Balanço Final - Liga NOS 18/ 19

A análise detalhada ao campeonato em que houve um antes e um depois de Bruno Lage. Em 2018/ 2019 houve Reconquista.

Prémios BPF Liga NOS 2018/ 19

Portugal viu um médio carregar sozinho o Sporting, assistiu ao nascer de um prodígio, ao renascer de um suiço, sagrando-se campeão quem teve um maestro e um velocista.

Balanço Final - Premier League 18/ 19

Na melhor Liga do mundo, foram 98 contra 97 pontos. Entre citizens e reds, entre Bernardo Silva e van Dijk, ninguém merecia perder.

Os Filmes mais Aguardados de 2019

Em 2019, Scorsese reúne a velha guarda toda, Brad Pitt será duplo de Leonardo DiCaprio, Greta Gerwig comanda um elenco feminino de luxo, Waititi será Hitler, e Joaquin Phoenix enlouquecerá debaixo da maquilhagem já usada por Nicholson ou Ledger.

21 Novas Séries a Não Perder em 2019

Renasce The Twilight Zone, Ryan Murphy muda-se para a Netflix, o Disney+ arranca com uma série Star Wars e há ainda projectos de topo na HBO e no FX.

29 de janeiro de 2020

As Melhores Séries de 2019

Celebrámos o novo (personagens, séries estreadas e episódios de 2019), mas é chegado o momento de elevar a fasquia e colocar todas as séries em pé de igualdade. Abaixo, as Melhores Séries de 2019 para o Barba Por Fazer.
    Em comparação com o nosso Top-20 de 2018 são três as séries que se mantêm entre as nossas escolhas: Succession passou de 19.º para o nosso pódio, Barry manteve-se na metade superior da lista e a Parte 1 de BoJack Horseman foi suficiente para preservar o cavalo antropomórfico por estas bandas. Convém lembrar que este foi um ano sabático para Atlanta, Better Call Saul, My Brilliant Friend ou Westworld. Das 20 séries que destacamos abaixo, 9 começaram este ano e 4 (excluindo as mini-séries deste raciocínio) disseram-nos um definitivo e melancólico adeus.

    Numa análise global, aquela que foi para nós a melhor novidade do ano fica classificada em quinto lugar, e num ano em que julgávamos que Game of Thrones estaria aqui (e não está, o que não deve surpreender ou chocar ninguém) acabou por ser ainda assim a HBO a Casa mais representada com 7 séries, 5 delas no Top-10. A Netflix - a produção de séries em massa leva a um privilégio de quantidade sobre qualidade - surge num honroso 2.º lugar com 5 séries. Pertencem a USA, BBC One, Amazon, Channel 4, FX, SundanceTV e RTP1 as restantes obras, voltando portanto o nosso Top do ano a contar com uma produção portuguesa.
    Não nos vamos esquecer de 2019.


1. Mr. Robot (USA)criado por Sam Esmail

(99) - A melhor série de 2019, a série desta década para o Barba Por Fazer, a nossa nova nº 1 de todos os tempos. Para Mr. Robot as palavras não fazem jus. Capucho colocado, qual super-herói com o seu uniforme, corre numa missão em silêncio. Em cinco actos, uma peça, que nos destrói no quarto acto. A escada vermelha roda como Kubrick a faria rodar, o pai conforta o filho, Tyrell ruma em direcção ao luar num episódio Lynchiano.
    Nenhuma série foi tão consistente, tão visualmente impressionante, tão criativa admitindo as suas influências, teve tão perfeita banda sonora (Mac Quayle). Nenhuma última temporada manteve a fasquia tão elevada. Mr. Robot respeitou e valorizou as suas personagens secundárias (veja-se os exemplos de Vera e Whiterose), certificou Sam Esmail no hall of fame televisivo junto a Vince Gilligan e David Simon e eternizou-se num "Olá, Elliot" antecedido por um túnel de memórias, fotogramas pintados ao som de M83.
    Temos saudades de 2015, e a única palavra em que cabe tudo sobre Mr. Robot é: obrigado. Entre tanta coisa, teremos nomeadamente e para sempre isto:
You're right. I hate people. [I'm] scared of them. I've been scared of them practically my whole life. And people I loved, people I trusted, have done their absolute worst to me. And for a long time that's all I ever knew. So yeah, I called my group Fsociety" (...) But then there are some people out there, and it doesn't happen a lot, it's rare. But they refuse to let you hate them. In fact, they care about you in spite of it. And the really special ones, they're relentless at it. Doesn't matter what you do to them, they take it and care about you anyway. They don't abandon you, no matter how many reasons you give them. No matter how much you're practically begging them to leave. And you wanna know why? Because they feel something frome me that I can't. They love me.

2. Fleabag (BBC One)criado por Phoebe Waller-Bridge

(92) - Na paragem de autocarro ela arrisca, desarmada, um "Amo-te". Ele diz-lhe que isso vai passar mas um minuto mais tarde despede-se para sempre com um "Também te amo". Platónico, efémero, há-de passar. A raposa precisa de indicações. Ele foi por ali. Ele, o padre que ouve Jennifer Lopez. Claro que ouve, que padre não o faz? Um jantar de família acaba num nariz em sangue e num aborto emprestado. O corte de cabelo faz a irmã Claire parecer um lápis. Claire, não confundir com Klare, o finlandês. Kristin Scott Thomas profere um dos monólogos do ano ao relacionar os conceitos de mulher e dor; e mesmo assim o monólogo é apenas bronze no pódio da temporada, suplantado pelo discurso do padre que começa amargo e acaba em esperança, e por aquele confessionário de copo na mão. Ela confessa-se: quer que alguém que lhe diga o que vestir todas as manhãs, alguém que lhe diga o que comer, o que gostar, o que odiar, o que ouvir e que banda gostar, em que acreditar, em quem votar, quem amar e como lhes dizer. Quer alguém que lhe diga como viver.
    Fleabag ajoelha-se. Mas antes que o faça já todos nós estamos ajoelhados, curvados perante o seu talento e originalidade, rendidos a uma Voz diferente de todas as outras no meio. Uma voz que não queremos que nos saia da cabeça. Magia em 6 episódios, arte daquela que não cabe em palavras, teve todos os beats e gags executados com iguais doses de vulnerabilidade, arrogância, humor e paixão.
    No fim, sorriu serena e seguiu em frente. Mas nós vamos demorar a conseguir fazer o mesmo.


