Balanço Final - Liga NOS 18/ 19

A análise detalhada ao campeonato em que houve um antes e um depois de Bruno Lage. Em 2018/ 2019 houve Reconquista.

Prémios BPF Liga NOS 2018/ 19

Portugal viu um médio carregar sozinho o Sporting, assistiu ao nascer de um prodígio, ao renascer de um suiço, sagrando-se campeão quem teve um maestro e um velocista.

Balanço Final - Premier League 18/ 19

Na melhor Liga do mundo, foram 98 contra 97 pontos. Entre citizens e reds, entre Bernardo Silva e van Dijk, ninguém merecia perder.

Os Filmes mais Aguardados de 2019

Em 2019, Scorsese reúne a velha guarda toda, Brad Pitt será duplo de Leonardo DiCaprio, Greta Gerwig comanda um elenco feminino de luxo, Waititi será Hitler, e Joaquin Phoenix enlouquecerá debaixo da maquilhagem já usada por Nicholson ou Ledger.

21 Novas Séries a Não Perder em 2019

Renasce The Twilight Zone, Ryan Murphy muda-se para a Netflix, o Disney+ arranca com uma série Star Wars e há ainda projectos de topo na HBO e no FX.

8 de agosto de 2025

Antevisão da Liga Portugal Betclic 2025/ 26

  Liga Portugal Betclic Sejamos todos bem-vindos ao mundo sem Gyökeres. Após 2 anos de domínio leonino, alicerçados na potência e capacidade de resolver jogos praticamente sozinho do sueco do Sporting, a Liga portuguesa arranca invariavelmente diferente.
    A transferência de Gyökeres para o Arsenal, após longa novela, nivelou os candidatos. E prevemos verdadeira luta a três, ao contrário das últimas edições.
    O Sporting ambiciona sagrar-se tricampeão (algo que não acontece desde os anos 50) mas Rui Borges deixa os adeptos de pé atrás na hora de definir expetativas. Seria provavelmente recomendável uma lógica de continuidade e estabilidade, privilegiando um modelo 100% assimilado que "apenas" se teria que adaptar à perda do MVP do campeonato. Os leões tiveram êxito em 3-4-3 / 3-4-2-1 e têm uma base sólida com jogadores que se conhecem muitíssimo bem, mas tudo indica que Rui Borges vai mesmo levar a sua avante e apostar num 4-2-3-1, que o faça sentir a equipa como mais sua e menos de Ruben Amorim, mas que representa riscos: incorporação de novos automatismos, queimando essa "vantagem" em relação a Benfica e FC Porto; desconforto ou sub-rendimento de algumas peças-chave no novo esquema; e sacrifício de 1 ou 2 jogadores que na ideia anterior seriam titulares, e que com as novas nuances poderão figurar mais vezes no banco, salvo alguma saída até ao final do mês.
    Benfica e Porto querem terminar com a hegemonia sportinguista. Os encarnados não vencem o campeonato desde 2023 (1 campeonato em 6 anos) e os dragões desde 2022 (2 em 6). Na Luz, Rui Costa manteve Bruno Lage mas dificilmente existirá um clima pacífico e saudável, fundamental para a equipa crescer, nestes primeiros meses. Vencida a Supertaça, a entrada na fase de grupos da Liga dos Campeões será um teste de fogo, sendo expectável que em ano de eleições Rui Costa continue em campanha até fim de Agosto (João Félix escapou para os braços de Ronaldo e Jesus, mas ainda devem chegar um ou dois craques) e vivendo-se em Outubro tremenda decisão - os adeptos terão voz para escolher no boletim de voto entre continuar com a atual direção, recuar no tempo na companhia de alguém que se serviu do clube, ou "limpar" o clube optando por algo realmente novo. Cenário mais provável: decisão em duas voltas. Na Invicta, André Villas-Boas convenceu Farioli (o melhor treinador entre os 3 grandes, o que pode fazer muita diferença) e o ex-Ajax já está a ter impacto imediato. Chega a chocar um pouco pensar no Porto moribundo que terminou o campeonato e disputou o Mundial de Clubes com Anselmi e compará-lo com o entusiasmo gerado pelo 4-3-3 com Froholdt a deslumbrar tudo e todos, torcendo o adepto neutro e os portistas para que Rodrigo Mora permaneça no Dragão e Farioli descubra a melhor forma de o incorporar no seu plano de jogo. 

    No geral, acreditamos que vamos ter um campeonato mais forte. Onze das 18 equipas mantiveram treinador, interessando-nos em particular ver o que faz Vasco Botelho da Costa no Moreirense, Luís Pinto em Guimarães e Carlos Vicens (ex-adjunto de Pep Guardiola) no Sporting de Braga.
    Além de Gyökeres, a Liga despediu-se de Carreras, Di María, Köü, Fábio Vieira, Félix Correia ou Chico Lamba. Saudamos as chegadas de Ríos, Ivanovic, Dedic, Froholdt, Gabri Veiga, Borja Sainz, Luis Suárez, Kochorashvili, Vagiannidis, Mario Dorgeles, Pau Víctor, Oumar Camara, Léo Realpe, Kelian Nsona, Ianis Stoica, Brayan Medina, Martín Fernández ou Cédric Nuozzi, e os regressos de Alberto Costa, Pizzi, André Ferreira ou Kiko Bondoso.

    Entre os miúdos, Quenda (18 anos) jogará a saber que em 26/ 27 já está certo no Chelsea, o Porto dependerá da criatividade de Mora (18) e das correrias de Froholdt (19) e no Benfica só o tempo dirá que espaço terão Schjelderup, Prestianni ou Rego. Um Braga bastante espanhol, um Rio bastante grego e um Alverca com 27 reforços são apenas alguns dos fenómenos numa edição da Liga Portugal que antecipamos com maior curiosidade e que cremos que será mais imprevisível. 

