No dia 12 de Junho de 2014, na Arena de São Paulo, vai ter início o Mundial 2014 do Brasil. Após os jogos do dia de ontem ficámos já com uma boa "fotografia" de quem teremos na prova máxima de futebol internacional. Terminaram portanto os jogos da fase de grupos e tudo o que resta agora é esperar para que no próximo mês de Novembro fiquemos a saber em definitivo quais os 32 países com bilhete para o Brasil.
Neste momento falta jogar-se apenas a 2.ª mão do play-off africano e as duas mãos de vários confrontos: o que opõe o 5.º classificado da América do Sul (Uruguai) à equipa vencedora do play-off asiático (Jordânia); o 4.º classificado da fase de grupos final na América do Norte e Central (México) e o vencedor da Oceânia (Nova Zelândia) e, por fim, aguardaremos com muita expectativa - até porque Portugal está envolvido - o play-off europeu, os únicos duelos que ainda não são conhecidos mas que já no dia 21 de Outubro saberemos como vão emparelhar.
(EUR) Qualificados: Bélgica, Itália, Alemanha, Holanda,
Suiça, Rússia, Bósnia, Inglaterra, Espanha
Por essa Europa fora, passámos a conhecer os 9 magníficos.
A Bélgica, vencedora do Grupo A, é a selecção que todos falam. A geração maravilha provou o seu valor ao conseguir finalmente marcar presença numa fase final - um mais que justo prémio para esta geração do outro mundo que está cá para durar. Incrível percurso sem derrotas e apenas com 4 golos sofridos (tal como Inglaterra, Grécia e Ucrânia e apenas batidos pelos 3 golos sofridos pela Espanha, mas em 8 jogos) com muito mérito para Courtois, guarda-redes totalista. A juntar-se ao guardião do Atlético Madrid, jogadores como Vertonghen, De Bruyne, Witsel, Hazard, Mirallas e Dembélé são indiscutíveis para Wilmots. A Croácia garantiu o play-off - uma selecção assídua e com muito valor mas ligeiramente underrated (gostávamos que não apanhasse Portugal, porque queríamos ver os croatas no Mundial), enquanto que a Sérvia e País de Gales (se bem carregados por Bale e Ramsey) poderão ser duas selecções interessantes para acompanhar rumo a França 2016.
A Itália superiorizou-se com naturalidade no Grupo B, um grupo complicado e equilibrado. Três boas selecções - Itália, Dinamarca e República Checa - acompanhadas por uma Bulgária e uma surpreendente Arménia que não arredaram pé e que justificaram precisamente o pleno equilíbrio, a luta até à última jornada entre 4 equipas que guerrearam mas que se viram todas afastadas do play-off. Nem a vitória por 6-0 valeu a passagem à Dinamarca. Será interessante ver a gestão de Prandelli e, por exemplo, se Francesco Totti marcará presença no Mundial.
Alemanha e Suécia proporcionaram verdadeiros espectáculos de futebol nos confrontos entre si no Grupo C. Na última jornada um incrível 5-3 com Schürrle a brilhar, enquanto que o 4-4 da primeira volta ficará na memória com a Suécia a empatar depois de estar a perder por 4-0 aos 56 minutos. A Alemanha continua a querer ganhar uma grande competição que confirme o valor desta geração em que o banco assusta (à imagem de Espanha e Bélgica, sobretudo) e foi quem marcou mais golos - 36 golos em 10 jogos. Acima dos 34 da Holanda, 31 de Inglaterra e 30 da Bósnia. Notável também a nuance táctica de Özil jogar a falso avançado. A Suécia conseguiu o 2.º posto com Ibrahimovic a ser a figura de proa, embora a Áustria (uma equipa a ter em conta na qualificação para o próximo europeu) tenha tido uma prestação muito interessante.
Impressionante foi o percurso da Holanda no Grupo D. Foram buscar van Gaal - um treinador "resultadista" como Capello na Rússia - e os resultados foram imediatos. O estatuto não serve para ninguém ser convocado, 9 vitórias e 1 empate (registo igual à Alemanha) mas com o melhor goal average de todas as selecções. Destaque ainda para Robin van Persie que passou a ser o melhor marcador de sempre da Laranja Mecânica e o melhor desta qualificação europeia. Abaixo da Holanda, houve uma luta intensa entre Roménia, Hungria e Turquia - esperava-se mais da Turquia.
Toda a gente sabia que o Grupo E era o "grupo da treta". A Suiça garantiu o primeiro lugar num grupo que provoca alguma confusão ao ver Polónia, Sérvia, Áustria ou Dinamarca fora do play-off. A Islândia foi uma surpresa interessante, com bons jogadores como Sigurdsson, Sigthórsson, Finnbogason, Gudmundsson e Gunnarsson.
No nosso Grupo F toda a gente viu o que aconteceu. A Rússia, com o tal Capello "resultadista" - um treinador bastante adequado ao futebol e à mentalidade russa - cumpriu a sua parte e Portugal desiludiu por completo. Os velhos problemas do costume: o poderio empresarial do "seleccionador" Jorge Mendes, as convocatórias por lugar cativo e não por momentos de forma, o facto de um jogador "pequeno" só ser chamado ao chegar a um "grande" e o típico deixa andar português. Como sempre, vamos resolver as coisas à ultima, no play-off.
A Bósnia foi a boa surpresa da qualificação. Num Grupo G incrivelmente bem disputado com a Grécia, passou justamente com 30 golos marcados (só Dzeko e Ibisevic reuniram entre si 18) e ia morrendo na praia, não fosse Begovic a segurar a presença no Mundial, em solo lituano. A Grécia continua igual a ela mesma, assegurou uma presença num play-off com 22 pontos mas com apenas 12 golos marcados. Menos golos marcados que, por exemplo, Polónia, Montenegro, Israel, Eslovénia, Áustria, Irlanda ou Hungria. O cinismo grego é tramado.
