6 de junho de 2018

Barba no Mundial: Os Nossos 23 (Alemanha)

Campeões do mundo. Depois de tirar a Lionel Messi o título mundial em 2014, a Alemanha voltou a mostrar na Taça das Confederações, com uma espécie de equipa B que permitiu experiências, não ter perdido a vontade de ganhar. Já em 2016, só mesmo uma super-exibição de Griezmann impediu a máquina germânica de chegar à final.
    Com fartura de jogadores - o segundo onze da Alemanha seria igualmente candidato à conquista do troféu -, Löw conseguiu implementar numa selecção processos de jogo que muitos clubes não assimilam.
    No caminho para a Rússia, o detentor do troféu e um dos principais favoritos à conquista desta edição, não fez a coisa por menos conseguindo o que mais ninguém foi capaz na qualificação via UEFA - 100% de vitórias, 30 pontos. Nas dez vitórias, a Alemanha totalizou 43 golos marcados e 4 sofridos.

    Há um ano atrás, e numa equipa que não contava por exemplo com Kroos, Müller, Khedira, Neuer, Hummels, Boateng e Özil, a Alemanha venceu as Confederações, "ganhando" jogadores como Goretzka e Werner.
    O grupo F em que está inserida conta com Suécia, México e Coreia do Sul. Atrevemo-nos a arriscar que vem aí mais uma fase de grupos 100% vitoriosa.

    Nos 23 convocados de Löw, saltou à vista aquele que é muito provavelmente o maior crime deste Mundial - a não-convocatória de Leroy Sané. O extremo do Manchester City foi o melhor jogador alemão esta época, o melhor jogador jovem e melhor extremo-esquerdo da Premier League, e surgia como um dos favoritos (juntamente com Mbappé, Dembélé, Asensio, Gabriel Jesus e Werner) à distinção de melhor jovem deste Mundial. Naturalmente, faria parte das nossas escolhas:


A Convocatória

  • Guarda-Redes: Manuel Neuer (Bayern), Marc-André Ter Stegen (Barcelona), Bernd Leno (Bayer Leverkusen
  • Defesas: Joshua Kimmich (Bayern), Jérôme Boateng (Bayern), Mats Hummels (Bayern), Niklas Süle (Bayern), Shkodran Mustafi (Arsenal), Jonas Hector (Colónia), Philipp Max (Augsburgo)
  • Médios: Sami Khedira (Juventus), Sebastian Rudy (Bayern), Julian Weigl (Borussia Dortmund), Leon Goretzka (Schalke 04), Toni Kroos (Real Madrid), Ilkay Gündogan (Manchester City), Mesut Özil (Arsenal)
  • Extremos: Leroy Sané (Manchester City), Marco Reus (Borussia Dortmund), Julian Draxler (PSG), Kevin Volland (Bayer Leverkusen)
  • Avançados: Timo Werner (RB Leipzig), Thomas Müller (Bayern)
Lista de Contenção: Loris Karius (Liverpool), Marvin Plattenhardt (Hertha), Jonathan Tah (Bayer Leverkusen), Karim Demirbay (Hoffenheim), Kai Havertz (Bayer Leverkusen), Lars Stindl (Gladbach), Sandro Wagner (Bayern)

    Nenhum país tem tantos guarda-redes com nível de selecção como a Alemanha. Assim de cabeça: Neuer, Ter Stegen, Leno, Trapp, Horn, Fährmann, Baumann, Karius e Zieler.
    Destes, Manuel Neuer destaca-se naturalmente. O guardião do Bayern, numa fase em que vê De Gea e Oblak quererem retirar-lhe o estatuto de nº 1 do mundo, tem acumulado lesões, mas estando bem, a Alemanha não tem nenhum como ele. No entanto, caso Neuer não esteja a 100%, só uma selecção como esta se dá ao luxo de ter Marc-André Ter Stegen como suplente. Afinal de contas, estamos a falar do titular do Barcelona e, no mínimo, Top-7 do mundo. Löw chamou Trapp, nós preferimos Leno.

