31 de maio de 2022

Balanço Final - Premier League 21/ 22

Que monumento do desporto é esta Premier League, a melhor liga do mundo! Saciando amantes de futebol por todo o planeta, a liga inglesa voltou a fazer das suas e a servir-nos um menu imprevisível, em que não houve um minuto 93:20 ("Agueeerooooo") mas houve um intervalo de seis minutos (3 golos do campeão Manchester City entre os 76' e os 81' diante do Aston Villa) capaz de sentenciar um turbilhão de emoções.
    O 4.º campeonato do City em 5 anos foi desde cedo uma luta a dois, voltando Guardiola e Klopp a levar as suas equipas ao limite, à superação constante e à quase-perfeição. No final, foram 93 pontos contra 92, podendo Oleksandr Zinchenko envolver o troféu com as cores da sua Ucrânia.
    Mesmo sem ter um ponta de lança (abram alas para Haaland!), o Manchester City conseguiu ser o melhor ataque da prova (99 golos), sofrendo tão poucos (26) como o rival Liverpool. O clube de Anfield, sempre pódio nos últimos 4 anos e vice em duas ocasiões, foi a equipa que menos derrotas acumulou (apenas West Ham e Leicester somaram 3 pontos contra os reds), não tendo porém conseguido alcançar qualquer vitória contra os restantes membros do Top-4: Man City, Chelsea e Tottenham.

    Quando deu para desviar o olhar da luta entre City e Liverpool, viu-se um Chelsea desorientado (marcado por uma declaração desnecessária de Lukaku, pelas lesões dos seus laterais e pela saída de cena de Abramovich), um Manchester United que conseguiu a proeza de cair 4 lugares na tabela depois de se reforçar com Ronaldo, Sancho e Varane, e embora o infantário do Arsenal tenha superado as expectativas e mostrado que há razões para confiar no futuro, há para os lados dos gunners inevitável frustração ao deixar escapar, quando dependiam só de si, o Top-4 e a Champions para o grande rival Tottenham, como sempre catalisado pela sintonia de Son e Kane, e com o italiano Antonio Conte a deixar sinais que a curto-prazo talvez possam ser os spurs o principal intruso na dicotomia do topo da classificação.
    Na época em que o Everton quase desceu, dizem adeus Burnley (nas 5 épocas anteriores tinha-se salvo tangencialmente em 3), Watford e Norwich, substituídos pelo Fulham de Marco Silva, pelo Bournemouth e pelo histórico Nottingham Forest. Das equipas promovidas, o sensacional Brentford acabou por ser a única a assegurar a sua continuidade. Sensacionais foram também o Newcastle (a equipa de Eddie Howe foi a 3.ª melhor na segunda volta, isto depois de nas primeiras 14 jornadas registar 0 vitórias, 7 empates e 7 derrotas), o Brighton e o Crystal Palace.
    Em jeito de curiosidade e balanço, foram 9 as equipas que mudaram de treinador no decorrer da época: Tottenham, Manchester United, Newcastle, Aston Villa, Everton, Leeds United e os 3 clubes relegados para o Championship.

    Acompanhem-nos então numa análise à época das 20 equipas da Premier League, sistematizando ideias-chave, o que correu bem, o que correu mal, quem brilhou e quem desiludiu:


 MANCHESTER CITY (1)

    Quando Pep Guardiola chegou a Manchester, o normal em Inglaterra era o vencedor da Premier League mudar anualmente. Neste momento, o City pode-se gabar de ter conquistado 4 dos últimos 5 campeonatos, com 100, 98, 86 e 93 pontos.
    Em 2021/ 22, os citizens voltaram a deliciar os amantes de futebol (por 7 vezes marcaram 5 ou mais golos) com um vendaval ofensivo mesmo sem contar nas suas fileiras com um 9. O futuro rima com Erling Haaland e os campeões ingleses merecem ver o norueguês a vestir de azul celeste.
    Mantendo a maldição na Liga dos Campeões, o City foi incontestável vencedor da Premier ao morar no 1.º lugar desde a jornada 15 até à 38. O Liverpool, em comparação, esteve em primeiro apenas uma jornada.
     Ficará na memória o Manchester City 3-2 Aston Villa da última jornada, uma emocionante reviravolta com 3 golos apontados aos minutos 76 (Gündogan), 78 (Rodri) e 81 (Gündogan) e excelente resposta às críticas do outrora rival Evra, que acusara o City de não ter personalidade ou líderes.
    No ano em que o City sofreu apenas 1 golo de bola parada e em que chegou aos 99 golos mesmo sem ter um super avançado ou alguém capaz de marcar acima de 15 golos, Guardiola voltou a escrever novas páginas de genialidade com Bernardo Silva a recuperar importância (melhor jogador do City na primeira volta), Cancelo a mudar-se para o lado esquerdo da defesa, Laporte a roubar a titularidade de Stones e Rodri a completar o curso para ser o 6 ideal num esquema de Pep. Faltou só outro rendimento do caríssimo Grealish, embora seja frequente os reforços de Guardiola só se soltarem no 2.º ano, e nunca faltou Kevin De Bruyne, MVP do campeonato e melhor médio do mundo, capaz de carregar a equipa, dizer presente nos momentos difíceis e parecer um jogador à parte mesmo em jogos com 22 estrelas em campo.
    Senhor do futebol inglês, cabe ao City dar o passo que falta e conquistar a tão desejada Champions, surgindo sempre novos desafios e metas para uma equipa exemplar no bom futebol, na inteligência, no compromisso e na fome de fazer sempre mais, fazendo quase sempre diferente.

