Balanço Final - Liga NOS 18/ 19

A análise detalhada ao campeonato em que houve um antes e um depois de Bruno Lage. Em 2018/ 2019 houve Reconquista.

Prémios BPF Liga NOS 2018/ 19

Portugal viu um médio carregar sozinho o Sporting, assistiu ao nascer de um prodígio, ao renascer de um suiço, sagrando-se campeão quem teve um maestro e um velocista.

Balanço Final - Premier League 18/ 19

Na melhor Liga do mundo, foram 98 contra 97 pontos. Entre citizens e reds, entre Bernardo Silva e van Dijk, ninguém merecia perder.

Os Filmes mais Aguardados de 2019

Em 2019, Scorsese reúne a velha guarda toda, Brad Pitt será duplo de Leonardo DiCaprio, Greta Gerwig comanda um elenco feminino de luxo, Waititi será Hitler, e Joaquin Phoenix enlouquecerá debaixo da maquilhagem já usada por Nicholson ou Ledger.

21 Novas Séries a Não Perder em 2019

Renasce The Twilight Zone, Ryan Murphy muda-se para a Netflix, o Disney+ arranca com uma série Star Wars e há ainda projectos de topo na HBO e no FX.

13 de junho de 2018

Mundial 2018: Previsão Grupo B

Nem de propósito. Deixámos a análise e antevisão do Grupo B para o fim, por se tratar do nosso, e graças a isso podemos algumas linhas abaixo colocar Fernando Hierro como seleccionador espanhol e não Julen Lopetegui. Curioso.
    O grupo B inclui o embate da Península Ibérica, as duas últimas selecções a sagrarem-se campeãs da Europa. Portugal e Espanha medem forças num grupo em que, se os favoritos se desleixarem, Irão e Marrocos, duas selecções muito competentes, estarão à espreita de qualquer erro.
    No apuramento asiático, ninguém pontuou tanto como o Irão (22 pontos, marca acima de Japão, Coreia do Sul, Arábia Saudita ou Austrália) podendo-se considerar a selecção orientada por Carlos Queiroz a mais forte do continente. Já em África, Marrocos impediu a Costa do Marfim de marcar presença na Rússia. Chega como aviso. A juntar a tudo isto, o comportamento defensivo imaculado: o Irão sofreu apenas 2 golos em 10 jogos, e Marrocos cumpriu toda a fase de grupos sem qualquer golo sofrido! Considerando o registo dos dois favoritos - a Espanha sofreu 3 golos no caminho até ao Mundial, e Portugal apenas mais um - fica claro que todas as equipas deste grupo sabem o que têm a fazer na hora de defender.

    Com um período de sonho entre 2008 e 2012 (altura em que a Espanha conquistou dois europeus e um mundial), La Roja poderá surgir com ganas renovadas, depois da hecatombe de 2014, naquela que será a despedida de Andrés Iniesta da alta roda do futebol. E que peso terá o "escândalo Lopetegui"? Instabilidade em cima da competição nunca faz bem, mas a experiência dos jogadores espanhóis - selecções como Espanha ou Alemanha gozam hoje quase de um estatuto de piloto-automático - e a resposta que o balneário órfão poderá querer dar obriga Portugal a máxima concentração e não hipoteca por completo as hipóteses de sucesso hispânicas.
    Portugal tem um histórico bem mais favorável em europeus do que em mundiais, e destas quatro selecções até poderá ser aquela que demorará um pouco mais a encontrar o seu melhor 11. No entanto, ao contrário do que a teoria poderia indicar, depois de ter conquistado o Euro-2016 a pressão é menor sobre os ombros de Cristiano Ronaldo e companhia. Convém recordar que em 29 jogos oficiais como seleccionador nacional, Fernando Santos perdeu apenas 1. E, com um elenco que ganha em doses de talento e criatividade ao de 2016, a postura pode manter-se: podemos não ser melhores do que os outros, mas ninguém será melhor que nós.

    Naturalmente, quando desenhámos o quadro deste Mundial não imaginávamos este abanão que a Espanha sofreria a dois dias de entrar em competição. Assim, por uma questão de coerência e para não sermos obrigados a modificar os destinos por exemplo de Alemanha e Brasil, mantemos a previsão inicial de apontar os nossos vizinhos ao título, essencialmente por instinto e por não nos largar a imagem de Andrés Iniesta a levantar a copa no adeus à selecção. Diríamos até: racionalmente Brasil e Alemanha são nesta fase os verdadeiros favoritos, com destinos interligados. O Brasil quer vingar-se dos 7-1 de 2014, e a Alemanha quer igualar o número de títulos do recordista Brasil (5). E se Portugal não ganhar, que vença a Argentina (nenhuma selecção reúne tantos factores contra, até às cozinheiras da Federação chegou o pesadelo na ante-câmara deste Mundial argentino).

    Fiquem então com a análise completa do Grupo B:


1. ESPANHA  
(Previsão: Vencedor)

  • Guarda-Redes: David De Gea (Manchester United), Kepa (Athletic Bilbao), Pepe Reina (Nápoles)
  • Defesas: Dani Carvajal (Real Madrid), Álvaro Odriozola (Real Sociedad), César Azpilicueta (Chelsea), Gerard Piqué (Barcelona), Sergio Ramos (Real Madrid), Nacho Hernández (Real Madrid), Nacho Monreal (Arsenal), Jordi Alba (Barcelona)
  • Médios: Sergio Busquets (Barcelona), Andrés Iniesta (Barcelona), Thiago Alcântara (Bayern), Saúl Ñíguez (Atlético Madrid), David Silva (Manchester City), Isco (Real Madrid)
  • Extremos: Marco Asensio (Real Madrid), Lucas Vázquez (Real Madrid), Koke (Atlético Madrid)
  • Avançados: Diego Costa (Atlético Madrid), Rodrigo (Valência), Iago Aspas (Celta Vigo)
Seleccionador: Fernando Hierro;
Ausências: Álvaro Morata, Marcos Alonso

Equipa-Base (4-1-4-1): De Gea; Carvajal, Piqué, Sergio Ramos, J. Alba; Busquets; David Silva, Thiago, Iniesta, Isco; Diego Costa
    O que Florentino Pérez e Lopetegui foram arranjar... Num caso inédito (jamais um dos 3 principais favoritos à conquista de um Mundial perdeu o seu treinador a dois dias do jogo de estreia), a Espanha perdeu o seu líder, colocando a Hierro um excelente desafio. Mas já vimos coisas mais estranhas do que Hierro pegar agora na selecção e levar a Espanha ao título.
    Com uma filosofia enraizada, futebol de posse com constante oferta de linhas de passe e inteligência de quem sabe para onde e quando soltar a bola, a Espanha deseja recuperar a sua hegemonia de 2008-2012. Supomos que Hierro vá mexer o menos possível na estrutura. De Gea terá à sua frente uma defesa muito experiente e com jogadores de Real Madrid e Barcelona, embora a lesão sofrida por Carvajal na final da Champions deva obrigar à utilização de Azpilicueta ou Odriozola no arranque do torneio. O meio-campo tem Busquets como pêndulo, e a Iniesta, David Silva e Isco juntar-se-á Thiago ou Koke, sem afastar a hipótese de Asensio (numa assunção mais vertical dum flanco) ganhar esse lugar, interpretando-o de modo diferente. Diego Costa, Rodrigo e Iago Aspas são as opções para liderar o ataque, numa Espanha à qual parece mesmo só faltar uma maior garantia de golos. Vemos Silva, Isco e Iniesta a fazerem a bola sentir-se em casa, mas equipas como o Brasil e a Alemanha parecem ter maior capacidade para fazer golos. Apesar da má época no Chelsea, Morata encaixava organicamente neste ataque, como de resto mostrou na qualificação.

