Balanço Final - Liga NOS 18/ 19

A análise detalhada ao campeonato em que houve um antes e um depois de Bruno Lage. Em 2018/ 2019 houve Reconquista.

Prémios BPF Liga NOS 2018/ 19

Portugal viu um médio carregar sozinho o Sporting, assistiu ao nascer de um prodígio, ao renascer de um suiço, sagrando-se campeão quem teve um maestro e um velocista.

Balanço Final - Premier League 18/ 19

Na melhor Liga do mundo, foram 98 contra 97 pontos. Entre citizens e reds, entre Bernardo Silva e van Dijk, ninguém merecia perder.

Os Filmes mais Aguardados de 2019

Em 2019, Scorsese reúne a velha guarda toda, Brad Pitt será duplo de Leonardo DiCaprio, Greta Gerwig comanda um elenco feminino de luxo, Waititi será Hitler, e Joaquin Phoenix enlouquecerá debaixo da maquilhagem já usada por Nicholson ou Ledger.

21 Novas Séries a Não Perder em 2019

Renasce The Twilight Zone, Ryan Murphy muda-se para a Netflix, o Disney+ arranca com uma série Star Wars e há ainda projectos de topo na HBO e no FX.

11 de janeiro de 2023

As Melhores Séries de 2022

 Avaliados os melhores episódios e as melhores novidades, despedimo-nos do melhor da Televisão em 2022 com a categoria suprema: as Melhores Séries do ano.

    Há um ano atrás, este Top-20 incluía, para nomear alguns destaques, Succession, Dave, For All Mankind, Ted Lasso e séries estreadas nesse ano como Arcane, Station Eleven ou Squid Game. Uma volta ao Sol depois, são 4 as séries que fizeram por merecer presença repetida: Reservation Dogs, The White Lotus, Hacks e For All Mankind.
    Num ano sem a dramédia da família Roy, nada nos marcou mais do que o final de Better Call Saul, dividido em duas partes (ou três, se considerarmos o epílogo a preto e branco uma espécie de pós-BCS), tendo 2022 significado igualmente o fim de Atlanta, com a 3.ª temporada a ser emitida em Março-Abril-Maio e a 4.ª em Setembro-Outubro-Novembro. The Bear foi a surpresa do Verão, Severance (brilhante conceito) um novo puzzle com muitas teorias para alimentar nos próximos anos, e felizmente House of the Dragon trouxe de volta aquele quentinho perdido desde o término de Game of Thrones.
    Oito novidades e 12 séries consolidadas compõem a nossa Lista, com dois pormenores raros - fraca presença Netflix (apenas Stranger Things e Love, Death & Robots, caindo para metade a representatividade do gigante do streaming nas nossas escolhas) e uma só mini-série (We Own This City), algo bem diferente da edição de 2021, que só no Top-10 teve 4 mini-séries.

    Apresentam-se então as 20 Melhores Séries de 2022:


1. Better Call Saul (AMC)criado por Vince Gilligan e Peter Gould

(94) - E no fim, agora com o devido distanciamento e com a moldura completa podemos dizer: Better Call Saul foi muito diferente de Breaking Bad, mas também foi (tangencialmente) melhor.
     O fim da linha para Jimmy McGill foi o remate perfeito de Gilligan e Gould para um universo de personagens nascido no ecrã em Janeiro de 2008. Saul dividiu-se em duas partes, mantendo a cores a adrenalina do engano e a justiça moral de chico-espertos imorais toldados pela diversão do golpe, e tingiu a preto e branco um epílogo romântico de arrependimento, fato platinado em tribunal e revólveres fictícios prontos a disparar pela última vez.
    Rhea Seehorn como Kim Wexler é o melhor desempenho de todos os tempos de uma atriz numa série televisiva. 

2. The Bear (FX on Hulu)criado por Christopher Storer

(90) Yes, Chef! Eis a melhor série estreada em 2022 para o Barba Por Fazer. The Bear é uma panela sob pressão, é uma cozinha stressada ao som de jazz, é água bebida de um tupperware e uma constante procura por respostas, apenas disponíveis em polpa de tomate.
    The Bear é uma família de colegas de trabalho, é um irmão em luto, é Pearl Jam, Sufjan Stevens e, por fim, Radiohead. Com muita simplicidade na receita, e um incrível Jeremy Allen White como Carmy, a série de Verão de Christopher Storer preencheu-nos como nenhuma outra das novidades do ano.

3. Severance (Apple TV+)criado por Dan Erickson

(88) No papel, a ideia de Dan Erickson tinha tudo para resultar em algo genial: Mark (Adam Scott) e os seus colegas de trabalho desempenham funções numa empresa misteriosa, sujeitando-se a um procedimento cirúrgico capaz de separar por completo o seu "eu" privado e profissional. Quando estão no trabalho, não têm memórias da sua vida exterior; quando estão fora do trabalho, desconhecem em absoluto o que fizeram no horário de expediente.
    Na prática e no ecrã, a ideia de Dan Erickson saiu ainda melhor do que as mais confiantes previsões. Com Ben Stiller a realizar 6 dos 9 episódios, Severance (demora uns episódios a agarrar, mas compensa com a intriga progressiva, num puzzle inteligente que abre uma porta com um novo ponto de interrogação à medida que fecha outra) tornou-se a nova jóia da coroa da Apple TV+, superando For All Mankind e Ted Lasso, e acreditamos que durante as próximas temporadas, Severance se torne uma das séries mais respeitadas no mundo, quer pela crítica quer pelo grande público.
    O nono "The We We Are", impróprio para cardíacos, foi o grande episódio de 2022.