Destaques: Kevin De Bruyne, Bernardo Silva, João Cancelo, Rodri, Phil Foden

 LIVERPOOL (2)

    Quase. Nunca na História do futebol inglês uma equipa venceu os 4 troféus (Premier League, Champions League, FA Cup e Carabao Cup) numa só época. Ao longo de 63 jogos, os comandados de Jürgen Klopp (no clube desde 2015 e já renovou até 2026) venceram as duas taças, ficaram a 1 ponto do topo da liga e perderam a final da máxima competição europeia de clubes diante do Real Madrid.
    A equipa de Anfield foi a que menos perdeu nesta Premier, com apenas duas derrotas diante de West Ham e Leicester, mas vacilou nos jogos grandes, não conseguindo vencer qualquer um dos restantes 3 membros do Top-4 final. Foram 2 empates contra o Manchester City (num par de jogos em que os campeões foram superiores), 2 empates contra o Chelsea e 2 empates contra o Tottenham.
    O regresso ao nível de 2019 e 2020 e aos mais de 90 pontos em 114 possíveis só foi possível graças ao reencontro de Alisson (melhor guarda-redes em Inglaterra) com a sua melhor forma e à possibilidade de voltar a contar com o centralão van Dijk a 100%, sem quaisquer lesões. Matip conquistou o merecido reconhecimento, Trent Alexander-Arnold deixou bem claro que ofensivamente é o melhor lateral-direito do mundo, Thiago Alcântara mostrou-se por fim adaptado ao país, aos colegas e ao ritmo e ideias do treinador e, além da habitual regularidade de Robertson, Mané (segue-se o Bayern?) e Fabinho, brilhou Diogo Jota na 1.ª volta e o super-reforço Luis Díaz na segunda.
    Mas houve, claro, um certo craque egípcio acima de todos. Mo Salah foi uma vez mais uma das figuras do campeonato, e quase obrigaria à encomenda de uma estátua caso tivesse mantido o nível da primeira volta (marcou 15 golos nas primeiras 17 jornadas). Infelizmente para os reds, o pós-CAN do número 11 foi de inesperado contraste, passando de melhor jogador do mundo a alguém que marcou apenas em 2 dos 10 jogos finais.
    92 pontos foram mais do que Real Madrid, PSG, Bayern Munique e AC Milan precisaram para vencer os seus campeonatos. O único problema do Liverpool é mesmo existir o ainda mais perfeito Manchester City. 

Destaques: Mohamed Salah, Trent Alexander-Arnold, Virgil van Dijk, Andy Robertson, Joel Matip

 CHELSEA (3)

    Quando esperávamos que o Chelsea de Tuchel usasse a conquista da Champions da época passada como catalisador para esta Premier League, a realidade trouxe a guerra e o flop do ano desta edição.
    A guerra na Ucrânia ditou o fim do reinado do oligarca russo Roman Abramovich, que 19 anos depois viu-se obrigado a vender o clube ao consórcio de Todd Boehly. Em campo, a surpresa pela negativa foi mesmo Romelu Lukaku. O poderoso avançado belga era visto como o jogador que aproximaria os blues da luta pelo título mas quando todos esperávamos a sua versão de Milão, aquilo que vimos foi a sua versão de Manchester, sem chama, num desperdício de talento iniciado numa idiota entrevista que, compreensivelmente, não caiu bem a Thomas Tuchel.
    A 18 pontos do 2.º lugar, o Chelsea sofreu não só com o processo Lukaku (não houve cereja no topo do bolo) mas também com as lesões dos laterais James e Chilwell e com o clima de indefinição até se formalizar a transição Abramovich-Boehly.
    Mason Mount (o mais consistente dos elementos do meio-campo e ataque numa bizarra época em que 21 diferentes jogadores marcaram golos pelo Chelsea), Reece James, Thiago Silva e Rüdiger foram alguns dos destaques numa temporada que marca o fim da viagem para vários jogadores da linha defensiva londrina (Rüdiger, Azpilicueta, Christensen e Marcos Alonso vão todos embora), não se podendo excluir similar revolução a meio-campo com as possíveis saídas de Jorginho e Kanté. Este Chelsea foi uma ilha, com a Champions quase sempre segura e o título numa galáxia muito, muito distante; e o próximo Chelsea o que será?