    Cabe-nos então apresentar a nossa previsão para 25/ 26, em termos de destaques coletivos e individuais, sujeita como sempre às incidências finais do mercado de transferências, tanto a nível de entradas como de saídas:


 FC PORTO (1)

    O Porto foi terceiro classificado nas últimas duas épocas, uma com Sérgio Conceição e a outra com Vítor Bruno + Anselmi. Como podemos apontar ao título uma equipa que há um par de meses estava moribunda, revelando-se incapaz de ganhar qualquer jogo no Mundial de Clubes? Em duas palavras: Francesco Farioli. O ponto de partida do extraordinário Verão de André Villas-Boas foi a escolha de um treinador entusiasmante, com bons trabalhos no Nice e no Ajax.
    Aos 36 anos, o italiano chega a Portugal para ser campeão à primeira tentativa, e para os mais céticos quanto ao êxito de um estrangeiro em Portugal, é mais importante que haja sim qualidade a estudar o jogo e fazer passar a mensagem aos jogadores, cativando-os, coisa que Farioli consegue. De resto, o futebol português não é um campeonato particularmente complexo de analisar, beneficiando treinadores de primeira viagem o facto de várias equipas terem que partir quase do zero todas as temporadas.
    Com Lucho como adjunto, Farioli já está a conquistar o Dragão com um 4-3-3 que mantém até ver Diogo Costa na baliza, e terá Alberto e Francisco Moura como laterais. Bednarek foi o "patrão" contratado para a defesa, sendo o polaco o reforço que deixa menos rendidos. Depois, Victor Froholdt (20 milhões bem gastos) tem tudo para ser uma das figuras da prova com a sua energia, combatividade e qualidade no transporte, Gabri Veiga seria um alvo impensável para um clube português há 2 anos, Borja Sainz traz consigo grandes golos do meio da rua e muita imprevisibilidade (para o bem e para o mal) e o secreto Luuk de Jong foi uma excelente surpresa em dia de apresentação.
    No FC Porto atual, Farioli é uma vantagem e a união que se poderá fazer sentir no Dragão pode ajudar a embalar, reencontrando-se os adeptos com a equipa numa altura em que os rivais têm mais pontos de interrogação do que pontos finais. Na Invicta, além de jogadores com mercado como Diogo Costa e Samu (vemos AVB a vendê-lo e a ir buscar alguém melhor, bem mais barato) falta perceber o que acontece a Rodrigo Mora - o prodigioso diamante de 18 anos ainda não encontrou o seu espaço neste 4-3-3 mas, caso não saia para um PSG desta vida, Farioli tem mesmo que descobrir a melhor maneira de casar as caraterísticas de um jogador com potencial para ser MVP da competição com os traços inegociáveis da identidade de jogo que preconiza.

Treinador: Francesco Farioli
Onze-Base (4-3-3): Diogo Costa; Alberto, Bednarek, Nehuén (Prpic), F. Moura; A. Varela, Froholdt, Gabri Veiga; Rodrigo Mora (Pepê, W. Gomes), Borja Sainz, Samu (de Jong)

Atenção a: Rodrigo Mora, Victor Froholdt, Samu, Gabri Veiga, Borja Sainz

 BENFICA (2)

    Com apenas 1 campeonato conquistado em 6 anos, o Benfica iniciou 2025/ 26 com a conquista da Supertaça, e não há clube grande que reúna mais componentes explosivas. Com eleições marcadas para Outubro, Rui Costa está a fazer tudo para conquistar votos (só assim se explicava a contratação de João Félix, relativamente à qual éramos maioritariamente contra) e os próximos meses antecipam-se de margem zero, sendo expectável que o fantasma Luís Filipe Vieira canibalize e cavalgue qualquer mácula no percurso encarnado, correndo o clube o risco da decisão numa hipotética segunda volta ser entre Rui Costa e LFV e não entre um destes e um válido e assertivo representante de um Benfica de cara lavada.
    As águias, que vão começar o campeonato com uma partida em atraso por estarem a tentar assegurar presença na fase de grupos da Liga dos Campeões, venderam Carreras ao Real Madrid, desejaram bom regresso a casa a Di María e encontraram a solução possível para resolver o caso Köü (jogador que, com a sua personalidade, aniquilou quaisquer argumentos em sua defesa). Pavlidis, Aursnes e Otamendi continuam de vermelho e branco, e os reforços entusiasmam: Franjo Ivanovic era há vários meses um dos jogadores que tínhamos identificado com o perfil certo para construir boa complementaridade com Pavlidis, Richard Ríos é um craque que precisa de evoluir no momento sem bola, Enzo Barrenechea um distribuidor de teto potencial inimaginável a partir do momento em que os elementos mais próximos se consigam adaptar e cobrir a sua menor velocidade, e Amar Dedic parece ser um jogador muito fácil de amar.
    A saída de Akturkoglu parece encaminhada, Schjelderup, Manu Silva ou Rego podem evoluir esta temporada, e o clube fez bem em garantir Dahl em definitivo. Nesta fase, parecem faltar 1 ou 2 reforços finais a este plantel e, dependendo da qualidade e impacto desse(s) jogador(es) poderíamos mesmo apontar as águias, mais intensas e velozes embora ainda a necessitar de mais criatividade, ao 39. O Benfica terá sempre como forte argumento o seu plantel, destacando-se no momento atual com a melhor defesa e a melhor dupla de avançados entre os 3 grandes. Esvazia a nossa confiança a possível divisão e clima de guerra interna, e as dúvidas relativamente a Bruno Lage, um treinador que também não descuramos que possa ser demitido ao longo de 2025/ 26.