4. My Brilliant Friend (HBO, Rai 1)criado por Saverio Costanzo

(86) - A adaptação dos contos napolitanos de Elena Ferrante continua a cimentar-se como uma das séries mais conhecedoras do ser humano, seja como fotografia da amizade, da inveja, do desejo ou do que é ser mulher.
    A passagem de testemunho, através de um espelho, de Margherita Mazzucco para Alba Rohrwacher foi uma das mais geniais revelações de novo casting de que temos memória.

5. Reservation Dogs (FX on Hulu)criado por Sterling Harjo e Taika Waititi

(85) - Herdeiro espiritual de Atlanta. Os Rez Dogs voltaram com a mesma sensibilidade, fazendo de um abraço entre quatro (e, por instantes, cinco) amigos à beira-mar um dos momentos mais emotivos da Televisão em 2022.

6. Barry (HBO)criado por Alec Berg e Bill Hader

(85) - Barry foi mais do que o exemplarmente bem executado e, convenhamos, inevitável twist do oitavo "starting now". A comédia sobre um assassino contratado torna-se, a cada episodio que passa, um drama mais e mais pesado; mas continuamos a ter perseguições à la GTA, um sábio conselheiro numa loja de beignets ou, como sempre, NoHo Hank.

7. Andor (Disney+)criado por Tony Gilroy

(84) Honestamente, quando Andor foi anunciado pensámos que se trataria de apenas mais uma série Star Wars. Depois do sucesso de The Mandalorian e do relativo insucesso de Obi-Wan Kenobi, Tony Gilroy edificou o novo tesouro do Disney+ e a melhor criação SW desde a trilogia original.
    O começo da jornada de Cassian Andor (Diego Luna) de ladrão e mercenário até revolucionário colocou a cereja no topo do bolo do ano televisivo de 2022, com personagens tridimensionais e bem trabalhadas, uma maturidade temática, visuais estonteantes e novas camadas de política e espionagem a acordar um universo que, sem precisar de Skywalkers, Yodas ou sabres de luz, parece agora mais vivo e relevante do que nunca.

8. House of the Dragon (HBO)criado por Ryan J. Condal e George R. R. Martin

(83) Já sentíamos falta daquela sensação de perigo constante ao fazer scroll na Internet à segunda-feira, podendo a cada esquina espreitar um spoilerGame of Thrones, a série mais mediática dos últimos anos, saiu pela porta pequena, e também por isso não tínhamos grandes expectativas para o herdeiro House of the Dragon.
    A prequela foi uma das belas surpresas de 2022, brilhando no mais importante (o enredo) e dando uma lição na arte de construir e apresentar um novo universo de personagens. Tivemos dificuldade em não revirar os olhos perante alguma incoerência na disparidade de envelhecimento entre as personagens, mas foi com gosto que corremos a estudar a árvore genealógica Targaryen, matando saudades de episódios pouco iluminados mas épicos, de crianças que lutam até uma perder o olho ou dos céus cruzados por um dragãozinho e um dragãozão.

9. Stranger Things (Netflix)criado por The Duffer Brothers

(82) - Confessamos: desde a temporada 1 (2016) até à 3 (2019), Stranger Things foi-se tornando progressivamente menos apelativa e cada vez mais uma obrigação, colocando-se num frágil limbo à beira da jarra das séries de que desistimos a meio da viagem.
    E de repente, o conteúdo porta-estandarte da Netflix deu-nos à 4.ª vez a sua melhor temporada até à data. Com um novo fan favourite (Joseph Quinn como Eddie Munson) e uma total responsabilidade no renascimento da "Running Up That Hill" de Kate Bush no Spotify, Stranger Things fez tudo bem: voltou a revelar eficácia e bom gosto ao separar as personagens em diferentes grupos para os juntar no fim, montou com mestria as revelações sobre Vecna e o paciente 1, e até a opção de estrear 7 episódios em Maio, deixando os capítulos 8 e 9 para Julho foi uma decisão acertada.

10. The Rehearsal (HBO)criado por Nathan Fielder

(82) Nathan Fielder é um dos autores mais fora da caixa dos nossos dias. Depois do sucesso de Nathan For You, da Comedy Central, o ator e humorista canadiano convenceu a HBO a apoiar as suas ideias com uma super-produção.
    The Rehearsal teve a sua origem num conceito simples: uma comédia/ documentário em que os participantes podem ensaiar ou preparar-se para determinados momentos da sua vida, não deixando nada ao acaso num mundo imprevisível. Quando parecia que este ensaio seria uma espécie de série de procedimento repetitiva, Fielder tirou-nos o tapete com uma matriosca existencialista, uma profunda reflexão sobre parentalidade.

11. Atlanta (FX)criado por Donald Glover

(81) - É um exercício complexo falar sobre o que foi Atlanta em 2022. Eleita Série do Ano pelo Barba Por Fazer no cada vez mais longínquo ano de 2018, a criação de Donald Glover voltou 4 (!) anos depois, e despediu-se em definitivo ao colocar na ar num só ano as temporadas 3 e 4.
    A comédia absurda, profundamente autoconsciente, original e satírica, apostou num compêndio de contos urbanos, marcantes embora algo desligados entre si.
    Despediu-se na interpretação do olhar de Darius (LaKeith Stanfield) tendo antes brilhado, bem ao seu estilo, numa paródia documental sobre "Pateta: O Filme".

