davies
Elenco: Olly Alexander, Lydia West, Keeley Hawes, Callum Scott Howells, Nathaniel Curtis, Omari Douglas
IMDb: 8.7 | Rotten Tomatoes: 97% | Metascore: 91

    Russell T Davies sabe como tirar o tapete ao espectador. Fê-lo em Years and Years (2019), e voltou a fazê-lo em 2021 numa mini-série protagonizada por Olly Alexander, o super-talentoso e versátil vocalista dos Years & Years. It's a Sin estreou em Janeiro do ano passado, mas resistiu ao tempo e a estreias mais recentes, conservando-se como um dos destaques máximos do ano.
    Um marcante retrato ao longo de uma década - de 1981 a 1991 - de um unido grupo de amigos, com o HIV/ SIDA a emergir.  

7. Dopesick (Hulu)
Criado por: Danny Strong
Elenco: Michael Keaton, Peter Sarsgaard, Kaitlyn Dever, Michael Stuhlbarg, Rosario Dawson, Will Poulter, John Hoogenakker
IMDb: 8.7 | Rotten Tomatoes: 87% | Metascore: 68

    O mergulho na adição a opióides e aos bastidores desumanos da indústria farmacêutica foi contexto para um dos melhores papéis da carreira de Michael Keaton, vivendo uma espiral de declínio na pele de Dr. Samuel Finnix.
    Apenas com alguns problemas na definição da melhor forma de circular entre analepses e prolepses, Dopesick apostou numa abordagem algo similar a Chernobyl (2019) para, entre comunidade médica, doentes, DEA, advogados, farmacêuticos e vendedores, pintar o quadro geral de causa-efeito e o impacto da crise de opióides na destruição de uma comunidade.
    Keaton está incrível, bem como Kaitlyn Dever e Michael Stuhlbarg. Uma série angustiante mas obrigatória.

8. Last Chance U: Basketball (Netflix)
Criado por: Greg Whiteley
Elenco: John Mosley, Deshaun Highler, Joe Hampton, KJ Allen, Malik Muhammad
IMDb: 8.3 | Rotten Tomatoes: 100% | Metascore: 90

    Depois de 5 temporadas dedicadas ao futebol americano, o conceito documental Last Chance U virou atenções para o basquetebol e acompanhou numa dura viagem de 8 episódios o percurso e o balneário dos East Los Angeles College Huskies, equipa com um registo de 29-1.
    Sonho, sacrifício, potencial, trabalho de equipa, noção de família: temas-chave num documentário com as personalidades certas como ingredientes para uma ressaca mais fácil de The Last Dance.

9. Clube da Felicidade (Youtube)
Criado por: Carlos Coutinho Vilhena
Elenco: Carlos Coutinho Vilhena, Pedro Durão, Catarina Rebelo, Júlio Isidro
IMDb: 8.9 | Rotten Tomatoes: -- | Metascore: --

    Depois de O Resto da Tua Vida, eis o Clube da Felicidade. A ideia original de Carlos Coutinho Vilhena, um exercício com 5 capítulos desde o seu Propósito à Morte Final, foi o melhor conteúdo português deste ano, batendo o primeiro original lusitano na Netflix e a estreia de Bruno Nogueira na SIC, um Princípio, Meio e Fim que mostrou a beleza do erro.
    Permanentemente apaixonado pela ténue fronteira entre realidade e ficção, neste mais maduro Clube CCV deixou-se assaltar pelo peso do passo seguinte e abraçou-o, consciente ilusionista que "todo o sucesso é um fracasso adiado". Arte que merece um palco maior.

10. Hacks (HBO Max)
Criado por: Lucia Aniello, Paul W. Downs, Jean Statsky
Elenco: Jean Smart, Hannah Einbinder, Carl Clemons-Hopkins, Christopher McDonald, Kaitlin Olson
IMDb: 8.2 | Rotten Tomatoes: 100% | Metascore: 81

    Num ano particularmente forte de Jean Smart, Hacks foi o melhor trabalho da actriz septuagenária. Capaz de se sentar à mesa com outras comédias memoráveis deste ano como Ted Lasso, Sex Education ou What We Do in the Shadows, a série da HBO Max terá sido entre estas a que apresentou um nível superior na escrita.
    A relação de amor/ ódio entre Deborah Vance (Smart) e Ava (Hannah Einbinder) cativa qualquer um, num ziguezague de respeito e desrespeito entre uma lenda viva da comédia e uma argumentista que se vê de castigo, obrigada a escrever para ela.

11. Scenes from a Marriage (HBO)
Criado por: Hagai Levi
Elenco: Jessica Chastain, Oscar Isaac
IMDb: 8.1 | Rotten Tomatoes: 81% | Metascore: 70

    A adaptar Ingmar Bergman, o israelita Hagai Levi (um mestre das relações humanas, criou The Affair e In Treatment) escreveu 5 capítulos de um realismo absurdo, com Jessica Chastain e Oscar Isaac a revelarem uma química tal que vê-los actuar tornou-se quase um exercício de voyeurismo.
    Não pensávamos que tão cedo fossemos capazes de encontrar algo que se aproximasse de Marriage Story.. e foi então que surgiu a naturalidade e o desconforto do sincero 4.º capítulo, "The Illiterates". Encham a Jessica e o Oscar de nomeações para tudo e mais alguma coisa.

12. Reservation Dogs (FX, Hulu)
Criado por: Sterlin Harjo, Taika Waititi
Elenco: D'Pharaoh Woon-A-Tai, Devery Jacobs, Lane Factor, Paulina Alexis
IMDb: 8.1 | Rotten Tomatoes: 98% | Metascore: 83

    Estamos em 2022 e, na era dos reboots e dos remakes, ter uma ideia nova parece cada vez mais uma raridade. Mas estamos em 2022 e existe Taika Waititi, e assim há Reservation Dogs, uma série sobre 4 adolescentes indígenas oriundos de uma reserva no Oklahoma, que ambicionam viajar para a Califórnia.
    Indubitavelmente uma das comédias do ano, a série do FX recorreu a uma técnica em voga nos últimos anos: agarrar o espectador, distraí-lo fazendo-o rir e, no fim, aplicar um murro no estômago ao transitar para um registo sério. Um óptimo retrato de ruralidade e do poder do luto num grupo de amigos; um POV único; uma série para continuarmos atentos nos próximos anos.