Destaques: Reece James, Antonio Rüdiger, Thiago Silva, Mason Mount, Kai Havertz

 TOTTENHAM (4)

    Hoje, parece a anos-luz de distância aquela altura em que o Tottenham foi orientado por Nuno Espírito Santo. NES foi o escolhido de Levy e Paratici, mas durou apenas 10 jornadas.
    A garantia da qualificação directa para a Champions foi resultado principalmente de duas coisas: o tempo que Harry Kane precisou para digerir a transferência falhada para o Manchester City, e a confiança que a direcção acabou por dar a Conte na hora de reforçar o plantel em Janeiro.
    Com Son Heung-Min (um dos 3 melhores jogadores e 2 melhores marcadores desta Premier League) sempre em alta rotação, os spurs sofreram com o "apagão" de Kane, com aquele que é um dos melhores avançados do mundo a marcar apenas 1 golo nas primeiras 15 jornadas. Daí para a frente, Hurricane acordou e a dupla mais produtiva da História da Premier League (Son-Kane) espalhou qualidade, golos e assistências de todas as formas e feitios.
    Kulusevski (muita atenção ao sueco na próxima época), Romero (o Ruben Dias argentino) e Bentancur foram reforços a sério, e se tivermos em consideração a capacidade do Tottenham ombrear com City (os spurs venceram os campeões nas duas voltas) e Liverpool (empataram com os reds em casa e fora), pode estar aqui o clube mais capaz de "chatear" os 2 super-favoritos.
    Agora que Kane não vai a lado nenhum, resta apenas saber mimar Antonio Conte com os jogadores que o italiano peça. Como os últimos anos mostram, entre Chelsea e Inter, Conte tem uma certa tendência para ter sempre as malas preparadas. 

Destaques: Son Heung-Min, Harry Kane, Dejan Kulusevski, Cristian Romero, Rodrigo Bentancur

 ARSENAL (5)

    Pode-se olhar para a época do Arsenal e ver o copo meio cheio ou o copo meio vazio. Por um lado, os gunners subiram 3 lugares em comparação com as duas últimas temporadas, viram vários jovens talentos crescer e chegaram à última jornada com hipóteses de regressar ao Top-4 e à Liga dos Campeões. Por outro, o Top-4 e a Champions (que dificilmente seriam objectivos realistas no começo da época) só não aconteceram porque o Arsenal, quando só dependia de si, falhou no derby do Norte de Londres e na deslocação ao reduto do Newcastle, jogos em que se sentiu a inexperiência do grupo.
    Chegados ao fim da história, é fácil olhar para trás e identificar o mercado de Janeiro como um dos momentos decisivos. Ninguém esperava que o Arsenal, com legítimas chances de aproveitar as más épocas dos rivais, não tentasse contratar um ponta de lança depois de deixar sair Aubameyang; e no final, pareceu curto ver o jovem Nketiah a ser a principal esperança de golos de um emblema a tentar ser Top-4 na Premier League.
    Arteta não terá achado muita graça ao super-rendimento de Guendouzi no Marselha, mas terá ficado deliciado com o crescimento de Saliba na equipa de Sampaoli, faltando perceber se o central francês forçará ou não uma transferência em definitivo para a sua nova paixão. Em Londres, Bukayo Saka transformou o ódio gratuito que sofreu no final do Europeu em combustível para uma época fantástica, Ramsdale (grande quantidade de defesas impossíveis e muita coragem) surpreendeu-nos chegando mesmo a ser o melhor guardião da 1.ª volta, Odegaard consolidou-se como um líder sereno do grupo, e Ben White-Gabriel provaram óptima relação no coração da defesa. A este leque juntaram-se ainda os produtos da formação Smith Rowe, Gabriel Martinelli e Nketiah, que só precisam de continuar a ser aposta para se tornarem tudo aquilo que se espera deles.

Destaques: Bukayo Saka, Aaron Ramsdale, Martin Odegaard, Gabriel Magalhães, Ben White

 MANCHESTER UNITED (6)