12. The White Lotus (HBO)criado por Mike White

(80) - Em 2021, o Hawai; em 2022, a Sicília. A antologia de Mike White fez as malas para uma nova estância turística com histórias paralelas e novo casting privilegiado (F. Murray Abraham, Michael Imperioli, Aubrey Plaza, Haley Lu Richardson e Theo James) e a personagem Tanya (Jennifer Coolidge) como ponte entre as duas temporadas.
    Com White, o tradicional whodunit começa a ser substituído por um simples whodied, e mal podemos esperar pelo terceiro capítulo, à partida na Ásia, sucedâneo das semanas de férias sobre desigualdade de classes e infidelidade.

13. Hacks (HBO Max)criado por Lucia Aniello, Paul W. Downs e Jen Statsky

(80) - Com a HBO Max a apostar numa disponibilização de 2 episódios por semana (boa opção face às características, duração e tom da série), Hacks manteve toda a sua habilidade no desenvolvimento da relação pessoal e profissional de Ava (Hannah Einbinder) e Deborah Vance (Jean Smart).
    Deu gosto ver a série na estrada, e aquele derradeiro "The One, The Only" - bem emotivo, no seu clímax - serviria igualmente bem como season finale ou series finale. Mas ainda bem que vamos ter 3.ª temporada.

14. Winning Time: The Rise of the Lakers Dinasty (HBO), criado por Max Borenstein e Jim Hecht

(79) Entre as novas séries inspiradas por eventos reais, Winning Time merece a medalha de ouro. Adam McKay (realizador do episódio-piloto) introduziu uma distinta impressão digital em termos de estilo, com a alternância no "grão" da imagem, e o arranque da dinastia dos anos 80 dos LA Lakers contou com uma hábil forma de filmar desporto e uma astuta capacidade de colocar no ecrã o entusiasmo gerado pela revolução táctica.
    É magnífico ver Adrien Brody a emergir em segundo plano como Pat Riley, ajudou certamente a HBO encontrar um Kareem Abdul-Jabbar 99% igual ao verdadeiro e o primeiro sinal de que a série tinha tudo para correr bem deu-se logo no primeiro sorriso e na primeira transpiração de carisma de Quincy Isaiah como Magic Johnson. 
    Uma palavra final para John C. Reilly, que já merecia encabeçar um projecto desta dimensão.

15. We Own This City (HBO), criado por George Pelecanos e David Simon

(79) As séries de David Simon são, de certa forma, séries de nicho. Numa sociedade sedenta por estímulos e cliffhangers que nos façam dormir menos e devorar mais, o génio responsável por The Wire trabalha ao seu ritmo, com um realismo que nos leva para as ruas das suas histórias, mas que se recusa a recorrer a bandas sonoras influenciadoras.
    Simon e Pelecanos respeitam a audiência, são mestres do Show, don't tell e em We Own This City - 5 horas e 57 minutos dividos em seis partes - voltaram a trabalhar na mesma fasquia alta de sempre.
    A corrupção da polícia de Baltimore vacilou apenas na forma algo confusa como por vezes viajou no tempo (talvez numa segunda visualização o encadeamento seja mais intuitivo) e vincou Jon Bernthal como um dos principais nomes do meio televisivo na atualidade.

16. Pachinko (Apple TV+), criado por Soo Hugh

(78) Com potencial para se tornar uma das grandes séries dos próximos anos, Pachinko afirmou-se como o drama familiar do ano. Bebendo da magistral realização de Kogonada (ColumbusAfter Yang) a jornada de uma família coreana imigrante encantou-nos à primeira vista, e rebentou a escala ao sétimo capítulo, com o Japão e 1923 como pano de fundo.

17. Euphoria (HBO), criado por Sam Levinson

(77) - A obra-prima de Sam Levinson não nos oferecia uma temporada completa desde 2019 (em Dezembro de 2020 e Janeiro de 2021 houve apenas dois especiais focados em Rue e Jules) e o muito aguardado regresso ficou marcado pela forma desequilibrada/ com falta de linha condutora com que os acontecimentos se sucederam. A ação avançou pouco e algumas personagens caíram para segundo plano (Jules) enquanto outras dispararam de relevância (Sydney Sweeney, como Cassie, aproveitou para mostrar a boa atriz que é).
    Em todo o caso, bastava aquela descida aos infernos em "Stand Still Like a Hummingbird" para Euphoria figurar aqui. Quando pensávamos que Zendaya não poderia superar-se, ela conseguiu-o.

18. Industry (HBO, BBC Two), criado por Mickey Down e Konrad Kay

(77) - Uma das boas surpresas de 2020, que até só descobrimos em 2021, regressou à grelha da HBO tomando a opção de assumir a realidade e os efeitos da pandemia na própria narrativa do programa. Foi bom rever Harper (Myha'la Herrold é uma estrela em ascensão), Yasmin, Robert e Gus e, após vícios, solidão, acções a cair a pique, traições pelas costas e negociatas noite dentro, aquele twist com Eric Tao no final "Jerusalem" foi um dos melhores murros no estômago de 2022.