13. The White Lotus (HBO)
Criado por: Mike White
Elenco: Murray Bartlett, Jennifer Coolidge, Alexandra Daddario, Jake Lacy, Sydney Sweeney, Brittany O'Grady, Connie Britton, Steve Zahn, Fred Hechinger
IMDb: 7.6 | Rotten Tomatoes: 89% | Metascore: 82

    Entretanto promovida a série de antologia, The White Lotus foi a série mais HBO das séries HBO deste ano. 
    Mike White isolou a sua comédia satírica num resort tropical e o elenco homogéneo (destaque, ainda assim, para Murray Bartlett e Jennifer Coolidge, a eterna Stifler's Mom) soltou-se num oásis mascarado, autêntica carta sobre privilégio, impunidade, aparências, sorrisos amarelos e clientes insatisfeitos.
    Uma série de Verão, com um dos genéricos do ano, bastante mais profunda e socialmente relevante do que os conflitos à sua superfície.

14. Maid (Netflix)
Criado por: Molly Smith Metzler
Elenco: Margaret Qualley, Nick Robinson, Andie MacDowell, Rylea Nevaeh Whittet, Anika Noni Rose
IMDb: 8.4 | Rotten Tomatoes: 94% | Metascore: 82

    Em Outubro, não se falava doutra coisa. O exigente drama da Netflix sobre uma jovem mãe (Margaret Qualley) que foge a uma relação abusiva e se multiplica em esforços e desafios enquanto empregada para conquistar a sua independência, foi uma experiência cansativa para qualquer espectador. Um cansaço, parece-nos, procurado pela autora.
    Pode-se questionar se não seria possível contar a mesma história em menos episódios (8 em vez de 10), numa mini-série que deve ter feito bastante pela carreira de Qualley e que nos mostrou um lado de Andie MacDowell (a actuar ao lado da sua filha) que nunca tínhamos visto.

15. Invincible (Amazon Prime)
Criado por: Robert Kirkman
Elenco: Steven Yeun, J. K. Simmons, Sandra Oh, Zazie Beetz, Gillian Jacobs, Zachary Quinto
IMDb: 8.7 | Rotten Tomatoes: 98% | Metascore: 73

    A adaptação da banda desenhada de Robert Kirkman e Cory Walker, publicada pela Image Comics (editora fundada por ex-membros da Marvel) desde 2003, foi uma das novidades de 2021 a nível de animação. Sem contemplações no seu gore e com um elenco vocal de sonho (Steven Yeun, J. K. Simmons, Sandra Oh ou Zachary Quinto, mas também Mahershala Ali, Mark Hamill ou Jon Hamm como pontuais convidados), Invincible apresentou-nos Mark Grayson, um adolescente cujo pai é o super-herói mais poderoso do planeta.
    Embora com tendência para cair num formato procedimental, armadilha comum nas séries de super-heróis, Invincible guardou o melhor para o fim: "We Need to Talk" e "Where I Really Come From" foram do melhor que vimos este ano.

16. Mr. Corman (Apple TV+)
Criado por: Joseph Gordon-Levitt
Elenco: Joseph Gordon-Levitt, Arturo Castro, Debra Winger, Logic, Juno Temple, Hugo Weaving
IMDb: 6.5 | Rotten Tomatoes: 70% | Metascore: 59

    Injustamente mal recebida pela crítica, Mr. Corman evidenciou a fantástica mente de Joseph Gordon-Levitt, que se fartou de experimentar e sair da caixa numa série realizada, escrita e protagonizada por ele. Com um desfecho triste (cancelamento), a viagem à ora perturbada ora fluorescente realidade de um antigo músico que virou professor explorou vários temas fortes com sensibilidade e originalidade. Merecia mais audiência, e mais tempo para se descobrir.

17. Physical (Apple TV+)
Criado por: Annie Weisman
Elenco: Rose Byrne, Rory Scovel, Dierdre Friel, Paul Sparks, Della Saba
IMDb: 7.3 | Rotten Tomatoes: 65% | Metascore: 60

    Physical surge entre as nossas 20 escolhas essencialmente por culpa de Rose Byrne. A actriz australiana carregou a série naquele que terá sido porventura o melhor desempenho da sua carreira.
    O pitoresco mundo da aeróbica serviu de pano de fundo para o acordar de uma dona de casa com distúrbios alimentares, até então condenada a ser o apoio e sombra de um político de segunda linha.
    Com excesso de voz-off e alguma falta de foco como contras, a série deixou-nos com sentimentos mistos. Mas Byrne fez por merecer a renovação da Apple para uma 2.ª temporada. 

18. Time (BBC One)
Criado por: Jimmy McGovern
Elenco: Sean Bean, Stephen Graham, Brian McCardie, Jack McMullen
IMDb: 8.3 | Rotten Tomatoes: 100% | Metascore: --

    A mini-série de 3 episódios da BBC passou ao lado da esmagadora maioria do grande público. Num drama prisional intenso, com Sean Bean num invulgar papel vulnerável como presidiário e Stephen Graham como guarda prisional, Time explorou a culpa e o perdão, contando um tipo de história que já foi contada diversas vezes mas com brutal visceralidade e um elenco irrepreensível.

