Balanço Final - Liga NOS 18/ 19

A análise detalhada ao campeonato em que houve um antes e um depois de Bruno Lage. Em 2018/ 2019 houve Reconquista.

Prémios BPF Liga NOS 2018/ 19

Portugal viu um médio carregar sozinho o Sporting, assistiu ao nascer de um prodígio, ao renascer de um suiço, sagrando-se campeão quem teve um maestro e um velocista.

Balanço Final - Premier League 18/ 19

Na melhor Liga do mundo, foram 98 contra 97 pontos. Entre citizens e reds, entre Bernardo Silva e van Dijk, ninguém merecia perder.

Os Filmes mais Aguardados de 2019

Em 2019, Scorsese reúne a velha guarda toda, Brad Pitt será duplo de Leonardo DiCaprio, Greta Gerwig comanda um elenco feminino de luxo, Waititi será Hitler, e Joaquin Phoenix enlouquecerá debaixo da maquilhagem já usada por Nicholson ou Ledger.

21 Novas Séries a Não Perder em 2019

Renasce The Twilight Zone, Ryan Murphy muda-se para a Netflix, o Disney+ arranca com uma série Star Wars e há ainda projectos de topo na HBO e no FX.

15 de agosto de 2025

Antevisão da Premier League 2025/ 26

 Premier League - O verdadeiro futebol está de regresso. Três longos meses de espera dão hoje lugar a um convite para nova aventura com 38 jornadas. Em Inglaterra, o ritmo é outro. Em Inglaterra, só vence quem sua, quem resiste, quem se adapta. Mas quem será o campeão em 2025/ 2026?

    Ao contrário da temporada passada, que iniciava com um Manchester City tetracampeão e em busca do penta, nesta edição é o Liverpool quem defende o título. Na estreia de Arne Slot, os reds não deram quaisquer hipóteses à concorrência, conquistando o campeonato com grande margem (a 4 jornadas do fim) e com Mohamed Salah (29 golos e 18 assistências) a realizar uma das melhores campanhas individuais na História da competição. Os campeões, em luto pelo seu e nosso eterno Diogo Jota, viram Trent Alexander-Arnold optar por nova etapa no Real Madrid, mas reforçaram-se com soluções de luxo: à cabeça, Florian Wirtz, o jogador deste Verão cuja transferência aguardávamos com maior curiosidade, é a grande novidade da Premier League. A equipa de Anfield parte na pole position, mas Slot terá que descobrir a melhor forma de conciliar, com equilíbrio, o talento à sua disposição. E será que o Liverpool vai bater novamente o recorde de transferências com Alexander Isak?!

    Neste nível, acreditamos que poderão ser os detalhes, nomeadamente a capacidade de manter as lesões longe o maior tempo possível, a determinar a diferença entre Liverpool, Arsenal e Manchester City. Os gunners ficaram em 2º lugar nos últimos 3 campeonatos, o que no mínimo quer dizer que Arteta comanda uma equipa estável e a um pequeno passo de erguer um troféu que escapa desde 2004. O estatuto de melhor defesa é uma vantagem indiscutível, e a segurança com que podemos adivinhar 9 ou 10 titulares do Arsenal pode ser vista como maior previsibilidade mas também como uma ideia ou plano mais consolidado. Tudo leva a crer que Zubimendi terá ótima sintonia com Declan Rice, a juventude (Nwaneri, Lewis-Skelly e o menino de 15 anos, Max Dowman) apaixona, faltando perceber como entra Gyökeres neste carrossel, que terá que aprender a viver com o sueco, trabalhando doutra maneira a atração dos adversários e a utilização do espaço, mais incisiva e menos mastigada.
    Ao dia de hoje, o City coleciona pontos de interrogação. Pep é Pep, mas o regresso da melhor versão de Rodri continua a ser adiado e, embora o plantel - sem Kevin De Bruyne - se tenha apetrechado com Reijnders (confiamos que rapidamente se tornará um indiscutível), Cherki ou Aït-Nouri, continua por estabilizar o melhor trio no suporte a Haaland, a posição de lateral direito e mesmo a baliza.

    O campeão do mundo Chelsea corre por fora (mas não muito), numa edição em que achamos que se poderá assistir a uma pequena descolagem do Top4 em relação às 5-6 equipas seguintes. O Aston Villa é sempre competitivo com Unai Emery, o Newcastle está a viver um Verão de desamores e desilusões, e o Manchester United tem margem de erro zero, ficando Ruben Amorim obrigado a subir muitos lugares na tabela depois de receber os jogadores que pediu, com destaque para Matheus Cunha e Mbeumo, já familiarizados com o campeonato e destaques evidentes em 24/ 25.

    Em 20 equipas, apenas duas têm novo treinador. O Tottenham atraiu o dinamarquês Thomas Frank para o seu projeto, o que levou o Brentford a ter que o substituir com Keith Andrews (estreia como técnico principal). Southampton, Leicester e Ipswich deram a vez a Leeds United, Burnley e Sunderland, e há o risco evidente de, uma vez mais, os 3 recém-promovidos descerem logo, perpetuando este ciclo incessante de clubes iôiô e pagamentos paraquedas no Championship. O Sunderland (8 anos depois neste escalão) parece ligeiramente mais capacitado do que os companheiros de subida, podendo quem sabe lutar pela manutenção com Brentford, Wolves e West Ham.

     Será uma Premier League sem De Bruyne. Sem Trent, Luis Díaz, Son, Huijsen e Zabarnyi. Mas com Wirtz, Gyökeres, Estêvão, Reijnders, Cherki, Sesko, Zubimendi, Ekitiké, Frimpong, Ndoye, Nypan, Hato, Habib Diarra, Guessand, Malick Diouf, Kostoulas, De Cuyper, Arias ou Moller Wolfe como novidades absolutas e inúmeros movimentos internos: Matheus Cunha, Mbeumo, Kerkez, João Pedro, Delap, Grealish, Aït-Nouri, Trafford, Kudus, Elanga, Madueke, Petrovic, Kelleher, Dewsbury-Hall, Dango ou Adingra.

    Acompanhem-nos então nesta completa Antevisão da Premier League 2025/ 26, numa tentativa de prever a classificação final e destaques individuais, sempre falível considerando as várias transferências por oficializar, lesões e outros mil fatores:


 LIVERPOOL (1)

    O Manchester City venceu 4 dos últimos 5 campeonatos e no Emirates Stadium os astros parecem estar finalmente a alinhar-se, mas não conseguimos deixar de apontar o Liverpool ao bicampeonato.
    Os reds passearam na última Premier League, sem reforços, e promoveram neste Verão uma mini-revolução ou início de uma nova Era. O menino da casa, Trent Alexander-Arnold, saiu para o Real Madrid, Luis Díaz e Darwin mudaram-se para Munique e para a Arábia Saudita respetivamente, e é inevitável abordar o trágico e chocante desaparecimento de Diogo Jota. O luto será fator de união deste grupo, que o quererá homenagear em campo jornada após jornada, mas também pode ser visto como uma mais do que compreensível "lesão", ficando todos os jogadores com marcas na sua saúde mental após perder o colega e amigo.
    Arne Slot deu-se bem na temporada de estreia. Adaptou Gravenberch, conteve as subidas dos laterais e agradeceu a Mo Salah uma daquelas temporadas para a História. Um ano depois, Slot vai ter mais trabalho, mais dedo, parecendo-nos que uma boa base seria não desmanchar a coexistência de Gravenberch, Mac Allister e Szoboszlai no 11 titular, algo que só deve ser viável agora numa espécie de 4-4-2 losango.
    Salah e van Dijk renovaram, mas a grande bandeira de 2025/ 26 é Florian Wirtz. O craque alemão acumulou 34 golos e 33 assistências nos últimos dois anos e é jogador para brilhar desde a primeira jornada, sem acusar qualquer peso pelo valor recorde da sua transferência ou pela adaptação a uma nova realidade. Já com mais de 300 milhões gastos, o Liverpool terá Ekitiké (e Isak também?) na frente, adquiriu Leoni a pensar no futuro do centro da sua defesa, e Kerkez e Frimpong são os novos laterais. O ex-Bournemouth não engana, mas o neerlandês pode levar os adversários a "escolherem" o seu lado para atacar. Bradley, mais equilibrado mas com várias lesões musculares nos últimos tempos, pode conquistar a titularidade se estiver operacional.
    Com clara ambição de se sagrar bicampeão e derrotar gigantes como o PSG e o Barcelona nas competições europeias, o Liverpool está gastador, tem uma nova coqueluche (Rio Ngumoha) a despontar e quer acrescentar Isak. Temos altíssimas expetativas para Wirtz, Salah é Salah, mas não podemos negar que há algo na química e fluidez deste renovado Liverpool que nos deixa de pé atrás.

Treinador: Arne Slot
Onze-Base (4-4-2): Alisson; Frimpong (Bradley), Konaté, van Dijk, Kerkez; Gravenberch, Szoboszlai, Mac Allister; Wirtz; Salah, Ekitiké (Gakpo)

Atenção a: Mohamed Salah, Florian Wirtz, Dominik Szoboszlai, Milos Kerkez, Rio Ngumoha

 ARSENAL (2)

   Se seguíssemos apenas o feeling, o Arsenal estaria nesta antevisão como futuro primeiro classificado. Os gunners não vencem a Premier League desde 2004 e ficaram a 10 pontos do campeão Liverpool, nunca chegando a beliscar o percurso dos reds. Mas apesar do Liverpool ter acrescentado muita qualidade às suas fileiras, sentimos que o Arsenal está mais perto de identificar a sua versão otimizada, beneficiando da estabilidade (3 vezes consecutivas 2º) e do facto de ter indiscutivelmente a melhor defesa da Premier.
    2025/ 26 pode ser o tudo ou nada para Mikel Arteta, e a receita para o êxito dos londrinos terá que passar invariavelmente por algumas afinações de sistema do técnico espanhol, que tem agora jogadores para dominar menos com bola, precisando de modificar a forma de pressionar, a atração do adversário e a exploração do espaço.
    Viktor Gyökeres saiu do futebol português, onde destruiu tudo e todos durante duas temporadas, e terá uma grande pressão sobre os seus ombros. Mas o sueco é um animal competitivo, com confiança suficiente para duplicar a pressão sobre si ao escolher o mítico 14 de Thierry Henry. Gyökeres não é Darwin, o impacto e peso de ambos em Portugal foi incomparável, e sendo verdade que marca pouco de cabeça (caraterística sobrevalorizada, sendo poucos os avançados de topo da atualidade com muitos golos de cabeça) e que tem mais dificuldades contra blocos baixos, cabe ao Arsenal saber adaptar-se aos seus (muitos) pontos fortes. O sueco pode parecer um corpo estranho nos primeiros jogos, mas é importante ter presente - a sua mentalidade vencedora; a dor de cabeça que será para os defesas, atraindo jogadores para si e libertando por exemplo Saka; e a capacidade invulgar que tem demonstrado de evoluir ano após ano.
    Neste Arsenal, está uma das melhores duplas de centrais do futebol moderno, há rivalidade entre Timber e Ben White à direita e Lewis-Skelly e Calafiori à esquerda. E muita atenção ao que significa adicionar Zubimendi a Declan Rice e Odegaard. O médio espanhol pode ser o início de tudo, tornando o futebol dos gunners pensado de forma mais célere. Na frente, os holofotes estão sobre Saka e Gyökeres, mas será interessante ver a reação de Madueke às críticas injustas que a sua contratação gerou e principalmente a evolução dos miúdos Nwaneri (18 anos) e Max Dowman (15 anos!).
    O coração diz Arsenal, mas não há como ignorar que o campeão Liverpool está mais forte e ainda pode acrescentar Isak, e se as lesões forem um fator-chave, o histórico clínico recente joga contra este Arsenal e não tanto contra o clube de Anfield. 