19. For All Mankind (Apple TV+), criado por Ronald D. Moore, Ben Nedivi e Matt Wolpert

(75) - Muitos críticos consideram a 2.ª temporada a mais difícil para muitas séries. É nesse Ano 2 que a série fideliza o seu público ou o perde para novos conteúdos virais. Talvez por isso, muitas séries que passam com distinção a avaliação da segunda temporada, atingem depois o seu pico de rendimento no 3.º ensaio. Este não foi o caso de For All Mankind, a ambiciosa produção espacial da Apple TV+.
    Sexto lugar nas nossas Melhores Séries de 2021, a série que continua a ser um projecto desconhecido para muita gente desiludiu-nos na ida a Marte, culpa talvez do patamar de excelência imposto pelo inesquecível "The Grey (episódio final da segunda temporada), do excesso de Danny Stevens e porventura dos prazos cumpridos na produção. Não é comum uma série com estes valores de produção ser emitida em anos consecutivos e, por vezes, a pressa é inimiga da perfeição. 

20. Love, Death & Robots (Netflix), criado por Tim Miller

(75) - Uma das duas representantes do catálogo Netflix no nosso Top-20 voltou ao seu melhor nível, apresentado na estreia em 2019, conseguindo uma certa redenção depois de virar fiasco irreconhecível em 2021. Com o regresso dos três robôs como anfitriões da temporada e David Fincher como realizador do fantástico "Bad Travelling", Love, Death & Robots voltou a experimentar diferentes estilos de animação, capazes de servir contos, ora mais leves ora mais profundos e ambiciosos. "Jibaro" é incrível.


10 de janeiro de 2023

As Melhores Novas Séries de 2022

 Eleitos os melhores episódios do ano, prosseguimos a nossa viagem ao longo de 2022 com aquelas que foram para nós as Melhores Novas Séries.

    Em 2022, foram várias as descobertas que motivaram o passa-a-palavra entre amigos. Há um ano atrás as principais novidades tinham sido Arcane e Squid Game, sem esquecer extraordinárias mini-séries (Station Eleven, The Underground Railroad, Mare of Easttown ou It's A Sin), e foi bom assistir à evolução/ consolidação no sempre desafiante Ano 2 de Reservation Dogs, The White Lotus e Hacks.
    No último ano foram em menor número as novas séries merecedoras de destaque (por isso mesmo distinguimos 17 ao contrário de 2021 em que pudemos destacar 20), mas o nível apresentado pela nata deste Top foi muito elevado.

    Vimos The Lord of the Rings: The Rings of Power, The Patient, Obi-Wan Kenobi ou Life After Life, mas nenhum nos convenceu ao ponto de estar entre as melhores novas séries do ano. Este Top-17 premeia um ano muito positivo para a HBO (6 séries presentes, 4 delas nos sete primeiros lugares) e uma Apple TV+ cada vez mais forte (4 presenças), embora seja o FX on Hulu a roubar o primeiro posto. Invulgar, embora não surpreenda totalmente, a ausência em absoluto do carimbo Netflix.

    Justificamos assim as nossas 20 Melhores Novas Séries de 2022:



1. The Bear (FX on Hulu)
Criado por: Christopher Storer
Elenco: Jeremy Allen White, Ebon Moss-Bachrach, Ayo Edebiri, Lionel Boyce, Liza Colón-Zayas
IMDb: 8.4 | Rotten Tomatoes: 100% | Metascore: 88

    Yes, Chef! Eis a melhor série estreada em 2022 para o Barba Por Fazer. The Bear é uma panela sob pressão, é uma cozinha stressada ao som de jazz, é água bebida de um tupperware e uma constante procura por respostas, apenas disponíveis em polpa de tomate.
    The Bear é uma família de colegas de trabalho, é um irmão em luto, é Pearl Jam, Sufjan Stevens e, por fim, Radiohead. Com muita simplicidade na receita, e um incrível Jeremy Allen White como Carmy, a série de Verão de Christopher Storer preencheu-nos como nenhuma outra das novidades do ano.

2. Severance (Apple TV+)
Criado por: Dan Erickson
Elenco: Adam Scott, Britt Lower, Zach Cherry, Patricia Arquette, John Turturro, Tramell Tillman
IMDb: 8.7 | Rotten Tomatoes: 97% | Metascore: 83

    No papel, a ideia de Dan Erickson tinha tudo para resultar em algo genial: Mark (Adam Scott) e os seus colegas de trabalho desempenham funções numa empresa misteriosa, sujeitando-se a um procedimento cirúrgico capaz de separar por completo o seu "eu" privado e profissional. Quando estão no trabalho, não têm memórias da sua vida exterior; quando estão fora do trabalho, desconhecem em absoluto o que fizeram no horário de expediente.
    Na prática e no ecrã, a ideia de Dan Erickson saiu ainda melhor do que as mais confiantes previsões. Com Ben Stiller a realizar 6 dos 9 episódios, Severance (demora uns episódios a agarrar, mas compensa com a intriga progressiva, num puzzle inteligente que abre uma porta com um novo ponto de interrogação à medida que fecha outra) tornou-se a nova jóia da coroa da Apple TV+, superando For All Mankind e Ted Lasso, e acreditamos que durante as próximas temporadas, Severance se torne uma das séries mais respeitadas no mundo, quer pela crítica quer pelo grande público.
    O nono "The We We Are", impróprio para cardíacos, foi o grande episódio de 2022.