19. Heels (Starz)
Criado por: Michael Waldron
Elenco: Stephen Amell, Alexander Ludwig, Kelli Berglund, Chris Bauer, Alison Luff
IMDb: 8.1 | Rotten Tomatoes: 96% | Metascore: 73

    Depois de 8 anos como Oliver Queen em Arrow, o canadiano Stephen Amell virou-se para o wrestling, com o viking Alexander Ludgwig como seu irmão. Na sua temporada de estreia, Heels trabalhou bem a ideia de história escrita dentro da história (algo que GLOW já fizera muito bem, num universo temático similar) e fez da relação entre dois irmãos o batimento cardíaco de 9 episódios em que alguns subplots se revelaram algo aborrecidos.
    Com o sempre infalível Chris Bauer como óptima personagem secundária, e um arco bem trabalhado para Crystal, Heels soube desconstruir o que compõe um anti-herói e soube conduzir a narrativa até ao clímax no ringue (sobretudo nos episódios "Swerve" e "Double Turn"). Inevitáveis as comparações com Warrior, filme de 2011 com Tom Hardy e Joel Edgerton.

20. Glória (Netflix)
Criado por: Pedro Lopes
Elenco: Miguel Nunes, Carolina Amaral, Afonso Pimentel, Matt Rippy, Victoria Guerra, Marcello Urgeghe, Stephanie Vogt, Adriano Luz
IMDb: 8.1 | Rotten Tomatoes: -- | Metascore: --

    O primeiro original português na Netflix. Passada nos anos 60 em Glória do Ribatejo, Glória mostrou a capacidade de Portugal produzir bom conteúdo com os valores de produção adequados e, embora inferior a séries nacionais recentes como SaraSul ou os híbridos ensaios entre ficção e realidade de Carlos Coutinho Vilhena (O Resto da tua Vida e O Clube da Felicidade), foi com genuíno interesse que navegámos entre a RARET, um enigma chamado Mia, um vilão do dia-a-dia chamado Ramiro, a PIDE e o KGB.
    Fantástico plano-sequência no sétimo episódio ("A Fuga"), Tiago Guedes a comprovar uma vez mais a sua requintada realização, Miguel Nunes com nota positiva como protagonista, e Carolina Amaral como principal revelação.

6 de janeiro de 2022

100 Jogadores que podem marcar 2022 (1-50)

Anteontem publicámos os primeiros 50 nomes da nossa lista para 2022, e hoje fechamos a centena com aqueles que nos parecem poder vir a ser os maiores destaques. Recordamos que a rubrica "100 Jogadores" é uma tradição anual no Barba Por Fazer (podem consultar no nosso arquivo as edições de 2015 até 2021).

    Dos jogadores elencados, alguns poderão proporcionar transferências sonantes, outros poderão desempenhar um papel crucial nas conquistas dos seus clubes ou selecções, afirmando-se jovens valores e sendo outros tantos os desconhecidos que dirão adeus ao quase-anonimato, passando a ter o seu nome nas bocas dos quatro cantos do planeta futebol.

    Há um ano listámos no nosso Top-50 craques como Messi, Ronaldo, Camavinga, Sancho, Donnarumma, Grealish, Alaba, Sergio Ramos, Wijnaldum, Agüero, Nuno Mendes, Bailey e Upamecano antes das suas transferências. Sem mais demoras, os 50 destaques para 2022:


1. Erling Haaland (Borussia Dortmund) - O norueguês goleador e a vedeta francesa, 2022 é deles. Porém, há algo que faz do avançado do Dortmund o protagonista nº 1 do novo ano civil - a maior incerteza em torno de qual será o seu próximo clube.

2. Kylian Mbappé (PSG) - Parece estar escrito que o seu destino é o Real Madrid, inacreditavelmente a custo zero. 2022 é ano de Mbappé, podendo quiçá surgir algum twist a nível de transferência e chegando ao Qatar para defender o título de campeão do mundo, agora como figura máxima da sua recheada selecção.

3. Lionel Messi (PSG) - Com 7 Bolas de Ouro, o craque argentino terá que aparecer em grande na Liga dos Campeões (tem estado melhor na Champions do que na Ligue 1, curiosamente), prometendo ser quentinho o duelo dos oitavos entre PSG e Real Madrid. No final do ano, há Mundial e veremos até que ponto é que Messi não volta a entrar em modo GOAT como na Copa América 2021.

4. Mohamed Salah (Liverpool) - Na temporada de 2021-22, o craque egípcio do Liverpool tem sido o melhor do mundo, com marginal vantagem sobre Lewandowski. O facto de terminar contrato em 2023 torna a sua renovação um dossier relevante, e veremos se é desta que Mo Salah consegue surgir no pódio da Bola de Ouro.

5. Robert Lewandowski (Bayern Munique) - É difícil aceitar que o polaco não tenha qualquer Bola de Ouro (em 2020, quando não foi entregue, era indiscutivelmente dele, e a de 2021 foi entregue com justiça mas Lewa também merecia). Em 2022 o "factor Mundial" dificulta-lhe a vida, pelo que imaginamos que só tenha uma narrativa forte como argumento se juntar a Champions à Bundesliga, continuando como tão bem sabe a acumular golos e golos em todas as competições.

6. Cristiano Ronaldo (Manchester United) - Já começam a faltar recordes para bater. Em 2022 os pontos de interesse de CR7 são principalmente dois: 1) será Ronaldo capaz de continuar em Old Trafford se os red devils falharem a qualificação para a Champions? 2) como será o rendimento do capitão português naquele que (teoricamente) será o seu último Mundial?

7. Karim Benzema (Real Madrid) - Está a ser um dos melhores do mundo em 21-22, o Real é sempre ele, Vinícius e mais 9, e chegará ao Qatar perfeitamente incorporado no 11 francês, sem polémicas e em total comunhão futebolística.

8. Florian Wirtz (Bayer Leverkusen) - É uma espécie de fotocópia alemã de De Bruyne, fazendo lembrar o belga na forma como conduz em transporte e no poder de decisão. Se geríssemos o Bayern Munique, íamos all-in no camisola 27 dos farmacêuticos.

9. Dusan Vlahovic (Fiorentina) - O destino do possante avançado sérvio parece interligado com o de Haaland. Isto porque quem não conseguir assegurar Haaland... verá invariavelmente no ponta de lança da Fiorentina a melhor alternativa. Quem o atrair, estará a garantir uma máquina de golos capaz de valer 40-50 golos/ época durante as próximas temporadas.