Treinador: Mikel Arteta
Onze-Base (4-3-3): Raya; Timber (B. White), Saliba, Gabriel, Lewis-Skelly (Calafiori); Zubimendi, Rice, Odegaard (Nwaneri); Saka, Gyökeres, G. Martinelli (Madueke)

Atenção a: Bukayo Saka, Viktor Gyokeres, Declan Rice, Martin Zubimendi, Max Dowman

 MANCHESTER CITY (3)

    É quase um sacrilégio futebolístico apontar uma equipa de Pep Guardiola ao terceiro lugar na antevisão de um campeonato, mas é o que sentimos. Depois de uma temporada irreconhecível em vários momentos, o City corrigiu alguns ingredientes na sua fórmula para o sucesso, mas ainda são demasiadas as variáveis aparentemente indefinidas.
    Sem Kevin De Bruyne - o nosso médio favorito na Premier League pós-Steven Gerrard, que serviu magnificamente o City com a sua criatividade e visão durante 10 temporadas inolvidáveis - o City desespera pela recuperação de Rodri, o talismã e pêndulo que falhou quase toda a época passada e que já teve uma recaída, impedindo-o de realizar a pré-época desejável.
    Grealish e Kyle Walker também já não figuram entre as opções de Pep, Bernardo Silva foi promovido a capitão e ao longo dos diversos setores vemos muito potencial mas também muitos pontos de interrogação. Na baliza, tudo levava a crer que o resgate de James Trafford faria com que o extraordinário guardião inglês viesse a roubar a baliza a Ederson ao longo da prova. Mas de repente há a hipótese Donnarumma no horizonte, com Ederson a poder sair para a Turquia, e Trafford a desmotivar. Na defesa, Guardiola só tem que estabilizar Rúben Dias e Gvardiol como intocável dupla de centrais, e Aït-Nouri oferecerá coisas que a equipa simplesmente não tinha a partir de posições mais recuadas. À direita fica a dúvida: a adaptação de Matheus Nunes é para continuar?
    Ter Rodri disponível e na plenitude das suas capacidades pode mudar e muito o caminho do City, mas Guardiola tem agora Reijnders, claríssimo candidato a Reforço do Ano e um jogador que rapidamente se deve tornar indiscutível na ficha de jogo. Haaland quer sagrar-se melhor marcador, mas falta perceber quais serão os jogadores com mais minutos no apoio ao norueguês - Marmoush e Cherki (fechem as pernas, defesas da Premier) talvez levem vantagem, mas ainda há Foden, Oscar Bobb e Doku, podendo nas próximas semanas sair Savinho e entrar, quem sabe, Rodrygo.
    O nível técnico deste City é superlativo, e não julgamos que se dê nova crise. Guardiola é Guardiola mas preferimos privilegiar na luta pelo título as duas equipas que nos parecem saber melhor as respostas para as perguntas que 2025/ 26 deve colocar.

Treinador: Pep Guardiola
Onze-Base (4-3-2-1): Trafford; Matheus Nunes, Rúben Dias, Gvardiol, Aït-Nouri; Bernardo Silva, Rodri, Reijnders; Cherki (Foden, Bobb), Marmoush; Haaland

Atenção a: Erling Haaland, Tijani Reijnders, Omar Marmoush, Rayan Cherki, Rayan Aït-Nouri

 CHELSEA (4)

    Campeão do mundo. O Chelsea arranca 2025/ 26 com a moral em alta: os blues estão de volta à Liga dos Campeões, venceram a simpática Liga Conferência e derrotaram o favorito PSG na final do Mundial de Clubes. Na antecâmara da nova temporada, o Chelsea surge para muitos como uma ilha - poucos o incluem a na luta pelo título entre Liverpool, Arsenal e City, mas menos serão os que acham que Villa, United, Newcastle ou Tottenham têm mais argumentos do que a turma londrina.
    Enzo Maresca provou ser uma boa aposta, e o calendário acessível no começo da competição pode contribuir para embalar o Chelsea, instalando-o cedo nos lugares cimeiros.
    Além de arrumar a casa entre vendas (Madueke, João Félix, Dewsbury-Hall ou Petrovic) e empréstimos (Paez e Guiu, e muitos mais wonderkids se seguirão), o Chelsea acrescentou ao seu plantel dois avançados centro muitíssimo diferentes entre si, João Pedro e Liam Delap, e terá como novidades para as posições de extremos Gittens e Estêvão. O ex-Palmeiras é o jovem brasileiro que mais nos cativa desde o aparecimento de Neymar no Santos. Hato foi uma extraordinária contratação para a defesa, e é natural que até fim de Agosto ainda assinem mais elementos para as posições de apoio ao ponta de lança. O bom mundial de clubes não nos fez passar a achar que Sánchez está ao nível dos restantes membros do 11 inicial.
    Equipa ambiciosa, a amadurecer e cada vez mais forte nos momentos decisivos, o Chelsea continua a ter Caicedo e Enzo para destruir e criar, e esperamos que Cole Palmer (agora com o 10 nas costas) se assuma como um dos mais fortes candidatos a MVP desta edição.

Treinador: Enzo Maresca
Onze-Base (4-2-3-1): Sánchez; Reece James (Gusto), Chalobah, Tosin, Cucurella; Caicedo, Enzo Fernández; Estêvão, Cole Palmer, Pedro Neto (Gittens); João Pedro (Delap)

Atenção a: Cole Palmer, Moisés Caicedo, Estêvão, João Pedro, Enzo Fernández

 ASTON VILLA (5)

    Forte candidato a vencer a Liga Europa, competição na qual Unai Emery tem mestrado e doutoramento, o Aston Villa tem-se consolidado como equipa extremamente confiável na Premier League. Sétimo, quarto e sexto nas últimas 3 edições, o clube de Birmingham tem provado continuadamente como é competitivo, discutindo os jogos com os principais candidatos ao título e fazendo-se valer sempre pelo caráter coeso, sem vedetas e com um futebol muito prático e eficiente.
    Tem cabimento dizer-se que Manchester United e Newcastle têm melhores plantéis do que este Villa, mas à medida que a época avançar, o mais natural será observar um comportamento e rendimento mais estável nos villans, rapazes que venderam cara a eliminação frente ao PSG na última Liga dos Campeões.
    É certo que a Liga Europa pode desviar atenções e obrigar a priorizar uma competição em relação à outra, mas 24/ 25 mostrou-nos que o plantel consegue lidar com a presença em várias frentes até Abril (o Aston Villa caiu apenas nos quartos-de-final da liga milionária).
    Com o entusiasmante Morgan Rogers (surpreende-nos ninguém ter tentado retirá-lo do Villa Park) como principal figura e Tielemans a querer dar sequência às suas exibições de topo, o Aston Villa continuará a ter Emi Martínez entre os postes, meses depois de ter surgido o rumo que deixaria de contar para o treinador basco, e é bem possível que jogadores como Malen, Maatsen e Buendía possam render muito mais. Restringido pelo fair-play financeiro, o Aston Villa tem sido contido no ataque ao mercado, destacando-se o ingresso de Zépiqueno Redmond (melhor nome na Premier League?) e Guessand, craque com o perfil certo para render na Premier e combinar bem com Rogers e Watkins.
    Se noutros casos nos deixámos levar pelo instinto, prever o 5º lugar para este Villa é essencialmente deixar que domine a racionalidade.

Treinador: Unai Emery
Onze-Base (4-4-1-1): E. Martínez; Cash, Konsa, Pau Torres, Maatsen (Digne); Malen, B. Kamara, Tielemans, McGinn (Buendía); Rogers; Watkins

Atenção a: Morgan Rogers, Ollie Watkins, Youri Tielemans, Boubacar Kamara, Evann Guessand

 MANCHESTER UNITED (6)

    O gigante tem que despertar. O Manchester United de Ruben Amorim entra em 2025/ 26 sem margem de erro. O técnico português utilizou a última época como prolongada pré-época e sôfrego casting, convicto que as suas ideias, com os jogadores certos, resultarão. E depois da tempestade há a crença que The good days are coming.
    O United foi 15º (que vergonha) mas, realisticamente, tem plantel agora para ambicionar ficar 10 posições acima. Old Trafford confia no processo mas todo o adepto esgotou a paciência e quer ver resultados. Quer ganhar já. Uma obrigatoriedade interessante quando se verifica que os red devils vão defrontar Arsenal (que atmosfera vai ter esse primeiro jogo!), City, Chelsea e Liverpool nas primeiras oito jornadas.
    Falando do que nos entusiasma, impõe-se sublinhar a brutal diferença de velocidade e intensidade, a pensar e executar, que se espera ver neste United 25/ 26. Amorim começou por receber 2 dos melhores jogadores da última Premier League - Bryan Mbeumo e Matheus Cunha - e viu coroada a reformulação do ataque com o esloveno Benjamin Sesko, embora Zirkzee seja um jogador a ter debaixo de olho mediante o casamento do seu futebol com as caraterísticas dos novos companheiros. Quer tudo isto dizer, em teoria, que o capitão Bruno Fernandes será mais vezes médio centro (cabe ao português ser menos apressado e tornar-se um jogador com outra respiração e batimento cardíaco com bola, podendo ser um desafio para o treinador evitar que Bruno e Matheus Cunha pisem as mesmas zonas e peçam a bola em circunstâncias idênticas) e que Amad Diallo se fixará em definitivo como ala, esperando-se bom entendimento com Mbeumo.
    Continuamos a querer outro guarda-redes, e na defesa não é certo qual o melhor trio de centrais, que deverá ter sempre Yoro e que poderá passar a incluir mais vezes Mazraoui ou Dalot, anteriormente opções nos corredores. A CAN, altura em que Mbeumo e Amad (e Baleba?) estarão fora alguns jogos, também será um desafio para contornar.
    O United tem que crescer muito e Ruben Amorim sabe que tem basicamente até Dezembro para provar o seu valor. O incansável e omnipresente médio defensivo Carlos Baleba seria a peça perfeita no puzzle que vem sendo construído, sem esquecer a hipótese Hjulmand caso não haja acordo com o Brighton, e a total ausência de competições europeias, contrariamente às restantes 7 equipas que apontamos ao Top8, será uma vantagem, tanto na manutenção dos melhores índices físicos como na preparação de cada embate, de cada fim de semana.

Treinador: Ruben Amorim
Onze-Base (3-4-2-1): Onana; Yoro, de Ligt (Mazraoui), Maguire (Martínez); Amad Diallo, Casemiro, Bruno Fernandes, Dorgu; Mbeumo, Matheus Cunha; Sesko (Zirkzee)

Atenção a: Bruno Fernandes, Matheus Cunha, Bryan Mbeumo, Amad Diallo, Benjamin Sesko

 NEWCASTLE (7)

    Entre todas as equipas da Premier, o Newcastle é certamente quem entra mais desanimado em 2025/ 26. Os magpies conquistaram um troféu (Carabao Cup, diante do Liverpool) e asseguraram o regresso à Champions através do 5º lugar. Tudo eram rosas até chegar o Verão. Depois de conseguir o veloz Elanga (ótimo reforço, sendo fácil imaginá-lo em correrias diabólicas em St. James' Park), o Newcastle perdeu Trafford para o City, perdeu Ekitiké para o Liverpool e perdeu Mbeumo e Sesko para o Manchester United. O cúmulo? A greve do craque maior da equipa, o sueco Alexander Isak, determinado em pôr fim ao seu percurso no Newcastle, querendo mudar-se para o campeão Liverpool até ao final da janela de transferências.
    A moral está em baixo, Howe reconhece-o, mas o Newcastle é equipa para se restabelecer, mesmo num cenário sem Isak. O clube tem uma das melhores duplas de laterais do campeonato (Livramento e Lewis Hall), domina a zona nevrálgica do jogo graças a Tonali e Bruno Guimarães, pode edificar uma sólida dupla de centrais a partir do quarteto Schär, Thiaw, Botman e Burn, e quem tem elementos como Gordon, Elanga, Jacob Murphy e Harvey Barnes sabe que vai criar perigo. Sempre.
    Aos 24 anos, Jacob Ramsey é um reforço muito interessante e nesta fase a principal incógnita é mesmo a gestão do caso Isak. Parece quase inevitável que o melhor avançado da Premier League em 24/ 25 se torne a transferência mais cara da História da competição, e talvez seja mesmo recomendável que o Newcastle ceda perante quem não quer vestir mais a camisola, sobretudo se souber como reagir a essa venda, captando em resposta 2 ou 3 craques.
    Faz sentido que os nortenhos comecem a Premier desorientados, mas esta previsão de 7º lugar é um atestado de confiança e da personalidade que vemos neste balneário, mesmo achando que a saída de Isak é o cenário mais provável.