3. Andor (Disney+)
Criado por: Tony Gilroy
Elenco: Diego Luna, Stellan Skarsgard, Denise Gough, Kyle Soller, Genevieve O'Reilly, Andy Serkis
IMDb: 8.4 | Rotten Tomatoes: 96% | Metascore: 74

    Honestamente, quando Andor foi anunciado pensámos que se trataria de apenas mais uma série Star Wars. Depois do sucesso de The Mandalorian e do relativo insucesso de Obi-Wan Kenobi, Tony Gilroy edificou o novo tesouro do Disney+ e a melhor criação SW desde a trilogia original.
    O começo da jornada de Cassian Andor (Diego Luna) de ladrão e mercenário até revolucionário colocou a cereja no topo do bolo do ano televisivo de 2022, com personagens tridimensionais e bem trabalhadas, uma maturidade temática, visuais estonteantes e novas camadas de política e espionagem a acordar um universo que, sem precisar de Skywalkers, Yodas ou sabres de luz, parece agora mais vivo e relevante do que nunca.

4. House of the Dragon (HBO)
Criado por: Ryan J. Condal, George R. R. Martin
Elenco: Emma D'Arcy, Olivia Cooke, Paddy Considine, Matt Smith, Milly Alcock, Rhys Ifans, Ewan Mitchell, Tom Glynn-Carney
IMDb: 8.5 | Rotten Tomatoes: 93% | Metascore: 69

    Já sentíamos falta daquela sensação de perigo constante ao fazer scroll na Internet à segunda-feira, podendo a cada esquina espreitar um spoiler. Game of Thrones, a série mais mediática dos últimos anos, saiu pela porta pequena, e também por isso não tínhamos grandes expectativas para o herdeiro House of the Dragon.
    A prequela foi uma das belas surpresas de 2022, brilhando no mais importante (o enredo) e dando uma lição na arte de construir e apresentar um novo universo de personagens. Tivemos dificuldade em não revirar os olhos perante alguma incoerência na disparidade de envelhecimento entre as personagens, mas foi com gosto que corremos a estudar a árvore genealógica Targaryen, matando saudades de episódios pouco iluminados mas épicos, de crianças que lutam até uma perder o olho ou dos céus cruzados por um dragãozinho e um dragãozão.

5. The Rehearsal (HBO)
Criado por: Nathan Fielder
Elenco: --
IMDb: 8.6 | Rotten Tomatoes: 96% | Metascore: 86

    Nathan Fielder é um dos autores mais fora da caixa dos nossos dias. Depois do sucesso de Nathan For You, da Comedy Central, o ator e humorista canadiano convenceu a HBO a apoiar as suas ideias com uma super-produção.
    The Rehearsal teve a sua origem num conceito simples: uma comédia/ documentário em que os participantes podem ensaiar ou preparar-se para determinados momentos da sua vida, não deixando nada ao acaso num mundo imprevisível. Quando parecia que este ensaio seria uma espécie de série de procedimento repetitiva, Fielder tirou-nos o tapete com uma matriosca existencialista, uma profunda reflexão sobre parentalidade.

6. Winning Time: The Rise of the Lakers Dinasty (HBO)
Criado por: Max Borenstein, Jim Hecht
Elenco: John C. Reilly, Quincy Isaiah, Adrien Brody, Jason Clarke, Solomon Hughes, Jason Segel, Tracy Letts, Hadley Robinson
IMDb: 8.3 | Rotten Tomatoes: 85% | Metascore: 68

    Entre as novas séries inspiradas por eventos reais, Winning Time merece a medalha de ouro. Adam McKay (realizador do episódio-piloto) introduziu uma distinta impressão digital em termos de estilo, com a alternância no "grão" da imagem, e o arranque da dinastia dos anos 80 dos LA Lakers contou com uma hábil forma de filmar desporto e uma astuta capacidade de colocar no ecrã o entusiasmo gerado pela revolução táctica.
    É magnífico ver Adrien Brody a emergir em segundo plano como Pat Riley, ajudou certamente a HBO encontrar um Kareem Abdul-Jabbar 99% igual ao verdadeiro e o primeiro sinal de que a série tinha tudo para correr bem deu-se logo no primeiro sorriso e na primeira transpiração de carisma de Quincy Isaiah como Magic Johnson. 
    Uma palavra final para John C. Reilly, que já merecia encabeçar um projecto desta dimensão.

7. We Own This City (HBO)
Criado por: George Pelecanos, David Simon
Elenco: Jon Bernthal, Wunmi Mosaku, Jamie Hector, Josh Charles, Dagmara Dominczyk
IMDb: 7.6 | Rotten Tomatoes: 93% | Metascore: 83

    As séries de David Simon são, de certa forma, séries de nicho. Numa sociedade sedenta por estímulos e cliffhangers que nos façam dormir menos e devorar mais, o génio responsável por The Wire trabalha ao seu ritmo, com um realismo que nos leva para as ruas das suas histórias, mas que se recusa a recorrer a bandas sonoras influenciadoras.
    Simon e Pelecanos respeitam a audiência, são mestres do Show, don't tell e em We Own This City - 5 horas e 57 minutos dividos em seis partes - voltaram a trabalhar na mesma fasquia alta de sempre.
    A corrupção da polícia de Baltimore vacilou apenas na forma algo confusa como por vezes viajou no tempo (talvez numa segunda visualização o encadeamento seja mais intuitivo) e vincou Jon Bernthal como um dos principais nomes do meio televisivo na atualidade.

8. Pachinko (Apple TV+)
Criado por: Soo Hugh
Elenco: Minha Kim, Youn Yuh-jung, Jin Ha, Lee Min-Ho, Soji Arai
IMDb: 8.4 | Rotten Tomatoes: 97% | Metascore: 87

    Com potencial para se tornar uma das grandes séries dos próximos anos, Pachinko afirmou-se como o drama familiar do ano. Bebendo da magistral realização de Kogonada (Columbus, After Yang) a jornada de uma família coreana imigrante encantou-nos à primeira vista, e rebentou a escala ao sétimo capítulo, com o Japão e 1923 como pano de fundo.