10. Bernardo Silva (Manchester City) - Depois de Salah, tem sido o melhor jogador a actua em Inglaterra. É o português em melhor forma em 21-22, um jogador total, e tem adicionado números bem interessantes ao seu jogo. Consiga a nossa Selecção criar-lhe condições que respeitem a sua criatividade e natureza, e estaremos mais perto do Qatar.

11. Kevin De Bruyne (Manchester City) - O Manchester City tem sido Bernardo+10, mas basta KDB estar saudável e fica clara a sua diferença para todos os restantes intérpretes da turma de Guardiola. Pode já ir tarde para vencer o PFA, mas só com a melhor versão de Kevin De Bruyne em campo o City será capaz de vencer a Champions.

12. Jude Bellingham (Borussia Dortmund) - Tem apenas 18 anos mas é o tipo de jogador que pode levar as equipas de topo em Inglaterra à loucura. Por menos de 70 milhões ninguém o tirará de Dortmund, e é difícil acreditar que Zorc negociará Haaland + Bellingham no mesmo mercado. 

13. Frenkie de Jong (Barcelona) - Dizem as más línguas que o Barcelona equaciona vendê-lo. Se assim for, vemos diversos grandes clubes (Bayern, United, City ou Chelsea, sobretudo) a entrarem num leilão pelo fantástico médio.

14. Vinícius Jr. (Real Madrid) - Demorou um pouco mas, com Ancelotti, Vinícius Jr. está a jogar de acordo com o potencial que sempre lhe auguraram. A continuar assim, o MVP de Espanha é entre ele e o colega Benzema, e Tite não vai resistir a conjugar em campo Vini e Neymar. 

15. Aurelien Tchouameni (Mónaco) - 21 aninhos, um futuro do tamanho do mundo à sua frente. É um dos trincos que mais nos agrada na actualidade, e gostávamos muito de o ver na Premier League.

16. Declan Rice (West Ham) - Juntamente com Bellingham, deve ser o próximo negócio estratosférico a envolver jogadores ingleses. O Manchester United desespera por alguém como ele.

17. Paul Pogba (Manchester United) - O contrato está a chegar ao fim. Há uma pequena chance de Rangnick o fazer mudar de ideias, mas o cenário mais provável é algum gigante (Real Madrid? Juventus?) assinar com Pogba a custo zero.

18. Harry Kane (Tottenham) - Tottenham Forever, agora com Antonio Conte? Ou vai voltar a forçar uma transferência para o Manchester City?

19. Luis Díaz (Porto) - O melhor jogador da Liga portuguesa. Sairá de Portugal pela porta grande, resta saber para que tubarão europeu.

20. Son Heung-Min (Tottenham) - É um dos melhores do mundo e poucos se lembram dele. Tem rendido com todos os treinadores, mas diz a lógica que orientado por Conte pode tornar-se ainda mais eficiente.

21. Christopher Nkunku (RB Leipzig) - Foi um dos principais destaques na fase de grupos da Champions, e vem sendo jornada após jornada um dos melhores da liga alemã. Não fazemos ideia para onde vai, mas duvidamos que continue em Leipzig.

22. Jules Koundé (Sevilha) - No Verão passado esteve com um pé no Chelsea. A transferência deve acabar por acontecer um ano mais tarde. Com 23 anos, não se encontram melhores centrais. E o facto de ter apenas 1,78m ainda o torna mais impressionante, sinceramente.

23. Leroy Sané (Bayern Munique) - Sempre nos fez confusão a forma como Guardiola prescindiu dele, tendo Sané desde muito cedo quase um perfil "finalista de Bola de Ouro". A adaptação a Munique está consumada e em 2022 podem contar com ele a todo o gás na Champions e no Campeonato do Mundo.

24. Neymar Jr. (PSG) - Estranhamente, um dos jogadores mais subvalorizados da actualidade, em grande parte por culpa própria. Com qualidade técnica para ser o 2.º melhor do mundo, Neymar teima em tornar difícil (quase impossível, por vezes) a criação de empatia. Em 2022, pode anunciar que o Qatar será o seu último Mundial, e veremos se é desta que não se lesiona na altura de disputar os oitavos-de-final da Champions.

25. Virgil van Dijk (Liverpool) e Rúben Dias (Manchester City) - Disputam o título e disputam também o estatuto de melhor central a actuar na Premier League. Quem levará a melhor?

26. Youri Tielemans (Leicester City) - No sempre bem gerido Leicester, o belga Tielemans é o jogador com mais mercado. 50-60 milhões podem estar a caminho do King Power Stadium.

27. Aleksandar Mitrovic (Fulham) - 22 golos em 22 jogos de Championship é muita fruta, especialmente se considerarmos que o recorde da competição está fixado em 30. Importa por isso a pergunta: ficará no Fulham de Marco Silva até ao final da época, batendo por larga margem o recorde? Ou sai em Janeiro para um clube desesperado por contar com um goleador?

28. Alexander Isak (Real Sociedad) - Na hora de dizer quem são os pontas de lança do futuro, Haaland e Vlahovic são nomes na ponta da língua. O sueco Isak precisa de outros números, mas pode vir a ter uma palavra a dizer.

29. Romelu Lukaku (Chelsea) - A vida em Stamford Bridge nunca lhe correu bem, mas já foi muito feliz em Inglaterra ao serviço do Everton e WBA. Que Lukaku vai ter Tuchel em 2022: aquele que foi coroado Jogador do Ano em Itália e deu o título ao Inter, ou aquele que era alvo de chacota por parte dos adeptos do Manchester United?

30. Sébastien Haller (Ajax) - Com mais 1 golo do que Lewandowski e mais 3 do que Mohamed Salah, o poderoso ponta de lança quererá segurar em 2022 o posto de melhor marcador da Liga dos Campeões. Primeiro adversário na fase a eliminar? Benfica.

31. Dimitri Payet (Marselha) - Em 2022 pode-se esperar mais do mesmo por parte do excêntrico criativo francês: golos de levantar o estádio, passes primorosos a isolar os colegas e algumas garrafas das bancadas em direcção à sua cabeça.