3. Succession (HBO)criado por Jesse Armstrong

(90) - Ao segundo ano, Succession tornou-se simultaneamente o drama mais cómico da actualidade e a comédia com maior nuance dramática. A dramédia do britânico Jesse Armstrong deu um salto e tornou-se adágio em Dó Menor, uma poesia contemporânea de género híbrido capaz de rimar nas subtilezas. Foi conflito e imprevisibilidade à mesa, humor negro improvisado por um dos elencos do ano (incríveis Jeremy Strong, Brian Cox, Sarah Snook, Kieran Culkin e Matthew Macfadyen), tudo em torno de uma família incapaz de confiar e comunicar com honestidade, que em vez de se amar, negoceia.
    Succession é um exercício de escrita em que cada palavra é uma arma. É a rainha das metáforas, dos insultos e das humilhações. É um "mas" que muda tudo; e estes são os Roy, capazes de se defender emocionalmente e atacar racionalmente entre si com a mesma voracidade.

4. Dark (Netflix), criado por Baran bo Odar e Jantje Friese

(90) - Entre ciclos, paradoxos, linhas temporais e árvores genealógicas, Dark, o labirinto alemão da Netflix, provou na sua segunda temporada que Jantje Friese e Baran bo Odar estão 30 passos à frente de todos nós, comuns mortais. À medida que sabemos mais e mais, o complexo novelo transforma-se aos poucos num círculo e numa prisão temporal que teima interessar-se não pelo onde nem pelo como mas sim pelo quando. Mantendo o seu casting surreal, Dark reforçou-se como genial puzzle alucinogénico, um déjà vu nunca antes visto, a melhor dor de cabeça possível e uma razão para estarmos gratos pela existência do botão Pausa nos nossos comandos. Tem tudo para - após a 3.ª e última temporada - ficar imortalizada como uma das mais ambiciosas narrativas com viagens no tempo, coesa, lógica e exigente do primeiro ao último minuto.
    Infelizmente não podemos viajar no tempo até à data de estreia da temporada final, mas talvez se explique assim porque é que Dark nos preenche tanto: poucos são hoje aqueles que vivem no presente, temos saudades do passado ou estamos ansiosos pelo futuro.

5. Watchmen (HBO)criado por Damon Lindelof

(88) - A melhor nova série de 2019 para o BPF foi uma incrível reflexão sobre raça e sobre a nossa sociedade. Watchmen impressionou através do difícil casamento entre o respeito pelo material original e a coragem/ loucura de fazer algo (muito) diferente, construindo identidade própria.
    Damon Lindelof deu-nos uma espécie de irmão espiritual da sua série anterior e obra-prima, The Leftovers, captando muito melhor as sensações, a essência e alma da banda desenhada de Alan Moore do que o filme de 2009.
    Watchmen apresentou praticamente duas séries lado a lado, recompensou-nos com episódios como "A God Walks into Abar" e "This Extraordinary Being" e foi jazz composto com todas as cores disponíveis na pauta. Foi o tempo a ser todo o tempo ao mesmo tempo. Se foi uma mini-série ou a primeira temporada de uma série ainda não sabemos, mas foi bom... muito bom.

6. Chernobyl (HBO, Sky Atlantic)criado por Craig Mazin

(88) - Histórico monumento televisivo da HBO, uma mini-série perfeita. Escrita pelo improvável Craig Mazin e realizada pelo sueco Johan Renck, Chernobyl tem tudo para amadurecer com a classe e distinção de Band of Brothers.

    A receita imaculada cozinhou-se em 5 episódios, equiparando-se a excelência do elenco aos restantes vectores. Chernobyl foi terror sonoro e a melhor aula de Química das nossas vidas, foi a tensão de 90 segundos para retirar grafite de um terraço, a ansiedade medida em contadores Geiger e, acima de tudo, uma lição de como lidar com exposição e que perspectiva escolher para estabelecer a máxima empatia com o espectador, sem nunca perder a escala da tragédia.


7. When They See Us (Netflix), criado por Ava DuVernay

(85) - Há grandes filmes e séries que só queremos ver uma vez. When They See Us, a série certa no momento certo sobre um conjunto de rapazes, hoje homens, no local errado à hora errada, foi um desses casos. Num ano muito forte em mini-séries, a obra de Ava DuVernay revelou-se um bingewatch intenso e custoso, deixando o espectador esgotado emocionalmente, impotente e angustiado. Qual murro no estômago e conto urbano que todos desejaríamos ser ficção quando foi realidade, a mini-série de 4 episódios afirmou-se como uma reflexão sobre justiça, medo e abuso de poder, como terapia de choque e formação cívica.

    Estamos gratos por "Part Four", 1 hora e meia do melhor que se fez este ano em televisão, e jamais nos sairá da memória o portentoso e emocionante retrato de sofrimento e esperança, bondade e dor de Jharrel Jerome como Korey Wise.

