Austrália 0 - 3 Espanha (Villa 36', Torres 69', Mata 82')
Depois da humilhação frente à Holanda (5-1) e da derrota decisiva com o
Chile (2-0), Del Bosque rodou e muito a sua equipa e conseguiu finalmente os 3
pontinhos da honra face a uma Austrália que esteve bem longe do nível que
apresentou contra Chile e sobretudo Holanda. Faltou Tim Cahill, o que
certamente também pesou nisso. Hoje vimos em campo Reina, Juanfran, Albiol,
Koke, Cazorla, Villa e Torres no onze inicial e o futebol da Espanha melhorou,
embora também tenha contado com falhas defensivas do adversário. Os primeiros
minutos tiveram David Villa como protagonista tendo, entre outros lances, uma
enorme oportunidade atirada para a bancada após um daqueles passes que só
Iniesta sabe como inventar. A Roja continuou
a criar problemas sempre com Villa em primeiro plano: assistiu Jordi Alba de
calcanhar para um remate do lateral que Ryan defendeu e, pouco depois, abriu o
activo. O melhor marcador de sempre da selecção hispânica marcou então de
calcanhar após uma jogada em que a defesa da Austrália ficou a dormir -
Davidson não subiu e acompanhou Juanfran, e depois os centrais não tiveram a
capacidade de reagir e dificultar a vida a Villa. O lateral do Atlético
limitou-se então a cruzar, e David Villa, naquele que deverá ter sido o seu
último jogo pelo seu país, facturou. Sempre num ritmo baixo mas com capacidade
de aceleração no último terço, a Espanha ainda ficou perto de marcar com Koke e
Cazorla (este após bom lance de Villa, novamente) a tentarem bater Ryan.
Del Bosque foi então introduzindo, já na 2.ª parte, Juan
Mata e Fábregas e a frente de ataque espanhola melhorou progressivamente, mesmo
já sem aquele que tinha sido até aí o melhor em campo - David Villa. Contra uma
Austrália bastante apática, onde hoje nem Leckie conseguiu dar o ar da sua
graça, chegaram então sem grande esforço mas com algum engenho o 2-0 e o 3-0.
Fernando Torres escreveu o seu nome na lista de marcadores deste Mundial após
assistência primorosa de Iniesta, e o 3-0 chegou 13 minutos depois com Mata a
rematar entre as pernas de Ryan após um passe também ele perfeito de Fábregas.
Naquele que terá sido o último jogo de algumas figuras
(David Villa, por exemplo; Xavi também, embora não se tenha podido despedir em
campo) a Espanha disse adeus ao Mundial com uma exibição decente. O escândalo
ganhou forma nas últimas 2 jornadas e hoje apenas ficou a ideia de que teria
sido bom para esta Espanha - embora hoje a pressão fosse zero - refrescar as
suas opções iniciais. Koke hoje demonstrou que poderia ter sido peça-chave
nesta Espanha, os poucos minutos que Fábregas teve no meio-campo serviram para
mostrar o que poderia ter dado (quando se acaba a jogar com Fábregas, Iniesta,
Koke, Mata e Silva é natural que haja golos) e curiosamente pela 1.ª vez não
jogou Diego Costa e pela 1.ª vez a Espanha ganhou.
Vem aí uma progressiva revolução, mas há claramente em
Espanha matéria e qualidade para ser trabalhada rumo ao Euro 2016.
Relativamente à Austrália, a imagem que hoje deixou foi bem diferente da
qualidade que apresentou nos dois últimos jogos e porventura face ao que
mostrou merecia ter saído deste Mundial com 1 ponto.
Outros Destaques: Sergio Ramos, Juanfran, Iniesta, Torres, Mata, Fábregas