Na penúltima antevisão/ previsão que fazemos aos grupos do Mundial 2018 (deixámos o Grupo B, o de Portugal, para o fim), temos aquele que é provavelmente o grupo mais aberto da competição.
É certo que o grupo da Argentina é o "grupo da morte", até porque contém Argentina e Croácia que neste grupo seriam favoritas, mas a emocionante luta (sobretudo a três, entre Colômbia, Polónia e Senegal) e a riqueza de propostas de jogo apoiadas em significativas diferenças culturais promete fazer deste Grupo H um livro que dará gosto ler.
Com a sua estratégia de realizar o mínimo possível de amigáveis para garantir a melhor posição possível no ranking FIFA, a Polónia conseguiu intrometer-se no Pote 1 do sorteio do Mundial. Liderados por aquele que é talvez o ponta de lança mais completo do mundo (Robert Lewandowski), os polacos têm crescido bastante nos últimos anos. Para aqui chegarem, qualificaram-se directos com mais 5 pontos que a Dinamarca (qualificada depois via play-off), com o avançado do Bayern a marcar 16 golos em 10 jogos. Marca particularmente notável uma vez que a Polónia não tinha no grupo Gibraltar (como a Bélgica tinha) ou San Marino (como a Alemanha tinha).
Falar do Grupo H é falar de uma espécie rara neste Mundial: tal como o Grupo A, tem uma selecção de cada continente. Depois de ter sido uma das equipas que encantou os adeptos há quatro anos, a Colômbia é garantia de espectáculo e golos festejados com danças em grupo. Mesmo eliminado nos quartos-de-final, James Rodríguez foi para nós o melhor jogador do Mundial-2014, e desta vez os cafeteros contam com um reforço importante, lesionado aquando da última edição: Radamel Falcao.
Aquela que é para nós a melhor selecção africana (Mané, Koulibaly e Baldé servem de carta de apresentação) é, juntamente com a Suécia, uma das duas únicas selecções com 0% dos jogadores a actuar no país. Com um onze equilibrado (Koulibaly é um super-central, o meio-campo tem músculo, energia e disciplina, e o ataque brutais níveis de velocidade e imprevisibilidade), o Senegal - treinado por Aliou Cissé, capitão de equipa no Senegal que em 2002 chocou o mundo ao eliminar a França no Mundial da Coreia/ Japão - promete uma épica luta a três. Ou três e meio.
Se entre Colômbia, Polónia e Senegal nos é extremamente difícil arriscar quem falhará o acesso aos oitavos-de-final, o Japão parece estar um degrau abaixo. Os nipónicos, que deixaram injustamente de fora Shoya Nakajima (Portimonense), têm sempre elevado índice técnico e pilhas que nunca mais acabam, mas não nos parecem ter o suficiente para ombrear com o futebol do restante trio.
É certo que o grupo da Argentina é o "grupo da morte", até porque contém Argentina e Croácia que neste grupo seriam favoritas, mas a emocionante luta (sobretudo a três, entre Colômbia, Polónia e Senegal) e a riqueza de propostas de jogo apoiadas em significativas diferenças culturais promete fazer deste Grupo H um livro que dará gosto ler.
Com a sua estratégia de realizar o mínimo possível de amigáveis para garantir a melhor posição possível no ranking FIFA, a Polónia conseguiu intrometer-se no Pote 1 do sorteio do Mundial. Liderados por aquele que é talvez o ponta de lança mais completo do mundo (Robert Lewandowski), os polacos têm crescido bastante nos últimos anos. Para aqui chegarem, qualificaram-se directos com mais 5 pontos que a Dinamarca (qualificada depois via play-off), com o avançado do Bayern a marcar 16 golos em 10 jogos. Marca particularmente notável uma vez que a Polónia não tinha no grupo Gibraltar (como a Bélgica tinha) ou San Marino (como a Alemanha tinha).
Falar do Grupo H é falar de uma espécie rara neste Mundial: tal como o Grupo A, tem uma selecção de cada continente. Depois de ter sido uma das equipas que encantou os adeptos há quatro anos, a Colômbia é garantia de espectáculo e golos festejados com danças em grupo. Mesmo eliminado nos quartos-de-final, James Rodríguez foi para nós o melhor jogador do Mundial-2014, e desta vez os cafeteros contam com um reforço importante, lesionado aquando da última edição: Radamel Falcao.