8. Barry (HBO), criado por Bill Hader e Alec Berg

(84) - A única série presente nos 10 primeiros lugares tanto em 2018 como em 2019. Barry manteve-se tão tenso e absurdo quanto cómico (que melhor exemplo disso do que "ronny/lily"?), com Bill Hader a impressionar tanto como protagonista como na realização.
    Barry Berkman/ Barry Block é um dos principais anti-heróis da actualidade televisiva, numa série que tanto consegue dar ares de Atlanta como de Breaking Bad. Ok, Game of Thrones terminou, mas a HBO não está nada mal servida nos próximos anos com Barry, Succession e Euphoria.


9. Euphoria (HBO)criado por Sam Levinson

(83) - Polémica e ousada, a série da HBO sobre adolescentes embora não necessariamente para eles aqueceu o Verão. Com Zendaya (deixou-nos sem palavras) a surpreender, Euphoria revelou-se uma droga e uma espiral estonteante e tecnicamente ambiciosa (só Mr. Robot superou a série de Sam Levinson nos movimentos de câmara) sobre a Geração Z, com personagens egoístas e hedonistas, num trajecto de autodescoberta e constante ansiedade.
    Mais uma prova de como a HBO não sente medo da diferença, vivendo sim apaixonada por ela, é uma fotografia de uma geração que consegue ser simultaneamente sinónimo de liberdade e claustrofobia. Cada plano com Hunter Schafer é um quadro, e se pensarmos em Jules, Rue, Fezco, Nate, Cassie, Maddy, Kat e Lexi percebemos que Euphoria nos deu algumas das melhores novas personagens do ano.


10. Catastrophe (Channel 4)criado por Sharon Horgan e Rob Delaney

(82) - A viagem de Sharon e Rob valeu pelo seu todo (4 temporadas), mas se a temporada final de Catastrophe tem um lugar no nosso Top-10 deve-o e muito aos seus instantes finais, uma das cenas finais mais criativas dos últimos anos.
    Pensar que Rob Delaney canalizou para esta derradeira amostra do que é viver a dois e ser pai/ mãe a perda do seu filho Henry (tinha 2 anos e meio quando faleceu em 2018 com um tumor no cérebro) arrepia sempre.


11. What We Do in the Shadows (FX)criado por Jemaine Clement

(81) - Nenhuma série nos fez rir tanto em 2019. Não tão completa como Fleabag, Barry ou Catastrophe, a adaptação do filme de Jemaine Clement e Taika Waititi casou o bizarro com o estúpido e o hilariante. Com um humor peculiar, a aposta do FX mostrou-se um dos novos projectos do ano, provocando nos espectadores maleitas como risos audíveis e a enfermidade latina caras de parvus. Aquele concílio de vampiros famosos e aquela noitada de um vampiro ancestral...

12. The Deuce (HBO)criado por David Simon e George Pelecanos

(81) - Na sua despedida, The Deuce foi em tudo a melhor versão do que sempre caracterizou a série - a escrita refinada de David Simon, capaz de nos transportar para cada beco e quarto, o soberbo elenco sempre encabeçado por Maggie Gyllenhaal e por um bis de James Franco, a composição de momentos ásperos, sinceros e de uma humanidade singular.

13. The Crown (Netflix)criado por Peter Morgan

(81) - Os anos passaram pela coroa e Claire Foy virou Olivia Colman, Vanessa Kirby virou Helena Bonham Carter e Matt Smith virou Tobias Menzies. E o nível manteve-se altíssimo. The Crown continua a ser uma das super-produções dos tempos modernos, com performances distintas (destaque na temporada para a sempre incrível Olivia Colman e para Josh O'Connor como príncipe Carlos) e uma sagaz capacidade de trazer à terra o dia-a-dia mundano de uma realeza tantas vezes encarada quase como divina pelo povo britânico.

14. Mindhunter (Netflix)criado por Joe Penhall

(81) - Dois anos depois, a série de David Fincher regressou, trabalhando com habilidade as noções de dúvida e culpa. Mindhunter manteve-se verdadeiro museu de horrores relatados e continuou a ser diálogo, psicologia e comportamento, rejeitando quase por completo a violência gráfica e exibida, e sendo violenta a palavra, a descrição e, por consequência, a nossa imaginação.
    Entre os assassinatos de crianças em Atlanta e 10 minutos absolutamente incríveis de Damon Herriman como Charles Manson, aquela que é uma das melhores séries Netflix até à data preservou o som do silêncio como inconfundível impressão digital, deixando sempre cada entrevista respirar durante o tempo necessário para cada pingue-pongue soar orgânico, hipnotizando os espectadores. Que a taxonomia de serial-killers prossiga, fascinada e fascinante.


15. Sul (RTP 1)criado por Edgar Medina, Guilherme Mendonça e Rui Cardoso Martins

(81) - O representante nacional entre as nossas 20 séries revelou-se um policial de respeito e uma sensível homenagem à cidade de Lisboa, com a capital sentida como personagem através da banda sonora dos Dead Combo. A Sul, tudo foi coeso, pensado e executado com a inteligência e dedicação de quem (Ivo M. Ferreira e todos os envolvidos) sabe que nenhuma cena deve ser desperdiçada e que todas devem ter algo para dizer. Do genérico à progressiva interligação de personagens, tudo respirou ao mesmo ritmo, tudo quis comunicar o mesmo.
    Contem connosco para o spin-off com Matilha (personagem de Afonso Pimentel).


16. Undone (Amazon)criado por Kate Purdy e Raphael Bob-Waksberg

(81) - Raphael Bob-Waksberg é o rei do existencialismo animado. O criador da melhor série de animação desta década, BoJack Horseman, mudou-se para a Amazon com Kate Purdy, uma das suas colaboradoras habituais, e juntos desenharam um rotoscópio fantástico a quebrar regras, estonteante a vasculhar o ontem e a desdobrar todos os seus pontos de interrogação.