    No sector defensivo, não há que enganar. Joshua Kimmich é um jogador fascinante, que nasceu no momento certo para se fazer herdeiro do lendário Lahm. Os nossos quatro centrais seriam três do Bayern - Jérôme Boateng, Mats Hummels e Niklas Süle - com a companhia de Shkodran Mustafi. O central do Arsenal não impressiona tanto como Rüdiger ou Tah, mas realizou uma época melhor (num Arsenal onde poucos foram destaques) e tem a vantagem de preencher mais posições.
    Do lado esquerdo, fiel ao Colónia, Jonas Hector é um daqueles jogadores que praticamente não comete erros, discreto mas eficiente, e embora Joachim Löw tenha optado por Plattenhardt, é-nos impossível ficarmos indiferentes à super-época de Philipp Max, um dos melhores laterais esquerdos do futebol europeu em 2017-18.

    No centro de jogo, Sami Khedira é um porto seguro para o futebol germânico e para a criatividade dos homens da frente. Ao médio da Juventus, e outrora do Real Madrid, juntamos depois o polivalente Sebastian Rudy (um dos melhores nas Confederações, podendo também jogar a lateral-direito) e o talentoso Julian Weigl. Se todos estes são elementos para surgir numa posição mais recuada do meio-campo, oferecendo coisas diferentes, os 3 seguintes são mestres no critério, na progressão e na chegada à área - Toni Kroos (actualmente, o melhor jogador desta Alemanha e uma das razões para o Real Madrid ter 3 Champions consecutivas), Leon Goretzka (reforço do Bayern a custo zero) e Ilkay Gündogan. Claro está que a coisa não fica por aqui: Mesut Özil mantém-se o príncipe do futebol germânica, com uma classe sem igual, "irritando-nos" sentirmo-lo tantas vezes a dar apenas 50% do que tem. O criativo do Arsenal, um dos melhores assistentes desta Era e exímio no último passe, pode ser a diferença entre a Alemanha ser ou não ser imparável.

    Mais perto da baliza, abdicamos de levar um "pinheiro" como Mario Gómez. Timo Werner e Thomas Müller chegam e sobram. No suporte e com os flancos como destino, Löw optou por incluir nos seus 23 Julian Draxler, Marco Reus e Brandt. Connosco, aos dois primeiros juntar-se-iam Kevin Volland (tangencial vantagem sobre Brandt) e, obviamente, Leroy Sané. Um justo titular de uma das selecções favoritas à conquista do Mundial que fica inexplicavelmente de fora da competição.


O Onze

    Se Manuel Neuer provar estar no seu melhor fisicamente, a baliza é do guarda-redes do Bayern todos os dias. Mas certamente deixará Löw tranquilo o facto de contar com Ter-Stegen como 2ª opção. Sim, nenhum país da actualidade tem tantos guarda-redes com nível de selecção.

    A defesa faz-se sozinha - e normalmente é bom sinal quando assim é, porque significa que o sector já se conhece bem e apresenta estabilidade - com o novo Lahm, Joshua Kimmich, de um lado e Jonas Hector do outro. A dupla do Bayern, Boateng e Hummels, ao centro.
    No meio-campo surge uma das nossas dúvidas: será possível fazer coexistir Kroos e Goretzka num duplo pivôt de um 4-2-3-1? Ou teria que ser Khedira em vez do médio que o Bayern resgatou do Schalke 04? Pessoalmente, gostamos de acreditar que Goretkza-Kroos é possível, perante a forma de jogar desta Alemanha, e dada a capacidade que ambos têm de segurar o esférico, pautar jogo e distribuir com critério.

    Mais à frente, e embora nos deixe mesmo satisfeitos ver finalmente Marco Reus numa fase final, não colocaríamos o extremo do Dortmund no nosso onze. Apostando em Timo Werner na frente, faz sentido remeter Müller para aquela posição de falso extremo direito como só ele sabe ser. À esquerda, a incrível época de Leroy Sané no Manchester City fá-lo ganhar connosco a pole position (com Löw talvez não seja assim), entregando ao maestro Özil o lugar 10.
    As alternativas a este Plano A são várias: por exemplo, com Müller na frente, abrir-se-ia uma vaga para Draxler ou Reus. Não é uma má equipa esta Alemanha...






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