10 de janeiro de 2022

As Melhores Novas Séries de 2021

2021 acabou finalmente e, caso não tenham reparado, não foi um ano muito bom. Foi assim que começámos há um ano atrás o nosso artigo das Melhores Novas Séries, com "2020" em vez de 2021. Pouco mudou e a pandemia continua lá fora mas, sejamos francos, 2021 foi melhor do que 2020! E as séries foram reflexo, ou ocasionalmente motor, disso mesmo.
     No arranque do nosso balanço televisivo anual, que também irá folhear os melhores episódios e séries a que assistimos, a casa de partida são as novidades.
    2020 deixou a desejar até nos conteúdos estreados - I May Destroy You (a nossa escolha nº 1 no ano passado), Dave, The Queen's Gambit, The Last Dance, We Are Who We Are, Normal People e Ted Lasso foram sólidos destaques num ano morno.
    E se há 365 dias só conseguimos elogiar 15 estreias, desta vez há matéria para esticar novamente para 20. Notas prévias: não vimos We Are Lady PartsImpeachment nem Midnight Mass; e optámos por considerar os híbridos Inside de Bo Burnham The Beatles: Get Back longas e não séries; fruto da ginástica necessária tivemos que deixar à porta/ sacrificar o elétrico Hit-Monkey, a experiência sonora Calls, a peculiariedade de Made for Love, o dramalhão britânico Too Close, e os promissores embora inconsistentes Yellowjackets e What If...? 

Este Top-20 premeia o fantástico ano para a animação televisiva, surgindo na primeira metade da tabela 3 séries da Netflix (duas delas no pódio) e 3 da HBO.
    Justificamos assim as nossas 20 Melhores Novas Séries de 2021:

1. Arcane: League of Legends (Netflix)
Criado por: Christian Linke, Alex Yee
Elenco: Hailee Steinfeld, Ella Purnell, Jason Spisak, Kevin Alejandro, Harry Lloyd, Katie Leung
IMDb: 9.2 | Rotten Tomatoes: 100% | Metascore: --

    A melhor novidade de 2021 para o Barba Por Fazer. Própria não só para jogadores de League of Legends mas também para neutros (mão levantada), Arcane arrebatou-nos como mais nenhuma nova série num ano recheado de títulos fortes, impressionando sobretudo pela consistência.
    Com um estilo de animação que mescla Into the Spider-Verse com alguns capítulos de Love, Death & Robots, numa combinação 2D/ 3D, Arcane merece a designação de obra-prima.
   A aposta em estrear um Acto de 3 episódios de cada vez (rematando com "The Base Violence Necessary for Change", "When These Walls Come Tumbling Down" e "The Monster You Created" sempre num nível estratosférico) pode ser replicada por outras séries num futuro próximo; a banda sonora, com Sting e Woodkid em principal destaque, também merece uma palavra.

2. Station Eleven (HBO Max)
Criado por: Patrick Somerville
Elenco: Mackenzie Davis, Himesh Patel, Matilda Lawler, David Wilmot, Daniel Zovatto, Nabhaan Rizwan, Caitlin FitzGerald, Gael García Bernal
IMDb: 7.3 | Rotten Tomatoes: 97% | Metascore: 82

    Quando The Leftovers acabou, em 2017, parecia impossível voltar a existir uma série similar na mística e na corajosa habilidade em desprezar fenómenos para focar a 100% a difícil jornada de quem cá continua, ter que continuar a existir. Patrick Somerville fazia parte da equipa de argumentistas de The Leftovers; entretanto criou Maniac com Cary Joji Fukunaga, e em Janeiro de 2020 começaram as filmagens da sua Station Eleven, uma série sobre um pós-pandemia cuja produção se viu interrompida por uma pandemia da vida real... Station Eleven é o herdeiro espiritual de The Leftovers.
    Com 7 dos seus 10 episódios emitidos em 2021 (melhores os que acompanham o passado do que os do presente, embora sempre bem ligados), a série com Mackenzie Davis e Himesh Patel é um puzzle enigmático, um amor difícil e confuso à primeira vista, mas que explode entre camadas nos ímpares 3, 5 e 7.

