2 - 5 
França (Dzemaili 81', Xhaka 87'; Giroud 17', Matuidi 18', Valbuena 40', Benzema 67', Sissoko 73')
Uma máquina de futebol. É assim que podemos descrever a França neste momento. A 2.ª jornada do Grupo E guardava este Suiça-França, um jogo que se previa certamente mais equilibrado do que foi. Hitzfeld lançou a sua equipa no mesmo modelo, mas abdicando de Drmic e Stocker para colocar os marcadores frente ao Equador - Seferovic e Mehmedi. Já Deschamps optou com inteligência pelo esquema que tinha levado a França a vencer a Jamaica por 9-0 no último amigável antes do Mundial: Pogba e Griezmann ficaram no banco, abrindo espaço para a aposta em Giroud e Sissoko. Pode-se dizer que o jogo arrancou praticamente com Von Bergen a sair lesionado após um lance com Olivier Giroud e, num ápice, a França viu-se a vencer por 2-0 aos 18 minutos. O marcador foi inaugurado por Giroud, após um canto bem cobrado por Valbuena; após a Suiça seguir jogo a meio-campo, perdeu-a rapidamente para Benzema e o avançado do Real assistiu Matuidi para um remate seco de pé esquerdo. A 1.ª parte manteve-se a ser da França e Benzema foi carregado na grande área por Djourou, não conseguindo nem ele marcar o penalty, nem Cabaye finalizar de baliza aberta. A França dar-nos-ia ainda um exemplo perfeito do que é contra-atacar bem: após um canto helvético, Giroud foi lançado em velocidade no flanco esquerdo com uma bola no espaço e cruzou para Valbuena apenas ter que desviar. Chegava o 3-0 e chegava uma certeza: o jogo era da França e é preciso ter muito cuidado com esta selecção.
Hitzfeld trocou ao intervalo Behrami (jogador que perdera a bola no 2-0) por Dzemaili e a 2.ª parte começou bastante partida. O festival de golos regressaria então aos 67', numa altura em que Deschamps já tinha introduzido Pogba e Koscielny no jogo, retirando Giroud e Sakho (lesionado, minutos depois de um grande corte a Mehmedi). Foi precisamente Paul Pogba a inventar o 4-0 ao utilizar a sua incrível visão de jogo e técnica para isolar Benzema. Karim dominou, rematou e marcou o 3.º golo dele neste Mundial, embora não vá ficar por aqui de certeza. A Suiça tentou mostrar algum atrevimento mas foi a França a aumentar a goleada numa transição bem construída - bola a circular da esquerda para a direita entre os jogadores franceses e Benzema a dar o golo a Sissoko. Ficava a ideia de que a França poderia continuar a castigar a Suiça até ao apito final mas até acabaram por ser os helvéticos a minimizar a humilhação. Dzemaili reduziu num livre directo rasteiro, bastante longe da baliza, e Xhaka marcou o sétimo golo do jogo e o 5-2 num excelente remate de primeira após bom passe do capitão Inler.
Depois de várias fases finais para esquecer - dentro e fora de campo - confirma-se que esta França está unida, tem um colectivo afinado e motivado, e vêem-se processos de jogo assimilados pelos jogadores. O esquema que Deschamps escolheu - com Giroud e Sissoko e sem Pogba e Griezmann - parece servir melhor os interesses franceses, numa França que confia neste momento no seu avançado (Benzema, talvez um dos 3/ 4 melhores jogadores deste Mundial até agora) e a ausência de Ribéry faz com que Valbuena esteja a ser um fiável maestro, embora com um meio-campo em que há imensas soluções e todos eles estão a render. Matuidi e Sissoko estiveram bem hoje, Cabaye é Cabaye e a concorrência poderá puxar por Pogba. Relativamente à Suiça, o golo de Seferovic no último minuto frente ao Equador deverá ter sido decisivo uma vez que vencendo as Honduras na última jornada, os helvéticos deverão também chegar aos oitavos.
Barba Por Fazer do Jogo: Karim Benzema (França)
Outros Destaques: Inler, Xhaka; Matuidi, Sissoko, Valbuena, Giroud