32. Trent Alexander-Arnold (Liverpool) e Reece James (Chelsea) - Dois laterais direitos, dois jogadores ingleses, e dois dos elementos com maior rendimento nesta edição da Premier League. No 11 do ano, só há lugar para um; vantagem para Trent, mas a coisa promete.

33. Kalvin Phillips (Leeds United) - Depois de um estrondoso Europeu ao lado de Declan Rice, Phillips continuou na turma de Bielsa, e o facto de ter falhado diversos jogos por lesão está directamente ligado ao fraco desempenho recente do Leeds. Se os peacocks continuarem a arder, é natural que Phillips salte fora.

34. Theo Hernández (AC Milan) - Autêntica locomotiva do emblema vermelho e preto de Milão, o mais novo dos irmãos Hernández não foi convocado para o Euro 2020. No entanto, o novo esquema da França, com 3 centrais, torna muito provável a sua titularidade no Qatar como ala esquerdo.

35. Aaron Ramsdale (Arsenal) - Monumental a evolução de Ramsdale, guardião que entre Bournemouth e Sheffield United ainda não nos tinha convencido, mas hoje leva vantagem como Most Improved Player da Premier League. A continuar assim, haverá pressão dos adeptos e da imprensa para Gareth Southgate abdicar de Pickford em nome dele.

36. Patrik Schick (Bayer Leverkusen) - Brilhou no Europeu, e não pára de marcar na Bundesliga. Lewandowski é o favorito para se sagrar melhor marcador na Alemanha, mas Haaland e Schick prometem concorrência apertada. Era o ponta de lança perfeito para este renovado Arsenal.

37. Ansu Fati, Pedri e Ferrán Torres (Barcelona) - Neste moribundo Barcelona pós-Messi, cabe às jóias Fati e Pedri, e ao reforço oriundo do Manchester City, não deixarem o colosso espanhol cair numa espiral de insucesso. Um peso gigante nos ombros de três miúdos com 19 e 21 anos. 

38. Ryan Gravenberch (Ajax) - Aos 19 anos de idade, o imponente (1,90m) médio de passada larga é já um dos centro-campistas mais completos do planeta. Temos muita curiosidade para ver quem tira de Amesterdão um jogador que claramente vai marcar a próxima década.

39. Domenico Berardi (Sassuolo) - O campeão europeu manteve-se no Sassuolo, e é um dos poucos grandes jogadores que não está em equipas de Champions/ Liga Europa. Tem 27 anos, está no ponto, e é hora de assinar o seu derradeiro grande contrato.

40. Renato Sanches (Lille) - Está cada vez mais perto o ingresso do Bulo num novo emblema. Pode tornar-se uma das caras do novo Newcastle, ou optar por um clube em que o projecto seja uma certeza maior. Se chegarmos ao Qatar, ai do seleccionador que não o encare como titular.

41. João Cancelo (Manchester City) - Na forma em que está, é um dos melhores laterais do mundo. Não pudemos contar com ele no Euro 2020, mas o Mundial 2022 tem obrigatoriamente que significar a estreia de Cancelo numa fase final por Portugal!

42. Yves Bissouma (Brighton) - Esteve em vias de se juntar a Benjamin Mendy no "Futebol Clube das Prisões" mas acabou ilibado. É peça-chave no esquema de Graham Potter, e um médio defensivo de transferência provável para uma equipa do Top-6 britânico.  

43. Pedro Gonçalves (Sporting) - 4 jogos, 4 golos. Foi assim a Liga dos Campeões de Pote, mostrando o 28 leonino a capacidade de render ao mais alto nível. Pedro Gonçalves tem muitos golos para marcar se quiser reduzir a distância para Darwin e Luis Díaz na tentativa de renovar o seu estatuto de melhor marcador da Liga; e no Verão, caberá a Amorim, Varandas e Viana analisar as ofertas que chegarem a Alvalade.

44. Lorenzo Pellegrini (Roma) - É muito provavelmente o melhor jogador da Roma de José Mourinho (pelo menos enquanto Zaniolo não explodir) e guarda a mágoa de ter falhado o Euro 2020 por lesão. Desejamos que compita por uma vaga no Qatar, mas uma vez que o caminho transalpino cruza com o português, seria bom sinal Pellegrini falhar nova grande competição.

45. Karim Adeyemi (RB Salzburgo) - Erling Haaland está de saída do Dortmund. E dizem os rumores que o seu substituto pode chegar precisamente do clube anterior do norueguês.

46. Diogo Jota (Liverpool) - O melhor marcador português na Premier League (mais 2 golos do que Ronaldo e 3 que Bernardo Silva) deve continuar elétrico e irrequieto, consolidando a sua importância no 11 de uma das melhores equipas do mundo. Salah, Mané e Jota.. que trio.

47. Raphinha (Leeds United) - Um farol distinto no cinzento e irreconhecível futebol do Leeds esta época, o antigo jogador do Sporting e do Vit. Guimarães começa a fazer por merecer um clube com outras aspirações. No Qatar, é difícil imaginá-lo como titular, mas seguramente estará entre os 14 mais utilizados por Tite.

48. Emile Smith Rowe (Arsenal) - 2022 deve representar a afirmação progressiva de um dos talentos mais fiáveis dos gunners. Smith Rowe merece o 10 que tem nas costas, e aparenta personalidade que chegue para não acusar a missão de porta-estandarte deste Arsenal de Arteta, evoluindo em conjunto com Saka, Ben White, Ramsdale, Gabriel, Tierney e Odegaard.

49. Isco (Real Madrid) - A caminho dos 30 anos e a terminar contrato em Junho, Francisco Alarcón Suárez pode ressuscitar a carreira no novo ano, tenha ele ganas e escolha ele o clube certo. Em muitos pode virar figura.

50. Conor Gallagher (Crystal Palace) - Produto das escolas do Chelsea, aquele que se perfila nesta altura como um dos candidatos a Jovem do Ano na Premier League tem crescido de empréstimo em empréstimo entre Charlton, Swansea e WBA. No Crystal Palace de Patrick Vieira, o médio centro fez o suficiente para merecer uma chamada de Southgate, e em 2022-23 deve integrar o leque de médios de Thomas Tuchel.