Destaques Individuais (Previsão):
    Embora abanados na véspera do começo do Mundial, a experiência e a brutal qualidade técnica dos jogadores espanhóis pode chegar para ultrapassar este momento invulgar. Num Mundial que ou segue a lógica (vitória de Brasil ou Alemanha) ou distingue uma equipa em crise (vitória de Espanha ou Argentina), sem esquecer potenciais vencedores como França ou Portugal, ter Isco e David Silva no nível em que acreditamos que apareçam, pode fazer a diferença. Ao lado de nomes como Neymar, Messi, Kroos ou Ronaldo, Isco é inclusive para nós um dos candidatos a Bola de Ouro do Mundial.
    Há o factor Lopetegui, mas também há o factor Andrés Iniesta. O melhor jogador da História do futebol espanhol, autor do golo que deu o Mundial-2010 à Espanha, é um ser especial; e não duvidamos que a vontade de lhe dar a melhor despedida possível sirva de foco extra para todos os jogadores do balneário.
    David De Gea e Sergio Ramos (não costuma impressionar tanto na Espanha como no Real Madrid, é verdade) vão obrigar os adversários a subirem o nível, e Marco Asensio tem escrito no rosto e nas botas que pode servir de abre-latas em vários jogos, saltando no banco para resolver.


2. PORTUGAL  
(Previsão: Quartos-de-Final)

  • Guarda-Redes: Rui Patrício (--), Beto (Göztepe), Anthony Lopes (Lyon)
  • Defesas: Cédric (Southampton), Ricardo Pereira (Leicester City), Pepe (Besiktas), José Fonte (Dalian Yifang), Bruno Alves (Rangers), Rúben Dias (Benfica), Raphaël Guerreiro (Dortmund), Mário Rui (Nápoles)
  • Médios: William Carvalho (Sporting), Adrien Silva (Leicester City), João Moutinho (Mónaco), Manuel Fernandes (Lokomotiv), Bruno Fernandes (Sporting), João Mário (West Ham)
  • Extremos: Bernardo Silva (Manchester City), Gonçalo Guedes (Valência), Ricardo Quaresma (Besiktas), Gelson Martins (Sporting)
  • Avançados: Cristiano Ronaldo (Real Madrid), André Silva (AC Milan)
Seleccionador: Fernando Santos;
Baixa: Danilo Pereira; Ausências: Rúben Neves, João Cancelo, Rony Lopes

Equipa-Base (4-4-2): Rui Patrício; Cédric, Pepe, José Fonte, R. Guerreiro; Bernardo Silva, William Carvalho, Moutinho (Bruno Fernandes, Adrien), João Mário; Cristiano Ronaldo, André Silva (Guedes)
    Cá estamos nós. Os campeões da Europa chegam a este Mundial com pouca pressão, inabalável fé e confiança e muita união. Hoje, vê-se em campo que Portugal é uma equipa, e esse sentido colectivo pode fazer muita diferença ao longo da competição.
    No habitual 4-4-2, sistema que melhor aproveita aquilo que hoje Cristiano Ronaldo é, Portugal é bem capaz de sofrer algumas afinações no onze ao longo das próximas semanas. A baliza está entregue a Rui Patrício, melhor guarda-redes no Euro-2016, e na defesa um bom Mundial está forçosamente dependente do melhor nível de Pepe (melhor jogador português no Euro-2016). Cédric, Fonte e Raphaël Guerreiro devem ser opções desde a primeira jornada, embora Ricardo Pereira e Rúben Dias possam eventualmente conquistar a titularidade.
    Do meio-campo para a frente, William, Bernardo Silva e Cristiano Ronaldo são os verdadeiros indiscutíveis. Fernando Santos não deve abdicar do acerto no passe e capacidade de ler o jogo do experiente Moutinho, e contra equipas dispostas a dar a iniciativa a Portugal, André Silva faz mais sentido ao lado de CR7. Contra a Espanha, por exemplo, esperamos Guedes-Ronaldo. Com Quaresma pronto para ser o suplente que muda o jogo, veremos como gere FS um onze onde Bruno Fernandes e/ ou Gonçalo Guedes poderão conquistar o seu espaço com o decorrer dos jogos.

Destaques Individuais (Previsão):
    Quartos-de-final é um Mundial decente. Mais longe, um excelente Mundial, menos que isso um Mundial abaixo das expectativas. Para nos fazer sonhar e acumular impossíveis, o capitão Cristiano Ronaldo chega à Rússia confiante, com uma Champions no bolso e a consciência que é importante fazer melhor que Messi, sem que Neymar seja figura do Mundial, para juntar mais uma Bola de Ouro ao museu. Esperamos, obviamente, golos do maior finalizador em prova, mas desejamos igualmente um comportamento solidário com os companheiros, mesmo que isso se reflicta em menos impacto na ficha de jogo.
    Uma das grandes ausências no Euro-2016, Bernardo Silva está preparado para ser a principal fonte de magia da Selecção Nacional. O melhor pé esquerdo da selecção das Quinas é o tipo de jogador que se pode perfeitamente transcender num palco destes, um pouco à imagem de Gonçalo Guedes e Bruno Fernandes, jogadores inquestionavelmente especiais e que ajudarão Portugal a inventar soluções e criar problemas às defesas contrárias. Na nossa defesa, para que Portugal chegue longe Pepe terá que estar no seu melhor. Verdade seja dita, quando não cabeceia ninguém, nunca desilude.


3. IRÃO  

  • Guarda-Redes: Amir Abedzadeh (Marítimo), Alireza Beiranvand (Persepolis), Rashid Mazaheri (Zob Ahan)
  • Defesas: Ramin Rezaeian (Ostende), Majid Hosseini (Esteghlal), Mohammad Khandzadeh (Padidedh), Morteza Pouraliganji (Al-Saad), Pejman Montazeri (Esteghlal), Roozbeh Cheshmi (Esteghlal), Milad Mohammadi (Akhmat Grozny), Ehsan Hajsafi (Olympiacos)
  • Médios: Omid Ebrahimi (Esteghlal), Said Ezatolahi (Amkar Perm), Massoud Shojaei (AEK), Ashkan Dejagah (Nottingham Forest)
  • Extremos: Mahdi Torabi (Saipa), Vahid Amiri (Persepolis), Alireza Jahanbakhsh (AZ Alkmaar), Saman Ghoddos (Ostersunds)
  • Avançados: Sardar Azmoun (Rubin Kazan), Mahdi Taremi (Al-Gharafa), Karim Ansarifard (Olympiacos), Reza Ghoochannejhad (Heerenveen)
Seleccionador: Carlos Queiroz;

Equipa-Base (4-2-3-1): Beiranvand; Rezaeian, Pouraliganji, Hosseini, Mohammadi; Ezatolahi, Hajsafi; Jahanbakhsk, Dejagah (Ansarifard), Goddos; Azmoun
    A selecção que deixou de ter chuteiras da Nike por causa de Trump tem tudo para ser uma gigante dor de cabeça para Espanha e Portugal, sobretudo se vencer a jornada inaugural diante de Marrocos. Com uma defesa segura e um conjunto fisicamente bastante forte, o 4-2-3-1 simples mas eficaz que Queiroz montou explora da melhor maneira as forças num onze bem construído e bem ligado.
    Na defesa, particular atenção às subidas do lateral-esquerdo Milal Mohammadi, sendo Ezatolahi (médio que Queiroz muito aprecia e elemento imprescindível no duplo pivô) uma grande baixa no 1.º jogo. Na hora de criar perigo, destacam-se dois nomes: Alireza Jahanbakhsh e Sardar Azmoun. O primeiro foi o melhor marcador da Liga Holandesa pelo AZ Alkmaar com 21 golos (fez ainda 12 assistências), e Azmoun transforma-se ao actuar pela selecção, acumulando uns impressionantes 24 golos em 33 jogos.

Destaques Individuais (Previsão):
    Decorem, tanto quanto possível, este nome: Alireza Jhanbakhsh. O extremo direito do Irão e do AZ Alkmaar é um craque, foi o melhor marcador do campeonato holandês, e é um dos 2 jogadores claramente acima da média num Irão muito certinho em tudo o que faz. O outro é Sardar Azmoun. Sem nunca deslumbrar em solo russo, ao serviço do Rubin Kazan e do Rostov, é ao serviço da selecção que Azmoun vira fera - 24 golos em 33 jogos com 23 anos de idade é muita fruta. Por fim, acreditamos que será importante a profundidade e competência no cruzamento de Milal Mohammadi ao longo do corredor esquerdo.