9. Welcome to Wrexham (FX)
Criado por: Rob McElhenney e Ryan Reynolds
Elenco: --
IMDb: 8.3 | Rotten Tomatoes: 90% | Metascore: 75

    Quem gosta de futebol, gostará de Welcome to Wrexham. Quem sentiu saudades de Ted Lasso em 2022 teve neste conto de fadas do 5.ª escalão do futebol britânico o substituto perfeito.
    Além de nos dar a conhecer Paul Mullin, Ollie Palmer, Aaron Hayden ou Jordan Davies, WtW superou expectativas (e os 18 episódios vêem-se a correr, o que é bom sinal), com as vedetas Rob McElhenney e Ryan Reynolds a passarem a tratar o soccer por futebol, demonstrando total compromisso e seriedade com o projecto de comprar o pequeno mas histórico clube do País de Gales.
    Acima de tudo, Welcome to Wrexham é uma óptima fotografia do que é ser adepto e da total simbiose entre uma comunidade e um clube. Muito raramente, ainda há momentos em que o futebol não é só um negócio.

10. The Offer (Paramount+)
Criado por: Michael Tolkin
Elenco: Miles Teller, Matthew Goode, Dan Fogler, Juno Temple, Burn Gorman, Giovanni Ribisi
IMDb: 8.7 | Rotten Tomatoes: 57% | Metascore: 48

    Desprezado pela crítica, apreciado pelas massas. The Offer esteve longe de ser uma mini-série perfeita, mas não foi aborrecida em momento algum, acompanhando os bastidores da produção de The Godfather e elucidando assim o espectador com muitas curiosidades a cada página do guião.
    Miles Teller e Matthew Goode foram óptimas escolhas para dar corpo, respectivamente, ao produtor Albert S. Ruddy e ao executivo Robert Evans, Juno Temple acrescenta valor em tudo o que entra, e mesmo a missão (quase) impossível de encontrar adequados Francis Ford Coppola, Marlon Brando e Al Pacino correu bastante bem.

11. The Old Man (FX)
Criado por: Jonathan E. Steinberg, Robert Levine
Elenco: Jeff Bridges, John Lithgow, Alia Shawkat, Amy Brenneman, E. J. Bonilla
IMDb: 7.6 | Rotten Tomatoes: 97% | Metascore: 72

    Num ano com três boas séries de espionagem (sim, Andor é uma série Star Wars mas também deve ser considerada uma série de espiões), The Old Man brindou-nos com Jeff Bridges num dos desempenhos mais exigentes e desafiantes da sua carreira.
    A fuga do antigo colaborador da CIA, quase sempre acompanhado pelos seus dois Rotweilers super-disciplinados, fez de Bridges uma figura de ação aos 73 anos, impressionando a coreografia nas sequências de ação e o casting, capaz de encontrar o match perfeito para as versões jovens de Bridges e Lithgow.

12. Slow Horses (Apple TV+)
Criado por: Will Smith
Elenco: Gary Oldman, Jack Lowden, Kristin Scott Thomas, Rosalind Eleazar, Freddie Fox
IMDb: 7.9 | Rotten Tomatoes: 97% | Metascore: 78

    Will Smith (atenção, é um Will Smith diferente daquele que esbofeteia humoristas) adaptou o thriller de espiões de Mick Herron, garantindo-lhe a Apple TV+ o luxo de poder contar com Gary Oldman no papel de Jackson Lamb.
    No seu ano de estreia, Slow Horses deu-nos duas temporadas (6 episódios em Abril, 6 episódios em Dezembro), sempre num nível alto com Lamb a chefiar um conjunto de agentes do MI5 renegados para um purgatório administrativo.

13. Under the Banner of Heaven (FX on Hulu)
Criado por: Dustin Lance Black
Elenco: Andrew Garfield, Daisy Edgar-Jones, Billy Howle, Wyatt Russell, Sam Worthington, Gil Birmingham
IMDb: 7.5 | Rotten Tomatoes: 86% | Metascore: 71

    O mergulho no fundamentalismo mórmon/ da igreja LDS foi uma das séries mais difíceis de 2022. Um drama familiar pesado, que bem podia ter sido uma temporada de True Detective, e que voltou a mostrar que Andrew Garfield é um dos melhores intérpretes da sua geração.
    Daisy Edgar-Jones é cada vez mais uma certeza, e Billy Howle foi uma revelação, justificando que o chamem para papéis mais ambiciosos.

14. Our Flag Means Death (HBO Max)
Criado por: David Jenkins
Elenco: Rhys Darby, Taika Waititi, Samson Kayo, Vico Ortiz, Kristian Nairn, Rory Kinnear
IMDb: 7.8 | Rotten Tomatoes: 93% | Metascore: 70

    E se um romance entre um aristocrata a atravessar uma crise de meia idade, abandonando a sua família para abraçar uma carreira como pirata, e o famoso e temível Barba-Negra acabasse por ser uma das melhores comédias de 2022?
    Com um POV original, e o neozelandês Taika Waititi metido ao barulho, Our Flag Means Death deu-nos piratas muito educados e, honestamente, até mesmo os momentos em que a série deixou a nu os seus valores de produção modestos q.b. acabaram por colar bem com o tom da criação de David Jenkins.