17. BoJack Horseman (Netflix)criado por Raphael Bob-Waksberg

(80) - A primeira parte da temporada final de BoJack Horseman não nos devastou como acreditamos que a segunda (estreia dia 31 de Janeiro) conseguirá. Em 8 episódios a reabilitação de BoJack fez as pazes com muitos fantasmas e engarrafou uma constelação de vícios. O shot que escolhemos para ilustrar a temporada foi um dos melhores do ano.



18. State of the Union (SundanceTV)criado por Nick Hornby

(80) - A série mais rápida de consumir entre as nossas vinte escolhas fez-se 10 minutos de cada vez durante dez vezes. Os cerca de 10 minutos de Louise (Rosamund Pike) e Tom (Chris O'Dowd) no bar onde fazem tempo antes de entrarem em mais uma sessão de terapia de casais.
    A fotografia de uma relação no limbo.


19. The Virtues (Channel 4)criado por Shane Meadows

(80) - Vista por uma audiência muito mais pequena do que aquela que merecia, The Virtues marcou o reencontro de Shane Meadows e Stephen Graham. Foi um sôfrego e emocionante mergulho num passado recalcado, não sendo exagero convidar Graham a partilhar o pódio de performances masculinas da TV de 2019 com Rami Malek e Jharrel Jerome.



20. True Detective (HBO), criado por Nic Pizzolatto

(80) - Com Mahershala Ali como protagonista, a 3.ª temporada de True Detective recuperou a mística, os interrogatórios e a alternância temporal do primeiro ensaio, recuperando Nic Pizzolatto o crédito perdido. No regresso às origens e à fórmula que marcou o sucesso de 2014 (com Matthew McConaughey e Woody Harrelson), brilhou o bromance de Ali e Stephen Dorff num viciante puzzle criminal.

20 de janeiro de 2020

100 Jogadores que podem marcar 2020 (51-100)


Tal como anualmente, o Barba Por Fazer antecipa os jogadores que podem marcar novo ano civil. Esta é a 6.ª vez da rubrica "100 Jogadores" (podem consultar no nosso arquivo as edições de 2015, 2016, 2017, 2018 e 2019), tentando como sempre reunir um conjunto de craques que nos parecem reunir diferentes ingredientes para serem destaques neste 2020 futebolístico. Destes atletas, alguns achamos que poderão proporcionar transferências sonantes, outros deverão desempenhar um papel crucial nas conquistas dos seus clubes, afirmando-se jovens promessas e sendo vários os desconhecidos que dirão adeus ao quase-anonimato, passando a ter o seu nome nas bocas dos quatro cantos do mundo.
    2020 é ano de Europeu, Copa América e Jogos Olímpicos, sendo absolutamente imprevisível quem vencerá a Champions. Nos campeonatos, a Premier League está 99% entregue, sobre a Ligue 1 já quase nem é preciso falar, mas Espanha, Itália e Alemanha prometem emoções fortes até às últimas rondas.
 
    Há um ano atrás destacámos na metade inferior da nossa lista, antes de Bruno Lage entrar na sua vida, um menino português que viria a proporcionar uma transferência superior a 120 milhões; também Pépé, Thorgan Hazard, Sarabia, Rodri, Palacios, Paquetá, Tierney ou Maupay foram por nós referidos antes de terem feito circular muitos milhões.
    Hoje lançamos os jogadores da 100.ª à 51.ª posição e dentro de alguns dias os primeiros 50 lugares de 2020. Comecemos:


51. Kai Havertz (Bayer Leverkusen) - Pode ser um dos talentos emergentes no Europeu, e já achamos há algum tempo que Leverkusen é uma cidade pequena demais para o seu gigante talento. Os farmacêuticos que esperem pelo negócio Mbappé para vender Havertz só depois.

52. Ben Chilwell (Leicester City) - Parte na frente para ser titular de Inglaterra no Euro 2020 e pode provocar duelo de titãs da Premier League pela sua transferência. Mas é garantido que o Leicester não o venderá barato.

53. Martin Odegaard (Real Sociedad) - Um jogador cujo trajecto tem sido muito interessante acompanhar, Odegaard tem futebol para reclamar um lugar no plantel do Real Madrid. O seu brilho na Eredivisie e a capacidade de replicar a mesma visão de jogo, capacidade de drible e transporte na La Liga demonstram que, vários anos depois, compensou arriscar na contratação de um adolescente de 15-16 anos.

54. Sandro Tonali (Brescia) - Parece-nos absolutamente impossível que Tonali continue no modesto Brescia em 2020/ 21. Além do ombro-a-ombro pelo título, é natural que Juve e Inter acabem a lutar pelo clone de Andrea Pirlo.

55. Nicolò Barella (Inter) - Com o seu futebol tricotado, Barella é uma das formigas que pode fazer o Inter disputar até ao fim o título com a crónica vencedora Juventus. É fácil perceber porque é que Antonio Conte o foi buscar, a ele e a Sensi, e entrará na discussão (que bela dor de cabeça aí vem, Mancini!) para as restritas vagas a meio-campo da selecção italiana.

56. John McGinn (Aston Villa) - Jogador talhado para jogos grandes, o escocês McGinn é daqueles activos que será sempre um dos melhores jogadores esteja em que equipa estiver. Manchester United, Tottenham, Liverpool, Arsenal ou Leicester teriam todos a ganhar em adquiri-lo.

57. Federico Valverde (Real Madrid) - Coincidência ou não, o Real Madrid 2.0 de Zidane descobriu a sua fórmula de sucesso quando o uruguaio trabalhador, jogador determinante mas que quase não aparece nos resumos, foi introduzido no 11. Nesta fase é titularíssimo no Bernabéu, mas assusta um pouco pensar que já apresenta toda esta maturidade apenas com 21 anos.