4 de janeiro de 2022

100 Jogadores que podem marcar 2022 (51-100)


 Respeitando uma tradição anual, o Barba Por Fazer antecipa o conjunto de jogadores que têm condições para deixar uma forte marca no novo ano. O oitavo capítulo desta rubrica (podem consultar no nosso arquivo as edições de 2015 a 2021) faz-se com a pandemia in media res, embora o panorama actual, "apenas" com jogos adiados, atletas afastados por testes positivos e necessidade de comprovativos de testagem por parte dos adeptos, seja seguramente menos mau do que vários capítulos anteriores da história.
    O futebol, como toda a sociedade, colecciona hoje diferentes formas de incerteza. 2022 ficará invariavelmente marcado pelo Mundial do Qatar, disputado entre Novembro e Dezembro, que será motivo de adaptação por parte dos clubes, possibilitando no entanto umas merecidas férias, descanso e o recarregar de baterias para tantos jogadores de elite no próximo Verão.
    Se a nível de Bola de Ouro/ The Best, o Mundial 2022 sugará atenções (é expectável que seja fácil vender a narrativa de que o Melhor Jogador do campeonato do mundo seja também coroado melhor do mundo), prejudicando por exemplo as pretensões de glória e distinção máxima individual de craques em forma como Salah e Lewandowski, a verdade é que de Janeiro a Novembro o foco de todos os adeptos serão as competições internas e europeias, os clubes. Nesta fase, França e Alemanha parecem ter o seu final fácil de adivinhar, mas prometem emoções fortes as lutas a 3 na Premier League e na Liga Bwin, a intromissão de outsiders na luta pelo Top-4 numa La Liga que deve cair para o Real, e uma Serie A em que se multiplicam candidatos uns atrás dos outros.

    Há precisamente um ano, constavam nestes primeiros 50 lugares jogadores como Pedri, Florian Wirtz, Vlahovic e Antony antes de se tornarem alguns dos jovens preferidos do planeta futebol, ou atletas como Ben White ou Buendía antes das suas transferências.

   Hoje lançamos os jogadores da 100.ª à 51.ª posição, e dentro de alguns dias a primeira metade de 2022. Temos em destaque:


50. Antony (Ajax) - O extremo direito brasileiro era claramente nome para estar no nosso Top-50, mas assim talvez consiga um destaque maior como cabeça-de-cartaz. Criativo, fortíssimo no 1 para 1, significará no final de 2022 uma óptima dor de cabeça para Tite, que contará com ele, com Neymar, Vinícius Jr., Raphinha ou Paquetá. Antes disso, resta saber se o Ajax o conseguirá segurar.

51. Jonathan David (Lille) - O Lille caiu muito de 20-21 para 21-22, mas o canadiano Jonathan David tem feito trajectória contrária aos colegas. Forte com os dois pés, não deve ter dificuldade em atingir a melhor marca de golos da carreira, e o mau momento do clube pode facilitar uma mudança de ares no Verão, ou mesmo neste Inverno.

52. Marco Asensio (Real Madrid) - Ancelotti tem reputação como especialista em fazer renascer jogadores, espremendo ao máximo o valor de cada um. Asensio estava algo perdido, mas subitamente começa-se a assumir como forte opção para integrar um trio temível com Benzema e Vini.

53. Arnaut Danjuma (Villarreal) - O Championship era pequeno para ele, e o Villarreal soube "roubá-lo" aos emblemas da Premier. Natural de Lagos (Nigéria) e internacional pelos Países Baixos, Danjuma parece-nos um daqueles casos que ainda tem muito mais para crescer.

54. Florian Grillitsch (Hoffenheim) - Assumindo que não renovará (termina contrato em Junho), o Hoffenheim vai perder uma das suas grandes figuras e algum clube vai ganhar um refinado médio defensivo. Continua na Bundesliga ou experimenta outras paragens?

55. Amine Gouiri (Nice) - É provavelmente o jogador mais especial do Nice, e por isso faz confusão quando Galtier opta por Delort-Dolberg no ataque. Ainda nos custa a acreditar como é que o Lyon o libertou em 2020 por apenas 7 milhões de euros...

56. Téji Savanier (Montpellier) - Um pouco à imagem da tardia explosão de Papu Gómez na Atalanta e na Serie A, em França um dos maiores craques tem 29 anos, 1,71m e é (ainda) injustamente um desconhecido para muitos. Savanier é um luxo.

57. Julián Álvarez (River Plate) - Eleito melhor jogador da América do Sul, está na hora certa de abraçar a sua primeira experiência no futebol europeu. La Liga?

58. Darwin Núñez (Benfica) - O uruguaio preferido dos benfiquistas não perdeu o seu jeito trapalhão, mas está lançado para fechar a temporada com uma marca próxima de 30 golos no conjunto de todas as competições. Vem aí super-negócio para os lados da Luz ou continua a amadurecer de água ao peito?

59. Matheus Nunes (Sporting) - Saiu João Mário, explodiu Matheus Nunes. Já internacional A por Portugal, o número 8 do Sporting continua a surpreender jornada após jornada, revelando um gostinho especial por jogos grandes. O seu perfil físico é raro e, embora haja Pote, Palhinha e Porro, Matheus Nunes pode tornar-se a próxima grande venda do Sporting. 

60. Mario Pasalic (Atalanta) - Demorou mais do que muitos esperavam, mas Pasalic atingiu finalmente o patamar que muitos lhe apontavam quando se tornou profissional. Os melhores jogos do fantástico clube de Bérgamo têm tido esta época, quase sempre, Pasalic e Zapata em grande.

61. Giovanni Simeone (Hellas Verona) - O filho de Simeone já tinha dado um ar da sua graça em Florença e ao serviço do Cagliari, mas neste Hellas Verona, Giovanni não consegue parar de marcar. Vlahovic é o favorito para melhor marcador em Itália, mas Immobile e Simeone prometem perseguição feroz.