4. MARROCOS  

  • Guarda-Redes: Munir Mohand (Numancia), Yassine Bounou (Girona), Ahmed Tagnaouti (Tanger)
  • Defesas: Nabil Dirar (Fenerbahçe), Achraf Hakimi (Real Madrid), Romain Saiss (Wolves), Manuel Da Costa (Basaksehir), Mehdi Benatia (Juventus), Hamza Mendyl (Lille)
  • Médios: Karim El Ahmadi (Feyenoord), Youssef Ait Bennasser (Caen), Sofyan Amrabat (Feyenoord), Mbark Boussoufa (Al Jazira), Amine Harit (Schalke 04)
  • Extremos: Faycal Fajr (Getafe), Hakim Ziyech (Ajax), Younès Belhanda (Galatasaray), Nordin Amrabat (Léganes), Mehdi Carcela (Standard Liège)
  • Avançados: Youssef En-Nesyri (Málaga), Aziz Bouhaddouz (St. Pauli), Khalid Boutaib (Malatayaspor), Ayoub El Kaabi (RS Berkane)
Seleccionador: Hervé Renard;
Ausência: Sofiane Boufal

Equipa-Base (4-5-1): Munir; Dirar, Benatia, Saiss, Hakimi; Belhanda, El Ahmadi, Ziyech, Boussoufa (Harit), N. Amrabat; Boutaib (El Kaabi)
    O ex-seleccionador espanhol e futuro treinador do Real Madrid, Julen Lopetegui (estranho e cómico dizer isto), considerou Marrocos a melhor selecção de África. Não partilhamos essa ideia, achando o Senegal superior, mas é um facto que a equipa marroquina tem muita qualidade. Com vários jogadores com muita técnica e elegância no transporte (Ziyech, Belhanda, Boussoufa, Harit e Carcela, por exemplo), Marrocos procurará potenciar a sua força em situações de 1 para 1, num modelo que entrega ao craque Hakim Ziyech (muito provavelmente o melhor jogador da Eredivisie) grandes responsabilidades.
    Embora haja mais qualidade individual do que no Irão, Carlos Queiroz parece-nos ter mais equipa.

Destaques Individuais (Previsão):
    O destino de Marrocos passa pelos pés do talentoso Hakim Ziyech. Um predestinado, o jogador de 25 anos do Ajax cumpriu toda a carreira na Holanda e surpreende-nos como é que ainda nenhum tubarão o "roubou". Misto de Payet e Mahrez, é o principal jogador que Portugal terá que ter em conta.
    Com vários jogadores acima da média a nível de recepção e drible, Younès Belhanda representa bem a irregularidade regular nas carreiras de elementos como Amrabat, Carcela ou Boussoufa. No entanto, acreditamos que faça um bom Mundial, competição que poderá servir para Amine Harit mostrar tudo o que de bom fez pelo Schalke 04 em 2017/ 18.

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Posters ESPN - MUNDIAL 2018 - Grupo B
por Paul Lacolley

12 de junho de 2018

Mundial 2018: Previsão Grupo H

Na penúltima antevisão/ previsão que fazemos aos grupos do Mundial 2018 (deixámos o Grupo B, o de Portugal, para o fim), temos aquele que é provavelmente o grupo mais aberto da competição.
    É certo que o grupo da Argentina é o "grupo da morte", até porque contém Argentina e Croácia que neste grupo seriam favoritas, mas a emocionante luta (sobretudo a três, entre Colômbia, Polónia e Senegal) e a riqueza de propostas de jogo apoiadas em significativas diferenças culturais promete fazer deste Grupo H um livro que dará gosto ler.
    Com a sua estratégia de realizar o mínimo possível de amigáveis para garantir a melhor posição possível no ranking FIFA, a Polónia conseguiu intrometer-se no Pote 1 do sorteio do Mundial. Liderados por aquele que é talvez o ponta de lança mais completo do mundo (Robert Lewandowski), os polacos têm crescido bastante nos últimos anos. Para aqui chegarem, qualificaram-se directos com mais 5 pontos que a Dinamarca (qualificada depois via play-off), com o avançado do Bayern a marcar 16 golos em 10 jogos. Marca particularmente notável uma vez que a Polónia não tinha no grupo Gibraltar (como a Bélgica tinha) ou San Marino (como a Alemanha tinha).
    Falar do Grupo H é falar de uma espécie rara neste Mundial: tal como o Grupo A, tem uma selecção de cada continente. Depois de ter sido uma das equipas que encantou os adeptos há quatro anos, a Colômbia é garantia de espectáculo e golos festejados com danças em grupo. Mesmo eliminado nos quartos-de-final, James Rodríguez foi para nós o melhor jogador do Mundial-2014, e desta vez os cafeteros contam com um reforço importante, lesionado aquando da última edição: Radamel Falcao.
    Aquela que é para nós a melhor selecção africana (Mané, Koulibaly e Baldé servem de carta de apresentação) é, juntamente com a Suécia, uma das duas únicas selecções com 0% dos jogadores a actuar no país. Com um onze equilibrado (Koulibaly é um super-central, o meio-campo tem músculo, energia e disciplina, e o ataque brutais níveis de velocidade e imprevisibilidade), o Senegal - treinado por Aliou Cissé, capitão de equipa no Senegal que em 2002 chocou o mundo ao eliminar a França no Mundial da Coreia/ Japão - promete uma épica luta a três. Ou três e meio.
    Se entre Colômbia, Polónia e Senegal nos é extremamente difícil arriscar quem falhará o acesso aos oitavos-de-final, o Japão parece estar um degrau abaixo. Os nipónicos, que deixaram injustamente de fora Shoya Nakajima (Portimonense), têm sempre elevado índice técnico e pilhas que nunca mais acabam, mas não nos parecem ter o suficiente para ombrear com o futebol do restante trio.

    Amanhã terminamos a antevisão dos oito grupos do Mundial com o grupo de Portugal. Para já, o Grupo H:

1. COLÔMBIA  
(Previsão: Quartos-de-Final)

  • Guarda-Redes: David Ospina (Arsenal), José Fernando Cuadrado (Once Caldas), Camilo Vargas (Deportivo Cali)
  • Defesas: Santiago Arias (PSV), Cristian Zapata (AC Milan), Yerry Mina (Barcelona), Davinson Sánchez (Tottenham), Óscar Murillo (Pachuca), Farid Diaz (Olimpia), Johan Mojica (Girona)
  • Médios: Abel Aguilar (Deportivo Cali), Wílmar Barrios (Boca Juniors), Jefferson Lerma (Levante), Carlos Sánchez (Espanyol), Mateus Uribe (América), Juan Quintero (River Plate)
  • Extremos: James Rodríguez (Bayern), Juan Cuadrado (Juventus), José Izquierdo (Brighton)
  • Avançados: Radamel Falcao (Mónaco), Miguel Borja (Palmeiras), Carlos Bacca (Villarreal), Luis Muriel (Sevilha)
Seleccionador: José Pékerman;
Baixa: Frank Fabra

Equipa-Base (4-2-3-1): Ospina; Arias, D. Sánchez, Mina (Zapata), Mojica; Aguilar (Barrios), C. Sánchez; Cuadrado, James, Muriel (Uribe); Falcao
    Compreende-se se houver sensação de déjà vu para os adeptos colombianos. Em 2014, os cafeteros partilharam o grupo com Japão, uma selecção africana (Costa do Marfim) e uma europeia (Grécia). James deu recital atrás de recital, destruiu o Uruguai nos oitavos e caiu perante o Brasil nos quartos, com David Luiz a pedir ao estádio inteiro que aplaudisse de pé o craque, então jogador do Mónaco.
    Quatro anos depois, Pékerman mantém-se no comando e o capitão Falcao já pode dar o seu contributo à equipa. Com o seu 4-2-3-1 que deixa James como vagabundo, surgindo entre linhas como ninguém, as principais questões nesta Colômbia dizem respeito à dupla de centrais (apostará o seleccionador numa dupla tão jovem como Sánchez-Mina ou optará por colocar Zapata ao lado do central do Tottenham?) e ao extremo do lado oposto a Cuadrado.