15. Black Bird (Apple TV+)
Criado por: Dennis Lehane
Elenco: Taron Egerton, Paul Walter Hauser, Sepideh Moafi, Greg Kinnear, Ray Liotta
IMDb: 8.1 | Rotten Tomatoes: 97% | Metascore: 80

    Black Bird é um bom exemplo de uma série que teria saído beneficiada se tivesse disponibilizado de uma vez só para binge os seus seis episódios. Consumimo-la semanalmente e não nos encheu as medidas acompanhar a investigação levada a cabo pelas personagens de Sepideh Moafi e Greg Kinnear, mas quando Black Bird sentou frente a frente assassino (Paul Walter Hauser) e informador (Taron Egerton) fez-se magia, com desabafos sinistros e perturbadores. Como um todo não é de consumo obrigatório, mas ninguém devia perder Paul Walter Hauser como Larry Hall.

16. Pam & Tommy (Hulu)
Criado por: Robert Siegel
Elenco: Lily James, Sebastian Stan, Seth Rogen, Nick Offerman
IMDb: 7.3 | Rotten Tomatoes: 79% | Metascore: 70

    É difícil não pensar na hipocrisia de Pam & Tommy, uma série que aprofunda a exposição e violação de privacidade de Pamela Anderson e Tommy Lee, tentando gerar empatia, mas que, ao fazê-lo, volta a trazer à superfície para uma geração diferente um vídeo caseiro que o casal procurou que caísse no esquecimento.
    Ignorando essa questão, a série do Hulu mostrou-se algo desequilibrada (o subplot da personagem de Seth Rogen nem sempre cativou) mas é impossível não elogiar não só o departamento de caracterização como os desempenhos dos dois protagonistas. Sebastian Stan brilhou, ocasionalmente com uma genitália falante, mas a estrela foi sem dúvida Lily James como Pamela Anderson, merecedora das várias nomeações que obteve.

17. Peacemaker (HBO Max)
Criado por: James Gunn
Elenco: John Cena, Danielle Brooks, Freddie Stroma, Jennifer Holland, Robert Patrick
IMDb: 8.3 | Rotten Tomatoes: 94% | Metascore: 70

    Refrescante ao nunca se levar demasiado a sério, Peacemaker revelou-se o palco perfeito para John Cena, seu protagonista, colocando-o num contexto de acção e fisicalidade, mas potenciando a leveza e comédia que o astro da WWE consegue oferecer.
    O anti-herói da DC, com uma águia como ajudante e um Vigilante desesperado por ser seu melhor amigo, caiu nas boas graças dos fãs de séries de super-heróis. Continuem a dar total liberdade criativa a James Gunn, e o resultado será sempre o melhor e mais insano entretenimento.

Os Melhores Episódios de Séries em 2022

 Antes de avaliarmos as Melhores Novas Séries e as Melhores Séries, o nosso olhar retrospetivo sobre a televisão em 2022 inicia-se com os Melhores Episódios.

    Como sempre, porque somos proporcionalmente malucos, organizados e devotos a distinguir aquilo que melhor se faz em Televisão, apontámos ao longo do último ano os capítulos mais marcantes das séries às quais assistimos. Em 2022, despedimo-nos de Better Call Saul e de Atlanta (dose dupla da série de Donald Glover), vimos Stranger Things atingir um novo pico de qualidade, Reservation Dogs, Hacks e The White Lotus amadureceram e, para compensar um ano sem Succession, surgiram várias novidades de luxo, que vieram para ficar.
    Foi, sem dúvida, um ano diferente. Se compararmos os 10 melhores episódios deste ano com os 10 que elegemos como destaque em 2021, nenhuma série se repete. Aliás, se estendermos o exercício a 20 títulos, apenas Euphoria e Reservation Dogs surgem como repetentes. Desta vez, nos 40 episódios seleccionados estão representadas 23 séries diferentes. O fim de Better Call Saul (6 episódios, três deles no Top-10) lidera destacado, seguido de Atlanta (4) e depois várias séries a bisar - Severance, The Bear, Stranger Things, Andor, Euphoria, House of the Dragon, Barry, My Brilliant Friend e Love, Death & Robots.

    Originalidade, um clímax marcante, o melhor adeus possível ou a fotografia perfeita da essência ou tom de uma série são alguns dos motivos por trás destas 40 escolhas.

    De 2022 fica um gesto de pistoleiro em tons de preto e branco, o caos numa cozinha durante 20 minutos, o renascimento da "Running Up That Hill" de Kate Bush, um abraço entre amigos à beira-mar, um vislumbre de um dragão (bem) maior do que o outro na trovoada de Westeros, o choro compulsivo de Kim Wexler numa viagem de autocarro, o método Fielder levado ao extremo e um frente-a-frente entre Obi-Wan Kenobi e Darth Vader.
    2022 foi um discurso de Andy Serkis a dar o mote para uma épica fuga de uma prisão numa galáxia muito, muito distante, foi o doloroso final de uma relação em que a diversão vitimou quase todos em redor, foi a verdade sobre Vecna, um advogado executado sem pestanejar, o mergulho mais profundo na adicção de Rue Bennett, uma paródia perfeita com um executivo ficcional da Disney e foi o enervante desfecho de Severance.