    Uma época para esquecer. Desilusão do ano em Inglaterra, o Manchester United conseguiu a proeza de passar de 2.º para 6.º depois de (supostamente) se fortalecer com Cristiano Ronaldo, Jadon Sancho e Raphaël Varane, adquiridos por uma verba total de 160 milhões de euros.
    Como se explica então o annus horribilis em Old Trafford? Não é fácil. Num ano de várias humilhações (0-5 e 0-4 contra o Liverpool, 1-4 contra o Manchester City, 2-4 contra o Leicester, 1-4 contra o Watford, 0-4 contra o Brighton), os red devils mostraram em campo a total desorientação e falta de identidade ou projecto, torcendo agora para que Erik ten Hag (1.º treinador no pós-Sir Alex que parece encaixar na filosofia que tão bem caracterizou este gigante nos anos 90 e '00) não cometa os erros de Solskajer e Rangnick.
    Ironicamente, o melhor jogo do ano do United foi o 1.º - um arranque que prometia mundos e fundos com Bruno Fernandes a marcar um hat-trick, Pogba a conseguir um póker de assistências e Mason Greenwood (entretanto riscado, como não poderia deixar de ser mediante o seu comportamento fora de campo) a dar a entender que este seria o seu ano. Depois veio Cristiano Ronaldo e o craque português de 37 anos acabou por colocar o United com o "síndrome selecção portuguesa", por culpa dos treinadores, ao condicionar e "secar" jogadores como Bruno Fernandes, Sancho ou Rashford. Saber gerir CR7, figura de peso inigualável e máximo destaque individual (vêm à cabeça os hat-tricks contra Tottenham e Norwich e os bis contra o Arsenal e no seu 1.º jogo) à custa de versões mais ricas e equilibradas, será uma das principais tarefas de ten Hag que, no geral, sabe que dificilmente pode fazer pior do que uma equipa que sofreu 57 golos e marcou também 57 golos.
    Desta vez, além de Ronaldo, apenas De Gea e Fred marcaram pontos. Com ten Hag, esperam-se muitas caras novas e uma equipa mais viva e vibrante, sendo expectáveis bons desempenhos de Bruno Fernandes e Sancho, e gerando bastante curiosidade o processo Maguire (capitão de equipa mas com uma época embaraçosa de tão fraca).

Destaques: Cristiano Ronaldo, David De Gea, Fred

 WEST HAM (7)

    Para início de conversa fica bem dizer que só houve duas equipas a derrotar Manchester City, Liverpool e Chelsea em 2021/ 22: uma foi o Real Madrid, a outra foi o West Ham.
    Em boa verdade, os londrinos hammers mereciam o 6.º lugar desta época - marcaram mais golos do que o Manchester United e sofreram menos golos do que o Manchester United. Neste certame, impressionou sobretudo a capacidade do West Ham "partir" jogos e semear o caos contra Guardiola (2-2 no Etihad com um bis de Bowen, tendo a vitória contra o City acontecido nas grandes penalidades na Carabao), Klopp (vitória caseira por 3-2) ou Tuchel (nova vitória caseira por 3-2).
    Ao contrário do Leicester que não soube conciliar altas performances na Europa com o aproveitamento a nível interno, o West Ham mostrou tarimba de equipa grande, chegando até às meias-finais da Liga Europa (perderam com o Eintracht Frankfurt, que viria a levantar o troféu) sem deixar de realizar uma Premier League bem interessante.
    Com o vergonhoso capítulo de Zouma a meio caminho, ficou sempre a sensação que o West Ham esteve a um ponta de lança de distância de sonhar com coisas diferentes. Michail Antonio (épico mês de Agosto) fez uns golitos, mas os grandes destaques foram mesmo Declan Rice e Jarrod Bowen, dois jogadores com nível de Top-4. Na época da emocionante despedida do "Mr. West Ham" Mark Noble (22 anos ao serviço do clube), Rice mostrou estar mais do que preparado para herdar a braçadeira, enchendo o campo como poucos. Já Bowen, passou a dezena de golos e a dezena de assistências, e não surpreenderá se der o salto.

Destaques: Declan Rice, Jarrod Bowen, Michail Antonio, Aaron Cresswell

 LEICESTER CITY (8)

    Depois de 2 anos consecutivos às portas do Top-4, o Leicester City de Brendan Rodgers realizou uma época fraquinha, regressando ao patamar de 2018/ 19. 
    Semi-finalistas da Liga Conferência, os foxes até acabaram bem melhor do que toda a temporada deu a entender. Afinal, o 8.º lugar foi a posição mais alta em que o Leicester esteve nesta edição, ocupando-a apenas momentaneamente à jornada 16 e, ao cair do pano, numa ultrapassagem a Brighton e Wolves. O 5.º melhor ataque com tantas contrariedades demonstra que este pode ter sido um mero acidente de percurso, esperando-se mais do Leicester nas próximas temporadas.
    Além do foco dividido entre competições europeias (Liga Europa, num primeiro momento, e depois sim a Conference) e campeonato, o Leicester acusou a brutal instabilidade no seu 11 inicial, com uma praga de lesões a privar o treinador escocês de contar durante largos períodos com Fofana, Ndidi, Vardy ou Evans. A título de exemplo, em meados de Fevereiro o Leicester deslocava-se a Anfield com 2 médios defensivos como centrais.
    No meio de tudo isto, James Maddison (12 golos e 8 assistências) fartou-se de jogar à bola, e Dewsbury-Hall saiu beneficiado com tantas baixas entre os habituais titulares. Mesmo com bastantes jogos a menos, o lendário Jamie Vardy (35 anos) chegou aos 15 golos e Youri Tielemans (acaba contrato em 2023) deve ter feito as despedidas do King Power Stadium.