Treinador: Eddie Howe
Onze-Base (4-3-3): Pope (Ramsdale); Livramento, Schär (Thiaw), Burn (Botman), Lewis Hall; Tonali, Bruno Guimarães, Joelinton (Jacob Ramsey); Elanga (J. Murphy, H. Barnes), A. Gordon, Isak

Atenção a: Alexander Isak, Anthony Gordon, Sandro Tonali, Lewis Hall, Tino Livramento

 TOTTENHAM (8)

    Gera um misto de sensações este início de época dos spurs. O Tottenham foi 17º na temporada passada - um anómalo décimo sétimo com 64 golos marcados (oitavo ataque mais concretizador) - mas venceu a Liga Europa, conseguindo assim marcar presença na próxima Liga dos Campeões. No Norte de Londres, a boa exibição frente ao PSG na Supertaça Europeia serviu de bom aperitivo para o promissor trabalho de Thomas Frank, um dinamarquês com abordagem flexível estratégica e taticamente, que se tornou ao longo de 7 anos no Brentford um dos técnicos mais respeitados e consensuais em Inglaterra.
    Apontar o Tottenham ao oitavo lugar (9 posições acima do seu último registo) não é prever um desempenho sensacional; é apenas confiar que Frank saberá transformar esta equipa, devolvendo-a ao patamar a que pertence (posições 5 a 8). Se nos limitássemos a projetar o mérito de Thomas Frank até poderíamos colocar o Tottenham mais acima, mas desconfiamos de alguns jogadores.
    Não sabemos se o 3-5-2 da Supertaça é para manter, mas de facto quem tinha Romero (novo capitão), van de Ven, Danso e Dragusin, e acrescentou Vuskovic (enorme potencial, embora ainda possa ser emprestado) e Takai faz o seu sentido que privilegie uma defesa a três.
    Sem Son Heung-Min (um adeus depois de uma década de excelência no clube) e com craques como Kulusevski (jogador perfeito para as ideias de Frank) e Maddison a falharem os primeiros tempos de competição, consideramos que 25/ 26 pode ser um salto significativo para os médios Bergvall e Pape Sarr (incumbido de fazer mais coisas em campo), seria espetacular Frank conseguir fazer do reforço Kudus um jogador com 70% do rendimento que Mbeumo tinha no Brentford, e oxalá João Palhinha se reencontre.
    Em negociações por Savinho, a sonhar com Eze e depois de uma nega de Gibbs-White, os spurs têm o pensador certo para o seu projeto e é razoável definir como meta o regresso ao clássico Top6. Gostamos da defesa (Porro é um dos jogadores que melhor cruza na Premier, van de Ven é rapidíssimo, Romero pode ser um dos melhores do mundo se controlar os seus impulsos quezilentos e Djed Spence merece levar vantagem sobre Udogie) e sentimos que no seu todo a defesa pode funcionar muito melhor, sem se apresentar tão subida e suicida como era apanágio de Postecoglou, o australiano que guiou o Tottenham ao primeiro troféu em 17 anos.

Treinador: Thomas Frank
Onze-Base (4-3-3): Vicario; Pedro Porro, Romero, van de Ven, Spence (Udogie); João Palhinha (Bentancur), Bergvall, Kulusevski (Sarr, Maddison); Kudus, B. Johnson (Tel), Solanke

Atenção a: Dejan Kulusevski, Mohammed Kudus, Cristián Romero, Pape Sarr, Lucas Bergvall

 BRIGHTON (9)

    A máquina de descobrir talentos e trabalhá-los até serem irresistíveis para os clubes de topo da Premier continua afinada. Caicedo, Mac Allister, Cucurella, Trossard, Ben White e Bissouma são casos do passado, aos quais se juntou há escassos meses João Pedro, novo reforço do Chelsea. Tudo indica que Carlos Baleba vai mesmo para o Manchester United, proporcionando novo encaixe acima de 100 milhões aos seagulls.
    Esperar uma classificação do 10º ao sexto lugar condiz com as prestações do Brighton nos últimos 4 anos. Hürzeler (32 anos) já teve o seu ano de reconhecimento e adaptação ao futebol inglês e, a par do elevar de expetativas relativamente ao jovem técnico alemão, são vários os jogadores deste plantel que dão a sensação de ainda nem terem mostrado sequer metade do seu real valor (O'Riley, Gruda, Minteh, Wieffer ou Rutter).
    Kostoulas, Tzimas (impressionante a nova geração da Grécia), De Cuyper, Coppola e Boscagli foram os principais reforços neste mercado, podendo o clube vir a arrepender-se de ter deixado voar Evan Ferguson (Roma) e Adingra (Sunderland). Claro está que uma super venda de Baleba terá como natural consequência um ataque ao mercado.
    Nesta edição, o "pai" Welbeck poderá atualizar o seu máximo de golos numa época, o sueco Ayari tem mostrado estar no ponto para ser homem do jogo com regularidade, e é um luxo Hürzeler poder contar com uma tremenda variedade de centrais (van Hecke, Dunk, Coppola e Boscagli).

Treinador: Fabian Hürzeler
Onze-Base (4-3-3): Verbruggen; Wieffer, van Hecke, Dunk, De Cuyper; Baleba, Ayari, O'Riley (Hinshelwood); Minteh (Gruda), Mitoma, D. Welbeck (Rutter, Kostoulas)

Atenção a: Yasin Ayari, Yankuba Minteh, Danny Welbeck, Charalampos Kostoulas, Maxim De Cuyper

 BOURNEMOUTH (10)
    O Vitality Stadium tem sido palco de algumas das prestações mais enérgicas e entusiasmantes da Premier League. Com Iraola (um dos melhores treinadores da atualidade no futebol inglês), os cherries tornaram-se o protótipo perfeito do porquê deste campeonato atrair tantos amantes de futebol. O Bournemouth entra em qualquer jogo confiante que pode vencer, aposta nos duelos individuais ao longo de todo o retângulo de jogo e, sintoma maior do bom trabalho realizado pela equipa técnica, tem visto diversos jogadores valorizarem. Ao ponto do Bournemouth ser pequeno para a sua qualidade.
    Aké (Manchester City, 45 milhões em 20/ 21) e Solanke (Tottenham, 64 milhões no Verão passado) deram o mote para o posicionamento do Bournemouth enquanto bom vendedor, mas este defeso ultrapassou tudo - o bom futebol praticado em 24/ 25 traduziu-se na venda de Huijsen ao Real Madrid (62M), de Zabarnyi ao PSG (63M), de Kerkez ao Liverpool (46M) e, num caso distinto, de Dango Ouattara ao Brentford (49M).
    O Bournemouth perdeu num estalar de dedos uma das melhores duplas de centrais da Premier, e 3 dos seus 4 defesas titulares. Se acrescentarmos o fim do empréstimo de Kepa, encontrarmos um contexto de 4 em 5 elementos defensivos diferentes, sendo que a posição de lateral direito até foi a menos estável na gestão de Iraola.
    Pela positiva, o clube do Sul de Inglaterra conseguiu renovar com Semenyo e manteve Justin Kluivert. Os cherries encaixaram quase 240 milhões mas gastaram apenas 77, o que nos faz acreditar que até final de Agosto Iraola ainda receberá 3 ou 4 jogadores que nos farão olhar para o onze inicial doutra forma.
    As derrotas na Summer Series (1-4 frente ao Manchester United e 0-2 frente ao West Ham) deixaram claro que reconstruir a defesa será um processo, e por isso não se surpreendam se a segunda volta for bastante melhor do que o arranque. Além dos poucos craques que sobreviveram em Kings Park, estamos confiantes numa grande temporada de Petrovic (realizou uma Ligue 1 forte pelo Estrasburgo) na baliza, é sabido que Diakité é um central goleador, Truffert terá a pesada herança de carregar jogo e exibir um dinamismo aproximado do húngaro Kerkez, e veremos se o promissor Junior Kroupi (tem 19 anos e foi o melhor marcador da Ligue 2, no Lorient, apontando 22 golos) faz o suficiente para ter oportunidades a sério na primeira equipa. 

Treinador: Andoni Iraola
Onze-Base (4-2-3-1): Petrovic; L. Cook, Diakité, Senesi, Truffert; T. Adams (Christie), Alex Scott; Semenyo, Kluivert, Tavernier; Evanilson (Junior Kroupi)

Atenção a: Antoine Semenyo, Djordje Petrovic, Justin Kluivert, Bafodé Diakité, Adrien Truffert

 NOTTINGHAM FOREST (11)


    Entre as vinte equipas da Premier League, o Nottingham Forest será certamente uma das que inspira maior curiosidade estatística. A equipa de Nuno Espírito Santo foi a sensação da última edição, terminando num fantástico sétimo lugar a apenas 1 ponto da Liga dos Campeões.
    O Forest foi inequivocamente um overperformer em diversas métricas, e recomenda a lógica que esse sobre rendimento é insustentável com o tempo.
    Muitos são os que preveem significativa queda do Forest na tabela, mas a prudência faz-nos crer que os comandados de NES caindo, não cairão assim tanto. Chris Wood (Igor Jesus e Kalimuendo serão alternativas) pode até não ser tão eficaz, e os adversários já não serão tão facilmente apanhados de surpresa com as nuances táticas (ora 4-2-3-1, ora três centrais) nem menosprezarão este Forest, mas uma equipa que defende tão bem e que não perdeu ninguém na sua defesa, deverá continuar a defender minimamente bem.
    Sels, Aina, Milenkovic e Murillo querem provar que 24/ 25 não foi um acaso, e Morgan Gibbs-White deu o exemplo para o grupo ao rejeitar o Tottenham, acabando por renovar. Apostamos que o médio ofensivo, tal como Elliot Anderson, melhorará os seus números esta temporada.
    Elanga (transferido para o Newcastle por 63 milhões) foi a única venda de peso, surgindo o suíço Ndoye como ótimo substituto. E os brasileiros Igor Jesus e Jair Cunha, ambos ex-Botafogo, aumentam o contingente canarinho.
    É expectável uma ligeira descida à Terra, e veremos como a presença na Liga Europa interfere com o rendimento interno da equipa, estando o Forest nesta fase a ampliar soluções (McAtee, Hutchinson) e ganhar banco e capacidade de rodar. Quem defende tão bem não pode cair a pique.

Treinador: Nuno Espírito Santo
Onze-Base (4-2-3-1): Sels; Aina, Milenkovic, Murillo, Neco Williams; Sangaré, E. Anderson; Ndoye, Gibbs-White, Hudson-Odoi; Chris Wood

Atenção a: Morgan Gibbs-White, Murillo, Chris Wood, Dan Ndoye, Elliot Anderson

 CRYSTAL PALACE (12)

    Na temporada passada, o Crystal Palace arrecadou o primeiro troféu da sua História, ao derrotar o Manchester City em Wembley (FA Cup). O êxtase foi substituído por alguma desilusão quando a UEFA se pronunciou sobre a presença europeia dos eagles (culpados apenas de terem aberto a porta de casa ao manhoso John Textor), que acabaram relegados da Liga Europa para a Liga Conferência. Mas o arranque de 2025/ 26 trouxe novo sorriso. Na Community Shield, o Palace fez a festa nas grandes penalidades diante do favorito Liverpool.
    Com Oliver Glasner, a equipa respira confiança e sabe o que está a fazer em campo. É realista considerar o Crystal Palace um dos favoritos na Conference, o que pode custar alguns lugares na tabela da Premier League.
    De resto, o 3-4-2-1 mantém-se intocado, Sosa e Benítez foram reforços económicos para o banco, e todos os craques da equipa continuam pelo Selhurst Park. Este 12º lugar está influenciado por prevermos duradoura campanha europeia e pela antecipação de algumas saídas e entradas em resposta: Guéhi é o mais forte candidato a sair, mas Muñoz, Wharton, Sarr e Mateta devem continuar. O caso mais incerto é o de Eberechi Eze, deixando-nos bastante curiosos como gastará o Palace o dinheiro de uma eventual venda do seu camisola 10.