3. Squid Game (Netflix)
Criado por: Hwang Dong-hyuk
Elenco: Lee Jung-jae, Park Hae-soo, Jung Hoyeon, Anupam Tripathi, Wi Ha-joon, O Yeong-su
IMDb: 8.0 | Rotten Tomatoes: 94% | Metascore: 69

    O fenómeno televisivo de 2021. Quem diria que seria uma série sul-coreana aquela que se tornaria sinónimo de consumo compulsivo e passa-a-palavra?!
    Squid Game é, acima de tudo, uma série eficaz. Na construção de empatia, no visual chamativo e icónico, no comentário social e na lógica afunilada da progressão dos jogos infantis, que avisa o espectador que a dada altura as suas personagens preferidas terão que se eliminar entre si ("Gganbu", o melhor episódio da série, é o apogeu disso mesmo).
    Os contras (a semi-irrelevância do subplot do polícia infiltrado e aqueles VIPS caricaturados) caem quase no esquecimento uma vez que não houve nenhuma série tão viciante e tão universal em 2021.

4. The Underground Railroad (Amazon Prime)
Criado por: Barry Jenkins
Elenco: Thuso Mbedu, Joel Edgerton, Aaron Pierre, Chase Dillon
IMDb: 7.3 | Rotten Tomatoes: 94% | Metascore: 92

    De todas as grandes séries de 2021, The Underground Railroad é a mais difícil de assistir. Pelo peso do tema (escravatura) e pela necessidade de digerir/ respirar entre episódios, algo que supostamente não se quer numa série lançada para bingewatch.
    O diamante da Amazon foi, no entanto, a série mais refinada do ano em termos de Realização (um luxo podermos ter assistido a 10 capítulos com a assinatura da genialidade de Barry Jenkins) e Fotografia. Thuso Mbedu tem tudo para ser uma estrela. 

5. Mare of Easttown (HBO)
Criado por: Brad Ingelsby
Elenco: Kate Winslet, Evan Peters, Jean Smart, Julianne Nicholson, Guy Pearce
IMDb: 8.5 | Rotten Tomatoes: 95% | Metascore: 81

    Kate Winslet numa série só podia dar brilharete. O Whodunnit televisivo do ano revelou-se, gostamos de pensar, o legítimo herdeiro da primeira temporada de True Detective, fazendo mesmo lembrar a temporada de McConaughey e Harrelson no extraordinário 5.º episódio, "Illusions".
    Além da capacidade de segurar o suspense e os pontos de interrogação, Mare of Easttown (não confundir com Mayor of Kingstown) tornou-se "a série que captou na perfeição o sotaque Delco", valendo um Emmy e um Globo para Kate Winslet, sempre em óptima contracena sobretudo com Evan Peters e Julianne Nicholson.

6. It's a Sin (Channel 4)
Criado por: Russell T Davies
Elenco: Olly Alexander, Lydia West, Keeley Hawes, Callum Scott Howells, Nathaniel Curtis, Omari Douglas
IMDb: 8.7 | Rotten Tomatoes: 97% | Metascore: 91

    Russell T Davies sabe como tirar o tapete ao espectador. Fê-lo em Years and Years (2019), e voltou a fazê-lo em 2021 numa mini-série protagonizada por Olly Alexander, o super-talentoso e versátil vocalista dos Years & Years. It's a Sin estreou em Janeiro do ano passado, mas resistiu ao tempo e a estreias mais recentes, conservando-se como um dos destaques máximos do ano.
    Um marcante retrato ao longo de uma década - de 1981 a 1991 - de um unido grupo de amigos, com o HIV/ SIDA a emergir.  

7. Dopesick (Hulu)
Criado por: Danny Strong
Elenco: Michael Keaton, Peter Sarsgaard, Kaitlyn Dever, Michael Stuhlbarg, Rosario Dawson, Will Poulter, John Hoogenakker
IMDb: 8.7 | Rotten Tomatoes: 87% | Metascore: 68

    O mergulho na adição a opióides e aos bastidores desumanos da indústria farmacêutica foi contexto para um dos melhores papéis da carreira de Michael Keaton, vivendo uma espiral de declínio na pele de Dr. Samuel Finnix.
    Apenas com alguns problemas na definição da melhor forma de circular entre analepses e prolepses, Dopesick apostou numa abordagem algo similar a Chernobyl (2019) para, entre comunidade médica, doentes, DEA, advogados, farmacêuticos e vendedores, pintar o quadro geral de causa-efeito e o impacto da crise de opióides na destruição de uma comunidade.
    Keaton está incrível, bem como Kaitlyn Dever e Michael Stuhlbarg. Uma série angustiante mas obrigatória.