A Inglaterra de Hodgson conseguiu a qualificação no Grupo H com um bom percurso. Hodgson é um treinador com o qual não simpatizamos mas ao menos tem o mérito de convocar sempre quem merece ser convocado (Lambert, Townsend, Barkley e Shelvey são exemplos de jogadores que se estrearam nesta qualificação). Trinta e um golos marcados, 4 sofridos, nada mau. Ainda há muito trabalho, é uma equipa em construção e precisa de estabilidade para ser um bom candidato no Mundial. Para além disso, grande percurso da Ucrânia, a fechar com uma goleada de 8-0.
No último grupo, o Grupo I, que continha Espanha e França, passaram nuestros hermanos com a sua lição bem estudada (demais) e se calhar também por isso com pouca atractividade e a conseguir apenas 14 golos em 8 jogos. A França ficou 3 pontos atrás e, sendo uma equipa também em construção, é uma das selecções que ninguém dos cabeças-de-série que apanhar no play-off.
Segue-se agora o Play-Off europeu. O sorteio será realizado no próximo dia 21 de Outubro e Portugal é a selecção mais bem cotada no ranking, mesmo tendo descido 3 lugares (14º). Assim sendo, a Selecção das Quinas será cabeça de série juntamente com Grécia (15º), Croácia (18º) e Ucrânia (20º). No segundo pote estarão França (21º), Suécia (25º), Roménia (29º) e Islândia (45º). Tendo em conta algumas "manhas" da FIFA, os jogos poderão ser acessíveis para as equipas que, supostamente, darão mais ao Mundial. Um Portugal-Roménia, Grécia-Islândia, Ucrânia-França e deixando um jogo equilibrado entre duas boas selecções num Croácia-Suécia. Obviamente que o sorteio trará uma "bomba" se colocar Portugal e França frente a frente. Será uma pena para o Campeonato do Mundo se isso acontecer.
Segue-se agora o Play-Off europeu. O sorteio será realizado no próximo dia 21 de Outubro e Portugal é a selecção mais bem cotada no ranking, mesmo tendo descido 3 lugares (14º). Assim sendo, a Selecção das Quinas será cabeça de série juntamente com Grécia (15º), Croácia (18º) e Ucrânia (20º). No segundo pote estarão França (21º), Suécia (25º), Roménia (29º) e Islândia (45º). Tendo em conta algumas "manhas" da FIFA, os jogos poderão ser acessíveis para as equipas que, supostamente, darão mais ao Mundial. Um Portugal-Roménia, Grécia-Islândia, Ucrânia-França e deixando um jogo equilibrado entre duas boas selecções num Croácia-Suécia. Obviamente que o sorteio trará uma "bomba" se colocar Portugal e França frente a frente. Será uma pena para o Campeonato do Mundo se isso acontecer.
Com o Brasil já apurado por ser organizador, abriu-se o sonho a outra selecção sul americana de jogar o Campeonato do Mundo. Contudo, tivemos algumas surpresas no apuramento. O Paraguai, que costuma ser uma selecção assídua no Mundial, ficou em último lugar do grupo ficando obviamente de fora. Já a Selecção da Colômbia correspondeu às expectativas do seu plantel e passou em segundo lugar, mesmo atrás da Argentina. O Chile agarrou mais uma vez o passaporte figurando no 3º lugar do grupo e o Equador voltou às grandes competições deixando um forte candidato do Mundial 2014 para trás. O Uruguai desiludiu tendo em conta o que tem feito actualmente e está então obrigado a disputar um Play-Off intercontinental contra a Jordânia. Só se algo muito estranho acontecer é que Suarez, Cavani e companhia não vão ao Brasil.
(ASI) Qualificados: Japão, Coreia do Sul, Irão, Austrália
Na qualificação asiática, o Japão e o Irão de Carlos Queiroz terminaram os 2 grupos em 1.º lugar. Se o Japão é provavelmente a selecção asiática mais forte (nem os japoneses parecem ter bem a noção do potencial técnico que têm), Queiroz foi obreiro de uma boa surpresa, deixando a Coreia do Sul em segundo lugar. A Austrália - sim, todos os australianos têm os "olhos em bico" - conseguiu também um lugar e foi pena sobretudo ver o Usbequistão morrer nos penalties do play-off final depois de uma excelente caminhada. Assim, será a Jordânia a defrontar Suárez, Cavani e companhia numa disputa intercontinental.
Na América do Norte e Central os EUA cumpriram e lideraram o grupo na 3.ª fase de grupos. Os dois lugares a seguir foram ocupados por Costa Rica e Honduras, deixando o México como uma das grandes desilusões da qualificação para o Mundial 2014. Em todo o caso, ainda resta uma oportunidade. Os mexicanos serão favoritos frente à Nova Zelândia, que vai dar tudo em cada um dos 2 jogos.
(AFR) Qualificados: N/A
(OCE) Qualificados: N/A
Na Oceania também tudo é um pouco diferente porque nenhuma nação passa automaticamente. Das várias ilhas, só 4 disputam o grupo final. Desse grupo, a Nova Zelândia é a selecção que se destaca pois a Austrália "pertence" à Ásia no mundo do futebol. A Nova Zelândia voltou a liderar o grupo com a Nova Caledónia a morder os calcanhares, mas ainda tem que disputar um Play-Off intercontinental contra o 4º classificado da América do Norte, Central e Caraíbas - neste caso, o México. Adivinha-se uma passagem tranquila do México se voltarem a apresentar o bom futebol que tanto lhes é característico. Caso contrário, a Nova Zelândia fará de tudo para assegurar o seu passaporte rumo ao Rio.