Treinador: Oliver Glasner
Onze-Base (3-4-2-1): D. Henderson; Richards, Lacroix, Guéhi; D. Muñoz, Wharton, Doucouré (Kamada, Hughes), Mitchell; I. Sarr, Eze; Mateta

Atenção a: Eberechi Eze, Jean-Philippe Mateta, Daniel Muñoz, Adam Wharton, Ismaila Sarr

 EVERTON (13)

   Adeus Goodison Park, olá Hill Dickinson Stadium. Os toffees tiveram a mesma morada 132 anos (desde 1892) mas 2025/ 26 será sinónimo de novo lar. A nova casa tem mais lugares (52,769 contra 39,414) e só o tempo dirá se esta novidade será um condimento extra nos desempenhos da equipa de Liverpool ou um elemento desestabilizador e causador de estranheza.
    Depois de sentir bem perto a linha de água entre 2022 e 2024, a chegada de David Moyes no decorrer da última temporada foi um reencontro feliz, terminando o Everton neste 13º que colocamos como hipotética repetição. O escocês é definitivamente o homem certo no lugar e no tempo certos, e a ambição do clube - personificada no novo estádio - tem-se refletido também nesta janela de transferências. A defesa já tinha qualidade, com Pickford, Tarkowski, Branthwaite, O'Brien e Mykolenko, e já havia rasgos de genialidade com Iliman Ndiaye (o 10 tem obrigação de arrancar esta temporada determinado em afirmar-se de vez), mas Dewsbury-Hall, Grealish e Thierno Barry são verdadeiros reforços, capazes de tornar a equipa perigosa numa variabilidade de elementos e paulatinamente redefinir a identidade desta equipa. O avançado francês de 1,95m é melhor do que Beto e tem uma enorme margem de progressão, Dewsbury-Hall será com facilidade uma das figuras da equipa, sendo o tipo de jogador que cresce muito quando sente que a equipa vive dele, e Grealish ainda pode ser aos 29 anos um reforço de luxo, tenha ele fome para atuar com a autoridade, liberdade e imprevisibilidade que o caraterizavam no Aston Villa. Será complicado não sairem boas jogadas das interações entre Ndiaye, Grealish e KDH, o trio das meias curtas.

Treinador: David Moyes
Onze-Base (4-2-3-1): Pickford; O'Brien, Tarkowski, Branthwaite, Mykolenko (Aznou); Gueye, Garner (Alcaraz); Dewsbury-Hall, Ndiaye, Grealish; Barry

Atenção a: Iliman Ndiaye, Kiernan Dewsburry-Hall, Jack Grealish, Thierno Barry, James Tarkowski

 FULHAM (14)
    

    Marco Silva orienta, pela quinta temporada consecutiva (só Guardiola e Arteta estão há mais tempo nos seus projetos), o clube mais imune a transferências e oscilações de forma. Os cottagers são um caso à parte, conseguindo MS manter a equipa entre o 10º e o 13º com um investimento incomparavelmente inferior ao dos concorrentes diretos. Enquanto o extremo Kevin (Shakhtar) não se torna oficial, a fatura dos londrinos neste mercado está em 500 mil euros - Lecomte foi contratado para suplente de Leno. Incapaz de chegar sequer aos 100 milhões em reforços em qualquer um dos últimos seis Verões, quando outros gastam 200 e 300 por ano, o Fulham tem-se sabido manter competitivo e coeso, batendo frequentemente o pé nos jogos grandes e perdendo, regra geral, um jogador relevante por época. Aconteceu com Mitrovic em 23/ 24, com João Palhinha em 24/ 25 e tudo levava a crer que aconteceria nesta janela com Antonee Robinson, mas a idade (28 anos) terá sido entrave ao merecido salto de um dos melhores laterais esquerdos da competição. Agradece Marco Silva.
    O Fulham mantém todo o 11, tendo acrescentado a promoção em definitivo de Joshua King (médio inglês, não confundir com o avançado norueguês trintão, ex-Bournemouth), um talento com 18 aninhos para acompanhar. Iwobi entra nesta temporada com outro estatuto, e tanto Sessegnon como Harry Wilson quererão aproveitar as oportunidades que o reforço tardio dos corredores lhes está a proporcionar.
    Achamos o Fulham perfeitamente capaz de ser 11º. Forest e Palace terão competições europeias e o Everton terá a adaptação a uma nova casa, o que pode servir como motivação ou desorientação. Ser 14º na Premier com este plantel, sem reforços, seria uma missão bem-sucedida, e é meramente pela letargia e timidez em acrescentar qualidade, e pela comparação qualitativa dos plantéis que, ao dia de hoje, atribuímos ao Fulham o último lugar entre os emblemas que pensamos que andarão pelo meio da tabela.

Treinador: Marco Silva
Onze-Base (4-2-3-1): Leno; Tete, J. Andersen, C. Bassey, A. Robinson; Berge, Lukic; Harry Wilson (Sessegnon), Joshua King (Smith-Rowe), Iwobi; Raúl Jiménez (Rodrigo Muniz)

Atenção a: Alex Iwobi, Antonee Robinson, Raúl Jiménez, Joshua King, Harry Wilson

 WEST HAM (15)

    Duas vezes 14º nos últimos três anos, o West Ham começa a acostumar-se aos lugares menos desejados da tabela na Premier League, e ao contrário das equipas que apontamos aos lugares 11-14 (campeonato tranquilo), os hammers podem muito bem ver-se envolvidos numa acesa luta pela manutenção com Brentford, Wolves e as 3 equipas oriundas do Championship.
    Graham Potter estava em altas quando saiu do Brighton para o Chelsea, mas hoje a perceção é outra. O britânico de 50 anos substituiu Moyes no estádio olímpico de Londres mas os resultados não foram famosos: 5 vitórias em 19 jogos, sendo conveniente contextualizar que duas surgiram nas 3 jornadas finais, o que significa que Potter chegou a estar com apenas 3 vitórias num espaço de 16 partidas. A continuidade do treinador com apelido de feiticeiro estava em causa, mas foi-lhe dado tempo e um voto de confiança neste Verão.
    Sem Kudus, vendido para o Tottenham, é expectável que o West Ham se apresente maioritariamente num 3-5-2, com Bowen (jogador mais iluminado e consistente deste ataque) cada vez a assumir mais terrenos centrais. Hermansen não deve ter dificuldades em roubar a baliza a Aréola, e é-nos difícil imaginar que uma equipa que tem centrais como Kilman e Todibo e médios como Lucas Paquetá (livre de acusações no caso de apostas desportivas) e Ward-Prowse possa descer.
    Para não equacionarmos um cenário em que a equipa orbite um desfecho dantesco precisávamos de ver os hammers a "sacarem" um ponta de lança de qualidade nestes últimos dias (Fullkrug e Callum Wilson são opções válidas mas há margem para melhoria) e vemos como ponto forte a possibilidade de ter Wan-Bissaka e Malick Diouf nas faixas - o inglês defende como poucos e o reforço senegalês, ex-Slavia Praga, pode dar sequência à sua ascensão meteórica (em 2022 jogava no seu país), ele que apontou 7 golos na temporada passada. 

Treinador: Graham Potter
Onze-Base (3-5-2): Hermansen; Todibo, Aguerd, Kilman; Wan-Bissaka, Ward-Prowse, Soucek (Potts), Lucas Paquetá, Malick Diouf; Bowen, Fullkrug

Atenção a: Jarrod Bowen, Malick Diouf, Aaron Wan-Bissaka, Callum Wilson, Mads Hermansen

 SUNDERLAND (16)

    Talvez o mais lógico fosse mesmo prever que as 3 equipas promovidas descerão juntas, consolidando o hábito recente. Mas tem mais graça por vezes guiarmo-nos pelo instinto e acreditarmos que algum dos emblemas novos será capaz de sobreviver.
    Passaram-se oito anos desde que o histórico rival do Newcastle mergulhou numa espiral de desaires, entre falências e documentários (Sunderland 'Til I Die) na Netflix. Os black cats fizeram menos 24 pontos do que Leeds e Burnley, mas o investimento neste mercado foi astuto e a equipa está globalmente mais forte, com ótimas soluções sobretudo a meio-campo.
    Jobe Bellingham saiu para o Borussia Dortmund, mas o outro miúdo maravilha (Chris Rigg, 18 anos) continua no Stadium of Light. Ainda assim, nem Rigg nem Le Fée têm a titularidade garantida no setor intermédio, podendo qualquer um acrescentar mais como interior a partir de uma posição de falso extremo, uma vez que Xhaka, Sadiki e Habib Diarra têm tudo para casar bem. O suíço foi um dos jogadores mais subvalorizados nos anos civis de 2023 e 2024, Sadiki é um incansável recuperador e Diarra, que era capitão no sensacional Estrasburgo, é um médio de Premier League da cabeça aos pés.
    Uma época como titular no NEC Nijmegen, da Eredivisie, foi suficiente para o Sunderland apostar no guarda-redes Roefs, e na defesa destacamos a supremacia no jogo aéreo do reforço Alderete (ex-Getafe) e o extraordinário jogador que é o irlandês Trai Hume, um daqueles defesas que sabe realmente defender. Adingra e Talbi serão agitadores, esperando-se acesa disputa entre Mayenda, Guiu e Isidor pela posição nove.
    O sorteio ditou um calendário com arranque relativamente positivo, e cabe ao Sunderland aproveitar algum embalo inicial, carregado pelo seu público apaixonante, deliciado com a sensação de "regressámos aonde pertencemos". Será um dos fortes candidatos à descida, embora projetemos grande equilíbrio entre as posições 15 e 18.

Treinador: Régis Le Bris
Onze-Base (4-3-3): Roefs; Hume, Ballard (O'Nien), Alderete, Cirkin (Reinildo); Xhaka, Sadiki, H. Diarra; Talbi (Rigg), Mayenda (Guiu, Isidor), Adingra

Atenção a: Habib Diarra, Simon Adingra, Trai Hume, Noah Sadiki, Chris Rigg

 BRENTFORD (17)

    Será muito estranho ver o Brentford esta época e não ver Thomas Frank. O dinamarquês fechou o seu ciclo no clube, iniciando nova aventura no Tottenham, e os bees optaram por promover o seu adjunto, Keith Andrews, que se estreará como treinador principal.
    Avaliar Andrews é naturalmente um exercício puramente especulativo e infundado, interessando-nos mais olhar para o que mudou no plantel e, com isso, prever a vida difícil que o Brentford pode experimentar esta época. Além do pensador, simplificador e aglutinador Frank, o clube londrino perdeu Mbeumo para o Manchester United, Flekken (recordista de defesas na Premier League 24/ 25) para o Leverkusen e o líder Norgaard para o Arsenal. Se assumirmos que Wissa também acabará por sair, só no pacote Mbeumo + Wissa o Brentford perde num ápice 39 golos.
    Jordan Henderson será renovada voz de comando no balneário, Milambo é reforço e na transição de Flekken para Kelleher não se pode dizer que os bees estejam mais fracos entre os postes. Mas por mais que acreditemos que Damsgaard vai pegar ainda mais na batuta, que Schade e Dango conseguem compensar os números perdidos de Mbeumo e que Igor Thiago é, um ano mais tarde, o herdeiro de Toney, o todo deixa-nos muito reticentes.
    Basicamente, aquilo que nos leva a dar vantagem ao Brentford sobre o Wolves é a melhor defesa que encontramos neste elenco, não se podendo ignorar a maneira matemática e pragmática como o Brentford sempre projetou o seu futebol e definiu o seu scouting. Andrews é uma incógnita, mas o Gtech terá uma cadeira apetecível caso a direção opte por seguir outro caminho, com um nome mais fidedigno.

Treinador: Keith Andrews
Onze-Base (4-3-3): Kelleher; Kayode, Collins, van der Berg, Lewis-Potter; J. Henderson, Jensen, Damsgaard; Dango Ouattara, Schade (Milambo), Wissa (Igor Thiago)

Atenção a: Mikkel Damsgaard, Michael Kayode, Dango Ouattara, Kevin Schade, Caoimhin Kelleher

 WOLVES (18)

    Entre os 4 técnicos portugueses na Premier League, Vítor Pereira parece-nos aquele que corre mais riscos de descer. O ex-Porto conseguiu ter impacto imediato nos lobos, mas foi um preocupante sintoma o somatório de apenas 1 ponto nos últimos 12 em disputa em 24/ 25, conjugando esse "desligar" coletivo com a perda de dois craques que faziam verdadeiramente a diferença, jogo após jogo, neste Wolves.
    Impossível de segurar, o epicentro criativo Matheus Cunha despiu o 10 no Molineux e vestiu nova camisola 10 em Old Trafford, contratado por mais de 70 milhões de euros pelo Manchester United; Aït-Nouri, fundamental a transpor linhas e desequilibrar através do seu reportório técnico e de combinações, incorporando-se vezes sem conta no ataque, deu o salto para o Manchester City.
    VP perdeu magia e fantasia, perdeu também os portugueses Nelson Semedo e Gonçalo Guedes, e até ver não recebeu substitutos da mesma craveira. O norueguês Moller Wolfe será uma locomotiva no corredor esquerdo, compensando a menor valia técnica com um pulmão e uma aceleração que impressionam, e o colombiano Jhon Arias viu premiado o seu excelente mundial de clubes com uma merecida mudança para a Premier, podendo muito bem tornar-se o principal rosto ofensivo destes wolves. Agbadou lidera bem a defesa embora pareça desacompanhado, André e João Gomes são dupla de confiança e Strand Larsen apontou 14 golos na temporada passada. Para evitar a descida - qualquer posto entre 15º e 18º parece-nos razoável para este Wolves - Fer López terá que entrar bem no futebol inglês, precisando a equipa da sua criatividade, e veremos quem se superioriza entre Hoever, Rodrigo Gomes e Pedro Lima no concurso pela vaga deixada por Nelson Semedo.