Destaques: James Maddison, Jamie Vardy, Harvey Barnes, Kiernan Dewsbury-Hall

 BRIGHTON (9)

    À terceira vez com Graham Potter, a classificação do Brighton fez finalmente justiça ao futebol praticado pela equipa-sensação de 2021/ 22. Tudo o que tem caracterizado os seagulls continuou lá: a proposta de jogo ousada, enérgica e cheia de personalidade, e o super-aproveitamento de quase todos os seus activos.
    Olhando para o percurso, saltam à vista o excelente arranque (12 pontos nas primeiras cinco jornadas) e a óptima conclusão - 5 vitórias nos últimos 8 jogos, impondo derrotas a Tottenham (fora), Arsenal (fora) e Manchester United (goleada por 4-0).
    O Brighton, com o plantel avaliado em 255 milhões de euros pelo Transfermarkt (apenas 4 equipas da Premier "valem" menos), mostra que Potter faz muito com pouco. Acreditamos que assim continue, e que o técnico de 47 anos esteja destinado a outros voos, mas será conveniente um maior reforço, sobretudo para as posições mais avançadas.
    Pensar neste Brighton & Hove Albion é pensar em Marc Cucurella (uma das melhores contratações do ano, exímio a dar profundidade no corredor esquerdo mas sábio e flexível para também actuar a 3.º central), em Yves Bissouma (no momento certo para dar o salto) e Leandro Trossard (à falta de maior inspiração de Maupay e Welbeck, sobressaiu o extremo belga).

Destaques: Marc Cucurella, Yves Bissouma, Leandro Trossard, Adam Webster, Moisés Caicedo 

 WOLVES (10)

    A 1.ª experiência de Bruno Lage na Premier League ficou abaixo dos melhores trabalhos de Nuno Espírito Santo (2019 e 2020) mas o 10.º posto final tem um travezinho a injustiça se for tido em conta o facto dos wolves terem passado 22 jornadas em 8.º e o arranque surreal com uma série de resultados negativos em jogos dominados pelo Wolverhampton.
    Depois de um reforço de plantel abaixo do exigível, o Wolves venceu em Old Trafford, venceu no Tottenham Hotspur Stadium, empatou com o Chelsea nas duas voltas e, no conjunto dos 4 jogos contra City e Liverpool, vendeu cara a derrota em três ocasiões, com aquele póker monumental de Kevin De Bruyne a servir de excepção.
     Constatar que os wolves foram a 5.ª melhor defesa do campeonato (apenas o Top-4 sofreu menos golos) não surpreende tendo em conta as exibições monumentais de José Sá e a regularidade de todo o seu sector defensivo, com especial destaque para Kilman e Coady, deixando Toti Gomes bons apontamentos na recta final. Também não surpreende, em sentido inverso, o estatuto de 4.º pior ataque (38 golos, pior só os três que desceram) mediante a veia pouco goleadora de Raúl e de Hwang, e a timidez/ irregularidade de Podence, Trincão (não funcionou), Adama Traoré (meia época até rumar a Barcelona) ou Pedro Neto (muito tempo lesionado).
    Em 2022/ 23 esperam-se mais golos, reforços a sério (muitos deles seguramente com ligação ao futebol português) e é possível que esta tenha sido a última época de Rúben Neves nos lobos.

Destaques: José Sá, Max Kilman, Rúben Neves, Conor Coady, Rayan Aït-Nouri 

 NEWCASTLE (11)

    O conto do Newcastle em 2021/ 22 escreve-se em duas voltas substancialmente distintas. Os magpies tinham zero vitórias à passagem da jornada 14 (nunca antes na História da competição uma equipa tinha escapado à despromoção em semelhante contexto), mas o dinheiro muda tudo. Ou não, neste caso, mais ou menos. Nos meses de Outubro e Novembro, iniciou-se o período saudita com o consórcio encabeçado pelo Public Investment Fund a adquirir o clube e a prometer um brutal investimento nos próximos anos. Do banco de suplentes saiu o ultrapassado Steve Bruce, e entrou Eddie Howe, um dos 3 melhores treinadores ingleses da actualidade.
    No mercado de Janeiro, o Newcastle percebeu o conflito que o seu estatuto de "novo rico" gerava junto de clubes vendedores e de potenciais alvos - os outros clubes perceberam que podiam esticar a corda, e muitos jogadores ficaram reticentes dado o perigo de confiar num clube cuja descida para o Championship ainda era uma hipótese. Neste cenário, Bruno Guimarães foi a grande aquisição, acompanhado por jogadores britânicos como o experiente Trippier, Dan Burn (adepto do clube), Chris Wood ou Targett.
    Há poucas palavras para descrever a segunda volta do Newcastle, inferior a apenas Liverpool e Manchester City. Com Joelinton (de flop a dianteiro para soberbo médio) como um dos Most Improved Players e Saint-Maximin a driblar mais do que qualquer outro jogador na Premier, o St. James' Park já sentiu um cheirinho da nova Era, aparentemente marcada por muito samba. Aguardemos então pelos próximos episódios, com vários reforços de luxo sob a supervisão do ex-director de futebol do Brighton, Dan Ashworth. 