58. Myron Boadu (AZ Alkmaar) - Sem Depay e Malen, a Holanda de Koeman poderá ter que se virar para uma promessa de 19 anos na hora de escolher a referência do seu ataque. A história de Myron Boadu está prestes a ter páginas muito importantes a serem escritas.

Resultado de imagem para luis alberto lazio59. Luis Alberto (Lázio) - No clube menos amado mas melhor classificado da cidade de Roma, temos gostado de ver evoluir Correa. Mas acreditem, Luis Alberto é "só" um dos jogadores mais subvalorizados da actualidade. Oxalá seja em 2020 que todos percebem o seu real valor.

60. Marcel Sabitzer (RB Leipzig) - Rebentou em 2015 pelo Salzburgo, demorou alguns anos a apresentar consistência na Alemanha mas parece por fim fiável jogo após jogo. Na muitíssimo renhida Bundesliga, o Leipzig é candidato e Sabitzer é um crucial apoio a Werner e Forsberg num ataque goleador.

61. Ricardo Pereira (Leicester City) - Portugal tem Cancelo, Nélson Semedo e Dalot, sem contar com projectos como Tomás Esteves e Tomás Tavares. Mas se nos perguntarem qual é o lateral-direito em melhor forma e aquele que neste momento merecia a titularidade no Euro 2020 a resposta é simples: Ricardo Pereira.

62. Phil Foden (Manchester City) - Não tem sido aposta como seria ideal, mas a quantidade de minutos que ainda assim Foden tem nos citizens com 19 anos atestam a confiança que Guardiola tem nele. David Silva deixará o City a meio da época, e embora se possa considerar Bernardo Silva o imediato sucessor do mago espanhol, o jovem craque inglês de 19 anos passará a ter muitos mais minutos a médio-prazo.

63. Dani Olmo (Dínamo Zagreb) - Há alguns meses atrás defendemos a importância da sua contratação para o Benfica, pela capacidade que as águias teriam assim de ter um jogador com nível de Champions e alguém com técnica e golo que soubesse suprir as saídas simultâneas de Jonas e João Félix. Já internacional A por Espanha, passou a alvo impossível para os encarnados, e até pode mesmo regressar em 2020 à sua casa de partida - Barcelona.

64. Nemanja Matic (Manchester United) - Acaba contrato em Junho e perdeu o seu espaço em Manchester. Temos bastante curiosidade sobre que próximo clube (o seu último contrato a sério, muito provavelmente) escolherá o sérvio de 31 anos.

65. Carlos Vinícius (Benfica) - Real Massamá, Nápoles, Rio Ave, Mónaco, Benfica. Carlos Vinícius tem um dos trajectos mais invulgares da actualidade, mas é a nossa principal aposta para Melhor Marcador da Liga NOS 2019/ 2020.

66. Calvin Stengs (AZ Alkmaar) - Será inteligente se o AZ o aguentar até ao Euro 2020, competição onde poderá explodir pela Laranja Mecânica. Stengs é dono de um QI futebolístico muito acima da média, rápido a pensar e a executar, tão bom a driblar como a distribuir de cabeça levantada. O esquerdino só tem mesmo um contra: o agente Mino Raiola.

67. Shoya Nakajima (FC Porto) - Um vagabundo a tentar ser feliz no esquema robótico de Sérgio Conceição, a afirmação azul e branca do nipónico pode representar uma revolução na criatividade do futebol operário dos dragões. Nakajima vale o bilhete. Sempre.

68. Aaron Wan-Bissaka (Manchester United) - Inglaterra tem Alexander-Arnold, Kyle Walker, Reece James, Wan-Bissaka e Trippier, mas destes todos - embora o lateral-direito do Liverpool seja inclusive o melhor do mundo na sua posição, mesmo tendo apenas 21 anos - o reforço do Manchester United é aquele que melhor defende. E encontrar um defesa lateral com 22 anos a defender assim é muito, muito raro.

Resultado de imagem para reinier flamengo69. Reinier (Flamengo) - No Flamengo de Jorge Jesus, Gabigol e Bruno Henrique são os principais craques. Mas os 29 anos do último devem hipotecar uma super-transferência como já aconteceu com Reinier Jesus Carvalho. Mais um bebé galáctico.

70. Renato Sanches (Lille) - É possível que o nigeriano Victor Osimhen seja o jogador do plantel do Lille que mais tinta faça correr em futuros rumores de transferências, mas Renato Sanches é a história que realmente interessa no clube de Fonte, Djaló e Xeka. Na Ligue 1 e num clube com a dimensão do Lille, reencontrou finalmente a sua força e confiança. Quantas mais vezes figurará na equipa da semana do L'Equipe em 2020?

71. Mason Mount (Chelsea) - Aproveitou a passagem pelo Vitesse, consolidou-se no Derby e teve a sorte que muitos outros produtos da formação dos blues não tiveram ao beneficiar do embargo de transferências do clube e da escolha de Frank Lampard como treinador. Mason Mount quer estar no Euro 2020 e até pode ter uma palavra a dizer no 11 de Southgate.

72. Ansu Fati (Barcelona) - Somente 17 aninhos e tanto futebol nos pés do hispano-guineense... Depois de um arranque muito promissor em 2019/ 2020, importa assistir à gestão da sua carreira e perceber como lida o menino blaugrana com a pressão e com as menores doses de minutos que deverá ter nos momentos capitais da temporada. Agora com Setién, Riqui Puig e Álex Collado são outros valores da cantera que temos interesse em monitorizar.

73. Éverton (Grémio) - Teremos Éverton no Everton? O destino do Cebolinha parece a Premier League.

74. Callum Hudson-Odoi (Chelsea) - Lampard tem feito crescer Abraham, Mount, Tomori e Reece James. Hudson-Odoi começou a época lesionado mas ainda vai a tempo de apanhar o comboio e tornar-se o principal projecto do antigo pupilo de José Mourinho.