Destaques Individuais (Previsão):
    Há 4 anos tínhamos o feeling que James Rodríguez ia jogar muito à bola, e foi o que aconteceu. Quatro anos volvidos, algo desperdiçado em Madrid até se reencontrar em Munique, acreditamos que James volte a entrar em "Modo Mundial". É dele quem esperamos mais neste Grupo H.
    Faz, com certeza, diferença para esta Colômbia poder contar com Radamel Falcao. O avançado e capitão colombiano renasceu após várias lesões, marcou 54 golos nas últimas duas épocas pelo Mónaco, e acabará por retirar algum peso dos ombros do 10 desta equipa.
    Aos 22 anos e após excelente época de estreia na Premier League (não pensávamos que teria tantos minutos), Davinson Sánchez terá a tarefa de liderar uma defesa jovem. Acreditamos nele, tal como em Santiago Arias, lateral ex-Sporting que tem vindo a crescer muito na Holanda e pode finalmente mostrar a sua evolução ao mundo. Importantíssimo em 2014, embora bastante desinspirado ultimamente, Juan Cuadrado é a carta virada para baixo desta equipa, embora Muriel e Uribe sejam boas alternativas.


2. SENEGAL  
(Previsão: Oitavos-de-Final)

  • Guarda-Redes: Abdoulaye Diallo (Rennes), Alfred Gomis (SPAL), Khadim Ndiaye (Horoya)
  • Defesas: Youssouf Sabaly (Bordéus), Lamine Gassama (Alanyaspor), Moussa Wagué (KAS Eupen), Salif Sané (Hannover 96), Kalidou Koulibaly (Nápoles), Kara Mbodj (Anderlecht), Saliou Ciss (Valenciennes)
  • Médios: Idrissa Gueye (Everton), Cheikhou Kouyaté (West Ham), Alfred Ndiaye (Wolves), Badou Ndiaye (Stoke), Cheikh N'Doye (Birmingham)
  • Extremos: Sadio Mané (Liverpool), Ismaila Sarr (Rennes), Keita Baldé (Mónaco), Mbaye Niang (Torino)
  • Avançados: Moussa Sow (Bursaspor), Diafra Sakho (Rennes), Moussa Konaté (Amiens), Mame Biram Diouf (Stoke)
Seleccionador: Aliou Cissé;
Ausência: Mohamed Diamé

Equipa-Base (4-3-3): N'Diaye; Gassama, Koulibaly, Kara (Sané), Sabaly; Kouyaté, Gueye, N'Diaye; Baldé (Sarr, Niang), Mané, Sow
    Boa sorte a quem apanhar este Senegal em transição. Com o onze mais equilibrado das selecções africanas, pode-se considerar que os comandados de Aliou Cissé tiveram algum azar com o grupo. Desconhecemos o valor de N'Diaye ou Diallo (um deles será o guarda-redes), mas ao contrário de Nigéria ou Egipto, os senegaleses podem dormir descansados graças à dupla de centrais. Koulibaly (Nápoles) é o patrão, à partida com Kara ao seu lado, embora Salif Sané tenha realizado uma Bundesliga notável.
    Um meio-campo ocupado com Idrissa Gana Gueye, Kouyaté e N'Diaye é garantia de uma pressão intensa ao portador da bola e muita proactividade nos duelos físicos, permitindo soltar Sadio Mané e companhia na frente.

Destaques Individuais (Previsão):
    O ano correu-lhe de feição no Liverpool (10 golos em 11 jogos na Liga dos Campeões) e é a principal esperança do país para igualar o feito de 2002. Sadio Mané cresceu com El-Hadji Diouf como ídolo e é bem capaz de ser o jogador africano com melhores chances de brilhar neste Mundial.
    Do outro lado do campo, o poderio físico de Kalidou Koulibaly, jogador quase intransponível e um dos melhores centrais da actualidade, promete revelar-se excelente desafio para craques como Lewandowski e Falcao. Para que Mané possa explodir à sua vontade, será conveniente outro extremo como Keita Baldé estar em grande, podendo ainda o jovem Ismaila Sarr surgir como uma das revelações do torneio. Finalmente, entre os médios incansáveis deste Senegal, Idrissa Gueye é aquele que nos parece reunir os predicados para ser o Kanté desta equipa. 


3. POLÓNIA  

  • Guarda-Redes: Wojciech Szczesny (Juventus), Lukasz Fabianski (Swansea), Bartosz Bialkowski (Ipswich)
  • Defesas: Lukasz Piszczek (Dortmund), Bartosz Bereszynski (Sampdoria), Kamil Glik (Mónaco), Michal Pazdan (Légia Varsóvia), Thiago Cionek (SPAL), Jan Bednarek (Southampton), Artur Jedrzejczyk (Légia Varsóvia), Maciej Rybus (Lokomotiv Moscovo)
  • Médios: Jacek Goralski (Ludogorets), Piotr Zielinski (Nápoles), Grzegorz Krychowiak (WBA), Karol Linetty (Sampdoria), Rafal Kurzawa (Gornik Zabrze)
  • Extremos: Slawomir Peszko (Lechia Gdansk), Kamil Grosicki (Hull City), Jakub Blaszczykowski (Wolfsburgo)
  • Avançados: Robert Lewandowski (Bayern), Arkadiusz Milik (Nápoles), Lukasz Teodorczyk (Anderlecht), Dawid Kownacki (Sampdoria)
Seleccionador: Adam Nawalka;

Equipa-Base (4-4-2): Szczesny; Piszczek, Glik, Pazdan, Jedrzejczyk (Rybus); Kuba, Krychowiak, Zielinski, Grosicki; Milik, Lewandowski
    Nawalka tem feito algumas experiências recentemente, mas tudo indica que a Polónia surja no seu habitual 4-4-2 em solo russo. Com um dos possíveis herdeiros de Buffon na baliza e uma defesa plena de rotinas, o meio-campo é o grande ponto de interrogação desta equipa polaca. Apostando em Milik como coadjuvante de Lewandowski na dupla de avançados, Krychowiak-Zielinski pode ser "pouco" para a intensidade senegalesa ou perante a capacidade de James colocar os adversários com a cabeça à roda. Não duvidamos que o médio do Nápoles apareça em grande, mas Krychowiak (incrível Euro-2016, caindo a pique desde aí) terá que render. Caso contrário, Nawalka pode ver-se obrigado a incluir mais um médio como Linetty.

Destaques Individuais (Previsão):
    A dinheiro, talvez apostássemos que a Polónia estaria nas duas equipas a seguir em frente. Mas a verdade é que torcemos por este Senegal e, confessamos, queríamos ver pelo menos uma das melhores selecções africanas (Senegal, Egipto e Nigéria) nos oitavos. No entanto, as dúvidas que temos em relação ao momento de Krychowiak fazem pender a balança para o país de Mané.
    De Robert Lewandowski já todos sabemos o que esperar: golos. O matador polaco, supostamente interessado em abandonar Munique e mudar de ares, contará certamente com Piotr Zielinski sempre em alta rotação. Ser treinado por Sarri é uma das melhores escolas possíveis.
    Depois, Arkadiusz Milik (de regresso após longa lesão, com menos de 600 minutos nas pernas esta época) terá que ser capaz de replicar a importância de 2016, bem como Grzegorz Krychowiak, provavelmente o jogador cujo momento de forma mais se reproduzirá no colectivo.


4. JAPÃO  

  • Guarda-Redes: Eiji Kawashima (Metz), Masaaki Higashiguchi (Gamba Osaka), Kosuke Nakamura (Kashiwa Reysol)
  • Defesas: Hiroki Sakai (Marselha), Tomoaki Makino (Urawa Red Diamonds), Maya Yoshida (Southampton), Gen Shoji (Kashima Antlers), Wataru Endo (Urawa Red Diamonds), Naomichi Ueda (Kashima Antlers), Yuto Nagatomo (Galatasaray), Gotoku Sakai (Hamburgo)
  • Médios: Makoto Hasebe (Eintracht Frankfurt), Hotaru Yamaguchi (Cerezo Osaka), Genki Haraguchi (Fortuna Dusseldorf), Gaku Shibasaki (Getafe), Shinji Kagawa (Dortmund)
  • Extremos: Takashi Inui (Eibar), Keisuke Honda (Pachuca), Takashi Usami (Fortuna Dusseldorf), Ryota Oshima (Kawasaki Frontale)
  • Avançados: Shinji Okazaki (Leicester City), Yuya Osako (Colónia), Yoshinori Muto (Mainz)
Seleccionador: Akira Nishino;
Ausência: Shoya Nakajima

Equipa-Base (4-2-3-1): Kawashima; Sakai, Yoshida, Makino, Nagatomo; Hasebe (Haragushi), Yamagushi; Honda, Kagawa, Inui; Okazaki
    Ainda não é desta que o Japão terá um trajecto à Oliver e Benji. O timing da substituição de Vahid Halilhodzic por Akira Nishino, a 2 meses do começo do Mundial, pareceu profundamente errado. Bem ao estilo japonês - com toque de bola, elevado compromisso, muita mobilidade mas pouca impetuosidade - o 4-2-3-1 deve retirar o melhor de elementos como Kagawa ou Inui. Mas Nakajima merecia aqui estar, e a titular.