Treinador: Bruno Lage
Onze-Base (4-4-2): Trubin; Dedic, Tomás Araújo (António Silva), Otamendi, Dahl; Aursnes, Ríos, Barrenechea, Schjelderup; Ivanovic, Pavlidis

Atenção a: Vangelis Pavlidis, Franjo Ivanovic, Richard Ríos, Enzo Barrenechea, Amar Dedic

 SPORTING (3)


    Depois de Gyökeres. O Sporting entra neste campeonato com menos pressão do que os rivais e com o estatuto de bicampeão. No entanto, aquelas que seriam as maiores vantagens em teoria (estabilidade e o privilégio de uma estrutura assimilada e na qual os melhores jogadores se têm expressado plenamente) tudo indica serão "queimadas" por Rui Borges, que acabará em certa medida por nivelar e "zerar" a maturação da equipa, aproximando-a de Benfica e Porto, por querer cortar de vez com a abordagem de Ruben Amorim, construindo o seu Sporting.
    Rui Borges tem qualidade como treinador (foi, por exemplo, melhor do que Bruno Lage nos 2 derbies do ano passado) mas não estamos convencidos que seja treinador para este Sporting, não se devendo afastar um cenário de despedimento no decorrer da temporada.
    Com a saída de Gyökeres para o Arsenal, os leões perderam mais de 50 golos e a singular capacidade de fazer tremer toda uma defesa com uma simples aceleração. O alívio dos rivais poderia ter sido atenuado com um ataque pujante ao mercado, mas sendo certo que Luis Suárez (avançado com a idade certa para uma equipa que confie no potencial de Harder), Kochorashvili e Vagiannidis são boas novidades, deixa-nos com reticências face à falta de visão e conhecimento de Rui Borges o desejo de se reencontrar com vários jogadores que se destacavam no seu Vitória. Será esse o verdadeiro nível de Rui Borges?
     Como em tudo, podemos ver o copo meio cheio ou meio vazio. Pela positiva, está provado que este balneário sabe ganhar, sabe competir e sabe motivar-se à medida que o contexto muda. Hjulmand, Pedro Gonçalves e Trincão não deixaram de ser dos melhores jogadores do campeonato, e Quenda há-de querer dar tudo antes de partir para o Chelsea daqui a um ano. Pela negativa, o 4-2-3-1 obriga a riscar um central entre Diomande, Inácio e Debast (o belga, excelente na pré-época, pode jogar a médio, e uma transferência do costa-marfinense poderia desfazer as dúvidas) e num dominó que acomode Quenda (jogador que não tem rendido com Borges), Trincão torna-se mais fácil de anular pelos adversários e Pote fica mais condicionado, menos liberto. A aposta no novo esquema pede um grande extremo esquerdo, mas até aí fica notório como o 3-4-3 / 3-4-2-1 servia melhor os interesses da equipa, porque chegando um EE craque, ou Pedro Gonçalves recua para médio ou um entre ele, Trincão e Quenda acabará a ser suplente...
    A desconfiança relativamente a Rui Borges faz-nos apontar o bicampeão ao 3º lugar. Hjulmand não pode mesmo sair, e o balneário quer provar que consegue ganhar sem Viktor.

Treinador: Rui Borges
Onze-Base (4-2-3-1): Rui Silva; Vagiannidis, Diomande (Debast), G. Inácio, Maxi Araújo; Hjulmand, Kochorashvili; Quenda, Trincão, Pedro Gonçalves; Luis Suárez

Atenção a: Pedro Gonçalves, Francisco Trincão, Luis Suárez, Geovany Quenda, Georgios Vagiannidis

 SP. BRAGA (4)

     O futebol português acolheu um pupilo de Pep Guardiola. Ocasional ilha entre os 3 grandes e o resto dos clubes portugueses, o Sporting de Braga quer, como sempre, intrometer-se no pódio (aconteceu por duas vezes nos últimos 6 anos, em ambos os casos com o Sporting a escorregar). Carlos Vicens, espanhol de 42 anos que bebeu da sabedoria de Pep nas últimas temporadas, foi o homem escolhido por António Salvador para liderar este novo Braga. Peseiro não fez um mau trabalho, mas era preocupante a seca de golos - uma equipa habituada a marcar +70 golos, ficou-se pelos 55.
    Apostado em fazer uma gracinha, o Sporting de Braga investiu bem - gastou 11 milhões em Mario Dorgeles (médio todo-o-terreno oriundo do Nordsjaelland) e 12 milhões em Pau Victor, avançado que esteve às ordens de Flick no Barcelona no ano passado. A estes dois juntam-se Gabriel Moscardo, emprestado pelo PSG, clube com boas relações com os arsenalistas e que já tinha proporcionado a chegada de Gharbi ao Minho, e Lagerbielke, central sueco que certamente será primeira escolha caso Vicens mantenha o esquema de três atrás.
    De resto, há Ricardo Horta, Hornicek (muita curiosidade para verificar se mantém o nível e a percentagem de defesas), Zalazar, Gorby e o treinador em forma de jogador João Moutinho. Ficando, Roger Fernandes será talvez a figura maior da equipa, mas nesta fase achamos mais lógico que o extremo português acabe por ser vendido por um valor recorde para o clube.
    Há homogeneidade entre setores, bom banco e Vicens promete, mas precisávamos de ter garantida a permanência de Roger e confiar mais no avançado centro titular (seja ele Pau, Fran Navarro ou El Ouazzani) para acreditar num Sporting de Braga a lutar realmente por um dos três primeiros lugares.

