Itália 0 - 1 Uruguai (Godín 81')
O Grupo da Morte terminou num jogo com alguma polémica à mistura, com a
Itália a juntar-se à Inglaterra na qualidade de selecção eliminada e Diego
Godín a marcar mais um golo absolutamente decisivo esta época. O central
uruguaio marcou o golo que deu a Liga BBVA ao Atlético Madrid, colocou os colchoneros na frente na
final lisboeta da Champions (que depois viria a perder no prolongamento),
acrescentando agora um golo que vale a presença nos oitavos-de-final do
Mundial.
Hoje bastava à Itália o empate e Prandelli escolheu
porventura o melhor onze que apresentou neste Mundial. Um 5-3-2 com De Sciglio
e Darmian a juntarem-se à tríade de centrais da Juventus, com Verratti, Pirlo e
Marchisio no apoio a Immobile e Balotelli. Já o Uruguai voltou a apostar no
onze guerreiro que vencera a Inglaterra. A 1.ª parte foi bastante fraca em
termos de ocasiões de golo. Sabendo que o empate bastava, a Itália pareceu
querer deixar o tempo passar e foi tendo mais bola. Já o Uruguai demorou a
conseguir "encaixar" no modelo táctico italiano mas até criou a
melhor oportunidade dos primeiros 45 - Buffon fez 2 defesas seguidas,
demonstrando que os seus reflexos continuam bem vivos no 2.º remate.
Para a 2.ª parte os seleccionadores trouxeram alterações.
Tabárez trocou Lodeiro por Maxi Pereira, passando em definitivo a um 3-5-2,
enquanto que Prandelli quis amarrar ainda mais o jogo e retirou Balotelli
colocando Parolo. Foi um pouco "parolo" o Prandelli, podemos
dizê-lo... A verdade é que as alterações pareciam estar a tornar a Itália
ligeiramente mais senhora do
jogo quando Marchisio viu vermelho directo. O médio da Juventus acabou expulso
após um lance com Ríos no qual ficam algumas dúvidas. É certo que foi um
contacto perigoso e que Marchisio foi totalmente imprudente e não
"escondeu" os pitons da sua chuteira, mas era em todo o caso uma
decisão complicada. Passando a jogar contra 10 o Uruguai arriscou, colocou
Stuani e aos 66' Suárez teve o golo nos pés. Depois de decidir a 100% o jogo
frente à Inglaterra, o avançado do Liverpool esteve hoje muito abaixo do nível
recente e viu Buffon negar-lhe o golo numa defesa junto ao solo, de grande
qualidade.
A Itália perdeu qualidade quando Verratti se viu obrigado
a sair, por lesão, e depois a polémica - já instalada pela expulsão de
Marchisio ter deixado algumas dúvidas (embora se pudesse aceitar) - avolumou-se
num lance em que Suárez terá voltado a ser vampiresco. Tudo aconteceu numa
quezília entre Suárez e Chiellini com o avançado uruguaio a encostar a sua
cabeça ao central italiano e este a tentar responder com uma cotovelada. No
entanto, Chiellini viria a exibir o seu ombro procurando mostrar as marcas dos
dentes de Suárez. Dadas as imagens ficaram algumas dúvidas mas a
confirmarem-se, depois de Bakkal e Ivanovic, uma nova vítima para um dos
melhores jogadores do mundo, sistematicamente com este estranhíssimo
comportamento. Passada a polémica foi então momento de chegar o único golo do
jogo. Gaston Ramírez colocou a bola na área, de canto, e Diego Godín decidiu o
jogo com um excelente golo de cabeça. Nos minutos finais destacou-se Suárez
pela negativa ao decidir pessimamente 2 situações de contra-ataque em que
abusou do individualismo e perdeu a hipótese de "matar" o jogo. De
qualquer forma, a Itália não viria a conseguir empatar e despediu-se do Mundial
2014 com Pirlo a marcar um livre e Buffon na grande área à espera da bola junto
aos seus colegas de equipa. Pirlo e Buffon, duas lendas que deverão ter feito o
seu último jogo em Mundiais, eles que há 2 anos foram vice-campeões europeus
nesta Itália.
Deixando as polémicas de parte, o Uruguai mereceu vencer.
Foi a equipa que mais procurou ganhar e Tabárez acabou por sair vencedor do
duelo com Prandelli. O seleccionador italiano abordou o jogo do modo certo mas
acabou por ler mal o jogo no seu decurso.
