Bélgica 2 - 1 Argélia (Fellaini 70', Mertens 80'; Feghouli (pen.) 24')
A Espanha desiludiu, o Uruguai desiludiu, a Nigéria e o Gana - à sua maneira - desiludiram, Portugal desiludiu e hoje a Bélgica também desiludiu. Mas ganhou. A jovem selecção comandada por Marc Wilmots, que muitos consideram o dark horse deste Mundial 2014, teve que sofrer e lutar muito para conseguir virar um jogo onde teve sempre muito mais posse de bola e a iniciativa do jogo mas no qual demorou a conseguir fazer golos. Wilmots apostou no seu 4-3-3 (na prática hoje mais um 4-2-3-1) com Witsel e Dembélé, um trio formado por Hazard, Chadli e De Bruyne no apoio a Lukaku. Atrás, naturalmente a estrutura de 4 centrais (Wilmots escolheu Van Buyten para formar dupla com Kompany) e o melhor guarda-redes do mundo em 2013/ 14 entre os postes. Na Argélia, Bentaleb mereceu voto de confiança mas Slimani não.
A Bélgica demorou a construir algo com a elevada posse de bola que sempre teve, e foi a Argélia quem, para surpresa de muitos, inaugurou o marcador. Vertonghen cometeu uma infantilidade na grande área e, com toda a calma do mundo, Feghouli converteu a grande penalidade (mais uma neste Mundial..). Os red devils tiveram poucas ideias na 1.ª parte e só Axel Witsel remou contra a maré, encontrando do outro lado um guardião inspirado e uma defesa bem comandada por Bougherra.
Com o deserto de criatividade belga na 1.ª parte - talvez acusando em certa medida a pressão que esta selecção belga carrega sem real razão de ser - Wilmots foi obrigado a mexer na equipa e foi gradualmente introduzindo Mertens, Origi e Fellaini. M'Bolhi manteve-se imbatível entre os postes argelino mas aos 70' o golo do empate acabou por acontecer. Kevin De Bruyne, descaído para o lado esquerdo, tirou um cruzamento em jeito e o volume capilar de Fellaini fez um golo de cabeça de belo efeito. Motivados pelo golo os belgas conseguiram então chegar ao golo da vitória 10 minutos depois. Eden Hazard iniciou o contra-ataque, soltou para o flanco direito onde apareceu Mertens e o criativo do Nápoles estoirou para a vitória. O 3-1 ficou perto de acontecer com M'Bolhi mais uma vez a negar o golo após um bom cabeceamento de Fellaini. Os belgas suaram, viram a vida a andar para trás, mas conseguiram entrar neste Mundial a ganhar.
Certo é que no próximo jogo Wilmots terá razões para dar a titularidade de bandeja a Fellaini e talvez a Mertens. Foi também de estranhar a inutilização de Kevin Mirallas. Na Argélia o guarda-redes brilhou, mas acabou por ser Axel Witsel, pela regularidade apresentada ao longo dos 90 minutos, o homem do jogo.
Barba Por Fazer do Jogo: Axel Witsel (Bélgica)
Outros Destaques: De Bruyne, Hazard, Fellaini, Mertens; M'Bolhi, Feghouli