17 de junho de 2014

Gana 1-2 EUA: Klinsmann vai dormir feliz

Gana  1 - 2  EUA (A. Ayew 82'; Dempsey 1', Brooks 86')

    No outro jogo do Grupo de Portugal os EUA conseguiram vingar-se do resultado do Mundial de 2010 frente ao Gana, através do mesmo resultado (na altura o Gana passou para os quartos graças a um 2-1 no prolongamento) desta vez favorável aos comandados de Jürgen Klinsmann. O seleccionador alemão vai dormir uma noite tranquila depois deste dia em que os seus Estados Unidos e a sua pátria (Alemanha) venceram ambos. Hoje o Gana apresentou o 4-2-3-1 esperado, com Kwadwo Asamoah a lateral esquerdo por forma a que André Ayew coexistisse com Atsu. O hat-trick de Jordan Ayew (o mano mais novo) foi suficiente para sentar também Kevin-Prince Boateng no banco. Nos EUA, Klinsmann surpreendeu na forma mas a nível de conteúdo a coisa correu-lhe bem.
    29 segundos foi o tempo que os EUA precisaram para marcar o golo mais rápido deste Mundial. Uma rápida jogada de envolvimento ofensivo, iniciada num lançamento lateral, com Jermaine Jones a jogar para o capitão Clint Dempsey e este a trilhar o seu caminho (muito consentido pela defesa ganesa) até ao golo. Não poderia ter começado melhor o Mundial para os EUA mas cedo houve um contratempo - Jozy Altidore, poderoso e explosivo avançado, contraiu uma lesão muscular e poderá ficar afastado durante algum tempo da competição, à imagem de Fábio Coentrão. Na 1.ª parte houve de resto pouco futebol, com o meio-campo composto por Bradley, Jones, o rastafari Beckerman e Bedoya a controlarem as iniciativas ganesas, e quando necessário Tim Howard disse sempre presente.
    A história mudou substancialmente no segundo período de jogo, com o Gana a regressar transfigurado e convicto dos balneários. Asamoah Gyan dispôs de várias oportunidades para marcar mas ou não acertou com a baliza ou encontrou um atento e seguro Tim Howard. Foi aliás um jogo que representou bem a regularidade e qualidade que o guarda-redes norte-americano apresentou esta temporada ao serviço do Everton. As emoções fortes estavam guardadas para o final numa altura em que Kevin-Prince Boateng, Essien, Zusi e o inexperiente John Brooks (que entrara ao intervalo) já estavam em campo. Depois do jogo de Portugal frente à Alemanha o resultado que mais convinha aos portugueses era um empate entre estas duas selecções e, por isso mesmo, qualquer adepto lusitano terá festejado o golo de André Ayew. O empate chegou então através de uma boa jogada com Asamoah Gyan a dar para trás e André Ayew a dominar antes de rematar com a parte exterior do pé. Boa finalização, festejo efusivo. No entanto, a alegria ia durar pouco uma vez que 4 minutos depois chegou o balde de água fria para a selecção africana. Após um canto cedido de forma infantil, Zusi cobrou de forma exemplar e o improvável central John Brooks (na sua estreia em Mundiais, com dupla nacionalidade norte-americana e alemã, e uma das escolhas que não era expectável nos 23 de Klinsmann) cabeceou para um emocionante 2-1 que mereceu festejos dignos de uma fase a eliminar do Mundial. O Gana acusou o golo e não conseguiu lutar pelo 2-2.

    Ficou hoje a ideia de que Portugal tem claras condições para se superiorizar relativamente a estas 2 selecções. No entanto, não será fácil jogar contra os EUA - primeiro porque a pressão norte-americana é forte e o meio-campo em que Bradley é o operário-mor permite que Dempsey fique 100% livre para quase só atacar. A lesão de Altidore será uma boa notícia para Portugal uma vez que Jóhannsson será um jogador supostamente mais fácil de anular, sendo que não havendo Coentrão seria inteligente Klinsmann colocar Zusi titular. Dempsey e Bradley estiveram muito bem, mas o destaque vai mesmo para o momento decisivo do jogo - conseguido por John Brooks, destaque máximo deste jogo, num dia que não vai nunca esquecer.


Barba Por Fazer do Jogo: John Brooks (EUA)
Outros Destaques: K. Asamoah, A. Ayew; Howard, Bradley, J. Jones, Dempsey

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