Treinador: Carlos Vicens
Onze-Base (3-5-2): Hornicek; Lagerbielke, Niakaté, Arrey-Mbi; Roger (V. Gómez), Gorby (Moscardo), João Moutinho, Zalazar, Dorgeles; Ricardo Horta, Pau Victor

Atenção a: Ricardo Horta, Roger Fernandes, Mario Dorgeles, Lukas Hornicek, Ismaël Gharbi

 VIT. GUIMARÃES (5)

    De 2018 para cá, o Vitória teve como treinadores, entre outros, Luís Castro, Tiago Mendes, Pepa, Álvaro Pacheco, Rui Borges, Daniel Sousa ou Luís Freire. O tempo médio de vida de um treinador na cidade-berço é curto, que o digam Tiago ou Daniel Sousa que parecendo ter o perfil certo duraram cada qual apenas 3 jogos no cargo.
    Aos 36 anos, e depois de se sagrar campeão da II Liga com o Tondela, Luís Pinto teve a coragem de aceitar o tremendo desafio de António Miguel Cardoso. Os vitorianos têm um elenco interessante, uma massa adepta apaixonante e vibrante, sendo o mais frequente uma classificação final entre o 5º e o 7º lugar.
    Quando analisado o plantel, é possível que elementos como Tiago Silva ou Bruno Varela ainda saiam até ao último dia do mercado. Luís Pinto não contará com João Mendes (merecia a renovação de contrato), que se tornou um jogador livre, ou Filipe Relvas, reforço do AEK. Mas há uma base (Borevkovic, Handel, Arcanjo, Gustavo Silva) à qual foi acrescentada a qualidade técnica de Fabio Blanco, os golos de Alioune Ndoye, a correção tática de Matija Mitrovic e aquele que poderá ser uma das contratações do ano, Oumar Camara. O extremo de 18 anos, formado no PSG, é um nome para os olheiros apontarem já no bloco de notas.
    Acima de tudo, confiamos num bom trabalho de Luís Pinto, com um conjunto de jogadores que possibilita uma abordagem tática híbrida, ora com saída a três ora com linha de 4. Na frente, a nossa primeira curiosidade será perceber se Gustavo Silva (o ex-Nacional teve um ótimo rácio de golos por minuto em 24/ 25) será aposta vincada como homem mais adiantado.

Treinador: Luís Pinto
Onze-Base (3-4-3): Charles (Castillo); Maga, Borevkovic, Abascal (Paulo Vitor); Vando Félix, Tiago Silva (Mitrovic), Handel, João Mendes; Telmo Arcanjo, Gustavo Silva, Oumar Camara

Atenção a: Oumar Camara, Tiago Silva, Gustavo Silva, Telmo Arcanjo, Alioune Ndoye

 FAMALICÃO (6)

    Demore mais ou menos a integrar cada fornada de jovens talentos no futebol português, o Famalicão tornou-se crónico candidato a lutar pela última vaga europeia. Oitavo classificado em três temporadas consecutivas de 2022 a 2024, o Famalicão foi 7º na última edição e não é exagerado pensar que sob o comando de Hugo Oliveira pode ser repetida a classificação de 19/ 20 (sexto lugar), à época com João Pedro Sousa a orientar Pedro Gonçalves, Fábio Martins e companhia.
    2024/ 25 ensinou-nos que o treinador de guarda-redes convertido em treinador principal, Hugo Oliveira, tem bons instintos quer na preparação de cada jogo, quer na reação às incidências do mesmo. Um especialista na posição 1, Oliveira terá uma boa dor de cabeça quando tiver que escolher entre entregar a baliza a Ivan Zlobin ou Lazar Carevic. Acreditamos que o russo, totalmente recuperado de uma lesão grave num rim, será o preferido.
    A grave lesão do magistral Óscar Aranda (rotura de ligamentos do joelho) foi um duro golpe, que aumentará a importância na equipa da criatividade e verticalidade de Sorriso e de Gustavo Sá, um craque que prossegue o seu crescimento e vai vendo adiado o seu salto para outro patamar.
    Léo Realpe é reforço para o centro da defesa, ter Rodrigo Pinheiro e Gustavo Garcia para a mesma posição é um luxo, e a venda de Topic ao Norwich deve convidar o reforço Marcos Peña a um lugar no onze. Depois de Banza ou Cádiz no passado, desta vez cremos que será o francês Simon Elisor a fazer balançar as redes contrárias em inúmeras ocasiões.

Treinador: Hugo Oliveira
Onze-Base (4-3-3): Zlobin; Rodrigo Pinheiro (Garcia), Realpe, de Haas, Rafa Soares; de Looi, Peña (de Amorim), Gustavo Sá; Sorriso, Elisor, Gil Dias 

Atenção a: Sorriso, Simon Elisor, Gustavo Sá, Ivan Zlobin, Léo Realpe

 ESTORIL (7)

    Novamente com um plantel bastante evoluído tecnicamente, é difícil não apontar o Estoril a uma posição na tabela que não seja entre o sexto e o oitavo. O escocês Ian Cathro está mais ambientado, domina ainda melhor a língua portuguesa (e que bem fica o nosso calão nas suas conferências de imprensa...) e os canarinhos seguraram no plantel um ou dois jogadores que imaginámos que sairiam este Verão.
    Wagner Pina e Pedro Álvaro foram as saídas mais relevantes, e em sentido contrário assinaram Ferro, Pizzi, Martin Turk (titular da Eslovénia Sub-21 e que pode roubar a baliza a Robles), Khayon Edwards (marcou 12 golos em 19 jogos pelo Arsenal na Premier League 2) e Patrick de Paula, médio brasileiro de fino recorte que, sem ter explodido como volante no Brasileirão, pode revelar-se um craque neste Estoril aos 25 anos de idade.
    A estas movimentações junta-se a continuidade de João Carvalho, capaz de ainda fazer melhor do que no ano passado, e principalmente de Yanis Begraoui, um jogador que pode muito bem ser o melhor marcador extra-grandes do campeonato. Há expetativa relativamente ao "andamento" com que Pedro Carvalho poderá surgir nos corredores e quanto a Rafik Guitane, o argelino tornou-se um Kinder surpresa.

