Primeiro jogo a contar para o Grupo E com a Suiça a enfrentar o Equador na capital brasileira Brasília, com uma temperatura amena e sem chuva a atrapalhar. Os helvéticos apresentaram-se sem grandes ideias de jogo, muito repetitivos na forma como atacavam e encontraram um Equador que tudo fez para ganhar. Fantástico nas saídas para o ataque e muito consistente defensivamente. Lutou com todas as suas forças até ao fim, mas foi no fim que acabou por morrer na praia, injustamente.
Perspectivava-se superioridade dos suíços face ao plantel repleto de bons valores, mas foram mesmo os sul-americanos a dominar a primeira parte do jogo. A posse de bola pertenceu à Suiça, mas os equatorianos eram quem criava as melhores oportunidades de golo com saídas muito rápidas para o ataque e com uma consistência defensiva notável. Os europeus pareciam surpreendidos com a fantástica organização do Equador e não conseguiam criar jogadas de ataque dignas de relevo. Xhaka teimava em não aparecer no jogo e isso pesou na eficiência atacante da sua equipa. A Suiça cedo percebeu que não conseguia desmontar a defesa equatoriana e começou a tentar a sua sorte na meia distância. Xhaka, Shaqiri e Ricardo Rodriguez foram exemplos disso mesmo, com o remate do defesa esquerdo a ser o mais perigoso dos três. Porém, as saídas rápidas dos adversários acabaram por resultar em golo. Na sequência de um contra-ataque, Lichtsteiner acaba por parar Montero em falta perto da marca de canto do lado esquerdo. Na conversão, Walter Ayoví centrou de forma exímia e Enner Valencia - completamente solto à entrada da pequena área - fez o golo com a maior das facilidades. Gritante displicência defensiva por parte do conjunto suíço a deixar o adversário saltar completamente solto fazer o golo. A Suiça continuava sem ideias e persistia na meia distância onde - até ao fim do primeiro tempo - apenas um remate de Inler levou perigo às redes de Domínguez.
Para o segundo tempo a
Suiça entrou melhor, mas não muito melhor. Apresentou-se mais organizada, mais
ofensiva, mas continuava a pecar no último terço do campo. Ainda assim,
entraram a ganhar. Aos 48 minutos acabaram por fazer um golo quase a papel
químico do primeiro tento do jogo. Canto batido por Ricardo Rodriguez e Mehmedi
cabeceou com facilidade para o golo. Mais um golo de bola parada e mais um golo
com culpas para a defesa. O defesa equatoriano não saltou com o avançado suíço
e possibilitou assim o golo do empate. Se pensavam que o jogo iria mudar a
favor da Suiça, pois enganaram-se. O Equador continuou com as melhores
oportunidades de golo com Enner Valencia e Jefferson Montero a dar
frequentemente uma carga de trabalhos à defensiva helvética. Para além dos dois
últimos jogadores referidos, Arroyo foi outro que obrigou Benaglio a
aplicar-se - desta vez - através de um livre directo batido com violência.
Entrava-se no período de descontos e o Equador apostou tudo na vitória partindo
para cima da Suiça com velocidade. Contudo, no último minuto de descontos,
Antonio Valencia ligou o turbo, assistiu Arroyo que - em excelente posição -
foi travado com um tremendo corte de Behrami! O jogador do Nápoles saiu a
jogar, sofreu uma entrada dura de um adversário, levantou-se e libertou para
Shaqiri virar o flanco para Ricardo Rodriguez. O lateral aproveitou a defesa
descompensada dos equatorianos e fez a segunda assistência do jogo para o golo
de Seferovic nos últimos segundos dos descontos. Um verdadeiro balde de água
fria para o Equador que tanto lutou.
A sorte do jogo acabou por sorrir aos suíços onde o empate acabaria por se ajustar. O Equador apresentou mais argumentos para vencer o jogo, mas a sua grande vontade de vencer acabou por culminar na derrota, nos últimos segundos. O sonho de passar à próxima fase pode ter-se desmoronado, mas ainda há um França-Honduras para se jogar daqui a pouco.
Barba Por Fazer do Jogo: Enner Valencia (Equador)
Outros Destaques: R. Rodriguez, Inler, Shaqiri; J. Montero, Paredes.