Destaques Individuais (Previsão):
    Partindo atrás do equilibrado pelotão da frente a três, diríamos que os destaques deste Japão serão somente ofensivos, deixando a defesa a desejar. Estávamos preparados para apontar Shoya Nakajima (10 golos e 10 assistências na Liga portuguesa; 1 golo em 2 jogos pela selecção) como um dos destaques individuais, mas Nishino riscou-o dos 23.
    Assim, a maior hipótese deste Japão fazer balançar as redes contrárias será Shinji Okazaki, o sempre contente avançado do Leicester City. Porém, o 9 japonês só renderá se elementos como Shinji Kagawa e Takasha Inui (recente reforço do Bétis, podendo crescer muito com Quique Setién) soltarem a magia que os caracteriza.



Poster ESPN - MUNDIAL 2018 - Grupo H
por Paul Lacolley

Mundial 2018: Previsão Grupo G

Sabiam que desde 1966 a Inglaterra venceu apenas 5 jogos na fase a eliminar dos mundiais? Uma curiosidade, e simultânea entrada logo a matar os ingleses. Chegando ao Grupo G do Mundial 2018, encontramos aquele que é muito provavelmente o grupo mais desnivelado. Seria um escândalo Bélgica ou Inglaterra não passarem, tratando-se Panamá (estreia em Mundiais, à custa dos EUA) e Tunísia de duas das selecções mais fracas em prova.
    Até o calendário joga a favor dos dois favoritos. O encontro entre ambos está agendado apenas para a última jornada, e se tudo correr de acordo com o expectável a 3.ª jornada pode representar a resolução do primeiro lugar do grupo, com as duas selecções já qualificadas.
    Desde logo, há uma curiosidade que Bélgica e Inglaterra partilham. Do conjunto de selecções mais cotadas presentes na Rússia, são as únicas que se preparam para apresentar um modelo com 3 centrais. Depois de vários anos a ganhar experiência, a geração de ouro belga tem neste Mundial a sua grande oportunidade de confirmar tudo o que se pensou que um dia este elenco alcançaria de especial (veja-se as idades: Kompany 32 anos, Vertonghen e Mertens 31, Alderweireld e Witsel 29, Hazard 27 e De Bruyne 26). Se tudo correr de acordo com aquilo que antevemos, os belgas vacilarão nos quartos (um possível Brasil-Bélgica é o jogo perfeito para o "tudo ou nada" de uma geração sem igual), parecendo faltar algum sentido colectivo, capacidade de sofrer e de resposta às adversidades. Mas, claro, quem tem De Bruyne e Hazard, pode e deve sonhar. De recordar que na qualificação a Bélgica foi a par da Alemanha a equipa que mais golos fez (43 golos marcados em 10 jogos).
    O caso muda quando falamos de Inglaterra. Se a Bélgica pode desiludir, Inglaterra dificilmente o fará uma vez que poucos são aqueles que desta vez criam ilusões sobre a selecção dos Três Leões. Com os principais talentos com pouca experiência (Kane tem 24 anos, Sterling 23, Dele Alli 22 e Rashford 20), 2018 pode servir de aprendizagem para uma candidatura mais sustentada daqui a quatro anos. Na qualificação, Inglaterra não teve qualquer derrota (8 vitórias e 2 empates), embora o problema do país que nada conquistou quando teve Gerrard, Lampard, Beckham, Scholes e Rooney seja normalmente a fase a eliminar.
    A completar, duas selecções que nada têm a perder. Panamá e Tunísia devem decidir o 3.º lugar na última jornada, mas terão antes disso dois jogos em que podem complicar a vida a um dos favoritos. O Panamá chega a este Mundial (primeiro da sua História) com uma pequena ajuda de Trindade e Tobago; no caso tunisino pode-se afirmar que houve alguma sorte no sorteio da fase de grupos da qualificação africana. Passando apenas uma equipa por grupo, Nigéria, Camarões e Argélia estavam num, Marrocos e Costa do Marfim noutro, Egipto e Gana noutro, enquanto que a Tunísia partilhou a luta com a República Democrática do Congo, Líbia e Guiné Conacri.

    A caminho do final da nossa análise, fiquem então com a análise ao Grupo G:

1. BÉLGICA  
(Previsão: Quartos-de-Final)

  • Guarda-Redes: Thibaut Courtois (Chelsea), Simon Mignolet (Liverpool), Koen Casteels (Wolfsburgo)
  • Defesas: Thomas Meunier (PSG), Thomas Vermaelen (Barcelona), Vincent Kompany (Manchester City), Toby Alderweireld (Tottenham), Jan Vertonghen (Tottenham), Dedryck Boyata (Celtic)
  • Médios: Moussa Dembélé (Tottenham), Leander Dendoncker (Anderlecht), Marouane Fellaini (Manchester United), Axel Witsel (Tianjin Quanjian), Youri Tielemans (Mónaco), Kevin De Bruyne (Manchester City)
  • Extremos: Eden Hazard (Chelsea), Yannick Ferreira-Carrasco (Dalian Yifang), Thorgan Hazard (Gladbach), Nacer Chadli (WBA), Adnan Januzaj (Real Sociedad)
  • Avançados: Romelu Lukaku (Manchester United), Dries Mertens (Nápoles), Michy Batshuayi (Dortmund)
Seleccionador: Roberto Martínez;
Ausência: Radja Nainggolan

Equipa-Base (3-4-2-1): Courtois; Alderweireld, Kompany, Vertonghen; Meunier, De Bruyne, Witsel (Dembélé), Carrasco; Mertens, Hazard; Lukaku
    Não estamos absolutamente convictos que o sistema de 3 centrais potencie da melhor forma esta Bélgica mas, bem oleado, pode fazer dos diabos vermelhos uma força temível. À primeira vista sem pontos fracos (terá este grupo mentalidade e união para disputar jogos com Brasil ou Alemanha, potenciais adversários nos quartos?), Alderweireld, Kompany e Vertonghen compõem uma defesa de betão. Rendido ao 3-4-2-1, Martínez parece preferir promover Boyata ao 11 do que passar para um 4-2-3-1 com Witsel e Dembélé em simultâneo perante uma eventual incapacidade física de Kompany.
    A actual ideia de jogo entrega a De Bruyne o controlo das operações numa zona mais recuada, e mantém Hazard e Mertens mais frescos (não são obrigados a fazer tantos sprints para trás) no apoio ao possante Lukaku. No entanto, vendo esta Bélgica jogar, salta à vista o modo como os diabos conseguem sucessivamente colocar Meunier em excelentes situações no corredor direito, esperando-se grande impacto do lateral do PSG.

Destaques Individuais (Previsão):
    Quem tem Kevin De Bruyne (melhor médio do mundo em 2017-18) e Eden Hazard pode sonhar. Esta Bélgica é uma espécie de selecção dos melhores jogadores da Premier League (o Bélgica-Inglaterra parecerá um All-Star Game da Liga mais mediática do planeta), com o médio do City a emergir como cérebro e visionário. No último terço, beneficiado pelo sistema, Hazard pode marcar a competição se o deixarem embalar. Para todos aqueles que sempre olharam para o craque do Chelsea como um potencial Bola de Ouro, este é o momento indicado para Hazard dissipar dúvidas.
    O recente amigável com a Costa Rica deixou bem claro que Romelu Lukaku está com tudo e esfomeado (pode partir na frente nos marcadores na fase de grupos face aos adversários que tem pela frente), com Thomas Meunier (incrível contributo ofensivo na qualificação) a poder ser um dos defesas com mais impacto no último terço deste Mundial.
    Dries Mertens, sendo aquele jogador de quem menos se fala mas que se farta de marcar e de espalhar bom futebol, será certamente importante, bem como Jan Vertonghen (o defesa em melhor forma desta Bélgica actua pelo lado esquerdo dos três centrais).
    E sim, obviamente que Radja Nainggolan (3.º melhor jogador belga da actualidade) cabia nesta equipa a titular.  