Treinador: Ian Cathro
Onze-Base (3-4-3): Joel Robles (Turk); Boma, Bacher, Ferro; Pedro Carvalho, de Paula, Holsgrove, Gonçalo Costa; Begraoui, Khayon Edwards (Lacximicant), João Carvalho

Atenção a: Yanis Begraoui, João Carvalho, Patrick de Paula, Khayon Edwards, Pedro Carvalho

 MOREIRENSE (8)

    Em Moreira de Cónegos, há uma reunião de ingredientes muito interessantes. Com os seus jogos em casa transmitidos em canal aberto (TVI), o Moreirense vai ter o seu futebol a chegar a uma audiência amplificada, um detalhe relevante quando cruzado com o previsível crescimento e investimento no clube, por via do fundo Black Knight Fooball Group (Bournemouth, Lorient, Hibernian e Auckland também estão sob a mesma alçada).
    Junta-se a isto tudo o fator treinador. Vasco Botelho da Costa (36 anos) é um nome que seguimos desde os seus tempos nos Sub-23 do Estoril. Conquistou a Liga Revelação em 21/ 22, subiu a União de Leiria ao segundo escalão em 22/ 23 e trouxe o Alverca à primeira divisão na temporada passada. Os bons resultados e vitórias perseguem-no: não se trata de uma coincidência e até nos surpreende que só agora lhe tenha sido dada uma oportunidade na Liga Portugal.
    Nas últimas 7 épocas, o Moreirense esteve em seis delas no primeiro escalão. Nessas seis, ficou por 4 vezes entre os oito primeiros classificados. Achamos que pode estar aqui a equipa-sensação da prova mas optámos por uma aposta prudente (8º) mediante a maior qualidade e profundidade dos plantéis das equipas que apontámos aos 3 lugares acima.
    Em termos de jogadores, Sidnei Tavares rumou ao Blackburn, e nas entradas destacamos André Ferreira (se apresentar o nível com que se despediu de Portugal, pelo Paços de Ferreira, será titular indiscutível), o artista Kiko Bondoso, o inglês Jimi Gower, um miúdo das escolas do Arsenal, e ainda Rodrigo Alonso, formado no Villarreal e com boa rodagem na equipa B do submarino amarelo.
    Treinador em ascensão, defesa estável (Marcelo e Maracás vão para o 3º ano juntos) e alguns jókers como Yan, Cédric Teguia e Joel. Gostamos do potencial que aqui vemos.

Treinador: Vasco Botelho da Costa
Onze-Base (4-3-3): Kewin; Fabiano, Marcelo (Ponck), Maracás, Frimpong; Ofori, Benny (Castro), Alanzinho; Madson, Pedro Santos, Guilherme Schettine (Asué)

Atenção a: Alanzinho, André Ferreira, Kiko Bondoso, Jimi Gower, Rodrigo Alonso

 CASA PIA (9)
    Repetir o 9º lugar da última época não significará um Casa Pia estagnado ou incapaz de evoluir. Depois de bater vários recordes do clube em 24/ 25 (número de pontos, vitórias e golos marcados), os gansos arrancam para nova caminhada e o seu melhor reforço foi... João Pereira. Em condições normais, o jovem treinador português (33 anos) teria dado o salto. Interessados terão surgido mas nenhum convincente o suficiente.
    Com um arranque mediático (Sporting e FC Porto nas 3 primeiras jornadas), os casapianos surgirão sem Leonardo Lelo (saiu a custo zero para o Braga), encaixando também quase 4 milhões com Ruben Kluivert, uma ótima quantia por um jogador que nem era indiscutível na defesa. Achamos provável que Patrick Sequeira (melhor guarda-redes da Liga em 24/ 25) saia até ao fecho do mercado, e caso o costa-riquenho se mude para um clube de uma liga Top5 o substituto já está no plantel - o croata de 22 anos e 1,96m, Ivan Mandic.
    Além do veterano sempre combativo Cassiano, um exemplo para os colegas, o Casa Pia continua a contar com a locomotiva Larrazabal, e elementos interessantes como Renato Nhaga, Livolant ou Max Svensson. A transferência de Lelo pode abrir espaço à afirmação do franco-argelino Fahem Benaissa, e entre os reforços Kelian Nsona é quem nos chama mais a atenção.
    Não excluímos a hipótese de João Pereira surgir como grande candidato ao banco de um clube mais cotado durante a época, mas uma época completa de JP deve significar novo trabalho de autor e bom futebol, uma vez mais com um coletivo acima da valia das individualidades.

