O Benfica foi hoje ao Dragão vencer o Porto nas grandes penalidades após estar em desvantagem numérica (novamente) desde a meia hora de jogo.
Os novos campeões nacionais foram ao reduto do rival em "modo poupança" e alinhou apenas com 4 jogadores que actuaram no jogo contra a Juventus - Siqueira, André Gomes, Sulejmani e Cardozo. Já o Porto apresentou-se na sua máxima força fazendo regressar ao onze Quaresma e Defour - as duas únicas alterações após o último jogo frente ao Rio Ave.
O Benfica começou melhor apresentando uma troca de bola tranquila nos primeiros 5 minutos de jogo. Porém, logo a seguir o Porto assumiu o esférico e apontou as setas à baliza. Após um primeiro remate de Lima ao lado, começou o festival de desperdício de Jackson Martinez. Herrera deixou - pela primeira vez - Steven Vitória para trás e centrou em esforço para a cabeça do colombiano que não fez melhor do que atirar por cima. Herrera era de longe o melhor jogador em campo e - aos 14 minutos - descobriu Silvestre Varela à entrada da área isolando o extremo português. Contudo, o jogador do Porto não olhou para a baliza e acabou por errar o alvo. Mas não foi o único. Herrera voltou a passar por Steven Vitória no flanco esquerdo - com o luso-canadiano a falhar por pouco quer a bola, quer a cabeça do mexicano -, deu o golo a Jackson Martinez que apenas tinha que encostar, mas o colombiano disse "não" e atirou por cima preferindo entrar ele pela baliza a dentro. Teria sido um golo formidável se se tratasse de futebol humano! Aos 31 minutos surge um dos momentos do jogo. Jackson parte em boa posição do lado esquerdo do ataque azul e branco até que Steven Vitória seifa o avançado colombiano. Marco Ferreira acabou por exagerar e tirar do bolso o cartão vermelho excluindo o benfiquista da partida. A admoestação foi exagerada já que Jackson não ia em direcção à baliza e haviam mais dois jogadores do Benfica muito perto. Jorge Jesus foi obrigado a abdicar de uma das suas poupanças e lançou Ezequiel Garay no jogo em detrimento de Lima. Tal como o técnico acabou por confidenciar no fim, o jogo pedia a continuação de Lima, mas o jogo de quinta-feira em Turim pedia a sua poupança. O Benfica recuou as suas linhas e apresentou um jogo mais defensivo e tranquilo graças à presença de Garay. Até ao término do primeiro tempo nada houve a assinalar e assim surgiu o interregno.
O Porto entrou para a segunda metade decidido a marcar, mas a verdade é que nos momentos decisivos não o era. A bola rondou muitas vezes a baliza de Oblak, mas o perigo não existia com a bola muitas vezes a morrer ou nas mãos ou punhos do esloveno. Varela e Herrera eram dos mais inconformados. Quaresma finalmente apareceu no jogo e - com a sua trivela - colocou a bola na cabeça de Jackson que apenas tinha a baliza pela frente. Todavia, o avançado do Porto parecia ter a cabeça na lua e era para lá que todas as bolas iam. Na ressaca a um canto, Herrera agarrou na bola e atirou um remate a razar a barra que - se entrasse - daria um grande golo. Seguiam-se falhanços atrás de falhanços o que ia alimentando a ansiedade dos jogadores do Porto. Notava-se que os jogadores não queriam perder o jogo, mas o relógio passava e abalava a confiança dos jogadores. Do outro lado, o Benfica estava tranquilo a apresentar um jogo ao estilo de José Mourinho muito por força da expulsão de Steven Vitória. O fim do jogo chegava ao som de assobios das bancadas que estavam desiludidos com a prestação da sua equipa. Mais uma vez em superioridade numérica e sem conseguir bater o rival Benfica. Chegavam assim as grandes penalidades já com a braçadeira de capitão em Jardel e com os olhos colocados em Fabiano e Oblak.
Aqui - se havia algum benfiquista calmo no seu sofá - era a hora de se levantar e sofrer com a equipa porque é quase impossível assistir a grandes penalidades sem o fazer. Nas primeiras grandes penalidades Garay e André Gomes falharam as suas grandes penalidades e Jackson e Maicon do lado do Porto. Jackson acabou por fechar com chave de ouro a sua má exibição atirando a bola para onde tinha a sua cabeça. Siqueira, Jardel e Enzo marcaram as restantes 3 grandes penalidades para o Benfica enquanto que Quintero, Ghillas e Varela consumaram para o lado do Porto. Surgiu então o mata-mata onde a pressão é ainda maior. Ivan Cavaleiro, com um enorme peso nas costas por se tratar de uma grande penalidade de "vida ou morte", não tremeu e atirou fora do alcance de Fabiano. Por fim, Fernando colocou um ponto final na única aspiração do Porto ganhar algo este ano atirando ao poste e dando azo à festa benfiquista no Dragão em jeito de vingança.
O Porto já conta com 3 eliminações a jogar contra 10 elementos durante largos minutos esta época. Duas perante o Benfica e uma perante o Sevilha. Mais uma vez apresentaram-se nervosos e com o passar do tempo, com as oportunidades constantemente desperdiçadas, alimentaram a ansiedade que era combatida por uma tranquilidade exímia por parte do Benfica. Grande trabalho de Jorge Jesus e dos jogadores do Benfica que mostraram uma solidariedade enorme durante toda a partida. Do lado do Benfica, apenas Steven Vitória merece destaque claramente negativo. Do lado do Porto apenas se pode destacar Herrera. Era o "jogador mais" do Porto e o único a criar dores de cabeça à defesa encarnada. Pelo menos enquanto Steven Vitória esteve em campo. Oblak foi muito seguro na baliza e fundamental nas grandes penalidades. Jardel e Garay foram irrepreensíveis e André Gomes e Rubén Amorim foram fundamentais à frente dos dois defesas.
O Benfica enfrenta agora o Rio Ave na final da Taça da Liga, final essa que se repetirá no Jamor no dia 18 de Maio. É caso para dizer que - quase sem querer (por estar a pensar na meia final em Turim) - o Benfica está em mais uma final. Uma época boa se olharmos para os feitos até agora - Campeão Nacional, uma meia-final da Liga Europa e duas finais nas Taças Internas.
Barba Por Fazer do Jogo: Jan Oblak (Benfica)
Outros Destaques: Herrera; Garay, Jardel, André Gomes, Ruben Amorim, Siqueira.