62. Patson Daka (Leicester City) - Desde que assinou pelos foxes, Daka destacou-se sobretudo na Liga Europa (ficou na retina, claro está, aquele póker ao Spartak Moscovo). O legítimo herdeiro de Jamie Vardy promete continuar a evoluir, e cabe a Rodgers saber gerir da melhor forma a variedade de opções ofensivas (Vardy, Daka, Iheanacho, Maddison e Barnes, entre outros).

63. Kamaldeen Sulemana (Rennes) - Um dos jogadores mais entusiasmantes na Ligue 1, Sulemana saiu do Nordsjaelland (na posição 86 encontram novos craques em potência do clube dinamarquês) e não demorou a fazer estragos em França. Parece estar no clube e campeonato adequados às suas características. 

64. Khvicha Kvaratskhelia (Rubin Kazan) - Um dos dribladores mais imprevisíveis e geniais da actualidade, o georgiano Kvaratskhelia é um negócio da China à espera de acontecer. Torcemos para que venha a ter um treinador que saiba limar o seu produto final sem condicionar em demasia a sua faceta indomável e futebol de rua.

65. Emmanuel Dennis (Watford) - Jogada meia temporada, é um dos principais candidatos a Reforço do Ano na Premier League tendo custado apenas 4 milhões ao Watford. Ighalo estará contente com este seu compatriota a seguir-lhe as pisadas no clube.

66. Carlos Soler (Valência) - Em Valência desde que nasceu, o médio centro dos morcegos pode estar a preparar uma emocionante despedida. Preparem os lenços de papel no Mestalla.

67. Gavi (Barcelona) - Tem 17 anos mas joga como se tivesse 24. O seleccionador Luis Enrique adora-o e, apesar da crise instalada no Barça, será bom ver Gavi a crescer com Xavi.

68. Romain Faivre (Brest) - Esteve com um pé em Milão, mas acabou por continuar em França. Sempre com a bola colada ao pé, Faivre vai seguramente dar o salto nos próximos meses. E escolher o clube certo pode revelar-se determinante para toda a sua carreira.

69. Mikkel Damsgaard (Sampdoria) - Deslumbrou tudo e todos no Euro 2020, conquistando a titularidade depois do susto de Eriksen, mas o seu rendimento no regresso à Serie A tem desiludido. A continuar assim (a desvalorizar) alguém pode vir a fazer um excelente negócio com a Sampdoria.

70. Gaëtan Laborde (Rennes) - Destaque sistemático no Montpellier, fez por merecer a transferência para o Rennes. Não será protagonista de nova transferência, mas os seus golos serão determinantes na luta pelo 2.º lugar da Ligue 1.

71. Juanmi (Bétis) - Uma das histórias da época em Espanha é o brutal salto qualitativo de Juanmi, aos 28 anos e sob as orientações de Pellegrini. Que continue a marcar e a manter vivo o sonho da Champions.

72. Rafa (Benfica) - A viver a melhor época da carreira (em 18/ 19 Rafa marcava muito mas não contribuía tanto para o jogo dos colegas), o extremo encarnado acabará por ser um dos candidatos a Jogador do Ano em Portugal.

73. Jarrod Bowen (West Ham) - Super-directo, previsível nos movimentos mas dificílimo de travar, Bowen está às portas da lotada selecção inglesa e parece mesmo o tipo de jogador que Klopp pediria aos seus superiores.

74. Silas Mvumpa (Estugarda) - Silas Mvumpa, outrora Silas Wamangituka, tornou-se um dos casos do futebol em 2021 quando denunciou o seu empresário e revelou a sua verdadeira identidade, assumindo a sua verdadeira idade (1 anos mais velho do que se pensava) e apelido. Esteve suspenso, mas aos poucos começa a ser reintegrado. A Bundesliga é melhor com ele num vaivém constante pela direita.

75. Jota (Celtic) - Terrivelmente gerido pelo Benfica, como tantos outros jovens do seu ano como Florentino ou Gedson, Jota encontrou por fim no Celtic o ambiente indicado para soltar todo o seu futebol. Dada a módica opção de compra, as águias não o verão mais, mas a continuar assim não é líquido que o gigante de Glasgow o consiga segurar depois de comprar.

76. Sven Botman (Lille) - Contam-se pelos dedos de uma mão os centrais do nível de Botman que ainda não representam os maiores clubes da Europa. Fala-se no Newcastle como destino do parceiro de José Fonte, e seria uma contratação fantástica dos endinheirados magpies.

77. Ludovic Ajorque (Estrasburgo) - Consolidado como figura do Estrasburgo, Ajorque é um dos melhores Girouds da actualidade. Um tanque (1,97m e 90kg) difícil de anular e perfeito para um certo estilo de jogo.

78. Nico Schlotterbeck (Friburgo) - No sensacional Friburgo de Christian Streich, os irmãos Nico e Keven são destaques assíduos no coração da defesa. Entre eles, ambos esquerdinos, Nico é aquele que chama mais a nossa atenção. É bem capaz de chegar à selecção em 2022.

79. Denis Zakaria (Gladbach) - O trinco suiço precisa de um novo desafio na sua carreira para não estagnar. Acaba contrato em Junho, portanto a transferência parece inevitável.

80. Luis Sinisterra (Feyenoord) - Não há muitos jogadores que driblem mais por jogo do que o colombiano do Feyenoord. Adama Traoré, Saint-Maximin, Mbappé, Alphonso Davies, Neymar ou Savanier podem gabar-se disso. Se o clube de Roterdão está na luta com Ajax e PSV, muito o deve ao seu talismã.

81. Jurrien Timber (Ajax) - Frank De Boer surpreendeu muita gente quando convocou Timber (sem qualquer internacionalização à data) para o Euro 2020. Alguns meses depois, ninguém coloca em causa essa decisão. O gémeo Timber mais talentoso é um defesa versátil e, mediante a sábia gestão de plantel que o Ajax faz ano após ano, é natural que ainda continue por Amesterdão mais uns tempos.