Aquela que é para nós a melhor selecção africana (Mané, Koulibaly e Baldé servem de carta de apresentação) é, juntamente com a Suécia, uma das duas únicas selecções com 0% dos jogadores a actuar no país. Com um onze equilibrado (Koulibaly é um super-central, o meio-campo tem músculo, energia e disciplina, e o ataque brutais níveis de velocidade e imprevisibilidade), o Senegal - treinado por Aliou Cissé, capitão de equipa no Senegal que em 2002 chocou o mundo ao eliminar a França no Mundial da Coreia/ Japão - promete uma épica luta a três. Ou três e meio.
Se entre Colômbia, Polónia e Senegal nos é extremamente difícil arriscar quem falhará o acesso aos oitavos-de-final, o Japão parece estar um degrau abaixo. Os nipónicos, que deixaram injustamente de fora Shoya Nakajima (Portimonense), têm sempre elevado índice técnico e pilhas que nunca mais acabam, mas não nos parecem ter o suficiente para ombrear com o futebol do restante trio.
Amanhã terminamos a antevisão dos oito grupos do Mundial com o grupo de Portugal. Para já, o Grupo H:
1. COLÔMBIA
(Previsão: Quartos-de-Final)
(Previsão: Quartos-de-Final)
- Guarda-Redes: David Ospina (Arsenal), José Fernando Cuadrado (Once Caldas), Camilo Vargas (Deportivo Cali)
- Defesas: Santiago Arias (PSV), Cristian Zapata (AC Milan), Yerry Mina (Barcelona), Davinson Sánchez (Tottenham), Óscar Murillo (Pachuca), Farid Diaz (Olimpia), Johan Mojica (Girona)
- Médios: Abel Aguilar (Deportivo Cali), Wílmar Barrios (Boca Juniors), Jefferson Lerma (Levante), Carlos Sánchez (Espanyol), Mateus Uribe (América), Juan Quintero (River Plate)
- Extremos: James Rodríguez (Bayern), Juan Cuadrado (Juventus), José Izquierdo (Brighton)
- Avançados: Radamel Falcao (Mónaco), Miguel Borja (Palmeiras), Carlos Bacca (Villarreal), Luis Muriel (Sevilha)
Baixa: Frank Fabra
Equipa-Base (4-2-3-1): Ospina; Arias, D. Sánchez, Mina (Zapata), Mojica; Aguilar (Barrios), C. Sánchez; Cuadrado, James, Muriel (Uribe); Falcao
Compreende-se se houver sensação de déjà vu para os adeptos colombianos. Em 2014, os cafeteros partilharam o grupo com Japão, uma selecção africana (Costa do Marfim) e uma europeia (Grécia). James deu recital atrás de recital, destruiu o Uruguai nos oitavos e caiu perante o Brasil nos quartos, com David Luiz a pedir ao estádio inteiro que aplaudisse de pé o craque, então jogador do Mónaco.
Quatro anos depois, Pékerman mantém-se no comando e o capitão Falcao já pode dar o seu contributo à equipa. Com o seu 4-2-3-1 que deixa James como vagabundo, surgindo entre linhas como ninguém, as principais questões nesta Colômbia dizem respeito à dupla de centrais (apostará o seleccionador numa dupla tão jovem como Sánchez-Mina ou optará por colocar Zapata ao lado do central do Tottenham?) e ao extremo do lado oposto a Cuadrado.
Destaques Individuais (Previsão):
Há 4 anos tínhamos o feeling que James Rodríguez ia jogar muito à bola, e foi o que aconteceu. Quatro anos volvidos, algo desperdiçado em Madrid até se reencontrar em Munique, acreditamos que James volte a entrar em "Modo Mundial". É dele quem esperamos mais neste Grupo H.
Faz, com certeza, diferença para esta Colômbia poder contar com Radamel Falcao. O avançado e capitão colombiano renasceu após várias lesões, marcou 54 golos nas últimas duas épocas pelo Mónaco, e acabará por retirar algum peso dos ombros do 10 desta equipa.
Aos 22 anos e após excelente época de estreia na Premier League (não pensávamos que teria tantos minutos), Davinson Sánchez terá a tarefa de liderar uma defesa jovem. Acreditamos nele, tal como em Santiago Arias, lateral ex-Sporting que tem vindo a crescer muito na Holanda e pode finalmente mostrar a sua evolução ao mundo. Importantíssimo em 2014, embora bastante desinspirado ultimamente, Juan Cuadrado é a carta virada para baixo desta equipa, embora Muriel e Uribe sejam boas alternativas.