Destaques: Joelinton, Bruno Guimarães, Allan Saint-Maximin, Dan Burn, Fabian Schär

 CRYSTAL PALACE (12)

    O facto do Crystal Palace ter sido a 7.ª equipa com melhor diferença entre golos marcados e sofridos mostra que esta 12.ª posição é algo mentirosa. Os eagles correram elevados riscos na transição de 20/ 21 para 21/ 22, incumbindo Patrick Vieira de ser o homem do leme num paradigma renovado em absoluto, com um elenco muito mais jovem. O adeus simultâneo de Cahill, Dann, Sakho, McCarthy, van Aanholt e Townsend poderia ter representado uma perda de "estofo" ou capacidade de lidar com a pressão, mas o defeso veranil veio a revelar-se um sucesso absoluto. Guéhi (que central!) e Andersen entenderam-se às mil maravilhas no eixo defensivo, Mitchell mostrou que pode virar caso sério nos próximos anos, Conor Gallagher terá sido o jogador que mais evoluiu este ano em Inglaterra, e no ataque entre Zaha, Olise, Eze, Mateta e Édouard (que luxo seria se Vieira tivesse podido contar com todos ao mesmo tempo) a equipa encontrou quase sempre respostas.
    Fica na História a vitória sem espinhas no Etihad (2-0) e ficam dados excelentes sinais para o futuro próximo, um futuro que não deve contar com Gallagher e no qual é expectável que o clube continue a olhar para o Championship e para excedentários dos grandes ingleses na hora de identificar reforços.

Destaques: Conor Gallagher, Wilfried Zaha, Marc Guéhi, Tyrick Mitchell

 BRENTFORD (13)

    Na nossa Antevisão feita em Agosto passado, apontámos o Brentford como a única equipa das promovidas que poderia sobreviver. Assim foi. As abelhinhas não estavam no primeiro escalão do futebol inglês desde 1947, mas a óptima gestão e planeamento (espécie de Moneyball) já davam a entender que todo e qualquer passo dado pela equipa londrina seria bem pensado e inteligente.
    O dinamarquês Thomas Frank (4 épocas no clube) tem em mãos o plantel mais nórdico da Premier League - 9 jogadores escandinavos - que mais nórdico ficou a 31 de Janeiro quando, num momento-chave, Christian Eriksen assinou um contrato de 6 meses. Com a camisola 21, o ex-Tottenham e Inter elevou o nível de todos à sua volta, coincidindo a sua entrada regular no onze inicial com o melhor futebol do Brentford, nos meses de Março, Abril e Maio.
    O pico da época dos bees aconteceu num extraordinário 4-1 em Stamford Bridge, destacando-se os golos de Ivan Toney, o equilíbrio de Norgaard, a utilidade de Wissa como suplente e as performances defensivas de elementos como Jansson, Pinnock e Raya.

Destaques: Ivan Toney, Christian Eriksen, Christian Norgaard, Pontus Jansson, David Raya  

 ASTON VILLA (14)

    A par do Newcastle, o Aston Villa parece ser o clube inglês que reúne melhores condições para viver assinalável crescimento sustentável nos próximos anos. Os villans canalizaram o dinheiro da venda de Jack Grealish (117 milhões) recheando-se com Buendía, Bailey ou Ings, mas a equipa de Birmingham acusou a saída do seu capitão, acabando Dean Smith por ser convidado a abandonar o projecto decorridas 11 jornadas, momento em que o Aston Villa estava em 16.º a 2 pontos dos lugares de descida.
    Numa das mais interessantes movimentações da época, a direcção conseguiu retirar Steven Gerrard do Rangers e numa fase inicial (4 vitórias nos primeiros 6 jogos) a escalada na tabela foi galopante e impressionante. A imagem final não foi tão positiva - 6 derrotas nos últimos 11 jogos, vencendo nesse intervalo de tempo apenas Norwich e Burnley - mas o plantel tem valor e potencial, e está visto que o factor Gerrard servirá para atrair craques inesperados (servem de exemplo Coutinho e, na antecâmara de 22/ 23, Boubacar Kamara).
    Desta edição, que quase culminou com um desgosto imposto ao campeão, fica a profundidade conferida pelos laterais Matty Cash e Lucas Digne (contratado em Janeiro), o nascimento do promissor box-to-box Jacob Ramsey, o super-consistente John McGinn e um flop chamado Leon Bailey. 