82. Mohamed Bayo (Clermont Foot) - O guineense Bayo foi peça-chave na promoção do Clermont com 22 golos, e na sua estreia na Ligue 1 já leva 9. É um finalizador nato e aguardamos com curiosidade qual será o seu próximo clube.

83. Ilya Zabarnyi (Dínamo Kiev) - Embora apenas com 19 anos, não se estranha que Zabarnyi já tenha 18 internacionalizações pela Ucrânia quando se vê a maturidade do jovem central em campo. Pep Guardiola tem vários centrais, mas Zabarnyi é exactamente o tipo de defesa que o hispânico gosta nesta fase.

84. Williot Swedberg (Hammarby) - Médio elegante, com capacidade de transporte e remate preciso. Este sueco de 17 anos é um dos nomes mais falados da nova geração escandinava.

85. Claudinho (Zenit) - Foi surpreendente quando Cláudio Parisi, conhecido no futebol como Claudinho, não saiu do Red Bull Bragantino para Salzburgo ou Leipzig. A porta de entrada na Europa foi o Zenit, mas esperamos que não fique por lá muito tempo.

86. Mohammed Diomandé e Andreas Schjelderup (Nordsjaelland) - Cada vez mais com ADN vincado de aposta na formação, e sucessivos frutos gerados pela academia Right to Dream, o Nordsjaelland é hoje um viveiro de talentos. Diomandé (20 anos) e o Schjelderup (17 anos) têm ambos todo o ar de Ajax.

87. Oihan Sancet (Athletic Bilbao) - Ainda por definir se será médio ofensivo ou um jogador mais estático devido à sua boa relação com o golo, Sancet é o atleta basco em que interessa ter os olhos postos em 2022.

88. Wilfried Singo (Torino) - Numa altura em que os esquemas com 3 centrais estão na moda, mora em Turim um ala direito à espera de ser descoberto pelos grandes emblemas. Já internacional A pela Costa do Marfim, Singo conjuga o fulgor físico para fazer todo o corredor com uma altura (1,90m) invulgar.

89. Adam Hlozek (Sparta Praga) - Depois de um final de temporada extraordinário em 20-21, Hlozek não correspondeu às elevadas expectativas quando teve oportunidade no Euro 2020. Na nova época, está a marcar menos e a assistir mais; ainda não é certo que tipo de jogador será (o mais provável é notabilizar-se como Segundo Avançado, embora um pouco como Ferran Torres possa actuar sozinho na frente ou no corredor) mas o campeonato checo é cada vez mais pequeno para o seu potencial.

90. Vitinha (Porto) - No esquema físico e rigoroso de Sérgio Conceição, a qualidade de Vítor Ferreira, ou Vitinha, delicia qualquer adepto. Sem contar com Luis Díaz (a anos-luz de todos os colegas), tem sido por diversas vezes o melhor dragão em campo. Confiem-lhe em definitivo a titularidade e pode estar a nascer o próximo João Moutinho.

91. Ângelo (Santos) - Considerado "o próximo Neymar", o menino de 16 anos do Peixe tem atraído as atenções de todos os olheiros. Se tivermos a tendência dos tubarões europeus comprarem talento (Vinícius Jr., Rodrygo, Reinier, Kayky) quase à nascença, Ângelo pode ser o próximo a assinar um compromisso precoce.

92. Samuel Lino (Gil Vicente) - Os grandes portugueses não podem ficar a dormir. A realizar a sua melhor temporada de sempre, e a cumprir o 3.º ano em Barcelos, Samuel Lino (21 anos) parece reunir o necessário para vingar ao serviço de Sporting, Porto ou Benfica. Dá gosto a sua verticalidade e impressionam as suas diagonais a partir da esquerda.

93. Arsen Zakharyan (Dínamo Moscovo) - A forma como o Dínamo tem batido o pé ao Zenit na luta pelo 1.º posto da Premier-Liga tem muito dedo de Zakharyan, a nova coqueluche russa, que chegou a ter um pé no Euro 2020.

94. Maarten Vandevoordt (Genk) - Fenómeno das balizas no FM, Vandevoordt (19 anos, 1,90m e titular no Genk pela 2.ª temporada consecutiva) é um dos guarda-redes mais promissores da actualidade. Mas oxalá tenha mais sorte na sua carreira do que Svilar.

95. Ben Brereton (Blackburn) - Internacional chileno, nascido em Stoke-on-Trent, Big Ben é um dos avançados mais interessantes do Championship e acaba contrato no próximo Verão. Quem o agarra?

96. Benjamin Sesko (RB Salzburgo) - O principal craque do gigante austríaco surge na parte 2 deste exercício, e entre os talentos sucessores de Haaland, Mané, Keita, Upamecano ou Daka podíamos destacar o promissor central polaco Kamil Piatkowski, mas a opção recaiu no alto (1,94m) esloveno Sesko, um ponta de lança cuja importância no elenco deve aumentar com a iminente saída de Adeyemi.

97. Kaiky (Santos) - É o principal projecto de central no Brasileirão. Com apenas 17 primaveras, tudo indica que um dos problemas dos próximos anos será distinguir o Kaiky central do Kayky extremo.

98. Gonçalo Esteves (Sporting) - Este miúdo vai ser um caso sério. Com um atrevimento geralmente visto apenas nos prodígios, o lateral direito é um projecto de futuro e Rúben Amorim sabe o diamante que tem em mãos. Quando Pedro Porro sair, a explosão acontecerá.

99. Max Kilman (Wolves) - Nos lobos laranjas de Bruno Lage, o jovem central britânico de 24 anos tem evoluído a olhos vistos. Uma história silenciosa mas que começa a merecer ser destaque.

100. André Franco e Chiquinho (Estoril) - Na equipa-sensação da liga portuguesa, o médio ofensivo de 23 anos e o extremo de 21 já deram provas de que são jogadores para outros voos. Resta saber se o salto será interno ou se algum fará as malas para uma equipa de segundo plano no estrangeiro.