8. Last Chance U: Basketball (Netflix)
Criado por: Greg Whiteley
Elenco: John Mosley, Deshaun Highler, Joe Hampton, KJ Allen, Malik Muhammad
IMDb: 8.3 | Rotten Tomatoes: 100% | Metascore: 90

    Depois de 5 temporadas dedicadas ao futebol americano, o conceito documental Last Chance U virou atenções para o basquetebol e acompanhou numa dura viagem de 8 episódios o percurso e o balneário dos East Los Angeles College Huskies, equipa com um registo de 29-1.
    Sonho, sacrifício, potencial, trabalho de equipa, noção de família: temas-chave num documentário com as personalidades certas como ingredientes para uma ressaca mais fácil de The Last Dance.

9. Clube da Felicidade (Youtube)
Criado por: Carlos Coutinho Vilhena
Elenco: Carlos Coutinho Vilhena, Pedro Durão, Catarina Rebelo, Júlio Isidro
IMDb: 8.9 | Rotten Tomatoes: -- | Metascore: --

    Depois de O Resto da Tua Vida, eis o Clube da Felicidade. A ideia original de Carlos Coutinho Vilhena, um exercício com 5 capítulos desde o seu Propósito à Morte Final, foi o melhor conteúdo português deste ano, batendo o primeiro original lusitano na Netflix e a estreia de Bruno Nogueira na SIC, um Princípio, Meio e Fim que mostrou a beleza do erro.
    Permanentemente apaixonado pela ténue fronteira entre realidade e ficção, neste mais maduro Clube CCV deixou-se assaltar pelo peso do passo seguinte e abraçou-o, consciente ilusionista que "todo o sucesso é um fracasso adiado". Arte que merece um palco maior.

10. Hacks (HBO Max)
Criado por: Lucia Aniello, Paul W. Downs, Jean Statsky
Elenco: Jean Smart, Hannah Einbinder, Carl Clemons-Hopkins, Christopher McDonald, Kaitlin Olson
IMDb: 8.2 | Rotten Tomatoes: 100% | Metascore: 81

    Num ano particularmente forte de Jean Smart, Hacks foi o melhor trabalho da actriz septuagenária. Capaz de se sentar à mesa com outras comédias memoráveis deste ano como Ted Lasso, Sex Education ou What We Do in the Shadows, a série da HBO Max terá sido entre estas a que apresentou um nível superior na escrita.
    A relação de amor/ ódio entre Deborah Vance (Smart) e Ava (Hannah Einbinder) cativa qualquer um, num ziguezague de respeito e desrespeito entre uma lenda viva da comédia e uma argumentista que se vê de castigo, obrigada a escrever para ela.

11. Scenes from a Marriage (HBO)
Criado por: Hagai Levi
Elenco: Jessica Chastain, Oscar Isaac
IMDb: 8.1 | Rotten Tomatoes: 81% | Metascore: 70

    A adaptar Ingmar Bergman, o israelita Hagai Levi (um mestre das relações humanas, criou The Affair e In Treatment) escreveu 5 capítulos de um realismo absurdo, com Jessica Chastain e Oscar Isaac a revelarem uma química tal que vê-los actuar tornou-se quase um exercício de voyeurismo.
    Não pensávamos que tão cedo fossemos capazes de encontrar algo que se aproximasse de Marriage Story.. e foi então que surgiu a naturalidade e o desconforto do sincero 4.º capítulo, "The Illiterates". Encham a Jessica e o Oscar de nomeações para tudo e mais alguma coisa.