2. SENEGAL
(Previsão: Oitavos-de-Final)
- Guarda-Redes: Abdoulaye Diallo (Rennes), Alfred Gomis (SPAL), Khadim Ndiaye (Horoya)
- Defesas: Youssouf Sabaly (Bordéus), Lamine Gassama (Alanyaspor), Moussa Wagué (KAS Eupen), Salif Sané (Hannover 96), Kalidou Koulibaly (Nápoles), Kara Mbodj (Anderlecht), Saliou Ciss (Valenciennes)
- Médios: Idrissa Gueye (Everton), Cheikhou Kouyaté (West Ham), Alfred Ndiaye (Wolves), Badou Ndiaye (Stoke), Cheikh N'Doye (Birmingham)
- Extremos: Sadio Mané (Liverpool), Ismaila Sarr (Rennes), Keita Baldé (Mónaco), Mbaye Niang (Torino)
- Avançados: Moussa Sow (Bursaspor), Diafra Sakho (Rennes), Moussa Konaté (Amiens), Mame Biram Diouf (Stoke)
Ausência: Mohamed Diamé
Equipa-Base (4-3-3): N'Diaye; Gassama, Koulibaly, Kara (Sané), Sabaly; Kouyaté, Gueye, N'Diaye; Baldé (Sarr, Niang), Mané, Sow
Boa sorte a quem apanhar este Senegal em transição. Com o onze mais equilibrado das selecções africanas, pode-se considerar que os comandados de Aliou Cissé tiveram algum azar com o grupo. Desconhecemos o valor de N'Diaye ou Diallo (um deles será o guarda-redes), mas ao contrário de Nigéria ou Egipto, os senegaleses podem dormir descansados graças à dupla de centrais. Koulibaly (Nápoles) é o patrão, à partida com Kara ao seu lado, embora Salif Sané tenha realizado uma Bundesliga notável.
Um meio-campo ocupado com Idrissa Gana Gueye, Kouyaté e N'Diaye é garantia de uma pressão intensa ao portador da bola e muita proactividade nos duelos físicos, permitindo soltar Sadio Mané e companhia na frente.
Um meio-campo ocupado com Idrissa Gana Gueye, Kouyaté e N'Diaye é garantia de uma pressão intensa ao portador da bola e muita proactividade nos duelos físicos, permitindo soltar Sadio Mané e companhia na frente.
Destaques Individuais (Previsão):
O ano correu-lhe de feição no Liverpool (10 golos em 11 jogos na Liga dos Campeões) e é a principal esperança do país para igualar o feito de 2002. Sadio Mané cresceu com El-Hadji Diouf como ídolo e é bem capaz de ser o jogador africano com melhores chances de brilhar neste Mundial.
Do outro lado do campo, o poderio físico de Kalidou Koulibaly, jogador quase intransponível e um dos melhores centrais da actualidade, promete revelar-se excelente desafio para craques como Lewandowski e Falcao. Para que Mané possa explodir à sua vontade, será conveniente outro extremo como Keita Baldé estar em grande, podendo ainda o jovem Ismaila Sarr surgir como uma das revelações do torneio. Finalmente, entre os médios incansáveis deste Senegal, Idrissa Gueye é aquele que nos parece reunir os predicados para ser o Kanté desta equipa.
3. POLÓNIA
- Guarda-Redes: Wojciech Szczesny (Juventus), Lukasz Fabianski (Swansea), Bartosz Bialkowski (Ipswich)
- Defesas: Lukasz Piszczek (Dortmund), Bartosz Bereszynski (Sampdoria), Kamil Glik (Mónaco), Michal Pazdan (Légia Varsóvia), Thiago Cionek (SPAL), Jan Bednarek (Southampton), Artur Jedrzejczyk (Légia Varsóvia), Maciej Rybus (Lokomotiv Moscovo)
- Médios: Jacek Goralski (Ludogorets), Piotr Zielinski (Nápoles), Grzegorz Krychowiak (WBA), Karol Linetty (Sampdoria), Rafal Kurzawa (Gornik Zabrze)
- Extremos: Slawomir Peszko (Lechia Gdansk), Kamil Grosicki (Hull City), Jakub Blaszczykowski (Wolfsburgo)
- Avançados: Robert Lewandowski (Bayern), Arkadiusz Milik (Nápoles), Lukasz Teodorczyk (Anderlecht), Dawid Kownacki (Sampdoria)
Equipa-Base (4-4-2): Szczesny; Piszczek, Glik, Pazdan, Jedrzejczyk (Rybus); Kuba, Krychowiak, Zielinski, Grosicki; Milik, Lewandowski
Nawalka tem feito algumas experiências recentemente, mas tudo indica que a Polónia surja no seu habitual 4-4-2 em solo russo. Com um dos possíveis herdeiros de Buffon na baliza e uma defesa plena de rotinas, o meio-campo é o grande ponto de interrogação desta equipa polaca. Apostando em Milik como coadjuvante de Lewandowski na dupla de avançados, Krychowiak-Zielinski pode ser "pouco" para a intensidade senegalesa ou perante a capacidade de James colocar os adversários com a cabeça à roda. Não duvidamos que o médio do Nápoles apareça em grande, mas Krychowiak (incrível Euro-2016, caindo a pique desde aí) terá que render. Caso contrário, Nawalka pode ver-se obrigado a incluir mais um médio como Linetty.