Treinador: João Pereira
Onze-Base (3-4-3): Patrick Sequeira (Mandic); Goulart, Kaique, Duplexe Tchamba; Larrazabal, Mohamed, Nhaga (Seba Pérez), Benaissa; Livolant, Cassiano (Max Svensson), Nsona

Atenção a: Kelian Nsona, Patrick Sequeira, Fahem Benaissa-Yahia, Gaizka Larrazabal, Jérémy Livolant

 SANTA CLARA (10)


    Na última equipa, os açorianos foram a equipa-sensação da prova. Vasco Matos (técnico subvalorizado que terá possivelmente achado que seria o escolhido de Varandas em vez de Rui Borges) levou o Santa Clara ao quinto lugar, com um plantel em teoria inferior a Vit. Guimarães, Famalicão e até Estoril.
    O mercado de Verão não prejudicou a equipa de forma significativa, ao contrário do que usualmente acontece às equipas que superam em larga escala as expetativas em Portugal. Ricardinho mudou-se para o futebol mexicano, mas Gabriel Silva, Vinícius, MT ou Gabriel Batista continuam todos por cá.
    Há bom treinador, uma ideia consolidada (por vezes com abordagem excessivamente defensiva) e os jogadores conhecem-se uns aos outros. Porquê então um 10º lugar, cinco lugares abaixo de 2024/ 25? Essencialmente por acreditarmos que o Santa Clara conseguirá apurar-se para a fase de grupos da Liga Conferência. O desgaste de atuar sistematicamente à quinta-feira, para um plantel com poucas rotinas dessas andanças, pode ser prejudicial na primeira volta.
    Não excluímos ainda que Gabriel Silva ou Vinícius Lopes possam sair até ao encerrar do mercado. E estaremos de olho nas primeiras exibições do australiano Anthony Carter (30 anos e 1,92m). O ex-goleador do Alverca levou consigo Brenner Lucas para o meio do oceano.

Treinador: Vasco Matos
Onze-Base (3-4-3): Gabriel Batista; Sidney Lima, Luís Rocha, Venâncio; Brenner Lucas, Serginho, Adriano Firmino, MT (Matheus Pereira); Vinícius, Wendel (A. Carter), Gabriel Silva

Atenção a: Gabriel Silva, Vinícius, Anthony Carter, MT, Gabriel Batista

 GIL VICENTE (11)

    Têm sido raros os clubes que dão tempo a César Peixoto. O treinador de 45 anos colecionou experiências de 18/ 19 para cá mas, sem ser um técnico iluminado, tem feito crescer jogadores e é usual associar-lhe uma imagem de futebol positivo e descomplexado, com personalidade e sem autocarros.
    Barcelos perdeu Félix Correia por um valor recorde (7,5 milhões de euros) para o Lille, acrescentado-se ainda a mudança de Kanya Fujimoto para o Championship, mais concretamente para o ambicioso Birmingham de Tom Brady.
    Poderemos estar a ser exagerados na avaliação que fazemos deste Gil, mas desde logo é valiosa a continuidade de Mohamed Bamba (médio defensivo costa-marfinense de 20 anos destinado a outros voos), do espanhol Santi García e do trio que tão bem anulou Gyökeres na temporada transata - Buatu, Elimbi e Mutombo.
    Como novidades, os galos terão Luís Esteves (ex-Nacional) como novo epicentro criativo, não será uma surpresa de Gustavo Varela (Benfica B) retirar Pablo Felipe do onze inicial com o decorrer da primeira volta, e parece-nos promissor o tecnicista uruguaio Martín Fernández.
    Vemos competência em todos os parâmetros e momentos do jogo para que a época seja tranquila.

Treinador: César Peixoto
Onze-Base (4-3-3): Andrew; Mutombo, Elimbi, Buatu, Konan; M. Bamba, Cáseres (Santi Garcia), Luís Esteves; Martín Fernández (Bermejo), G. Varela (Pablo), Touré

Atenção a: Martín Fernández, Mohamed Bamba, Gustavo Varela, Jonathan Mutombo, Luís Esteves

 ALVERCA (12)

    Passaram-se 21 longos anos. Na última vez que o Alverca esteve entre os maiores do futebol português, o campeonato chamava-se SuperLiga Galp Energia e o seu plantel tinha, por exemplo, Bruno Aguiar, Veríssimo (atual treinador do Benfica B), Manú, Rodolfo Lima, Yannick Quesnel e Filipe Falardo.
    Ficou célebre há pouco tempo a fotografia de Vinícius Júnior, Travis Scott, Camavinga e Chase B. com a camisola do Alverca. O craque brasileiro do Real Madrid é coproprietário do clube de Alverca do Ribatejo, juntamente com investidores brasileiros e espanhóis.
    Geralmente, não somos fãs de equipas que sobem e mudam quase tudo. Mas temos que reconhecer que alguém sabe o que está a fazer no Alverca: Vasco Botelho da Costa (mudou-se para o Moreirense) e João Pereira (Casa Pia) foram os jovens treinadores valorizados nas últimas temporadas, o que leva a crer que Custódio pode ser o próximo treinador a dar o salto.
    Em sentido inverso, há um número: 28. O Alverca reforçou-se nada mais nada menos do que com vinte e oito (!) jogadores novos, mantendo-se no clube apenas Diogo Martins e Talisca.
    Entre as quase três dezenas de novidades, a principal atração é Chiquinho. O extremo não vingou na Premier League e na La Liga mas, como figura máxima e com o dorsal 10, tem tudo para deixar uma marca maior do que aquela que conseguiu no Estoril e no Famalicão. Como coadjuvantes, estamos interessados em acompanhar o belga Cédric Nuozzi (excelente pré-época) e na posição mais adiantada o sérvio Marko Milovanovic (1,98m) é o favorito para agarrar o lugar, mas Tiago Leite (bons números ao serviço do Fafe) está à espreita de uma oportunidade.
    Não estamos capacitados para avaliar corretamente os nomes que compõem a defesa, esperando-se rivalidade entre André Gomes e Mateus pela baliza.
    Entrosar tanta gente e encontrar rapidamente o melhor 11 são os primeiros desafios de Custódio. Mas parece existir talento de sobra para evitar a descida.