12. Reservation Dogs (FX, Hulu)
Criado por: Sterlin Harjo, Taika Waititi
Elenco: D'Pharaoh Woon-A-Tai, Devery Jacobs, Lane Factor, Paulina Alexis
IMDb: 8.1 | Rotten Tomatoes: 98% | Metascore: 83

    Estamos em 2022 e, na era dos reboots e dos remakes, ter uma ideia nova parece cada vez mais uma raridade. Mas estamos em 2022 e existe Taika Waititi, e assim há Reservation Dogs, uma série sobre 4 adolescentes indígenas oriundos de uma reserva no Oklahoma, que ambicionam viajar para a Califórnia.
    Indubitavelmente uma das comédias do ano, a série do FX recorreu a uma técnica em voga nos últimos anos: agarrar o espectador, distraí-lo fazendo-o rir e, no fim, aplicar um murro no estômago ao transitar para um registo sério. Um óptimo retrato de ruralidade e do poder do luto num grupo de amigos; um POV único; uma série para continuarmos atentos nos próximos anos.

13. The White Lotus (HBO)
Criado por: Mike White
Elenco: Murray Bartlett, Jennifer Coolidge, Alexandra Daddario, Jake Lacy, Sydney Sweeney, Brittany O'Grady, Connie Britton, Steve Zahn, Fred Hechinger
IMDb: 7.6 | Rotten Tomatoes: 89% | Metascore: 82

    Entretanto promovida a série de antologia, The White Lotus foi a série mais HBO das séries HBO deste ano. 
    Mike White isolou a sua comédia satírica num resort tropical e o elenco homogéneo (destaque, ainda assim, para Murray Bartlett e Jennifer Coolidge, a eterna Stifler's Mom) soltou-se num oásis mascarado, autêntica carta sobre privilégio, impunidade, aparências, sorrisos amarelos e clientes insatisfeitos.
    Uma série de Verão, com um dos genéricos do ano, bastante mais profunda e socialmente relevante do que os conflitos à sua superfície.

14. Maid (Netflix)
Criado por: Molly Smith Metzler
Elenco: Margaret Qualley, Nick Robinson, Andie MacDowell, Rylea Nevaeh Whittet, Anika Noni Rose
IMDb: 8.4 | Rotten Tomatoes: 94% | Metascore: 82

    Em Outubro, não se falava doutra coisa. O exigente drama da Netflix sobre uma jovem mãe (Margaret Qualley) que foge a uma relação abusiva e se multiplica em esforços e desafios enquanto empregada para conquistar a sua independência, foi uma experiência cansativa para qualquer espectador. Um cansaço, parece-nos, procurado pela autora.
    Pode-se questionar se não seria possível contar a mesma história em menos episódios (8 em vez de 10), numa mini-série que deve ter feito bastante pela carreira de Qualley e que nos mostrou um lado de Andie MacDowell (a actuar ao lado da sua filha) que nunca tínhamos visto.

15. Invincible (Amazon Prime)
Criado por: Robert Kirkman
Elenco: Steven Yeun, J. K. Simmons, Sandra Oh, Zazie Beetz, Gillian Jacobs, Zachary Quinto
IMDb: 8.7 | Rotten Tomatoes: 98% | Metascore: 73

    A adaptação da banda desenhada de Robert Kirkman e Cory Walker, publicada pela Image Comics (editora fundada por ex-membros da Marvel) desde 2003, foi uma das novidades de 2021 a nível de animação. Sem contemplações no seu gore e com um elenco vocal de sonho (Steven Yeun, J. K. Simmons, Sandra Oh ou Zachary Quinto, mas também Mahershala Ali, Mark Hamill ou Jon Hamm como pontuais convidados), Invincible apresentou-nos Mark Grayson, um adolescente cujo pai é o super-herói mais poderoso do planeta.
    Embora com tendência para cair num formato procedimental, armadilha comum nas séries de super-heróis, Invincible guardou o melhor para o fim: "We Need to Talk" e "Where I Really Come From" foram do melhor que vimos este ano.