Treinador: Vítor Pereira
Onze-Base (3-4-2-1): José Sá; Doherty, Agbadou, Toti; Hoever (Rodrigo Gomes, Pedro Lima), André, João Gomes, Moller Wolfe; Arias, Fer López (Munetsi, Bellegarde), Strand Larsen

Atenção a: João Gomes, Jhon Arias, Strand Larsen, David Moller Wolfe, Fer López

 LEEDS UNITED (19)

    É preciso recuar no tempo até ao Fulham de Marco Silva em 2021/ 22, vencedor do Championship com Mitrovic a apontar 43 golos, para identificar um campeão da segunda liga inglesa que não desceu imediatamente após subir. Com Burnley (22/23) e Leicester City (23/24) aconteceu isso, e o cenário mais provável é este Leeds United honrar a história recente.
    Histórico emblema do futebol inglês, o Leeds vacilou em Wembley há um ano atrás frente ao Southampton, significando esse timing da subida fracassada a perda de elementos como Summerville, Rutter e Archie Gray. À segunda tentativa, o alemão Daniel Farke (o seu Norwich também era dominador no Championship e dominado na Premier) sagrou-se campeão, nem precisando para tal de muitos reforços: o israelita Solomon foi emprestado pelo Tottenham, Bogle custou 6 milhões e Ao Tanaka, uma espécie de Aursnes nipónico tal a maneira irrepreensível e discreta como faz tudo, foi um "achado" por 4 milhões.
    Com um leque de reforços superior ao Burnley e inferior ao Sunderland, os whites têm em Lucas Perri um claro upgrade em relação ao inseguro Meslier, e dada a boa parceria de Joe Rodon e Struijk (homem de golos decisivos ao cair do pano) o reforço Bijol pode ditar uma mutação para 3-4-3. Gudmundsson não é Júnior Firpo (deixa saudades, tendo somado 4 golos e 10 assistências) e no meio-campo Tanaka pertence a este patamar competitivo, podendo agora ter a companhia de Stach e Longstaff. O norte-americano Brenden Aaronson, jogador que muito apreciamos, é o verdadeiro jóker deste plantel.
    Na frente, o pequeno e endiabrado Gnonto tarda em explodir, embora ainda tenha 21 anos, e temos dúvidas que Daniel James e Piroe consigam carregar a equipa rumo à manutenção, numa medida aproximada do que fizeram rumo ao título. Ainda assim, salvo super reforços de última hora, serão os 2 jogadores a quem os adeptos vão exigir mais em zonas de definição e finalização.

Treinador: Daniel Farke
Onze-Base (4-3-3): Perri; Bogle, Rodon, Struijk (Bijol), Gudmundsson; Ampadu (Longstaff), Tanaka, Stach; Daniel James, Gnonto (Ramazani), Piroe

Atenção a: Ao Tanaka, Daniel James, Joel Piroe, Jayden Bogle, Lucas Perri

 BURNLEY (20)

    Desde que abandonou a Premier League em 2022, após 6 temporadas consecutivas no principal escalão inglês (que incluíram um 7º e um 10º lugares), o Burnley caiu no irritante limbo ao qual também pertencem nesta fase Leeds, Leicester e Southampton - equipas boa demais para o Championship mas incapazes de dar boa réplica quando o nível sobe.
    Com Scott Parker no comando, os clarets realizaram um Championship histórico a nível defensivo. Totalizando os mesmos 100 pontos do campeão Leeds, o Burnley destacou-se ao sofrer apenas 16 (!) golos em 46 jogos. Além destes 0,35 golos sofridos por jogo, o Burnley pôde ainda gabar-se de só ter perdido em duas ocasiões (ficou invicto em casa) e de ter somado 30 clean sheets.
    Todos estes indicadores seriam promissores, mas infelizmente para os adeptos 2 dos 3 grandes responsáveis por este feito já não estão no clube. O guardião James Trafford (melhor jogador deste último Championship) foi contratado pelo Manchester City e o central CJ Egan-Riley mudou-se, a custo zero, para o Marselha de De Zerbi. A única boa notícia é a permanência do centralão canhoto e francês Maxime Estève, um jogador com uma regularidade impressionante que esperamos que apague muitos fogos e acabe a ser o ativo mais valorizado nesta passagem pela Premier.
    Sem o amuleto Brownhill (clube e jogador não chegaram a acordo) e com poucos reforços que permitam sonhar acordado, o Burnley terá Kyle Walker como jogador com maior notoriedade, precisará que o emprestado Ugochukwu (Chelsea) cubra muito terreno e há que depositar esperanças na qualidade técnica do tunisino Mejbri e na veia goleadora de Zian Flemming, neerlandês que atuou muitas vezes a falso 9 na segunda divisão mas que pode ter mais impacto como médio ofensivo (a sua posição mais natural) nesta Premier. Nos corredores há Koleosho e há o nosso bem conhecido Marcus Edwards, mas até confiamos mais em Jaidon Anthony, que terminou bem a temporada passada.
    A superlativa qualidade da concorrência deve impedir o Burnley de dar sequência à sua postura e estratégia, esperando-se poucos 1-0 e 0-0, resultados super frequentes em 24/ 25. A equipa teve sucesso com uma linha de 4, mas o reconhecer do enfraquecimento do setor mais recuado pode convidar Parker a iniciar a temporada com três centrais e uma linha de 5, com bloco bastante baixo. 

Treinador: Scott Parker
Onze-Base (5-4-1): Dubravka; C. Roberts (Koleosho), Kyle Walker, Ekdal, Estève, Hartman; Mejbri, Ugochukwu, Cullen, J. Anthony; L. Foster (Broja, Flemming)

Atenção a: Maxime Estève, Jaidon Anthony, Zian Flemming, Hannibal Mejbri, Luca Koleosho



8 de agosto de 2025

Antevisão da Liga Portugal Betclic 2025/ 26

  Liga Portugal Betclic Sejamos todos bem-vindos ao mundo sem Gyökeres. Após 2 anos de domínio leonino, alicerçados na potência e capacidade de resolver jogos praticamente sozinho do sueco do Sporting, a Liga portuguesa arranca invariavelmente diferente.
    A transferência de Gyökeres para o Arsenal, após longa novela, nivelou os candidatos. E prevemos verdadeira luta a três, ao contrário das últimas edições.
    O Sporting ambiciona sagrar-se tricampeão (algo que não acontece desde os anos 50) mas Rui Borges deixa os adeptos de pé atrás na hora de definir expetativas. Seria provavelmente recomendável uma lógica de continuidade e estabilidade, privilegiando um modelo 100% assimilado que "apenas" se teria que adaptar à perda do MVP do campeonato. Os leões tiveram êxito em 3-4-3 / 3-4-2-1 e têm uma base sólida com jogadores que se conhecem muitíssimo bem, mas tudo indica que Rui Borges vai mesmo levar a sua avante e apostar num 4-2-3-1, que o faça sentir a equipa como mais sua e menos de Ruben Amorim, mas que representa riscos: incorporação de novos automatismos, queimando essa "vantagem" em relação a Benfica e FC Porto; desconforto ou sub-rendimento de algumas peças-chave no novo esquema; e sacrifício de 1 ou 2 jogadores que na ideia anterior seriam titulares, e que com as novas nuances poderão figurar mais vezes no banco, salvo alguma saída até ao final do mês.
    Benfica e Porto querem terminar com a hegemonia sportinguista. Os encarnados não vencem o campeonato desde 2023 (1 campeonato em 6 anos) e os dragões desde 2022 (2 em 6). Na Luz, Rui Costa manteve Bruno Lage mas dificilmente existirá um clima pacífico e saudável, fundamental para a equipa crescer, nestes primeiros meses. Vencida a Supertaça, a entrada na fase de grupos da Liga dos Campeões será um teste de fogo, sendo expectável que em ano de eleições Rui Costa continue em campanha até fim de Agosto (João Félix escapou para os braços de Ronaldo e Jesus, mas ainda devem chegar um ou dois craques) e vivendo-se em Outubro tremenda decisão - os adeptos terão voz para escolher no boletim de voto entre continuar com a atual direção, recuar no tempo na companhia de alguém que se serviu do clube, ou "limpar" o clube optando por algo realmente novo. Cenário mais provável: decisão em duas voltas. Na Invicta, André Villas-Boas convenceu Farioli (o melhor treinador entre os 3 grandes, o que pode fazer muita diferença) e o ex-Ajax já está a ter impacto imediato. Chega a chocar um pouco pensar no Porto moribundo que terminou o campeonato e disputou o Mundial de Clubes com Anselmi e compará-lo com o entusiasmo gerado pelo 4-3-3 com Froholdt a deslumbrar tudo e todos, torcendo o adepto neutro e os portistas para que Rodrigo Mora permaneça no Dragão e Farioli descubra a melhor forma de o incorporar no seu plano de jogo. 

    No geral, acreditamos que vamos ter um campeonato mais forte. Onze das 18 equipas mantiveram treinador, interessando-nos em particular ver o que faz Vasco Botelho da Costa no Moreirense, Luís Pinto em Guimarães e Carlos Vicens (ex-adjunto de Pep Guardiola) no Sporting de Braga.
    Além de Gyökeres, a Liga despediu-se de Carreras, Di María, Köü, Fábio Vieira, Félix Correia ou Chico Lamba. Saudamos as chegadas de Ríos, Ivanovic, Dedic, Froholdt, Gabri Veiga, Borja Sainz, Luis Suárez, Kochorashvili, Vagiannidis, Mario Dorgeles, Pau Víctor, Oumar Camara, Léo Realpe, Kelian Nsona, Ianis Stoica, Brayan Medina, Martín Fernández ou Cédric Nuozzi, e os regressos de Alberto Costa, Pizzi, André Ferreira ou Kiko Bondoso.

    Entre os miúdos, Quenda (18 anos) jogará a saber que em 26/ 27 já está certo no Chelsea, o Porto dependerá da criatividade de Mora (18) e das correrias de Froholdt (19) e no Benfica só o tempo dirá que espaço terão Schjelderup, Prestianni ou Rego. Um Braga bastante espanhol, um Rio bastante grego e um Alverca com 27 reforços são apenas alguns dos fenómenos numa edição da Liga Portugal que antecipamos com maior curiosidade e que cremos que será mais imprevisível. 

    Cabe-nos então apresentar a nossa previsão para 25/ 26, em termos de destaques coletivos e individuais, sujeita como sempre às incidências finais do mercado de transferências, tanto a nível de entradas como de saídas:


 FC PORTO (1)

    O Porto foi terceiro classificado nas últimas duas épocas, uma com Sérgio Conceição e a outra com Vítor Bruno + Anselmi. Como podemos apontar ao título uma equipa que há um par de meses estava moribunda, revelando-se incapaz de ganhar qualquer jogo no Mundial de Clubes? Em duas palavras: Francesco Farioli. O ponto de partida do extraordinário Verão de André Villas-Boas foi a escolha de um treinador entusiasmante, com bons trabalhos no Nice e no Ajax.
    Aos 36 anos, o italiano chega a Portugal para ser campeão à primeira tentativa, e para os mais céticos quanto ao êxito de um estrangeiro em Portugal, é mais importante que haja sim qualidade a estudar o jogo e fazer passar a mensagem aos jogadores, cativando-os, coisa que Farioli consegue. De resto, o futebol português não é um campeonato particularmente complexo de analisar, beneficiando treinadores de primeira viagem o facto de várias equipas terem que partir quase do zero todas as temporadas.
    Com Lucho como adjunto, Farioli já está a conquistar o Dragão com um 4-3-3 que mantém até ver Diogo Costa na baliza, e terá Alberto e Francisco Moura como laterais. Bednarek foi o "patrão" contratado para a defesa, sendo o polaco o reforço que deixa menos rendidos. Depois, Victor Froholdt (20 milhões bem gastos) tem tudo para ser uma das figuras da prova com a sua energia, combatividade e qualidade no transporte, Gabri Veiga seria um alvo impensável para um clube português há 2 anos, Borja Sainz traz consigo grandes golos do meio da rua e muita imprevisibilidade (para o bem e para o mal) e o secreto Luuk de Jong foi uma excelente surpresa em dia de apresentação.
    No FC Porto atual, Farioli é uma vantagem e a união que se poderá fazer sentir no Dragão pode ajudar a embalar, reencontrando-se os adeptos com a equipa numa altura em que os rivais têm mais pontos de interrogação do que pontos finais. Na Invicta, além de jogadores com mercado como Diogo Costa e Samu (vemos AVB a vendê-lo e a ir buscar alguém melhor, bem mais barato) falta perceber o que acontece a Rodrigo Mora - o prodigioso diamante de 18 anos ainda não encontrou o seu espaço neste 4-3-3 mas, caso não saia para um PSG desta vida, Farioli tem mesmo que descobrir a melhor maneira de casar as caraterísticas de um jogador com potencial para ser MVP da competição com os traços inegociáveis da identidade de jogo que preconiza.