2. INGLATERRA  
(Previsão: Oitavos-de-Final)

  • Guarda-Redes: Jack Butland (Stoke), Jordan Pickford (Everton), Nick Pope (Burnley)
  • Defesas: Kieran Trippier (Tottenham), Trent Alexander-Arnold (Liverpool), Kyle Walker (Manchester City), John Stones (Manchester City), Gary Cahill (Chelsea), Harry Maguire (Leicester City), Chris Smalling (Manchester United), Danny Rose (Tottenham), Ashley Young (Manchester United)
  • Médios: Eric Dier (Tottenham), Jordan Henderson (Liverpool), Fabian Delph (Manchester City), Ruben Loftus-Cheek (Crystal Palace), Jesse Lingard (Manchester United), Dele Alli (Tottenham)
  • Avançados: Raheem Sterling (Manchester City), Marcus Rashford (Manchester United), Danny Welbeck (Arsenal), Harry Kane (Tottenham), Jamie Vardy (Leicester City)
Seleccionador: Gareth Southgate;
Baixa: Alex Oxlade-Chamberlain; Ausências: Jack Wilshere, Ryan Sessegnon

Equipa-Base (3-4-1-2): Pickford; Walker, Stones, Cahill; Trippier, Dier, Henderson, Rose; Alli (Lingard); Sterling, Kane
    O onze de Inglaterra ainda reserva uma ou outra dúvida, mas de um modo geral a Rainha Isabel deverá ver os seus meninos actuarem com 3 centrais (Cahill tem Maguire a tentar ganhar-lhe o lugar), com Kyle Walker a central pelo lado direito e Trippier a ala. Na baliza, preferíamos ver Butland, mas deve ser Pickford o titular.
    Com Kane como máxima figura e goleador de serviço, e Sterling igualmente indiscutível depois de uma época fantástica no Manchester City, as dúvidas surgem no corredor central. Southgate pode optar por fazer coexistir Dier e Henderson, ou Alli e Lingard. Oscilando, de acordo com esta escolha, os níveis de segurança e criatividade da equipa. Mas atenção, pode até nem começar a titular, mas Marcus Rashford terá certamente uma palavra a dizer neste Mundial.

Destaques Individuais (Previsão):
    Não marcou no Euro-2016, mas hoje é um dos melhores avançados do mundo, recebendo ainda o voto de confiança de Southgate ao entregar-lhe a braçadeira de capitão. Harry Kane não costuma desiludir, e pode atingir uma marca simpática de golos ao ter Panamá e Tunísia no grupo. Na fase a eliminar terá que matar fantasmas e carregar a equipa.
    Raheem Sterling (3.ª grande competição aos 23 anos depois de já ter estado presente no Euro-2016 e no Mundial-2014) explodiu em 2017-18 e procurará dar sequência a tudo o que tem feito, confiante e endiabrado. Dele Alli tanto pode ajudar a Inglaterra a bater a Bélgica como perder o lugar no onze para Marcus Rashford ou Lingard, esperando nós que o extremo/ avançado do Manchester United deixe a sua marca. Como Asensio, é daqueles que se costuma estrear em todo o tipo de competições com golos.
    Na defesa, John Stones enfrentará um teste de peso para se perceber efectivamente que nível apresenta num contexto destes, acabando Kyle Walker por ser a nossa aposta, mesmo como central pelo lado direito.


3. PANAMÁ  

  • Guarda-Redes: Jaime Penedo (Dínamo Bucareste), Alex Rodríguez (San Francisco), José Calderón (Chorrillo)
  • Defesas: Michael Murillo (NY Red Bulls), Luis Rodríguez (KAA Gent), Harold Cummings (San Jose Earthquakes), Fidel Escobar (NY Red Bulls), Adolfo Machado (Houston Dynamo), Felipe Baloy (CSD Municipal), Román Torres (Seattle Sounders), Eric Davis (Dunajska Streda), Luis Ovalle (CD Olimpia)
  • Médios: Armando Cooper (Universidad Chile), Aníbal Godoy (San Jose Earthquakes), Gabriel Gómez (Bucaramanga)
  • Extremos: Édgar Bárcenas (Cafetaleros), Valentín Pimentel (Plaza Amador), Alberto Quintero (Universitario Lima), Ismael Díaz (Deportivo)
  • Avançados: Blas Pérez (CSD Municipal), Gabriel Torres (Huachipato), Luis Tejada (Sports Boys), Abdiel Arroyo (Alajuelense)
Seleccionador: Hernán Dário Gómez;

Equipa-Base (4-5-1): Penedo; Murillo (Baloy), Escobar, Machado, Ovalle; Quintero, Godoy, Cooper, G. Gómez, Bárcenas; Pérez (Torres) 
    Chegar até aqui foi óptimo, mas o Panamá quer mais. À procura da primeira vez em tudo (os primeiros 90 minutos, o primeiro golo, o primeiro ponto, a primeira vitória, etc.), o Panamá deverá surgir num 4-5-1 ou 5-4-1. Com uma equipa pouco habituada a este patamar competitivo mas madura (média de idades de 29 anos), não será chocante se o Panamá conseguir escapar ao último lugar do grupo.

Destaques Individuais (Previsão):
    Podendo impressionar pela entrega e espírito de sacrifício, este Panamá terá no centro-campista de 34 anos, Gabriel Gómez, uma fonte de inspiração. Foram 142 internacionalizações até chegar aqui.
    Com muito trabalho pela frente, passará por Jaime Penedo o desafio de manter alguns jogos em aberto, fazendo o Panamá sobreviver mais do que seria expectável; e Ismael Díaz, jogador ligado até há bem pouco tempo ao FC Porto, destaca-se nesta equipa pela superior valia técnica. Completando, os veteraníssimos Blas Pérez e Luis Tejada têm bons números pela selecção e o central e capitão Román Torres procurará igualar Gómez na raça.


4. TUNÍSIA  

  • Guarda-Redes: Aymen Mathlouthi (Al Batin), Farouk Ben Mustapha (Al Shabab), Moez Hassan (LB Châteauroux)
  • Defesas: Hamdi Nagguez (Zamalek), Dylan Bronn (La Gontoise), Rami Bedoui (Etoile du Sahel), Yohan Benalouane (Leicester City), Syam Ben Youssef (Kasimpasa), Yassine Meriah (CS Sfaxien), Oussama Haddadi (Dijon), Ali Maaloul (Al Ahly)
  • Médios: Elyes Skhiri (Montpellier), Ahmed Khalil (Club Africain), Ferjani Sassi (Al-Nasr), Ghaylene Chaalaji (Espérance de Tunis), Seifeddine Khaoui (Troyes), Mohamed Ben Amor (Al Ahly)
  • Avançados: Wahbi Khazri (Rennes), Fakhreddine Ben Youssef (Al-Ettifaq), Anice Badri (Espérance de Tunis), Bassem Srarfi (Nice), Naim Sliti (Dijon), Sabeur Khelifa (Club Africain)
Seleccionador: Nabil Maâloul;

Equipa-Base (4-3-3): Mathlouthi; Nagguez, Benalouane, Meriah, Maaloul; Sassi, Skhiri, Ben Amor; Khazri, Sliti, Badri (Ben Youssef)
    São cinco as selecções africanas presentes neste Mundial: Senegal, Nigéria, Marrocos, Egipto e Tunísia. Com o Magrebe muito representado, a Tunísia parece-nos a selecção com menos qualidade das cinco.
    Numa equipa onde Wahbi Khazri é o principal craque, será curioso ver se o seleccionador Nabil Maâloul tem alguma carta na manga que faça sobressair o jogador do Rennes, com passagens recentes por Sunderland e Bordéus. À partida num 4-3-3 permanentemente à procura dos flancos e do espaço nas costas da defesa, temos dúvidas sobre a intensidade e ambição deste elenco.

Destaques Individuais (Previsão):
    Com poucas expectativas para esta Tunísia - são o tipo de equipa que, se já eliminados na última ronda, poderão entrar em campo com o chip desligado - e sentindo que Khazri pode passar ao lado, arriscamos que elementos como Naim Sliti e Anice Badri podem dar-se a conhecer. Destaque sobretudo para o extremo do Dijon que marcou esta temporada 7 golos na Ligue 1.