16. Mr. Corman (Apple TV+)
Criado por: Joseph Gordon-Levitt
Elenco: Joseph Gordon-Levitt, Arturo Castro, Debra Winger, Logic, Juno Temple, Hugo Weaving
IMDb: 6.5 | Rotten Tomatoes: 70% | Metascore: 59

    Injustamente mal recebida pela crítica, Mr. Corman evidenciou a fantástica mente de Joseph Gordon-Levitt, que se fartou de experimentar e sair da caixa numa série realizada, escrita e protagonizada por ele. Com um desfecho triste (cancelamento), a viagem à ora perturbada ora fluorescente realidade de um antigo músico que virou professor explorou vários temas fortes com sensibilidade e originalidade. Merecia mais audiência, e mais tempo para se descobrir.

17. Physical (Apple TV+)
Criado por: Annie Weisman
Elenco: Rose Byrne, Rory Scovel, Dierdre Friel, Paul Sparks, Della Saba
IMDb: 7.3 | Rotten Tomatoes: 65% | Metascore: 60

    Physical surge entre as nossas 20 escolhas essencialmente por culpa de Rose Byrne. A actriz australiana carregou a série naquele que terá sido porventura o melhor desempenho da sua carreira.
    O pitoresco mundo da aeróbica serviu de pano de fundo para o acordar de uma dona de casa com distúrbios alimentares, até então condenada a ser o apoio e sombra de um político de segunda linha.
    Com excesso de voz-off e alguma falta de foco como contras, a série deixou-nos com sentimentos mistos. Mas Byrne fez por merecer a renovação da Apple para uma 2.ª temporada. 

18. Time (BBC One)
Criado por: Jimmy McGovern
Elenco: Sean Bean, Stephen Graham, Brian McCardie, Jack McMullen
IMDb: 8.3 | Rotten Tomatoes: 100% | Metascore: --

    A mini-série de 3 episódios da BBC passou ao lado da esmagadora maioria do grande público. Num drama prisional intenso, com Sean Bean num invulgar papel vulnerável como presidiário e Stephen Graham como guarda prisional, Time explorou a culpa e o perdão, contando um tipo de história que já foi contada diversas vezes mas com brutal visceralidade e um elenco irrepreensível.

19. Heels (Starz)
Criado por: Michael Waldron
Elenco: Stephen Amell, Alexander Ludwig, Kelli Berglund, Chris Bauer, Alison Luff
IMDb: 8.1 | Rotten Tomatoes: 96% | Metascore: 73

    Depois de 8 anos como Oliver Queen em Arrow, o canadiano Stephen Amell virou-se para o wrestling, com o viking Alexander Ludgwig como seu irmão. Na sua temporada de estreia, Heels trabalhou bem a ideia de história escrita dentro da história (algo que GLOW já fizera muito bem, num universo temático similar) e fez da relação entre dois irmãos o batimento cardíaco de 9 episódios em que alguns subplots se revelaram algo aborrecidos.
    Com o sempre infalível Chris Bauer como óptima personagem secundária, e um arco bem trabalhado para Crystal, Heels soube desconstruir o que compõe um anti-herói e soube conduzir a narrativa até ao clímax no ringue (sobretudo nos episódios "Swerve" e "Double Turn"). Inevitáveis as comparações com Warrior, filme de 2011 com Tom Hardy e Joel Edgerton.

20. Glória (Netflix)
Criado por: Pedro Lopes
Elenco: Miguel Nunes, Carolina Amaral, Afonso Pimentel, Matt Rippy, Victoria Guerra, Marcello Urgeghe, Stephanie Vogt, Adriano Luz
IMDb: 8.1 | Rotten Tomatoes: -- | Metascore: --

    O primeiro original português na Netflix. Passada nos anos 60 em Glória do Ribatejo, Glória mostrou a capacidade de Portugal produzir bom conteúdo com os valores de produção adequados e, embora inferior a séries nacionais recentes como SaraSul ou os híbridos ensaios entre ficção e realidade de Carlos Coutinho Vilhena (O Resto da tua Vida e O Clube da Felicidade), foi com genuíno interesse que navegámos entre a RARET, um enigma chamado Mia, um vilão do dia-a-dia chamado Ramiro, a PIDE e o KGB.
    Fantástico plano-sequência no sétimo episódio ("A Fuga"), Tiago Guedes a comprovar uma vez mais a sua requintada realização, Miguel Nunes com nota positiva como protagonista, e Carolina Amaral como principal revelação.

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