Destaques Individuais (Previsão):
A dinheiro, talvez apostássemos que a Polónia estaria nas duas equipas a seguir em frente. Mas a verdade é que torcemos por este Senegal e, confessamos, queríamos ver pelo menos uma das melhores selecções africanas (Senegal, Egipto e Nigéria) nos oitavos. No entanto, as dúvidas que temos em relação ao momento de Krychowiak fazem pender a balança para o país de Mané.
De Robert Lewandowski já todos sabemos o que esperar: golos. O matador polaco, supostamente interessado em abandonar Munique e mudar de ares, contará certamente com Piotr Zielinski sempre em alta rotação. Ser treinado por Sarri é uma das melhores escolas possíveis.
Depois, Arkadiusz Milik (de regresso após longa lesão, com menos de 600 minutos nas pernas esta época) terá que ser capaz de replicar a importância de 2016, bem como Grzegorz Krychowiak, provavelmente o jogador cujo momento de forma mais se reproduzirá no colectivo.
4. JAPÃO
- Guarda-Redes: Eiji Kawashima (Metz), Masaaki Higashiguchi (Gamba Osaka), Kosuke Nakamura (Kashiwa Reysol)
- Defesas: Hiroki Sakai (Marselha), Tomoaki Makino (Urawa Red Diamonds), Maya Yoshida (Southampton), Gen Shoji (Kashima Antlers), Wataru Endo (Urawa Red Diamonds), Naomichi Ueda (Kashima Antlers), Yuto Nagatomo (Galatasaray), Gotoku Sakai (Hamburgo)
- Médios: Makoto Hasebe (Eintracht Frankfurt), Hotaru Yamaguchi (Cerezo Osaka), Genki Haraguchi (Fortuna Dusseldorf), Gaku Shibasaki (Getafe), Shinji Kagawa (Dortmund)
- Extremos: Takashi Inui (Eibar), Keisuke Honda (Pachuca), Takashi Usami (Fortuna Dusseldorf), Ryota Oshima (Kawasaki Frontale)
- Avançados: Shinji Okazaki (Leicester City), Yuya Osako (Colónia), Yoshinori Muto (Mainz)
Ausência: Shoya Nakajima
Equipa-Base (4-2-3-1): Kawashima; Sakai, Yoshida, Makino, Nagatomo; Hasebe (Haragushi), Yamagushi; Honda, Kagawa, Inui; Okazaki
Ainda não é desta que o Japão terá um trajecto à Oliver e Benji. O timing da substituição de Vahid Halilhodzic por Akira Nishino, a 2 meses do começo do Mundial, pareceu profundamente errado. Bem ao estilo japonês - com toque de bola, elevado compromisso, muita mobilidade mas pouca impetuosidade - o 4-2-3-1 deve retirar o melhor de elementos como Kagawa ou Inui. Mas Nakajima merecia aqui estar, e a titular.
Destaques Individuais (Previsão):
Partindo atrás do equilibrado pelotão da frente a três, diríamos que os destaques deste Japão serão somente ofensivos, deixando a defesa a desejar. Estávamos preparados para apontar Shoya Nakajima (10 golos e 10 assistências na Liga portuguesa; 1 golo em 2 jogos pela selecção) como um dos destaques individuais, mas Nishino riscou-o dos 23.
Assim, a maior hipótese deste Japão fazer balançar as redes contrárias será Shinji Okazaki, o sempre contente avançado do Leicester City. Porém, o 9 japonês só renderá se elementos como Shinji Kagawa e Takasha Inui (recente reforço do Bétis, podendo crescer muito com Quique Setién) soltarem a magia que os caracteriza.
Poster ESPN - MUNDIAL 2018 - Grupo H
por Paul Lacolley