75. Julian Weigl (Benfica) - Há poucos anos olhávamos para Weigl como um potencial alvo de Guardiola para o trabalhar como seu 6 na linha de Busquets, Xabi Alonso e Rodri. De repente, está na Luz; consequência da sua breve estagnação mas tendo ainda tudo para aos 24 anos se tornar um dos jogadores favoritos dos adeptos encarnados.

76. Dominik Szoboszlai (RB Salzburgo) - Minamino rumou ao campeão europeu, Haaland prepara-se para tomar a Bundesliga de assalto, ficando assim o húngaro Szoboszlai como principal coqueluche do 2.º emblema da Red Bull no Velho Continente. Tem apenas 19 anos e muito para crescer, mas deve-se aproximar uma escolha entre evoluir como figura máxima da equipa ou rumar, por exemplo, a Leipzig.

77. Youcef Atal (Nice) - Ambidestro, o lateral-direito argelino do Nice é um dos melhores na sua posição entre os jogadores que actuam fora dos grandes tubarões europeus. Dará o salto na Ligue 1 ou teremos Atal a experimentar um futebol diferente como o italiano, inglês ou alemão?

78. Hwang Hee-Chan (RB Salzburgo) - Do super-ataque austríaco, uma das equipas que mais deslumbrou na Champions e que com outra estabilidade poderia chegar longe na Liga Europa, já saíram Haaland para o Dortmund e Minamino para o Liverpool. O sul-coreano Hee-Chan, camisola 9 de 23 anos, passa agora a ser a principal esperança na hora de agitar as redes contrárias.

79. Walter Benítez (Nice) - Um dos guarda-redes que mais se destacou em 2018/ 19 termina contrato em Junho. Arranjar um bom guarda-redes é sempre difícil, a custo zero então é quase milagre.

80. Alexander Nübel (Schalke 04) - Já oficializado como reforço do Bayern Munique para 2020/ 2021, Nübel parece ser o sucessor de Neuer. Depois de o perder a custo zero, tal como acontecera com Goretzka, Max Meyer, Matip ou Kolasinac, talvez seja hora de o Schalke 04 fazer um exame de consciência à sua política.

81. Todd Cantwell (Norwich City) - O finlandês Temu Pukki foi o principal conto de fadas no começo da época - e a sua história poderá ter novas páginas escritas no Euro 2020 - mas no futebol dos canários, últimos classificados da Premier, o médio ofensivo Cantwell é quem mais nos salta à vista. Uma espécie de Dele Alli nos espaços que ocupa e na facilidade com que aparece a finalizar, estará nas listas de compras de alguns dos emblemas do Top-6. Mas seria mais sensato o ingresso num clube um patamar abaixo.

Resultado de imagem para camavinga82. Eduardo Camavinga (Rennes) - Mostrou-se ao mundo numa partida soberba diante do PSG e tem mostrado a regularidade precoce que caracteriza os casos sérios. Tem 17 anos mas não acreditamos que continue no Rennes em 2020/ 2021.

83. Francisco Trincão (Braga) - Demorou a chegar ao onze, mas não deve sair mais de lá pelo menos até ao final deste campeonato. Interessados pelo extremo direito não deverão faltar em Maio e Junho.

84. Jonathan David (Gent) - Depois de Alphonso Davies, o Canadá tem no segundo avançado do Gent a sua next big thing. Leva 11 golos em 12 jogos pela Selecção, ainda pode melhorar a finalização, mas quem o agarrar poderá conseguir, imaginamos, uma "pechincha". Na Jupiler Pro League estaremos ainda atentos ao 2020 de Jérémy Doku.

85. Ryan Fraser (Bournemouth) - Acaba contrato em Junho e o momento dos cherries não é famoso. O mais provável é negociar o seu destino, devendo ter meia Premier League a cobiçá-lo.

86. Matheus Pereira (West Brom) - Foi no Championship que o luso-brasileiro finalmente se encontrou. Leva 5 golos e 10 assistências num West Brom claramente candidato à subida. Cheira a mudança em definitivo para terras de Sua Majestade.

Resultado de imagem para marcus edwards87. Marcus Edwards (Vit. Guimarães) - Como é que um jogador destes veio parar ao nosso futebol? O extremo inglês de 21 anos é um dos jogadores mais entusiasmantes e espectaculares do momento em Portugal, e pode representar um encaixe significativo no Verão.

88. Nehuén Pérez (Famalicão) - No 3.º classificado da Liga NOS, o sensacional Famalicão conta com um central daqueles que não engana, futuro internacional argentino. Resta saber o que acontecerá com ele e com Gustavo Assunção em 2020/ 2021: serão aposta do Atlético Madrid, adquiridos em definitivo pelo Famalicão ou vão rodar para outras paragens?

89. Gabriel Martinelli (Arsenal) - Tem apenas 18 anos mas o rácio de participações em golos nos minutos que teve para se mostrar impressionam qualquer um. Afinal, desde Ian Wright que ninguém marcava nos seus primeiros 4 jogos pelos gunners. Arteta tem em Martinelli e Bukayo Saka dois diamantes por lapidar.

90. Gonçalo Paciência (Eintracht Frankfurt) - O melhor ponta de lança puro português na actualidade. Está em muito melhor forma do que o colega de equipa André Silva e poderá ter uma palavra a dizer no Euro 2020.

91. Chiquinho & Adel Taarabt (Benfica) - Num Benfica menos fluido do que a sua versão de 2018/ 19 sob o comando de Lage, o caminho para o título só será possível se jogadores como Chiquinho e Taarabt (dois elementos diferenciados, que sabem ler o jogo e fazer quase tudo bem) se conseguirem "ligar".