Posters ESPN - MUNDIAL 2018 - Grupo G
por Paul Lacolley

11 de junho de 2018

Mundial 2018: Previsão Grupo F

Cá estão eles, os campeões do mundo. A escassos dias do começo do Mundial 2018, prosseguimos a nossa antevisão grupo a grupo (procurando identificar possíveis destaques individuais e desenhar, com um misto de lógica e de feeling, o futuro quadro da competição). Não é à toa que os 3 grandes favoritos à conquista da Copa no dia 15 de Julho sejam os três últimos vencedores que estão presentes: Alemanha (2014), Espanha (2010) e Brasil (2002), com a selecção italiana a ser naturalmente uma das grandes ausências deste torneio.
    Os detentores do título, sempre bem orientados por Joachim Löw (certamente o menos higiénico dos 32 técnicos), são uma equipa com identidade. Portugal sabe sofrer, a Argentina tem Messi, a Espanha alia à experiência nestes momentos (veja-se o rácio de Champions e Ligas Europas ganhas pelos clubes espanhóis nos últimos anos) a vontade de dar a Iniesta um adeus como ele merece, o Brasil está uma máquina de bom futebol e a Alemanha... é a Alemanha. Equipa inabalável do ponto de vista mental, e que se deu ao luxo de deixar em terra Leroy Sané, o melhor jogador alemão em 2017-18. Um 1.º lugar da Alemanha neste grupo deixa a Mannschaft com caminho aberto até às meias, podendo até lá fazer cair algumas aspirantes a equipa-sensação. E depois de ter sido a única selecção a fazer 30 pontos em 30 possíveis na qualificação via UEFA, esperamos novo pleno da Alemanha neste Grupo F. Conseguirão Kroos, Müller, Özil, Werner, Neuer e companhia igualar os 5 mundiais do Brasil? Responderão os brasileiros ao traumatizante 7-1 da última edição com um festival imparável de futebol? Nas próximas semanas ficaremos a saber.
    Mas a Alemanha não joga sozinha. Neste Grupo F, México e Suécia prometem proporcionar uma batalha imprevisível. Assumindo a Coreia do Sul como o conjunto mais débil (Son Heung-Min, do Tottenham, é hoje o melhor jogador asiático, mas isso não deve chegar), suecos e mexicanos devem lutar ombro-a-ombro procurando - tudo isto num plano teórico - agendar encontro com o Brasil nos oitavos-de-final. Ora, diz a História que o México cai com frequência nos oitavos (a maldição aconteceu em 1994, 1998, 2002, 2006, 2010 e 2014) e por isso atrevemo-nos a achar que, neste caso, não há seis sem sete. Uma nota de destaque para Rafa Márquez que aos 39 anos iguala Buffon, Matthaus e Carbajal com 5 presenças em mundiais.
    No entanto, convém recordar o incrível percurso desta Suécia. Para além de entrar em prova com um dos grupos mais coesos depois do seu seleccionador rejeitar o regresso de Zlatan Ibrahimovic por entender que devia premiar aqueles que colocaram a Suécia na Rússia, os nórdicos tiraram Holanda e Itália deste Mundial. Coisa pouca.

Fiquem então com a previsão deste Grupo F:


1. ALEMANHA 
(Previsão: 3º Lugar)

  • Guarda-Redes: Manuel Neuer (Bayern), Marc-André Ter Stegen (Barcelona), Kevin Trapp (PSG)
  • Defesas: Joshua Kimmich (Bayern), Matthias Ginter (Gladbach), Jérôme Boateng (Bayern), Mats Hummels (Bayern), Niklas Süle (Bayern), Antonio Rüdiger (Chelsea), Jonas Hector (Colónia), Marvin Plattenhardt (Hertha Berlim)
  • Médios: Sami Khedira (Juventus), Sebastian Rudy (Bayern), Leon Goretzka (Schalke 04), Toni Kroos (Real Madrid), Ilkay Gündogan (Manchester City), Mesut Özil (Arsenal)
  • Extremos: Marco Reus (Dortmund), Julian Brandt (Bayer Leverkusen), Julian Draxler (PSG)
  • Avançados: Thomas Müller (Bayern), Timo Werner (RB Leipzig), Mario Gómez (Estugarda)
Seleccionador: Joachim Löw;
Ausência: Leroy Sané, 

Equipa-Base (4-2-3-1): Neuer; Kimmich, Boateng, Hummels, Hector; Khedira (Goretzka), Kroos; Müller, Özil, Reus (Draxler); Werner
    É talvez, de todas, a selecção que mais faz lembrar um clube pela completa assimilação de processos ao longo de anos e construção de uma identidade (neste ponto, só a Espanha sai a ganhar). Os campeões do mundo chegam a esta competição com um onze de fazer inveja, com poucas afinações em relação há 4 anos, e após terem "ganho" jogadores ao vencer a Taça das Confederações mesmo sem algumas das suas principais referências. Neuer, depois de praticamente um ano afastado dos relvados por lesão, deve ocupar a baliza (Ter Stegen está à espreita de uma oportunidade), com Kimmich, Boateng, Hummels e Hector a comporem o sector defensivo. No meio-campo, onde Kroos pensa e comanda todo o processo ofensivo, surgem dúvidas sobre o seu colega de sector - há a experiência de Khedira, mas também a juventude de Goretzka.
    Sem Leroy Sané, Draxler ou Reus formarão um trio incrível com Özil (será o maestro capaz de voltar ao seu melhor, depois de algum tempo adormecido?) e Müller. Na frente, o miúdo Timo Werner (8 golos em 14 jogos pela selecção) acabará por ser sinónimo de golos.

Destaques Individuais (Previsão):
    Um dos potenciais candidatos a Bola de Ouro do Mundial, Toni Kroos é hoje um dos melhores médios do mundo e o cérebro desta Alemanha. Brilhante e milimétrico em tudo o que faz, será ele a ditar o ritmo a que os germânicos vão jogar. Com Kroos ao seu nível, será muito difícil travar os campeões do mundo.
    Nos 23 ao serviço de Joachim Löw, Mesut Özil é essencialmente o jóker. O maestro, exímio no último passe e com uma qualidade técnica muitíssimo acima da média, tem o condão de inventar algo melhor do que aquela que parece aos espectadores a melhor hipótese; adormecido nos últimos anos, parecendo sempre faltar-lhe vontade/ intensidade/ ambição, desejamos que acorde, fazendo o mundo render-se ao seu futebol perfumado. A nível de golos, Timo Werner e Thomas Müller serão as principais ameaças às balizas adversárias - o primeiro, um estreante e candidato a melhor jovem, e o segundo um especialista em marcar em mundiais, em perseguição aos números de Klose.
    Finalmente, e sem destacar a elegância defensiva de Hummels ou a emergência de um grande Mundial de Reus (ninguém merece mais do que ele estar neste Mundial) e/ ou Draxler, confiamos que Joshua Kimmich, o jogador que nasceu para ser como Lahm, vá ser o grande lateral-direito deste Mundial e Manuel Neuer poderá voltar em grande, assumindo-se como fundamental e avisando aqueles (como nós) que se babam com as exibições de De Gea e Oblak que ele continua bem vivo.