Treinador: Custódio Castro
Onze-Base (4-3-3): André Gomes; Kauan (Gonçalo Esteves), Sergi Gómez, Meupiyou, Isaac James; Davy Gui, Diogo Martins, Alex Amorim; Chiquinho, Milovanovic (Tiago Leite), Nuozzi

Atenção a: Chiquinho, Marko Milovanovic, Cédric Nuozzi, Davy Gui, André Gomes

 RIO AVE (13)
    O clube presidido por Alexandrina Cruz, mas com dedo de Evangelos Marinakis (Nottingham Forest e Olympiacos), está mais grego do que nunca. A helenização do Rio Ave tem sido um processo gradual mas a escolha de Sotiris Silaidopoulos como sucessor de Petit marca uma nova etapa.
    Vrousai, Ntoi, Athanasiou (lateral esquerdo com 3 golos e 6 assistências na liga grega), Bakoulas e Papakanellos (esquerdino criativo) são os cinco helvéticos do plantel onde Clayton Silva continua a ser o ativo mais valioso. O ponta de lança marcou 14 golos na Liga e 4 na Taça de Portugal, e continuamos a achar que até ao fecho do mercado sairá para outro clube, dando o salto merecido. Miszta na baliza e o costa-riquenho Aguilera no centro do terreno de jogo são jogadores confiáveis e de extrema regularidade.
    Os vilacondenses têm andado pelo 11º e 12º lugares, mas uma hipotética inadaptação de Sotiris (muito trabalho desenvolvido nos escalões de formação do Olympiacos) pode ter elevada fatura, e a previsão de 15º lugar inclui naturalmente a especulação (por confirmar) que Clayton Silva rumará a outras paragens, obrigando a equipa a reinventar-se no caminho para o golo.

Treinador: Sotiris Silaidopoulos
Onze-Base (4-3-3): Miszta; Vrousai, Ntoi, Panzo, Athanasiou; Bakoulas, Aguilera, Pohlmann; André Luiz, Papakanellos, Clayton

Atenção a: Clayton, Antonis Papakanellos, Brandon Aguilera, Nikos Athanasiou, Marious Vrousai


 ESTRELA DA AMADORA (14)

    O Estrela da Amadora ficou somente 2 pontos acima de Farense (despromovido) e AFS (salvo no Play-Off) e, com poucos destaques individuais e um treinador com pouca imprensa, faria o seu sentido apontarmos os lisboetas a uma posição com respiração menos tranquila.
    Na Amadora, já não há Diogo Travassos, João Costa, Ferro ou Chico Banza, mas elementos como Jovane, Kikas, Rodrigo Pinho, Nilton Varela, Fábio Ronaldo ou o gigante Dramé prosseguem. O que nos deixa mais entusiasmados com a nova época do clube que tem Patrice Evra como acionista são mesmo as caras novas - o cabo-verdiano Sidny Cabral vem do terceiro escalão germânico para fazer todo o corredor direito, Ianis Stoica (novo número 10) tem rasgo e golo e acabou de disputar o Euro Sub-21 pela Roménia, e os melhores momentos deste Estrela podem surgir com a intervenção de Alan Godoy, avançado espanhol canhoto que militava no Barça B.
    Temos dúvidas entre quem calçará mais vezes as luvas entre Renan Ribeiro e Diogo Pinto (ex-Sporting) mas acima de tudo estamos convictos que José Faria pode tornar-se mais respeitado e reconhecido esta temporada, numa relação de proporcionalidade direta com o talento e impacto de Stoica e Godoy.

Treinador: José Faria
Onze-Base (3-4-3): Renan Ribeiro (Diogo Pinto); Luan Patrick, Commey (Dramé), Schappo; Sidny Cabral (Encada), Amine, Robinho (Paulo Moreira), Nilton Varela; Stoica, Fábio Ronaldo, Godoy

Atenção a: Alan Godoy, Ianis Stoica, Sidny Cabral, Robinho, Semeu Commey

 AROUCA (15)

    À trajetória descendente - 5º lugar em 22/ 23, 7º lugar em 23/ 24 e 12º lugar em 24/ 25 - segue-se no nosso entender uma época difícil, não se podendo excluir este Arouca da luta pela manutenção.
    Vasco Seabra é bom treinador mas precisamos de algumas jornadas para verificar se 2 ou 3 reforços que têm "bom aspeto" podem efetivamente ser dignos herdeiros de Mújica, Cristo González ou Jason (saiu para o futebol saudita). Valorizado pelo Europeu de Sub-21, Chico Lamba foi transferido a troco de 6 milhões (50% para o Arouca, 50% para o Sporting) para o Saint-Étienne, e Henrique Araújo regressou ao ninho para ter quiçá a maior dosagem de minutos de águia ao peito da sua carreira.
    Já adaptados ao futebol português, pode-se esperar mais de Trezza e Nandín, e é sabido que a bola é sempre bem tratada nos pés de Taichi Fukui. O nipónico poderá agora tricotar o futebol ofensivo na companhia do sul-coreano Lee Hyun-ju, jogador de 22 anos com "escola" de Bayern Munique.
    Os adeptos torcerão para que Arnau Solà seja tão competente à esquerda como Tiago Esgaio costuma ser à direita, e Nandín terá a concorrência de Barbero e do bielorrusso Marozau. No meio de tudo isto, olhamos para o Naïs Djouahra como a mais provável revelação deste plantel. Com formação em Espanha e alguns anos a crescer na Croácia, parece um atleta para seguir de perto.