92. Alfredo Morelos (Rangers) - Jogador temperamental e imprevisível, o colombiano Morelos é o abono de família da equipa de Steven Gerrard. Como ficou evidenciado nos jogos da Liga Europa diante do Porto, a liga escocesa começa a ser pequena demais para ele.

93. Fábio Silva (FC Porto) - Depois da saída de João Félix, Fábio Silva é o novo menino de ouro do futebol nacional. Aos 17 anos, já marcou 1 golo no campeonato e por duas vezes na Taça. A sua evolução em 2020 está naturalmente dependente das oportunidades que tiver, saindo prejudicado pela nula margem de erro que o Porto tem, e pela concorrência de Marega, Soares, Zé Luís, Aboubakar, Nakajima ou Luis Díaz para os lugares dianteiros.

94. Jonathan González (Monterrey) - No quase sempre subvalorizado campeonato mexicano, Jonathan González é um dos craques que promete dar o salto para a Europa em breve. Baixo centro de gravidade, bola colada ao pé e energia para dar e vender.

95. Ricardo Horta (Braga) - Somente com uma internacionalização por Portugal, estamos convictos que em 2020 o extremo bracarense poderá ser chamado com maior frequência à Selecção. Na Liga NOS, poucos jogadores da frente têm apresentado tamanha consistência nas últimas temporadas.

96. Ryan Gravenberch (Ajax) - Na Johan Cruyff Arena, Gravenberch (17 anos) e Ekkelenkamp (19) são os principais valores cuja ascensão interessa acompanhar.

97. Rayan Cherki (Lyon) - Com apenas 16 anos, o talentoso Cherki (mais novo de sempre a marcar pelo Lyon) promete encantar e espalhar o seu perfume sob a orientação de Rudi Garcia. Foi um terror para os adversários na Youth League e é um daqueles prodígios franceses, tal como Adil Aouachiche (PSG), cujo nome todos os adeptos não demorarão a ter na ponta da língua.

98. Ryan Christie (Celtic) - Num campeonato periférico mas sempre apetecível a nível de prospecção para os emblemas ingleses, o octacampeão Celtic tem - enquanto não explode o fenómeno Karamoko Dembélé - em Édouard, Ntcham e Ajer alguns projectos interessantes. Mas o escocês de 24 anos Ryan Christie é aquele que parece mais preparado para a Premier League.

99. Vítor Ferreira (FC Porto)  - Caso Sérgio Conceição se mantenha como técnico portista ao longo de todo o ano de 2020, a afirmação dos talentos mais puros dos dragões pode ser dificultada. Veja-se como não foi valorizado Óliver, veja-se como é enjaulado Nakajima. Vítor Ferreira ou "Vitinha" é o médio centro perfeito para acrescentar dinâmica, critério e talento num miolo quase sempre mais musculado do que criativo. Estreou-se frente ao Varzim, mas merece ser aposta continuada na primeira equipa (patamar ao qual seria positivo Fábio Vieira também chegar este ano).

100. Daniel Bragança (Estoril) - Talvez um dia alguém nos consiga explicar o porquê de Miguel Luís (igualmente de 1999) ter já tantos minutos na equipa principal do Sporting e Daniel Bragança ainda estar a zeros. A amadurecer na Linha, o jovem médio pode finalmente estrear-se de leão ao peito em 2020 e ser aposta de Silas.

15 de janeiro de 2020

Os Melhores Episódios de Séries em 2019

Avaliámos personagens, novas séries e em breve revelaremos as derradeiras melhores séries (globalmente) de 2019, destacando o que melhor se fez no último ano no pequeno ecrã.
    Como sempre, porque somos malucos, organizados e devotos a distinguir aquilo que merece, fomos apontando ao longo do ano os vários episódios que mais nos marcaram. Em 2019, ano sabático para Better Call Saul Atlanta, ficámos frustrados com a despedida de Game of Thrones, mas deliciados com outros finais.
    Entre os 40 episódios apresentados abaixo temos 3 produções portuguesas e estão representadas um total de 28 séries destacando-se por exemplo o facto de pertencerem à mesma série os 2 primeiros lugares da nossa lista, existindo 4 episódios HBO no Top-10. Mr. Robot (5 episódios) é a série que mais aparições soma, seguida de Succession (3). A contribuir com 2 episódios estão Fleabag, Watchmen, Chernobyl, Dark, The Crown e What We Do in the Shadows.
    Embora não gostemos muito de exercer comparações, 2019 foi efectivamente superior a 2018. Como sempre, há uma multiplicidade de elementos que serviram para que cada um destes 40 episódios nos convencesse. Connosco a originalidade (a existência de risco, testemunharmos algo que nunca antes tínhamos visto) marca sempre pontos, mas muitos destes episódios estão aqui por representarem um clímax marcante, o melhor adeus possível ou por captarem na perfeição a essência ou tom da série.

    2019 é uma obra-prima de 7 minutos em que um robô reflecte sobre a simplicidade da arte e da realização pessoal, é uma conferência de imprensa de um filho a provocar um sorriso no canto da boca do seu pai, é uma paragem de autocarro platónica e uma raposa a pedir direcções. É o tempo a servir de personagem em Dark e Watchmen, e é o jazz colorido a preto e branco nas origens de Hooded Justice. É a origem do desastre de Chernobyl, uma noitada de um vampiro ancestral, um quase-monólogo de Charles Manson e a primeira aparição do Baby Yoda.
    É a dolorosa experiência de Korey Wise no sistema prisional norte-americano, o absurdo de um assassino profissional a enfrentar um campeão de taekwondo e a sua filha, e é um jovem cavalo animado a aninhar-se no colo da sua mãe num lar destruído e condenado. Mas mais do que tudo, 2019 escreveu-se em 5 actos e levou-nos às lágrimas no quarto, despediu-se cumprimentando Elliot Alderson e eternizou a série de uma vida projectando um túnel de memórias, fotogramas pintados ao som de M83. Por favor, levem-nos de volta a 2015.