Destaques: Matty Cash, John McGinn, Jacob Ramsey, Ollie Watkins 

 SOUTHAMPTON (15)

    O Southampton terá sido, muito possivelmente, a equipa mais aborrecida desta Premier League 21/ 22. Os saints nunca estiveram em risco de descer, mas também nunca estiveram acima do 10.º lugar, e venceram apenas 1 dos seus últimos 12 jogos.
    Repetindo o 15.º lugar da época passada (em 5 anos, 4 presenças entre o 17.º e o 15.º lugares mostram que o clube está a habituar-se a um perigoso limbo), os comandados de Ralph Hasenhüttl estão hoje bem longe daquele Southampton pujante e com óptimo recrutamento que entre 2014 e 2017 encantou a Premier League e em especial o Liverpool, clube que roubou jogadores uns atrás dos outros.
    Poucos episódios relevantes ficam deste percurso, merecendo destaque o facto do Southampton ter sido uma das duas equipas desta Premier League a não sofrer golos em casa do campeão Manchester City (0-0). No geral, James Ward-Prowse (10 golos, recorde pessoal) voltou a mostrar que ninguém bate cantos e livres directos como ele, o central ganês Salisu foi um dos melhores na sua posição, brilhando ainda os laterais - Walker-Peters, convertido a lateral esquerdo, e Livramento, um talento de 19 anos que encontrou no St Mary's o espaço que não teria no Chelsea.

Destaques: James Ward-Prowse, Mohammed Salisu, Kyle Walker-Peters, Tino Livramento, Oriol Romeu

 EVERTON (16)

    A temporada do Everton foi uma progressiva descida aos infernos. Os toffees, um dos históricos da Premier League com 9 títulos de campeão e consecutivamente no 1.º escalão desde 1954, chegaram a experimentar o purgatório, mas in extremis foi garantida a manutenção.
    Os adeptos nunca acolheram de braços abertos Rafa Benítez, técnico com um passado de sucesso no grande rival Liverpool, e nem mesmo o bom arranque (à 7.ª jornada o clube estava em quinto) abafou o preconceito. A partir daí, foi sempre a descer, tendo um peso significativo a fratura de um dedo do pé de Dominic Calvert-Lewin, goleador que arrancara a todo o gás (marcou nas 3 primeiras jornadas) e que desde aí falhou 16 jogos. Além das saudades de DCL, pesou também o litígio de Lucas Digne e Rafa Benítez, acabando ironicamente por perder ambos o braço de ferro, deixando Goodison Park um depois do outro.
    Frank Lampard foi a opção de Farhad Moshiri, mas a sua tentação de privilegiar um futebol de equipa grande não casou bem com o limitado plantel e com o fantasma crescente da descida, fonte de pressão para adeptos e jogadores. Com o histórico ex-médio do Chelsea, o clube da cidade dos Beatles venceu apenas 6 em 18 jogos, desapontando a incapacidade de ressuscitar Dele Alli e van de Beek. Para a História ficam claramente as vitórias caseiras frente a Newcastle (1-0 marcado aos 90+9 e com a equipa reduzida a dez unidades), Manchester United (1-0), Chelsea (1-0) e por fim uma emocionante reviravolta de 3-2 contra o Crystal Palace, que culminou com eufórica invasão de campo.
    No meio da tormenta, destacou-se Richarlison, craque brasileiro que talvez pretenda rumar a ambientes mais estáveis e ambiciosos, Pickford com um leque de defesas impressionantes, e o menino Anthony Gordon.

Destaques: Richarlison, Jordan Pickford, Demarai Gray, Anthony Gordon

 LEEDS UNITED (17)

    Agora sim, o Leeds United pode respirar de alívio. O histórico do futebol inglês caiu numa espiral de azares e tiros nos pés, passou de equipa-sensação (fantástico 9.º lugar em 2020/ 21) para aflito desesperado, mas à última jornada foi assegurada a manutenção.
    A época do Leeds conta-se em três capítulos: El Loco, El Estaleiro e El Ted Lasso.
    I) No trabalho mais duradouro da sua carreira (Marcelo Bielsa orientou o Leeds durante 170 jogos, quando o seu máximo anterior era de 113 partidas em Bilbau), o visionário sexagenário, que inspirou Guardiola, Simeone, Pochettino e Gallardo, devolveu o Leeds ao patamar que a sua História reclama, "espremendo" os seus jogadores com uma intensidade brutal, uma meticulosa atenção ao detalhe e uma abordagem táctica ousada. A falta de reforços, duas ausências de peso e algum desgaste/ teimosia de Bielsa em largar o seu Plano A originaram um difícil e inimaginável divórcio.
    II) Para o declínio abrupto do Leeds, muito contribuíram as lesões de 2 dos 3 jogadores mais influentes do Leeds. Kalvin Phillips, o pêndulo da equipa, falhou 18 jogos, e Patrick Bamford, principal esperança da equipa para marcar golos (17 tentos na época anterior), jogou somente 557 minutos.
    III) O Leeds passou apenas 8 jornadas das 38 na zona de despromoção, mas 3 dessas 8 foram nas quatro finais, e a diferença de golos (-37, o terceiro pior registo) comprova que a salvação fintou as probabilidades. No pós-Bielsa, o clube escolheu o norte-americano Jesse Marsch, um treinador com muita taurina (orientou 3 clubes do universo Red Bull) e que, além do sotaque, deu ares de Ted Lasso (personagem de Jason Sudeikis na Amazon) pela trajectória que a época dos peacocks parecia seguir e pela invulgar invocação de Gandhi, da Madre Teresa ou de JFK.
    Raphinha foi o craque da equipa, e deve sair, mas há motivos para confiar num 2022/ 23 melhor, com um plantel bastante diferente (Brenden Aaronson foi o 1.º reforço oficializado, e entusiasma).

