9 de janeiro de 2020

As Melhores Novas Personagens de Séries em 2019

2019 chegou ao fim e o novo ano traz o já tradicional olhar sobre o que de melhor houve na televisão. Analisando 4 diferentes facetas começaremos por recordar as melhores novas personagens, viajando depois por novas séries e episódios que marcaram o último ano. A paragem final será, como sempre, a distinção das melhores séries do ano.
    Quando puxamos a cassete para trás, verificamos que já tivemos neste espaço no Barba Por Fazer menções a personagens, à época novas, como Elliot Alderson, Ed Kemper, Frank Castle, Eleven, Earn Marks, Serena Waterford ou Wilson Fisk. Na edição de 2018 destacámos por exemplo Teddy Perkins (Atlanta), Villanelle (Killing Eve), Lalo Salamanca (Better Call Saul) ou as amigas Lenù e Lila (My Brilliant Friend).

    Entre as personagens mais marcantes de 2019, apresentadas abaixo, podem encontrar um padre que deixou todo o Reino Unido (e arredores) a seus pés ou um certo bebé Yoda que virou fenómeno da Internet. Na maioria dos casos são séries novas (EuphoriaWhen They See UsWatchmenSul ou What We Do in the Shadows) que alimentam este Top, mas FleabagStranger Things ou Big Little Lies mostraram que alguns reforços de peso surgem in media res.
    Acompanhem-nos então uma vez mais na defesa de 20 personagens, sem as quais 2019 não teria sido o mesmo, e que atestam a nata televisiva e o mérito conjunto, iniciado no argumento e finalizado através de desempenhos únicos:


1. Hot Priest (Andrew Scott, Fleabag)

    Phoebe Waller-Bridge não tencionava escrever uma segunda temporada de Fleabag. Até certo dia ter nascido na sua maravilhosa mente um padre especial, e com ele o potencial de refazer a quebra da quarta parede entre a protagonista e os espectadores, seus confidentes.
    Que Andrew Scott é brilhante já o sabemos desde que foi Moriarty em Sherlock, mas nunca o tínhamos visto como sex symbol. Descrito apenas "The Priest" não demorou a ser baptizado "Hot Priest" pelos fãs. Nem o #BabyYoda partiu tantos corações em 2019.

2. Korey Wise (Jharrel Jerome, When They See Us)

    Embora tentemos evitar personagens baseadas em figuras reais, não o conseguimos evitar em 2 casos deste Top. É sempre difícil distinguir o arrebatador desempenho de Jharrel Jerome do potencial per si de Korey Wise como personagem, mas é impossível não o colocar nos lugares cimeiros.
    Se a mini-série de Ava DuVernay nos emocionou e angustiou tanto muito o deve a uma "Part Four" que deixou para a hora e meia final o percurso prisional do último dos Central Park Five. 

3. Jules Vaughn (Hunter Schafer, Euphoria)

    É livre, capaz de amar o mundo inteiro, um ícone LGBT nascido sob a forma de uma estreia impressionante de Hunter Schafer como actriz. É o coração de Euphoria, é o vértice principal num triângulo formado com Rue e Nate. É a moda e a irreverência em pessoa, é um tutorial de maquilhagem. É inocência. É intensidade. É HBO.

4. Robin Buckley (Maya Hawke, Stranger Things)

    O universo Stranger Things não seria o mesmo sem a filha de Uma Thurman e Ethan Hawke. A parceira de investigação de Steve e Dustin, empregada na gelataria Scoops Ahoy, sempre com o seu uniforme de marinheira, construiu uma incrível química com Steve para nos oferecer no final um twist bem executado. Numa fase em que a série da Netflix começa a cair numa certa fórmula, Robin foi sem dúvida um ingrediente refrescante em Hawkins.

5. Baby Yoda (The Mandalorian)

    Parece-nos indiscutível considerar o desvendar da identidade do primeiro alvo do caçador de prémios Din Djarin/ Mando como um dos momentos mais marcantes da televisão em 2019. Idolatrado nas redes sociais, o Baby Yoda não é O Yoda mas sim um Yoda. É irresistível, é fofo, é um fenómeno de vendas de brinquedos à espera de acontecer.

6. Fezco (Angus Cloud, Euphoria)

    Talvez o facto dele ser igual ao falecido rapper Mac Miller nos tenha influenciado, mas Fezco é a personagem de Euphoria de quem todos gostam. Um traficante de droga que abandonou os estudos mas que se recusa a patrocinar a queda em ruína da amiga Rue. Ponto alto da nova série da HBO: Fezco e Rue separados por uma porta, com Zendaya a brindar-nos com um desempenho surpreendente. 

7. Looking Glass (Tim Blake Nelson, Watchmen)

    A melhor nova personagem de Watchmen bebe muito do Rorschach original, mesmo que a série corrompa intencionalmente e de forma inteligente a memória do personagem favorito dos fãs da banda desenhada através da Sétima Cavalaria.
    A sua backstory em "Little Fear of Lightning" foi apenas a confirmação da presença obrigatória de Wade Tillman neste Top. Genial a postura e o pânico quase sempre contido de Tim Blake Nelson.