Treinador: Francesco Farioli
Onze-Base (4-3-3): Diogo Costa; Alberto, Bednarek, Nehuén (Prpic), F. Moura; A. Varela, Froholdt, Gabri Veiga; Rodrigo Mora (Pepê, W. Gomes), Borja Sainz, Samu (de Jong)

Atenção a: Rodrigo Mora, Victor Froholdt, Samu, Gabri Veiga, Borja Sainz

 BENFICA (2)

    Com apenas 1 campeonato conquistado em 6 anos, o Benfica iniciou 2025/ 26 com a conquista da Supertaça, e não há clube grande que reúna mais componentes explosivas. Com eleições marcadas para Outubro, Rui Costa está a fazer tudo para conquistar votos (só assim se explicava a contratação de João Félix, relativamente à qual éramos maioritariamente contra) e os próximos meses antecipam-se de margem zero, sendo expectável que o fantasma Luís Filipe Vieira canibalize e cavalgue qualquer mácula no percurso encarnado, correndo o clube o risco da decisão numa hipotética segunda volta ser entre Rui Costa e LFV e não entre um destes e um válido e assertivo representante de um Benfica de cara lavada.
    As águias, que vão começar o campeonato com uma partida em atraso por estarem a tentar assegurar presença na fase de grupos da Liga dos Campeões, venderam Carreras ao Real Madrid, desejaram bom regresso a casa a Di María e encontraram a solução possível para resolver o caso Köü (jogador que, com a sua personalidade, aniquilou quaisquer argumentos em sua defesa). Pavlidis, Aursnes e Otamendi continuam de vermelho e branco, e os reforços entusiasmam: Franjo Ivanovic era há vários meses um dos jogadores que tínhamos identificado com o perfil certo para construir boa complementaridade com Pavlidis, Richard Ríos é um craque que precisa de evoluir no momento sem bola, Enzo Barrenechea um distribuidor de teto potencial inimaginável a partir do momento em que os elementos mais próximos se consigam adaptar e cobrir a sua menor velocidade, e Amar Dedic parece ser um jogador muito fácil de amar.
    A saída de Akturkoglu parece encaminhada, Schjelderup, Manu Silva ou Rego podem evoluir esta temporada, e o clube fez bem em garantir Dahl em definitivo. Nesta fase, parecem faltar 1 ou 2 reforços finais a este plantel e, dependendo da qualidade e impacto desse(s) jogador(es) poderíamos mesmo apontar as águias, mais intensas e velozes embora ainda a necessitar de mais criatividade, ao 39. O Benfica terá sempre como forte argumento o seu plantel, destacando-se no momento atual com a melhor defesa e a melhor dupla de avançados entre os 3 grandes. Esvazia a nossa confiança a possível divisão e clima de guerra interna, e as dúvidas relativamente a Bruno Lage, um treinador que também não descuramos que possa ser demitido ao longo de 2025/ 26.

Treinador: Bruno Lage
Onze-Base (4-4-2): Trubin; Dedic, Tomás Araújo (António Silva), Otamendi, Dahl; Aursnes, Ríos, Barrenechea, Schjelderup; Ivanovic, Pavlidis

Atenção a: Vangelis Pavlidis, Franjo Ivanovic, Richard Ríos, Enzo Barrenechea, Amar Dedic

 SPORTING (3)


    Depois de Gyökeres. O Sporting entra neste campeonato com menos pressão do que os rivais e com o estatuto de bicampeão. No entanto, aquelas que seriam as maiores vantagens em teoria (estabilidade e o privilégio de uma estrutura assimilada e na qual os melhores jogadores se têm expressado plenamente) tudo indica serão "queimadas" por Rui Borges, que acabará em certa medida por nivelar e "zerar" a maturação da equipa, aproximando-a de Benfica e Porto, por querer cortar de vez com a abordagem de Ruben Amorim, construindo o seu Sporting.
    Rui Borges tem qualidade como treinador (foi, por exemplo, melhor do que Bruno Lage nos 2 derbies do ano passado) mas não estamos convencidos que seja treinador para este Sporting, não se devendo afastar um cenário de despedimento no decorrer da temporada.
    Com a saída de Gyökeres para o Arsenal, os leões perderam mais de 50 golos e a singular capacidade de fazer tremer toda uma defesa com uma simples aceleração. O alívio dos rivais poderia ter sido atenuado com um ataque pujante ao mercado, mas sendo certo que Luis Suárez (avançado com a idade certa para uma equipa que confie no potencial de Harder), Kochorashvili e Vagiannidis são boas novidades, deixa-nos com reticências face à falta de visão e conhecimento de Rui Borges o desejo de se reencontrar com vários jogadores que se destacavam no seu Vitória. Será esse o verdadeiro nível de Rui Borges?
     Como em tudo, podemos ver o copo meio cheio ou meio vazio. Pela positiva, está provado que este balneário sabe ganhar, sabe competir e sabe motivar-se à medida que o contexto muda. Hjulmand, Pedro Gonçalves e Trincão não deixaram de ser dos melhores jogadores do campeonato, e Quenda há-de querer dar tudo antes de partir para o Chelsea daqui a um ano. Pela negativa, o 4-2-3-1 obriga a riscar um central entre Diomande, Inácio e Debast (o belga, excelente na pré-época, pode jogar a médio, e uma transferência do costa-marfinense poderia desfazer as dúvidas) e num dominó que acomode Quenda (jogador que não tem rendido com Borges), Trincão torna-se mais fácil de anular pelos adversários e Pote fica mais condicionado, menos liberto. A aposta no novo esquema pede um grande extremo esquerdo, mas até aí fica notório como o 3-4-3 / 3-4-2-1 servia melhor os interesses da equipa, porque chegando um EE craque, ou Pedro Gonçalves recua para médio ou um entre ele, Trincão e Quenda acabará a ser suplente...
    A desconfiança relativamente a Rui Borges faz-nos apontar o bicampeão ao 3º lugar. Hjulmand não pode mesmo sair, e o balneário quer provar que consegue ganhar sem Viktor.

Treinador: Rui Borges
Onze-Base (4-2-3-1): Rui Silva; Vagiannidis, Diomande (Debast), G. Inácio, Maxi Araújo; Hjulmand, Kochorashvili; Quenda, Trincão, Pedro Gonçalves; Luis Suárez

Atenção a: Pedro Gonçalves, Francisco Trincão, Luis Suárez, Geovany Quenda, Georgios Vagiannidis

 SP. BRAGA (4)

     O futebol português acolheu um pupilo de Pep Guardiola. Ocasional ilha entre os 3 grandes e o resto dos clubes portugueses, o Sporting de Braga quer, como sempre, intrometer-se no pódio (aconteceu por duas vezes nos últimos 6 anos, em ambos os casos com o Sporting a escorregar). Carlos Vicens, espanhol de 42 anos que bebeu da sabedoria de Pep nas últimas temporadas, foi o homem escolhido por António Salvador para liderar este novo Braga. Peseiro não fez um mau trabalho, mas era preocupante a seca de golos - uma equipa habituada a marcar +70 golos, ficou-se pelos 55.
    Apostado em fazer uma gracinha, o Sporting de Braga investiu bem - gastou 11 milhões em Mario Dorgeles (médio todo-o-terreno oriundo do Nordsjaelland) e 12 milhões em Pau Victor, avançado que esteve às ordens de Flick no Barcelona no ano passado. A estes dois juntam-se Gabriel Moscardo, emprestado pelo PSG, clube com boas relações com os arsenalistas e que já tinha proporcionado a chegada de Gharbi ao Minho, e Lagerbielke, central sueco que certamente será primeira escolha caso Vicens mantenha o esquema de três atrás.
    De resto, há Ricardo Horta, Hornicek (muita curiosidade para verificar se mantém o nível e a percentagem de defesas), Zalazar, Gorby e o treinador em forma de jogador João Moutinho. Ficando, Roger Fernandes será talvez a figura maior da equipa, mas nesta fase achamos mais lógico que o extremo português acabe por ser vendido por um valor recorde para o clube.
    Há homogeneidade entre setores, bom banco e Vicens promete, mas precisávamos de ter garantida a permanência de Roger e confiar mais no avançado centro titular (seja ele Pau, Fran Navarro ou El Ouazzani) para acreditar num Sporting de Braga a lutar realmente por um dos três primeiros lugares.

Treinador: Carlos Vicens
Onze-Base (3-5-2): Hornicek; Lagerbielke, Niakaté, Arrey-Mbi; Roger (V. Gómez), Gorby (Moscardo), João Moutinho, Zalazar, Dorgeles; Ricardo Horta, Pau Victor

Atenção a: Ricardo Horta, Roger Fernandes, Mario Dorgeles, Lukas Hornicek, Ismaël Gharbi

 VIT. GUIMARÃES (5)

    De 2018 para cá, o Vitória teve como treinadores, entre outros, Luís Castro, Tiago Mendes, Pepa, Álvaro Pacheco, Rui Borges, Daniel Sousa ou Luís Freire. O tempo médio de vida de um treinador na cidade-berço é curto, que o digam Tiago ou Daniel Sousa que parecendo ter o perfil certo duraram cada qual apenas 3 jogos no cargo.
    Aos 36 anos, e depois de se sagrar campeão da II Liga com o Tondela, Luís Pinto teve a coragem de aceitar o tremendo desafio de António Miguel Cardoso. Os vitorianos têm um elenco interessante, uma massa adepta apaixonante e vibrante, sendo o mais frequente uma classificação final entre o 5º e o 7º lugar.
    Quando analisado o plantel, é possível que elementos como Tiago Silva ou Bruno Varela ainda saiam até ao último dia do mercado. Luís Pinto não contará com João Mendes (merecia a renovação de contrato), que se tornou um jogador livre, ou Filipe Relvas, reforço do AEK. Mas há uma base (Borevkovic, Handel, Arcanjo, Gustavo Silva) à qual foi acrescentada a qualidade técnica de Fabio Blanco, os golos de Alioune Ndoye, a correção tática de Matija Mitrovic e aquele que poderá ser uma das contratações do ano, Oumar Camara. O extremo de 18 anos, formado no PSG, é um nome para os olheiros apontarem já no bloco de notas.
    Acima de tudo, confiamos num bom trabalho de Luís Pinto, com um conjunto de jogadores que possibilita uma abordagem tática híbrida, ora com saída a três ora com linha de 4. Na frente, a nossa primeira curiosidade será perceber se Gustavo Silva (o ex-Nacional teve um ótimo rácio de golos por minuto em 24/ 25) será aposta vincada como homem mais adiantado.