Destaques: Raphinha, Jack Harrison, Liam Cooper

 BURNLEY (18)

    Seis temporadas depois, esgotou-se a fórmula, esgotou-se o plafond de milagres do Burnley. Sem nunca fugir ao seu ADN super-conservador e recusando-se a fazer um upgrade no seu plantel, dotado de pouquíssima criatividade/ capacidade de desequilibrar, o Burnley caiu apenas no último dia, afundando-se um mês depois de atirar Sean Dyche (ícone que já se confundia com o próprio clube, tendo servido os clarets de 2012 a 2022) para fora do barco. O interino Michael Jackson (sim, o nome é mesmo este) ainda iludiu toda a gente com 3 vitórias nos seus primeiros 4 jogos, que lhe valeram inclusive o prémio de Treinador do Mês de Abril, mas 3 derrotas nos últimos 4 embates ditaram a descida, respirando de alívio nesse período Everton e Leeds United.
    Com um plantel combativo e ultra-defensivo (é estranho ver uma equipa a descer com 53 golos sofridos, quando houve 10 equipas a defender matemática e objectivamente pior), o Burnley não se pode queixar do rendimento de Nick Pope e James Tarkowski (acaba contrato e deve ter meio campeonato interessado em garanti-lo), bem como do centro-campista Josh Brownhill, um jogador subvalorizado que poderia brilhar se tivesse outras companhias. Cornet foi destacado o melhor marcador, com 9 golos, o talentoso Dwight McNeil teve um contributo directo paupérrimo (zero golos e uma assistência) e Weghorst não conseguiu dar sequência ao seu impacto inicial.

Destaques: Josh Brownhill, Nick Pope, Max Cornet, James Tarkowski

 WATFORD (19)

    Em terras de Rainha Isabel II, o Watford é sinónimo de colecção de treinadores. Em 2021/ 22 foram três (Xisco Muñoz, Claudio Ranieri e Roy Hodgson) mantendo Gino Pozzo a sua média de rescisões e apresentações.
    Na sua pior Premier League de sempre em termos pontuais, os hornets viveram o período mais saudável com Ranieri, destacando-se uma vitória por 5-2 em casa do Everton e uma goleada caseira (4-1) frente ao Manchester United, hecatombe que ditou o despedimento de Solskjaer. Depois de Ranieri, o clube acreditou que Hodgson, outro veterano destas andanças, seria capaz de fazer do Watford uma espécie de Crystal Palace (defesa segura e vertigem a partir dos extremos), mas o experiente treinador de 74 anos não conseguiu reescrever o destino.
    Individualmente, Sarr foi uma sombra do seu potencial, revelando-se Emmanuel Dennis (contratado por módicos 4 milhões de euros) uma das boas surpresas da competição.

Destaques: Emmanuel Dennis, Hassane Kamara, Cucho Hernández

 NORWICH (20)

    O último classificado da Premier League foi, incontestavelmente, a pior equipa desta edição. Com modestos 22 pontos (5 vitórias, 7 empates e 26 derrotas), os canários de Carrow Road marcaram apenas 23 golos ao longo do campeonato, sofrendo 84. Mantém-se o comportamento iô-iô desta equipa, incapaz de se estabelecer na primeira divisão, alternando primeiros lugares no Championship (o Norwich foi campeão em 18-19 com 94 pontos e em 20-21 com 97 pontos) com a vigésima posição da Premier League - aconteceu em 19-20 e voltou a acontecer agora.
    O alemão Daniel Farke, no clube desde 2017 e um dos poucos factores de estabilidade no sobe e desce de diferentes realidades, não resistiu aos maus resultados, mas Dean Smith (ex-Aston Villa) também não conseguiu salvar o Norwich da condenação.
    Embora o salto do Championship para a Premier League se faça sempre sentir, a transferência de Emi Buendía, MVP do ano da subida com 15 golos e 16 assistências, dificultou ainda mais o processo de transição. O jogo do Norwich passava todo pelos pés do argentino e nenhum dos potenciais substitutos (Rashica, Tzolis e Sargent) conseguiu ter um décimo da sua influência.
    A época cinzenta do pequeno Billy Gilmour surpreendeu-nos pela negativa, voltando o finlandês Teemu Pukki a marcar os seus golitos (11) num elenco onde o limitado mas assertivo Grant Hanley e o keeper Tim Krul procuraram remar para o lado certo.

Destaques: Teemu Pukki, Grant Hanley, Tim Krul

0 comentários:

Enviar um comentário