27 de fevereiro de 2017

E os Óscares 2017 foram para...

A Academia pronunciou-se e elegeu, num final que causou um gigante amargo de boca a La La Land, Moonlight como Filme do Ano. Houve "golpe de teatro" com Warren Beatty e Faye Dunaway a terem um problema com os cartões e, depois de anunciarem La La Land como vencedor da categoria máxima, ouvindo-se inclusive os discursos dos produtores do filme de Damien Chazelle, tudo voltou atrás para Moonlight ser, feita a correcção, o escolhido.
    Num ano com poucas surpresas nas principais categorias, La La Land ganhou 6 estatuetas (Realizador e Actriz as mais valiosas), mas Moonlight conquistou três fortes (Melhor Filme, Actor Secundário e Argumento Adaptado). Como ontem tínhamos escrito, era real a hipótese de La La Land coleccionar vários óscares, vendo depois a derradeira escapar para o filme de Barry Jenkins. 

    Relativamente à cerimónia: depois de Justin Timberlake abrir o Rock in Rio... perdão, os Óscares, o monólogo de Jimmy Kimmel (o humor dele é sempre natural e tudo sai genuíno) apontou baterias ao seu nemesis Matt Damon (pela primeira vez na História dos Óscares, a música castradora foi tocada para alguém a apresentar uma categoria), a Mel Gibson, e ao senhor presidente, terminando com uma chamada de atenção para a "sobrevalorizada" (sim, as aspas indicam ironia) Meryl Streep que colocou o Dolby Theatre de pé, deixando a nu a bizarra forma de Nicole Kidman bater palmas. 
    Ao longo da noite, Kimmel pegou no pequeno Sunny Pawar como se fosse Simba, soltou docinhos, bolachas e donuts vindos dos céus, pediu emprestados os habituais Mean Tweets - em versão óscares - ao seu talk-show, e marcou a 89.ª edição com uma "jogada" da organização ao introduzir na cerimónia convidados-surpresa vindos de um tour (difícil imaginar melhor resultado do que o que aconteceu). Bonita iniciativa da produção igualmente ao criar duplas com actores que se deixaram influenciar/ inspirar por outros - Charlize Theron e Shirley MacLaine, Seth Rogen e Michael J. Fox ou Javier Bardem e Meryl Streep.
    Quanto às estatuetas propriamente ditas, prioridade ao que é notícia: Suicide Squad, muito provavelmente um dos piores filmes do ano, conseguiu a proeza de ir para casa com um óscar na mão. Agora mais a sério, La La Land foi o filme que levou mais óscares no saco, embora abaixo das previsões - tínhamos apontado para algo entre 8 e 11, mas fechou a noite com 6.

    Damien Chazelle tornou-se o mais jovem de sempre a ganhar um óscar de Melhor Realizador; Casey Affleck ganhou o duelo de titãs com Denzel Washington; Emma Stone, Mahershala Ali e Viola Davis ganharam como era esperado.

    Tudo de acordo com o expectável nas duas categorias de escrita - Manchester by the Sea e Moonlight saíram vencedores -, surgindo depois algumas surpresas nas componentes técnicas. Nas categorias de Som, Arrival ganhou na Mixagem, vencendo Hacksaw Ridge (finalmente, Kevin O'Connell, à 21.ª foi de vez!) na Edição/ Montagem. Surpreendente a vitória de Hacksaw, o filme de Mel Gibson, na Edição/ Montagem global, quando La La Land ou até Arrival pareciam ter mais hipóteses na teoria.
    Nas curtas-metragens, Sing foi a principal surpresa, com o trio de favoritos Zootopia, O.J.: Made in America (recordamos, tem 7 horas e 47 minutos, é muita fruta) e o iraniano The Salesman a vencerem Animação, Documentário e Filme Estrangeiro.
    

Melhor Filme: Moonlight
Melhor Realizador: Damien Chazelle (La La Land)
Melhor Actor: Casey Affleck (Manchester by the Sea)
Melhor Actriz: Emma Stone (La La Land)
Melhor Actor Secundário: Mahershala Ali (Moonlight)
Melhor Actriz Secundária: Viola Davis (Fences)
Melhor Argumento Original: Manchester by the Sea
Melhor Argumento Adaptado: Moonlight
Melhor Design de Produção: La La Land
Melhor Fotografia: La La Land
Melhor Guarda-Roupa: Fantastic Beasts and Where to Find Them
Melhor Edição/ Montagem: Hacksaw Ridge
Melhor Caracterização: Suicide Squad
Melhor Banda Sonora: La La Land
Melhor Mixagem de Som: Hacksaw Ridge
Melhor Edição/ Montagem de Som: Arrival
Melhores Efeitos Visuais: The Jungle Book
Melhor Música: "City of Stars", La La Land
Melhor Filme de Animação: Zootopia
Melhor Filme Estrangeiro: The Salesman
Melhor Documentário: O.J.: Made in America
Melhor Curta-Metragem: Sing
Melhor Documentário (Curta): The White Helmets
Melhor Curta de Animação: Piper

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