8. Mary Louise Wright (Meryl Streep, Big Little Lies)

    O ingresso de Meryl Streep no pequeno ecrã não podia ser coisa pouca. A segunda temporada de Big Little Lies fez pouco sentido, mas se não tivesse existido jamais teríamos Mary Louise Wright, a mãe passivo-agressiva de Perry.

9. Matilha (Afonso Pimentel, Sul)

    Há um ano atrás tivemos Albano Jerónimo no nosso Top-20 graças à sua personagem em Sara, desta vez temos Afonso Pimentel. Segundo os autores, Pimentel convenceu no casting ao chegar logo vestido como a personagem. Matilha é um rapaz do bairro, desenrascado, chico-esperto mas com bom fundo - faz todo o sentido que a RTP1 prepare um spin-off de Sul em torno dele.

10. Homelander (Antony Starr, The Boys)

    Numa série (é boa, mas aquele 8.8 no IMDb é um exagero) que satiriza o papel social dos super-heróis, Homelander é o veículo perfeito de tudo o que resulta na adaptação da BD de Garth Ennis e Darick Robertson. Líder dos Sete, esconde atrás da capa de herói nobre todo o seu sadismo, arrogância e insensibilidade. Uma espécie de Super-Homem sem sentimentos.

11. Colin Robinson (Mark Proksch, What We Do in the Shadows)

    Só Jemaine Clement e Taika Waititi para criarem alguém assim. No mockumentary vampiresco, agora em versão televisiva, Colin Robinson é um... vampiro de energia. Um vampiro à prova da luz solar e que se alimenta ao absorver a energia de todos em seu redor ao aborrecê-los ou enfurecê-los. Todos temos um vampiro de energia no nosso local de trabalho.

12. Laurie Blake (Jean Smart, Watchmen)

    Amiga de um senhor dildo azul, Laurie Blake é introduzida no episódio 3 de Watchmen e, coincidência ou não, é a partir desse momento que a série descola e nunca mais pára. Esqueçam Malin Akerman; Jean Smart será de hoje em diante a verdadeira Laurie.

13. Prince Charles (Josh O'Connor, The Crown)

    Muito inteligente da parte de Peter Morgan a subversão construída em torno do príncipe Carlos. Habitual persona non grata (quem neste mundo é que não é Team Diana, a princesa do povo?), era expectável que a percepção do seu trajecto fosse inesperadamente empática se: 1) o conhecêssemos primeiro a ela do que Diana, 2) conhecêssemos primeiro Camilla Parker Bowles do que Diana. Tinha tudo para resultar num interessante conflito interno. E resultou.

14. Klaus Hargreeves (Robert Sheehan, The Umbrella Academy)

    Parte do que nos atraiu em Klaus foram as saudades de Nathan, a personagem de Robert Sheehan em Misfits. Mas mesmo para quem nunca viu a série britânica, o nº 4 da Academia é qualquer coisa. Um drogado em reabilitação com a capacidade de comunicar com os mortos.

15. Oswald Mosley (Sam Claflin, Peaky Blinders)

    Tommy Shelby já teve pela frente o inspector Chester Campbell (Sam Neill), o judeu Alfie Solomons (Tom Hardy), o padre John Hughes (Paddy Considine) ou o mafioso Luca Changretta (Adrien Brody). A 5.ª temporada introduziu um novo adversário, o fascista Mosley, refinado nos seus gostos, carismático nos seus discursos e perverso nas suas ideologias.

16. Geralt of Rivia (Henry Cavill, The Witcher)

    The Witcher não é nada do outro mundo, mas Henry Cavill é Geralt of Rivia. Casting perfeito e é impossível ficar indiferente àquela voz grave...

17. Baron Afanas (Doug Jones, What We Do in the Shadows)

    Um vampiro conservador que acredita que os vampiros devem dominar o mundo. Um vampiro que antes de cochilar um pouco no caixão deixa a missão "quando acordar quero esse mundo conquistado". Uma das criaturas que mais nos fez rir em 2019, mas mesmo com vontade e em bom som, na sua noitada, alcoolizado e excitado.

18. Cory Ellison (Billy Crudup, The Morning Show)

    Uma das últimas personagens a garantir o seu lugar nesta lista - The Morning Show, primeira grande série da Apple, terminou a 20 de Dezembro -, Cory Ellison é um sorriso em forma de homem. O director de informação do canal UBA revelou-se ao longo da primeira temporada um enigma e uma das novidades mais imprevisíveis de 2019. A série de Jennifer Aniston e Reese Whiterspoon é uma série de mulheres, mas confessamos que Billy Crudup acabou por ser o maior íman de energia ao longo dos oito episódios de arranque.

19. Jean Milburn (Gillian Anderson, Sex Education)

    Gillian Anderson aka Scully como terapeuta sexual é provavelmente um sonho concretizado para muitos. Talvez mesmo para toda a gente, excepto o seu filho Otis (Asa Butterfield).

20. The Chamberlain (Simon Pegg, The Dark Crystal: Age of Resistance)

    A Netflix acreditou que valia a pena promover um regresso a Thra, o maravilhoso mundo criado por Jim Henson em 1982. E valeu, sem abdicar dos efeitos práticos e das marionetas e reunindo um painel de vozes invejável. Nesta prequela, foi um dos asquerosos skeksis quem mais se destacou - ora manipulador, ora submisso, The Chamberlain é mais uma demonstração do hábil voice acting de Simon Pegg.

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