2. MÉXICO  
(Previsão: Oitavos-de-Final)

  • Guarda-Redes: Guillermo Ochoa (Standard Liège), Jesús Corona (Cruz Azul), Alfredo Talavera (Toluca)
  • Defesas: Carlos Salcedo (Eintracht Frankfurt), Hugo Ayala (Tigres), Héctor Moreno (Real Sociedad), Rafa Márquez (Atlas), Diego Reyes (Porto), Edson Álvarez (América), Miguel Layún (Sevilha)
  • Médios: Héctor Herrera (Porto), Andrés Guardado (Bétis), Jonathan dos Santos (LA Galaxy), Marco Fabián (Eintracht Frankfurt), Gio dos Santos (LA Galaxy)
  • Extremos: Jesús Gallardo (Pumas), Jesús Corona (Porto), Javier Aquino (Tigres), Hirving Lozano (PSV)
  • Avançados: Oribe Peralta (América), Carlos Vela (Los Angeles FC), Raúl Jiménez (Benfica), Chicharito (West Ham)
Seleccionador: Juan Carlos Osorio;

Equipa-Base (4-3-3): Ochoa; Salcedo, Reyes, Moreno, Layún; Herrera, Guardado, J. dos Santos; Vela (Corona), Lozano, Raúl (Chicharito)
    Com muitos rostos bem conhecidos dos portugueses, será inevitável portistas e benfiquistas torcerem por este México. Equipa plena de intensidade e entrega, o México tem em Juan Carlos Osorio um seleccionador muito criticado no país, mas o 11 titular (com algumas alternativas de qualidade no banco) deixam antever um percurso simpático.
    Na baliza, Corona pode ser o escolhido, mas Osorio pode ser sensível à possibilidade de Ochoa voltar a entrar em "Modo Mundial". Outrora habituados a um sistema com três centrais (que até pode acontecer, se o veterano Rafa Márquez for titular aos 39 anos), desta vez a equipa deve actuar com Salcedo, Reyes, Moreno e Layún. Depois de uma excelente época na Liga NOS, Herrera é uma das figuras do meio-campo, com Guardado e Jonathan dos Santos a surgirem como mais fortes candidatos a completarem o trio (há ainda Fabián, e Reyes pode actuar a médio defensivo, abrindo espaço para Ayala na defesa). Na frente, há muita esperança depositada em Lozano depois de grande época no PSV, com Vela como falso extremo (há ainda Corona e Aquino) e Raúl ou Chicharito como 9 de serviço. Felizmente para Osorio, tanto Raúl como Chicharito têm tradição de render como suplentes utilizados.

Destaques Individuais (Previsão):
    É um dos jogadores ainda pouco conhecidos que temos mais curiosidade de ver neste Mundial. Falamos de Hirving Lozano, o extremo que na sua época de estreia na Europa marcou 17 golos pelo campeão holandês PSV. Rodeado de jogadores mais habituados a estes contextos, Lozano pode mostrar, com a sua juventude e ganas de quem está num Mundial com 22 anos e toda uma carreira pela frente, o caminho para a qualificação mexicana.
    Os portugueses Héctor Herrera (foi o pulmão e alma do Porto, e sê-lo-á também na selecção) e Raúl Jiménez (preparem-se para o continuar a ver a marcar golos decisivos) serão muito provavelmente peças importantes numa equipa em que esperamos bastante de Jonathan dos Santos. No entanto, até nem é garantido que o irmão mais novo de Gio dos Santos seja titular.


3. SUÉCIA  

  • Guarda-Redes: Robin Olsen (Copenhaga), Karl-Johan Johnsson (Guingamp), Kristoffer Nordfeldt (Swansea)
  • Defesas: Mikael Lustig (Celtic), Emil Krafth (Bolonha), Victor Lindelöf (Manchester United), Andreas Granqvist (Krasnodar), Pontus Jansson (Leeds United), Filip Helander (Bolonha), Martin Olsson (Swansea), Ludwig Augustinsson (Werder Bremen)
  • Médios: Albin Ekdal (Hamburgo), Gustav Svensson (Seattle Sounders), Sebastian Larsson (Hull City), Oscar Hiljemark (Génova)
  • Extremos: Emil Forsberg (RB Leipzig), Jimmy Durmaz (Toulouse), Viktor Claesson (Krasnodar), Marcus Rohdén (Crotone)
  • Avançados: Marcus Berg (Al Ain), John Guidetti (Alavés), Ola Toivonen (Toulouse), Isaac Kiese Thelin (Waasland-Beveren)
Seleccionador: Jan Andersson;
Ausência: Zlatan Ibrahimovic

Equipa-Base (4-4-2): Olsen; Lustig, Lindelöf, Granqvist, Augustinsson (Olsson); Claesson, Ekdal, Larsson (Hiljemark), Forsberg; Berg, Toivonen
    Notável a coragem de Jan Andersson em dizer não a Zlatan Ibrahimovic, o melhor jogador sueco de todos os tempos. Com o seu sentido de justiça e meritocracia, Andersson ganhou certamente o balneário. Esta Suécia tem garantidamente menos talento que o México, mas pode fazer da sua disciplina e noção das suas forças e fraquezas armas determinantes neste grupo (México-Suécia acontece na última jornada).
    Seguindo a fórmula da qualificação, o 4-4-2 será o modelo eleito. Olsen entre os postes, com Lindelöf e Granqvist a formarem a dupla de centrais, e Augustinsson a ser o lateral que mais se projecta. O meio-campo nuclear tem claramente défice qualitativo (a equipa ganharia com a titularidade de Hiljemark), sendo Emil Forsberg de longe o elemento mais criativo. Na frente, Berg e Toivonen entendem-se bem, mesmo existindo Guidetti e Thelin (19 golos na Liga Belga). 

Destaques Individuais (Previsão):
    Sem Zlatan, Emil Forsberg é a grande figura desta geração sueca. O médio ofensivo/ extremo do Leipzig jogará para orgulhar o seu país e parece estar, actualmente com 26 anos, num momento perfeito. Se a Suécia passar, o mais provável é ser o principal responsável.
    De resto, o sector defensivo inclui um dos laterais-esquerdos mais interessantes do futebol europeu a actuar fora dos clubes grandes, Ludwig Augustinsson do Werder Bremen, e o nosso bem conhecido Victor Lindelöf, que muito trabalho terá com Werner, Raúl ou Son pela frente. No ataque, Marcus Berg (8 golos em 11 jogos na qualificação) terá que estar ao seu melhor nível alimentado, como toda a equipa, pela imaginação de Forsberg.

4. COREIA DO SUL  

  • Guarda-Redes: Kim Seung-Gyu (Vissel Kobe), Kim Jin-Hyeon (Cerezo Ozaka), Cho Hyun-Woo (Daegu)
  • Defesas: Lee Yong (Jeonbuk Motors), Yun Young-Sun (S.S. Phoenix), Jung Seung-Hyeon (Sagan Tosu), Oh Ban-Suk (Jeju United), Jang Hyun-Soo (FC Tóquio), Kim Young-Gwon (G. Evergrande), Park Joo-Ho (Ulsan Hyundai), Hong Chul (S.S. Phoenix)
  • Médios: Ki Sung-Yueng (Swansea), Jung Woo-Young (Vissel Kobe), Go Yo-Han (FC Seul), Koo Ja-Cheol (Augsburgo), Lee Jae-Seong (Jeonbuk Motors)
  • Extremos: Son Heung-Min (Tottenham), Seon-Min Moon (Incheon United), Kim Min-Woo (S.S. Phoenix), Lee Seung-Woo (Hellas Verona)
  • Avançados: Hwang Hee-Chan (RB Salzburgo), Kim Shin-Wook (Jeonbuk Motors)
Seleccionador: Shin Tae-Yong;

Equipa-Base (4-4-2): Seung-Gyu; Yong, Hyun-Soo, Young-Gwon, Joo-Ho; Ki, Jae-Sung, Ja-Cheol, Woo-Young; Son, Hee-Chan (Shin-Wook)
    Qualificada atrás do Irão de Carlos Queiroz (distância de 7 pontos), a Coreia do Sul perde claramente em argumentos quando comparada com qualquer uma das restantes equipas deste grupo. Coleccionando alguns jogadores com recorte técnico acima da média (Son Heung-Min e Hwang Hee-Chan destacam-se dos demais), é expectável que o 4-4-2 utilizado se deixe contagiar em vários momentos pelo entusiasmo, inocência e pureza que tanto caracteriza selecções como a Coreia ou o Japão.
    Na defesa faltam jogadores habituados a palcos com este peso e rotinados a enfrentar os melhores do mundo, esperando-se que no centro do terreno Ki saiba lançar os colegas da frente, numa equipa que atacará como um relâmpago, mas fartar-se-á de sofrer.


Destaques Individuais (Previsão):
    Son Heung-Min merecia mais qualidade à sua volta. O extremo esquerdo do Tottenham, um dos melhores na sua posição nas últimas duas épocas de Premier League, terá a missão de carregar a Coreia do Sul. Acreditamos que corresponda e que até roce o impossível, mas provavelmente não chegará. Hwang Hee-Chan, revelação no Salzburgo, pode utilizar o torneio para atrair os olhares de clubes de outra nomeada, numa equipa onde Koo Ja-Cheol pode ser a melhor forma da equipa ligar jogo.



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por Paul Lacolley