1. Mr. Robot - 4.07 - 407 Proxy Authentication Required
Realizado por: Sam Esmail, Escrito por: Sam Esmail

2. Mr. Robot - 4.13 - Hello, Elliot
Realizado por: Sam Esmail, Escrito por: Sam Esmail

3. Succession - 2.10 - This Is Not For Tears
Realizado por: Mark Mylod, Escrito por: Jesse Armstrong

4. Barry - 2.05 - ronny/lily
Realizado por: Bill Hader, Escrito por: Bill Hader, Alec Berg

5. When They See Us - 1.04 - Part Four
Realizado por: Ava DuVernay, Escrito por: Ava DuVernay, Michael Starrbury

6. Fleabag - 2.06 - Episode #2.6
Realizado por: Harry Bradbeer, Escrito por: Phoebe Waller-Bridge

7. Love, Death & Robots - 1.14 - Zima Blue
Realizado por: Robert Valley, Escrito por: Philip Gelatt

8. Watchmen - 1.08 - A God Walks into Abar
Realizado por: Nicole Kassell, Escrito por: Damon Lindelof, Jeff Jensen

9. Dark - 2.06 - An Endless Cycle
Realizado por: Baran bo Odar, Escrito por: Jantje Friese, Martin Behnke

10. Chernobyl - 1.05 - Vichnaya Pamyat
Realizado por: Johan Renck, Escrito por: Craig Mazin

11. Watchmen - 1.06 - This Extraordinary Being
Realizado por: Stephen Williams, Escrito por: Damon Lindelof, Cord Jefferson

12. Mr. Robot - 4.05 - 405 Method Not Allowed
Realizado por: Sam Esmail, Escrito por: Sam Esmail

13. Fleabag - 2.01 - Episode #2.1
Realizado por: Harry Bradbeer, Escrito por: Phoebe Waller-Bridge

14. Mr. Robot - 4.09 - 409 Conflict
Realizado por: Sam Esmail, Escrito por: Kyle Bradstreet

15. Catastrophe - 4.06 - Episode #4.6
Realizado por: Jim O'Hanlon, Escrito por: Sharon Horgan, Rob Delaney

16. What We Do In The Shadows - 1.06 - Baron's Night Out
Realizado por: Jackie van Beek, Escrito por: Iain Morris

17. Succession - 2.05 - Tern Haven
Realizado por: Mark Mylod, Escrito por: Will Tracy

18. BoJack Horseman - 6.01 - A Horse Walks Into a Rehab
Realizado por: Peter Merryman, Escrito por: Elijah Aron

19. The Deuce - 3.07 - That's A Wrap
Realizado por: Alex Hall, Escrito por: David Simon, George Pelecanos

20. The Crown - 3.06 - Tywysog Cymru
Realizado por: Christian Schwochow, Escrito por: Peter Morgan

21. The Handmaid's Tale - 3.11 - Liars
Realizado por: Deniz Gamze Ergüven, Escrito por: Yahlin Chang

22. Euphoria - 1.04 - Shook One: Pt II
Realizado por: Sam Levinson, Escrito por: Sam Levinson

23. Dark - 2.08 - Endings and Beginnings
Realizado por: Baran bo Odar, Escrito por: Jantje Friese, Daphne Ferraro

24. The Morning Show - 1.10 - The Interview
Realizado por: Mimi Leder, Escrito por: Kerry Ehrin

25. Mindhunter - 2.05 - Episode #2.5
Realizado por: Andrew Dominik, Escrito por: Pamela Cederquist, Liz Hannah

26. O Resto Da Tua Vida - 1.06 - O Casting
Realizado por: Gonçalo Miranda, Escrito por: Carlos Coutinho Vilhena, João André, Ricardo Matos Soares 

27. Years and Years - 1.04 - Episode #1.4
Realizado por: Simon Cellan Jones, Escrito por: Russell T. Davies

28. Sul - 1.08 - Episódio 8
Realizado por: Ivo M. Ferreira, Escrito por: Rui Cardoso Martins

29. Ramy - 1.04 - Strawberries
Realizado por: Ramy Youssef, Escrito por: Ramy Youssef

30. Chernobyl - 1.04 - The Happiness of All Mankind
Realizado por: Johan Renck, Escrito por: Craig Mazin

31. Peaky Blinders - 5.06 - Mr. Jones
Realizado por: Anthony Byrne, Escrito por: Steven Knight

32. What We Do In The Shadows - 1.07 - The Trial
Realizado por: Taika Waititi, Escrito por: Jemaine Clement

33. The Crown - 3.03 - Aberfan
Realizado por: Benjamin Caron, Escrito por: Peter Morgan

34. Succession - 2.03 - Hunting
Realizado por: Andrij Parekh, Escrito por: Tony Roche


35. Mr. Robot - 4.11 - eXit
Realizado por: Sam Esmail, Escrito por: Sam Esmail

36. True Detective - 3.07 - The Final Country
Realizado por: Daniel Sackheim, Escrito por: Nic Pizzolatto

37. Cobra Kai - 2.10 - No Mercy
Realizado por: Jon Hurwitz, Hayden Schlossberg, Escrito por: Luan Thomas, Joe Piarulli

38. Frágil - 1.05 - The Eternal Search for Happiness
Realizado por: Catarina Rodrigues, Escrito por: Filipa Amaro

39. The Mandalorian - 1.01 - Chapter 1: The Mandalorian
Realizado por: Jon Favreau, Escrito por: Jon Favreau


40. GLOW - 3.05 - Freaky Tuesday
Realizado por: Mark A. Burley, Escrito por: Marquita Robinson