Treinador: Vasco Seabra
Onze-Base (4-3-3): Nico Mantl; Tiago Esgaio, Popovic, Jose Fontán, Solà; Loum, David Simão (Hyun-ju), Fukui; Trezza, Djouahra, Nandín (Barbero)

Atenção a: Naïs Djouahra, Alfonso Trezza, Dylan Nandín, Arnau Solà, Taichi Fukui

 TONDELA (16)

    Após 3 temporadas a habitar na Liga Portugal 2, o Tondela está de volta. Os beirões sagraram-se campeões da II Liga com Luís Pinto, mas viram o jovem técnico rumar a Guimarães. O seu sucessor é Ivo Vieira, treinador que não deixámos de apreciar apesar de menos bem-sucedido nos últimos projetos.
    Tirando Ricardo Alves, Costinha e Roberto, as principais caras da subida continuam no clube. O guardião brasileiro Bernardo Fontes (1,97m), eleito o melhor do ano na Meu Super, permanece e até poderá renovar apesar de ter sido apontado ao Vitória, e saudamos a chegada ao primeiro escalão de André Ceitil, médio defensivo com qualidade a mais para continuar nas divisões secundárias do futebol nacional.
    Yarlen cheira a craque, Pedro Maranhão e Rodrigo Cascavel podem ter um papel a cumprir espaçada e alternadamente, e é muita a fé depositada no ponta de lança angolano Miro. O avançado de 22 anos acabou 24/ 25 de pé quente e tem as caraterísticas adequadas para se destacar e muito. Ao falar deste Tondela convém ainda sublinhar o significativo investimento feito no central Brayan Medina - o colombiano de 23 anos custou 2 milhões e meio, uma quantia invulgar para clubes deste patamar.

Treinador: Ivo Vieira
Onze-Base (4-3-3): Bernardo Fontes; Bebeto, João Afonso, Medina, Maviram; Ceitil, Hélder Tavares, Hodge (Cícero); Pedro Maranhão (Rodrigo Cascavel), Yarlen, Miro

Atenção: Miro, Yarlen, André Ceitil, Brayan Medina, Bernardo Fontes

 NACIONAL (17)

    A equipa dos jogos adiados devido ao nevoeiro ficou em 14º lugar na última edição. Tiago Margarido marcou pontos (custa-nos colocar o Nacional da Madeira nesta posição uma vez que apreciamos o trabalho do técnico português de 36 anos), mesmo sem ter um ponta de lança goleador. O criativo Daniel Penha foi o melhor marcador com 4 golos.
    A falta de um homem-golo foi, em princípio, corrigida com o regresso de Chuchu Ramirez. O venezuelano não foi feliz em Guimarães mas regressa à Madeira, onde apontou 20 golos há duas épocas atrás. Infelizmente, Margarido ganhou qualidade num setor mas perdeu noutro: Luís Esteves, Daniel Penha e Soumaré formaram um bom meio-campo mas saíram todos, para Gil Vicente, para o futebol chinês e para o Sheffield United respetivamente. Labidi (com consistência pode ser um craque) e Filipe Soares terão grandes responsabilidades no renovado setor intermédio, e na defesa a continuidade da parceria Zé Vitor - Ulisses poderá ser o garante de algumas clean sheets. Na baliza, o especialista em defender grandes penalidades Lucas França deve partir na pole position mas não será surpreendente se Kaique (ex-Farense) conquistar a titularidade com o decorrer da prova.
    Ter Chuchu inspirado e a reencontrar a sua melhor versão pode fazer a diferença, mas sentimos falta de criatividade (Joel Silva será determinante nesse aspeto) e há que equacionar que Rui Alves pode prescindir de Tiago Margarido a dada altura para "agitar" a equipa. Quanto a nós, quanto mais tempo Margarido estiver no comando técnico, mas perto estaremos de errar ao apontar o Nacional à descida. 

Treinador: Tiago Margarido
Onze-Base (4-3-3): Lucas França (Kaique); Alan Nuñez, Ulisses, Zé Vitor, José Gomes; Labidi, Filipe Soares, Matheus Dias; Joel Silva, Paulinho Bóia (Witi), Chuchu Ramírez

Atenção a: Chuchu Ramírez, Chiheb Labidi, Joel Silva, Zé Vitor, Filipe Soares
 AFS (18)

    O AFS escapou à despromoção ao bater o Vizela no Play-Off (5-2 no conjunto dos dois jogos) e a direção premiou José Mota, que só fora mesmo contratado para "segurar" a equipa nos 4 jogos finais, com a continuidade no projeto. É certo que já errámos num passado recente (23/24), no caso com o Farense, ao apontarmos uma equipa à descida prevendo que Mota nem terminaria a primeira volta ao leme dos algarvios, mas o caso agora é diferente. Globalmente, o nível qualitativo e competitivo parece-nos ter subido de 2024/ 25 para esta temporada, e não nos parece que o AFS tenha conseguido acompanhar a tendência de melhoria dos concorrentes diretos, incluindo os dois emblemas recém-promovidos.
    Nenê (42 anos) segue no clube, embora se perspetive disputa pela titularidade na posição 9 entre o paraguaio Diego Duarte e o espanhol Jordi Escobar. Mercado e Akinsola devem manter-se os agitadores, Devenish e Aderllan continuarão a formar uma dupla de centraismuito competente no jogo aéreo, e a melhor notícia do defeso acaba por ser a renovação de Gustavo Mendonça até 2028. O médio português deixou ótimo apontamentos na reta final da época passada e pode agora assumir-se como uma das figuras.
    A turma de Vila das Aves pode naturalmente não ficar na última posição, mas é difícil imaginar este plantel sem estar envolvido até ao fim na feroz luta pela manutenção.

Treinador: José Mota
Onze-Base (4-3-3): Bertelli; Molina, Devenish, Aderllan, Kiki Afonso; Algobia, Gustavo Mendonça, Rafael Barbosa (Jaume Grau); Mercado, Akinsola, Diego Duarte (Nenê, Escobar)

Atenção a: John Mercado, Gustavo Mendonça, Babatunde Akinsola, Diego Duarte, Ángel Algobia