Buffon adiou o golo uruguaio, Verratti fez falta depois de
sair, Giménez voltou a demonstrar uma maturidade extraordinária considerando a
sua idade, mas o melhor em campo foi mesmo Diego Godín. O central do Atlético
Madrid - intransferível para Simeone - já tinha brilhado frente à Inglaterra
mas hoje foi ainda melhor, marcando um golo que o seu país não esquecerá.
Considerando que o Grupo D cruzará com o C, ficando o Uruguai em 2.º lugar
deverá defrontar a Colômbia na próxima fase num jogo que reúne todos os
ingredientes para valer a pena.
Barba Por Fazer do Jogo: Diego Godín (Uruguai)
Uma vergonha a arbitragem, Marchisio não merecia de todo o cartão vermelho, foi um toque no decorrer da jogada, um amarelo ainda se aceitava, mas nunca seria uma falta para vermelho. Suárez sim, merecia o cartão vermelho sem qualquer dúvida, uma agressão sem qualquer nexo, onde a dentada é bem visível no ombro de Chiellini. Espero que a FIFA tenha juízo e expulse Suárez, no mínimo, o resto do mundial. As arbitragens deste mundial têm sido, infelizmente, uma constante desilusão e têm tido demasiada influência nos resultados finais.
ResponderEliminarTambém optaríamos pelo amarelo no lance de Marchisio. Alguma imprudência mas com exagero na avaliação do árbitro. No lance de Suárez, vendo as repetições e a imagem de Chiellini a mostrar o ombro, restam poucas dúvidas sobre o que Suárez (novamente) fez. É uma pena que um jogador desta qualidade - claramente o melhor do ano na Premier League - volte a ter este comportamento, que deveria ser punido devidamente até pela reincidência. É triste sobretudo porque Suárez pareceu mais calmo e maduro em 2013/ 14 e o seu talento não merecia ficar manchado com episódios destes.
ResponderEliminarNão nos podemos queixar deste Mundial pelas surpresas e pelo futebol positivo que as equipas estão a praticar, mas há muita gente com razões de queixa da arbitragem, de facto. Desde os golos anulados ao México, passando pela simulação de Fred no jogo inaugural, pelo penalty negado ao Irão frente à Argentina e muito mais casos.
E mesmo neste jogo da Itália contra o Uruguai, se Marchisio tivesse levado apenas o amarelo e Suárez tivesse levado o vermelho, tal como devia ter acontecido, muito provavelmente o resultado serio outro e seria a Itália a passar e não o Uruguai. O facto de um árbitro conseguir ter poder para "decidir" quem continua no mundial e quem vai para casa é uma ideia aterradora e completamente impensável nos dias de hoje, considerando que, com a tecnologia actual, a justiça no futebol só não existe porque não a queremos.
ResponderEliminarSim, claramente. São já alguns jogos neste Mundial com arbitragens com influência directa em resultados. Mesmo no Portugal-Alemanha, embora Portugal tenha tido uma exibição fantasmagórica, no nosso entender o penalty de João Pereira e a expulsão de Pepe (embora se tenha posto a jeito) foram forçados e naturalmente que ajudaram à queda do castelo de cartas da Selecção Portuguesa. A arbitragem não foi o motivo da nossa derrota, mas contribuiu em parte.
ResponderEliminarNós em Portugal estamos infelizmente habituados a arbitragens fracas mas a verdade é que quando assistimos a jogos da Premier League ou mesmo das competições europeias (com excepções, ex: Felix Brych no Benfica-Sevilha) fica-nos a ideia de que lá fora se erra muito menos. Este Mundial está a contradizer essa ideia, o que não é bom; principalmente porque vários erros têm sido graves, e de fácil interpretação e leitura para os árbitros, atendendo por exemplo ao posicionamento dos mesmos e dos auxiliares.
Concordo plenamente, e ainda ficou um penalty por marcar contra a Alemanha, embora esta provavelmente ganhasse o jogo de qualquer maneira, muito má a exibição de Portugal. No meu entender, alguns dos árbitros escolhidos simplesmente não têm a experiência necessária para arbitrar jogos deste calibre, a FIFA deveria ter critérios mais rigorosos em relação à escolha dos árbitros visto estes que estes podem ter demasiada influência no resultado final.
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