Treinador: Luís Pinto
Onze-Base (3-4-3): Charles (Castillo); Maga, Borevkovic, Abascal (Paulo Vitor); Vando Félix, Tiago Silva (Mitrovic), Handel, João Mendes; Telmo Arcanjo, Gustavo Silva, Oumar Camara

Atenção a: Oumar Camara, Tiago Silva, Gustavo Silva, Telmo Arcanjo, Alioune Ndoye

 FAMALICÃO (6)

    Demore mais ou menos a integrar cada fornada de jovens talentos no futebol português, o Famalicão tornou-se crónico candidato a lutar pela última vaga europeia. Oitavo classificado em três temporadas consecutivas de 2022 a 2024, o Famalicão foi 7º na última edição e não é exagerado pensar que sob o comando de Hugo Oliveira pode ser repetida a classificação de 19/ 20 (sexto lugar), à época com João Pedro Sousa a orientar Pedro Gonçalves, Fábio Martins e companhia.
    2024/ 25 ensinou-nos que o treinador de guarda-redes convertido em treinador principal, Hugo Oliveira, tem bons instintos quer na preparação de cada jogo, quer na reação às incidências do mesmo. Um especialista na posição 1, Oliveira terá uma boa dor de cabeça quando tiver que escolher entre entregar a baliza a Ivan Zlobin ou Lazar Carevic. Acreditamos que o russo, totalmente recuperado de uma lesão grave num rim, será o preferido.
    A grave lesão do magistral Óscar Aranda (rotura de ligamentos do joelho) foi um duro golpe, que aumentará a importância na equipa da criatividade e verticalidade de Sorriso e de Gustavo Sá, um craque que prossegue o seu crescimento e vai vendo adiado o seu salto para outro patamar.
    Léo Realpe é reforço para o centro da defesa, ter Rodrigo Pinheiro e Gustavo Garcia para a mesma posição é um luxo, e a venda de Topic ao Norwich deve convidar o reforço Marcos Peña a um lugar no onze. Depois de Banza ou Cádiz no passado, desta vez cremos que será o francês Simon Elisor a fazer balançar as redes contrárias em inúmeras ocasiões.

Treinador: Hugo Oliveira
Onze-Base (4-3-3): Zlobin; Rodrigo Pinheiro (Garcia), Realpe, de Haas, Rafa Soares; de Looi, Peña (de Amorim), Gustavo Sá; Sorriso, Elisor, Gil Dias 

Atenção a: Sorriso, Simon Elisor, Gustavo Sá, Ivan Zlobin, Léo Realpe

 ESTORIL (7)

    Novamente com um plantel bastante evoluído tecnicamente, é difícil não apontar o Estoril a uma posição na tabela que não seja entre o sexto e o oitavo. O escocês Ian Cathro está mais ambientado, domina ainda melhor a língua portuguesa (e que bem fica o nosso calão nas suas conferências de imprensa...) e os canarinhos seguraram no plantel um ou dois jogadores que imaginámos que sairiam este Verão.
    Wagner Pina e Pedro Álvaro foram as saídas mais relevantes, e em sentido contrário assinaram Ferro, Pizzi, Martin Turk (titular da Eslovénia Sub-21 e que pode roubar a baliza a Robles), Khayon Edwards (marcou 12 golos em 19 jogos pelo Arsenal na Premier League 2) e Patrick de Paula, médio brasileiro de fino recorte que, sem ter explodido como volante no Brasileirão, pode revelar-se um craque neste Estoril aos 25 anos de idade.
    A estas movimentações junta-se a continuidade de João Carvalho, capaz de ainda fazer melhor do que no ano passado, e principalmente de Yanis Begraoui, um jogador que pode muito bem ser o melhor marcador extra-grandes do campeonato. Há expetativa relativamente ao "andamento" com que Pedro Carvalho poderá surgir nos corredores e quanto a Rafik Guitane, o argelino tornou-se um Kinder surpresa.

Treinador: Ian Cathro
Onze-Base (3-4-3): Joel Robles (Turk); Boma, Bacher, Ferro; Pedro Carvalho, de Paula, Holsgrove, Gonçalo Costa; Begraoui, Khayon Edwards (Lacximicant), João Carvalho

Atenção a: Yanis Begraoui, João Carvalho, Patrick de Paula, Khayon Edwards, Pedro Carvalho

 MOREIRENSE (8)

    Em Moreira de Cónegos, há uma reunião de ingredientes muito interessantes. Com os seus jogos em casa transmitidos em canal aberto (TVI), o Moreirense vai ter o seu futebol a chegar a uma audiência amplificada, um detalhe relevante quando cruzado com o previsível crescimento e investimento no clube, por via do fundo Black Knight Fooball Group (Bournemouth, Lorient, Hibernian e Auckland também estão sob a mesma alçada).
    Junta-se a isto tudo o fator treinador. Vasco Botelho da Costa (36 anos) é um nome que seguimos desde os seus tempos nos Sub-23 do Estoril. Conquistou a Liga Revelação em 21/ 22, subiu a União de Leiria ao segundo escalão em 22/ 23 e trouxe o Alverca à primeira divisão na temporada passada. Os bons resultados e vitórias perseguem-no: não se trata de uma coincidência e até nos surpreende que só agora lhe tenha sido dada uma oportunidade na Liga Portugal.
    Nas últimas 7 épocas, o Moreirense esteve em seis delas no primeiro escalão. Nessas seis, ficou por 4 vezes entre os oito primeiros classificados. Achamos que pode estar aqui a equipa-sensação da prova mas optámos por uma aposta prudente (8º) mediante a maior qualidade e profundidade dos plantéis das equipas que apontámos aos 3 lugares acima.
    Em termos de jogadores, Sidnei Tavares rumou ao Blackburn, e nas entradas destacamos André Ferreira (se apresentar o nível com que se despediu de Portugal, pelo Paços de Ferreira, será titular indiscutível), o artista Kiko Bondoso, o inglês Jimi Gower, um miúdo das escolas do Arsenal, e ainda Rodrigo Alonso, formado no Villarreal e com boa rodagem na equipa B do submarino amarelo.
    Treinador em ascensão, defesa estável (Marcelo e Maracás vão para o 3º ano juntos) e alguns jókers como Yan, Cédric Teguia e Joel. Gostamos do potencial que aqui vemos.

Treinador: Vasco Botelho da Costa
Onze-Base (4-3-3): Kewin; Fabiano, Marcelo (Ponck), Maracás, Frimpong; Ofori, Benny (Castro), Alanzinho; Madson, Pedro Santos, Guilherme Schettine (Asué)

Atenção a: Alanzinho, André Ferreira, Kiko Bondoso, Jimi Gower, Rodrigo Alonso

 CASA PIA (9)
    Repetir o 9º lugar da última época não significará um Casa Pia estagnado ou incapaz de evoluir. Depois de bater vários recordes do clube em 24/ 25 (número de pontos, vitórias e golos marcados), os gansos arrancam para nova caminhada e o seu melhor reforço foi... João Pereira. Em condições normais, o jovem treinador português (33 anos) teria dado o salto. Interessados terão surgido mas nenhum convincente o suficiente.
    Com um arranque mediático (Sporting e FC Porto nas 3 primeiras jornadas), os casapianos surgirão sem Leonardo Lelo (saiu a custo zero para o Braga), encaixando também quase 4 milhões com Ruben Kluivert, uma ótima quantia por um jogador que nem era indiscutível na defesa. Achamos provável que Patrick Sequeira (melhor guarda-redes da Liga em 24/ 25) saia até ao fecho do mercado, e caso o costa-riquenho se mude para um clube de uma liga Top5 o substituto já está no plantel - o croata de 22 anos e 1,96m, Ivan Mandic.
    Além do veterano sempre combativo Cassiano, um exemplo para os colegas, o Casa Pia continua a contar com a locomotiva Larrazabal, e elementos interessantes como Renato Nhaga, Livolant ou Max Svensson. A transferência de Lelo pode abrir espaço à afirmação do franco-argelino Fahem Benaissa, e entre os reforços Kelian Nsona é quem nos chama mais a atenção.
    Não excluímos a hipótese de João Pereira surgir como grande candidato ao banco de um clube mais cotado durante a época, mas uma época completa de JP deve significar novo trabalho de autor e bom futebol, uma vez mais com um coletivo acima da valia das individualidades.

Treinador: João Pereira
Onze-Base (3-4-3): Patrick Sequeira (Mandic); Goulart, Kaique, Duplexe Tchamba; Larrazabal, Mohamed, Nhaga (Seba Pérez), Benaissa; Livolant, Cassiano (Max Svensson), Nsona

Atenção a: Kelian Nsona, Patrick Sequeira, Fahem Benaissa-Yahia, Gaizka Larrazabal, Jérémy Livolant

 SANTA CLARA (10)


    Na última equipa, os açorianos foram a equipa-sensação da prova. Vasco Matos (técnico subvalorizado que terá possivelmente achado que seria o escolhido de Varandas em vez de Rui Borges) levou o Santa Clara ao quinto lugar, com um plantel em teoria inferior a Vit. Guimarães, Famalicão e até Estoril.
    O mercado de Verão não prejudicou a equipa de forma significativa, ao contrário do que usualmente acontece às equipas que superam em larga escala as expetativas em Portugal. Ricardinho mudou-se para o futebol mexicano, mas Gabriel Silva, Vinícius, MT ou Gabriel Batista continuam todos por cá.
    Há bom treinador, uma ideia consolidada (por vezes com abordagem excessivamente defensiva) e os jogadores conhecem-se uns aos outros. Porquê então um 10º lugar, cinco lugares abaixo de 2024/ 25? Essencialmente por acreditarmos que o Santa Clara conseguirá apurar-se para a fase de grupos da Liga Conferência. O desgaste de atuar sistematicamente à quinta-feira, para um plantel com poucas rotinas dessas andanças, pode ser prejudicial na primeira volta.
    Não excluímos ainda que Gabriel Silva ou Vinícius Lopes possam sair até ao encerrar do mercado. E estaremos de olho nas primeiras exibições do australiano Anthony Carter (30 anos e 1,92m). O ex-goleador do Alverca levou consigo Brenner Lucas para o meio do oceano.

Treinador: Vasco Matos
Onze-Base (3-4-3): Gabriel Batista; Sidney Lima, Luís Rocha, Venâncio; Brenner Lucas, Serginho, Adriano Firmino, MT (Matheus Pereira); Vinícius, Wendel (A. Carter), Gabriel Silva

Atenção a: Gabriel Silva, Vinícius, Anthony Carter, MT, Gabriel Batista

 GIL VICENTE (11)

    Têm sido raros os clubes que dão tempo a César Peixoto. O treinador de 45 anos colecionou experiências de 18/ 19 para cá mas, sem ser um técnico iluminado, tem feito crescer jogadores e é usual associar-lhe uma imagem de futebol positivo e descomplexado, com personalidade e sem autocarros.
    Barcelos perdeu Félix Correia por um valor recorde (7,5 milhões de euros) para o Lille, acrescentado-se ainda a mudança de Kanya Fujimoto para o Championship, mais concretamente para o ambicioso Birmingham de Tom Brady.
    Poderemos estar a ser exagerados na avaliação que fazemos deste Gil, mas desde logo é valiosa a continuidade de Mohamed Bamba (médio defensivo costa-marfinense de 20 anos destinado a outros voos), do espanhol Santi García e do trio que tão bem anulou Gyökeres na temporada transata - Buatu, Elimbi e Mutombo.
    Como novidades, os galos terão Luís Esteves (ex-Nacional) como novo epicentro criativo, não será uma surpresa de Gustavo Varela (Benfica B) retirar Pablo Felipe do onze inicial com o decorrer da primeira volta, e parece-nos promissor o tecnicista uruguaio Martín Fernández.
    Vemos competência em todos os parâmetros e momentos do jogo para que a época seja tranquila.

Treinador: César Peixoto
Onze-Base (4-3-3): Andrew; Mutombo, Elimbi, Buatu, Konan; M. Bamba, Cáseres (Santi Garcia), Luís Esteves; Martín Fernández (Bermejo), G. Varela (Pablo), Touré

Atenção a: Martín Fernández, Mohamed Bamba, Gustavo Varela, Jonathan Mutombo, Luís Esteves

 ALVERCA (12)

    Passaram-se 21 longos anos. Na última vez que o Alverca esteve entre os maiores do futebol português, o campeonato chamava-se SuperLiga Galp Energia e o seu plantel tinha, por exemplo, Bruno Aguiar, Veríssimo (atual treinador do Benfica B), Manú, Rodolfo Lima, Yannick Quesnel e Filipe Falardo.
    Ficou célebre há pouco tempo a fotografia de Vinícius Júnior, Travis Scott, Camavinga e Chase B. com a camisola do Alverca. O craque brasileiro do Real Madrid é coproprietário do clube de Alverca do Ribatejo, juntamente com investidores brasileiros e espanhóis.
    Geralmente, não somos fãs de equipas que sobem e mudam quase tudo. Mas temos que reconhecer que alguém sabe o que está a fazer no Alverca: Vasco Botelho da Costa (mudou-se para o Moreirense) e João Pereira (Casa Pia) foram os jovens treinadores valorizados nas últimas temporadas, o que leva a crer que Custódio pode ser o próximo treinador a dar o salto.
    Em sentido inverso, há um número: 28. O Alverca reforçou-se nada mais nada menos do que com vinte e oito (!) jogadores novos, mantendo-se no clube apenas Diogo Martins e Talisca.
    Entre as quase três dezenas de novidades, a principal atração é Chiquinho. O extremo não vingou na Premier League e na La Liga mas, como figura máxima e com o dorsal 10, tem tudo para deixar uma marca maior do que aquela que conseguiu no Estoril e no Famalicão. Como coadjuvantes, estamos interessados em acompanhar o belga Cédric Nuozzi (excelente pré-época) e na posição mais adiantada o sérvio Marko Milovanovic (1,98m) é o favorito para agarrar o lugar, mas Tiago Leite (bons números ao serviço do Fafe) está à espreita de uma oportunidade.
    Não estamos capacitados para avaliar corretamente os nomes que compõem a defesa, esperando-se rivalidade entre André Gomes e Mateus pela baliza.
    Entrosar tanta gente e encontrar rapidamente o melhor 11 são os primeiros desafios de Custódio. Mas parece existir talento de sobra para evitar a descida.