    2022 foi um pouco melhor graças a estes 40 episódios:


1. Severance - 1.09 - The We We Are
Realizado por: Ben Stiller, Escrito por: Dan Erickson

2. Better Call Saul - 6.07 - Plan and Execution
Realizado por: Thomas Schnauz, Escrito por: Thomas Schnauz

3. Better Call Saul - 6.13 - Saul Gone
Realizado por: Peter Gould, Escrito por: Peter Gould

4. The Bear - 1.07 - Review
Realizado por: Christopher Storer, Escrito por: Joanna Calo

5. Stranger Things - 4.07 - Chapter Seven: The Massacre at Hawkins Lab
Realizado por: The Duffer Brothers, Escrito por: The Duffer Brothers

6. The Bear - 1.08 - Braciole
Realizado por: Christopher Storer, Escrito por: Christopher Storer, Joanna Calo

7. Better Call Saul - 6.09 - Fun and Games
Realizado por: Michael Morris, Escrito por: Ann Cherkis

8. Andor - 1.10 - One Way Out
Realizado por: Toby Haynes, Escrito por: Beau Willimon

9. Euphoria - 2.05 - Stand Still Like the Hummingbird
Realizado por: Sam Levinson, Escrito por: Sam Levinson

10. Reservation Dogs - 2.10 - I Still Believe
Realizado por: Sterlin Harjo, Escrito por: Tommy Pico

11. House of the Dragon - 1.10 - The Black Queen
Realizado por: Greg Yaitanes, Escrito por: Ryan J. Condal

12. Atlanta - 4.08 - The Goof Who Sat by the Door
Realizado por: Donald Glover, Escrito por: Francesca Sloane, Karen Joseph Adcock

13. Barry - 3.08 - starting now
Realizado por: Bill Hader, Escrito por: Alec Berg, Bill Hader

14. Station Eleven - 1.10 - Unbroken Circle
Realizado por: Jeremy Podeswa, Escrito por: Patrick Somerville

15. Stranger Things - 4.04 - Chapter Four: Dear Billy
Realizado por: Shawn Levy, Escrito por: Paul Dichter

16. House of the Dragon - 1.08 - The Lord of the Tides
Realizado por: Geeta Vasant Patel, Escrito por: Eileen Shim

17. Love, Death & Robots - 3.09 - Jibaro
Realizado por: Alberto Mielgo, Escrito por: Alberto Mielgo

18. Better Call Saul - 6.12 - Waterworks
Realizado por: Vince Gilligan, Escrito por: Vince Gilligan

19. Severance - 1.07 - Defiant Jazz
Realizado por: Ben Stiller, Escrito por: Helen Leigh, Dan Erickson

20. Barry - 3.06 - 710N
Realizado por: Bill Hader, Escrito por: Duffy Boudreau

21. Love, Death & Robots - 3.02 - Bad Travelling
Realizado por: David Fincher, Escrito por: Andrew Kevin Walker

22. Atlanta - 4.10 - It Was All a Dream
Realizado por: Hiro Murai, Escrito por: Donald Glover

23. Ozark - 4.07 - Sanctified
Realizado por: Robin Wright, Escrito por: Miki Johnson, Mark Williams, Bill Dubuque

24. My Brilliant Friend - 3.08 - Chi fugge, chi resta
Realizado por: Daniele Luchetti, Escrito por: Francesco Piccolo, Laura Paolucci

25. Hacks - 2.08 - The One, The Only
Realizado por: Trent O'Donnell, Escrito por: Lucia Aniello, Paul W. Downs, Jen Statsky

26. Industry - 2.08 - Jerusalem
Realizado por: Isabella Eklöf, Escrito por: Mickey Down, Konrad Kay

27. Better Call Saul - 6.08 - Point and Shoot
Realizado por: Vince Gilligan, Escrito por: Gordon Smith

28. The Rehearsal - 1.04 - The Fielder Method
Realizado por: Nathan Fielder, Escrito por: Nathan Fielder, Carrie Kemper, Eric Notarnicola

29. Pachinko - 1.07 - Chapter Seven
Realizado por: Kogonada, Escrito por: Soo Hugh, Ethan Kuperberg

30. Andor - 1.06 - The Eye
Realizado por: Susanna White, Escrito por: Dan Gilroy

31. Atlanta - 3.09 - Rich Wigga Poor Wigga
Realizado por: Donald Glover, Escrito por: Donald Glover

32. The White Lotus - 2.05 - That's Amore
Realizado por: Mike White, Escrito por: Mike White

33. The Crown - 5.03 - Mou Mou
Realizado por: Alex Gabassi, Escrito por: Peter Morgan

34. Atlanta - 3.01 - Three Slaps
Realizado por: Hiro Murai, Escrito por: Donald Glover, Stephen Glover

35. Better Call Saul - 6.03 - Rock and Hard Place
Realizado por: Gordon Smith, Escrito por: Gordon Smith

36. Euphoria - 2.07 - The Theater and Its Double
Realizado por: Sam Levinson, Escrito por: Sam Levinson

37. Obi Wan-Kenobi - 1.06 - Part VI
Realizado por: Deborah Chow, Escrito por: Joby Harold, Andrew Stanton, Hossein Amini

38. My Brilliant Friend - 3.06 - Diventare
Realizado por: Daniele Luchetti, Escrito por: Francesco Piccolo, Laura Paolucci

39. Undone - 2.07 - Rectify
Realizado por: Hisko Hulsing, Escrito por: Elijah Aron, Patrick Metcalf

40. Winning Time: The Rise of the Lakers Dinasty - 1.04 - Who the F**k Is Jack McKinney
Realizado por: Damian Marcano, Escrito por: Max Borenstein, Jim Hecht