Treinador: Custódio Castro
Onze-Base (4-3-3): André Gomes; Kauan (Gonçalo Esteves), Sergi Gómez, Meupiyou, Isaac James; Davy Gui, Diogo Martins, Alex Amorim; Chiquinho, Milovanovic (Tiago Leite), Nuozzi

Atenção a: Chiquinho, Marko Milovanovic, Cédric Nuozzi, Davy Gui, André Gomes

 RIO AVE (13)
    O clube presidido por Alexandrina Cruz, mas com dedo de Evangelos Marinakis (Nottingham Forest e Olympiacos), está mais grego do que nunca. A helenização do Rio Ave tem sido um processo gradual mas a escolha de Sotiris Silaidopoulos como sucessor de Petit marca uma nova etapa.
    Vrousai, Ntoi, Athanasiou (lateral esquerdo com 3 golos e 6 assistências na liga grega), Bakoulas e Papakanellos (esquerdino criativo) são os cinco helvéticos do plantel onde Clayton Silva continua a ser o ativo mais valioso. O ponta de lança marcou 14 golos na Liga e 4 na Taça de Portugal, e continuamos a achar que até ao fecho do mercado sairá para outro clube, dando o salto merecido. Miszta na baliza e o costa-riquenho Aguilera no centro do terreno de jogo são jogadores confiáveis e de extrema regularidade.
    Os vilacondenses têm andado pelo 11º e 12º lugares, mas uma hipotética inadaptação de Sotiris (muito trabalho desenvolvido nos escalões de formação do Olympiacos) pode ter elevada fatura, e a previsão de 15º lugar inclui naturalmente a especulação (por confirmar) que Clayton Silva rumará a outras paragens, obrigando a equipa a reinventar-se no caminho para o golo.

Treinador: Sotiris Silaidopoulos
Onze-Base (4-3-3): Miszta; Vrousai, Ntoi, Panzo, Athanasiou; Bakoulas, Aguilera, Pohlmann; André Luiz, Papakanellos, Clayton

Atenção a: Clayton, Antonis Papakanellos, Brandon Aguilera, Nikos Athanasiou, Marious Vrousai


 ESTRELA DA AMADORA (14)

    O Estrela da Amadora ficou somente 2 pontos acima de Farense (despromovido) e AFS (salvo no Play-Off) e, com poucos destaques individuais e um treinador com pouca imprensa, faria o seu sentido apontarmos os lisboetas a uma posição com respiração menos tranquila.
    Na Amadora, já não há Diogo Travassos, João Costa, Ferro ou Chico Banza, mas elementos como Jovane, Kikas, Rodrigo Pinho, Nilton Varela, Fábio Ronaldo ou o gigante Dramé prosseguem. O que nos deixa mais entusiasmados com a nova época do clube que tem Patrice Evra como acionista são mesmo as caras novas - o cabo-verdiano Sidny Cabral vem do terceiro escalão germânico para fazer todo o corredor direito, Ianis Stoica (novo número 10) tem rasgo e golo e acabou de disputar o Euro Sub-21 pela Roménia, e os melhores momentos deste Estrela podem surgir com a intervenção de Alan Godoy, avançado espanhol canhoto que militava no Barça B.
    Temos dúvidas entre quem calçará mais vezes as luvas entre Renan Ribeiro e Diogo Pinto (ex-Sporting) mas acima de tudo estamos convictos que José Faria pode tornar-se mais respeitado e reconhecido esta temporada, numa relação de proporcionalidade direta com o talento e impacto de Stoica e Godoy.

Treinador: José Faria
Onze-Base (3-4-3): Renan Ribeiro (Diogo Pinto); Luan Patrick, Commey (Dramé), Schappo; Sidny Cabral (Encada), Amine, Robinho (Paulo Moreira), Nilton Varela; Stoica, Fábio Ronaldo, Godoy

Atenção a: Alan Godoy, Ianis Stoica, Sidny Cabral, Robinho, Semeu Commey

 AROUCA (15)

    À trajetória descendente - 5º lugar em 22/ 23, 7º lugar em 23/ 24 e 12º lugar em 24/ 25 - segue-se no nosso entender uma época difícil, não se podendo excluir este Arouca da luta pela manutenção.
    Vasco Seabra é bom treinador mas precisamos de algumas jornadas para verificar se 2 ou 3 reforços que têm "bom aspeto" podem efetivamente ser dignos herdeiros de Mújica, Cristo González ou Jason (saiu para o futebol saudita). Valorizado pelo Europeu de Sub-21, Chico Lamba foi transferido a troco de 6 milhões (50% para o Arouca, 50% para o Sporting) para o Saint-Étienne, e Henrique Araújo regressou ao ninho para ter quiçá a maior dosagem de minutos de águia ao peito da sua carreira.
    Já adaptados ao futebol português, pode-se esperar mais de Trezza e Nandín, e é sabido que a bola é sempre bem tratada nos pés de Taichi Fukui. O nipónico poderá agora tricotar o futebol ofensivo na companhia do sul-coreano Lee Hyun-ju, jogador de 22 anos com "escola" de Bayern Munique.
    Os adeptos torcerão para que Arnau Solà seja tão competente à esquerda como Tiago Esgaio costuma ser à direita, e Nandín terá a concorrência de Barbero e do bielorrusso Marozau. No meio de tudo isto, olhamos para o Naïs Djouahra como a mais provável revelação deste plantel. Com formação em Espanha e alguns anos a crescer na Croácia, parece um atleta para seguir de perto.

Treinador: Vasco Seabra
Onze-Base (4-3-3): Nico Mantl; Tiago Esgaio, Popovic, Jose Fontán, Solà; Loum, David Simão (Hyun-ju), Fukui; Trezza, Djouahra, Nandín (Barbero)

Atenção a: Naïs Djouahra, Alfonso Trezza, Dylan Nandín, Arnau Solà, Taichi Fukui

 TONDELA (16)

    Após 3 temporadas a habitar na Liga Portugal 2, o Tondela está de volta. Os beirões sagraram-se campeões da II Liga com Luís Pinto, mas viram o jovem técnico rumar a Guimarães. O seu sucessor é Ivo Vieira, treinador que não deixámos de apreciar apesar de menos bem-sucedido nos últimos projetos.
    Tirando Ricardo Alves, Costinha e Roberto, as principais caras da subida continuam no clube. O guardião brasileiro Bernardo Fontes (1,97m), eleito o melhor do ano na Meu Super, permanece e até poderá renovar apesar de ter sido apontado ao Vitória, e saudamos a chegada ao primeiro escalão de André Ceitil, médio defensivo com qualidade a mais para continuar nas divisões secundárias do futebol nacional.
    Yarlen cheira a craque, Pedro Maranhão e Rodrigo Cascavel podem ter um papel a cumprir espaçada e alternadamente, e é muita a fé depositada no ponta de lança angolano Miro. O avançado de 22 anos acabou 24/ 25 de pé quente e tem as caraterísticas adequadas para se destacar e muito. Ao falar deste Tondela convém ainda sublinhar o significativo investimento feito no central Brayan Medina - o colombiano de 23 anos custou 2 milhões e meio, uma quantia invulgar para clubes deste patamar.

Treinador: Ivo Vieira
Onze-Base (4-3-3): Bernardo Fontes; Bebeto, João Afonso, Medina, Maviram; Ceitil, Hélder Tavares, Hodge (Cícero); Pedro Maranhão (Rodrigo Cascavel), Yarlen, Miro

Atenção: Miro, Yarlen, André Ceitil, Brayan Medina, Bernardo Fontes

 NACIONAL (17)

    A equipa dos jogos adiados devido ao nevoeiro ficou em 14º lugar na última edição. Tiago Margarido marcou pontos (custa-nos colocar o Nacional da Madeira nesta posição uma vez que apreciamos o trabalho do técnico português de 36 anos), mesmo sem ter um ponta de lança goleador. O criativo Daniel Penha foi o melhor marcador com 4 golos.
    A falta de um homem-golo foi, em princípio, corrigida com o regresso de Chuchu Ramirez. O venezuelano não foi feliz em Guimarães mas regressa à Madeira, onde apontou 20 golos há duas épocas atrás. Infelizmente, Margarido ganhou qualidade num setor mas perdeu noutro: Luís Esteves, Daniel Penha e Soumaré formaram um bom meio-campo mas saíram todos, para Gil Vicente, para o futebol chinês e para o Sheffield United respetivamente. Labidi (com consistência pode ser um craque) e Filipe Soares terão grandes responsabilidades no renovado setor intermédio, e na defesa a continuidade da parceria Zé Vitor - Ulisses poderá ser o garante de algumas clean sheets. Na baliza, o especialista em defender grandes penalidades Lucas França deve partir na pole position mas não será surpreendente se Kaique (ex-Farense) conquistar a titularidade com o decorrer da prova.
    Ter Chuchu inspirado e a reencontrar a sua melhor versão pode fazer a diferença, mas sentimos falta de criatividade (Joel Silva será determinante nesse aspeto) e há que equacionar que Rui Alves pode prescindir de Tiago Margarido a dada altura para "agitar" a equipa. Quanto a nós, quanto mais tempo Margarido estiver no comando técnico, mas perto estaremos de errar ao apontar o Nacional à descida. 

Treinador: Tiago Margarido
Onze-Base (4-3-3): Lucas França (Kaique); Alan Nuñez, Ulisses, Zé Vitor, José Gomes; Labidi, Filipe Soares, Matheus Dias; Joel Silva, Paulinho Bóia (Witi), Chuchu Ramírez

Atenção a: Chuchu Ramírez, Chiheb Labidi, Joel Silva, Zé Vitor, Filipe Soares
 AFS (18)

    O AFS escapou à despromoção ao bater o Vizela no Play-Off (5-2 no conjunto dos dois jogos) e a direção premiou José Mota, que só fora mesmo contratado para "segurar" a equipa nos 4 jogos finais, com a continuidade no projeto. É certo que já errámos num passado recente (23/24), no caso com o Farense, ao apontarmos uma equipa à descida prevendo que Mota nem terminaria a primeira volta ao leme dos algarvios, mas o caso agora é diferente. Globalmente, o nível qualitativo e competitivo parece-nos ter subido de 2024/ 25 para esta temporada, e não nos parece que o AFS tenha conseguido acompanhar a tendência de melhoria dos concorrentes diretos, incluindo os dois emblemas recém-promovidos.
    Nenê (42 anos) segue no clube, embora se perspetive disputa pela titularidade na posição 9 entre o paraguaio Diego Duarte e o espanhol Jordi Escobar. Mercado e Akinsola devem manter-se os agitadores, Devenish e Aderllan continuarão a formar uma dupla de centraismuito competente no jogo aéreo, e a melhor notícia do defeso acaba por ser a renovação de Gustavo Mendonça até 2028. O médio português deixou ótimo apontamentos na reta final da época passada e pode agora assumir-se como uma das figuras.
    A turma de Vila das Aves pode naturalmente não ficar na última posição, mas é difícil imaginar este plantel sem estar envolvido até ao fim na feroz luta pela manutenção.

Treinador: José Mota
Onze-Base (4-3-3): Bertelli; Molina, Devenish, Aderllan, Kiki Afonso; Algobia, Gustavo Mendonça, Rafael Barbosa (Jaume Grau); Mercado, Akinsola, Diego Duarte (Nenê, Escobar)

Atenção a: John Mercado, Gustavo Mendonça, Babatunde Akinsola, Diego Duarte, Ángel Algobia