West Ham 1 - 2 Liverpool (Demel 45'; Gerrard (pen.) 44' (pen.) 71')
Num jogo controverso e intenso em Londres, o Liverpool recuperou justamente a liderança da Premier League. O homem que nunca venceu a competição máxima em Inglaterra, mas que nunca jogou com outra camisola senão a vermelha de Liverpool, Steven Gerrard, fez 2 golos e manteve bem acesa a esperança de erguer pela 1.ª vez o troféu.
O West Ham fez tudo para dificultar a missão dos reds e, com alguma polémica à mistura, os 3 pontos foram difíceis mas preciosos, num campo em que Arsenal, Manchester United e City e Chelsea não tiveram dificuldades, mas no qual o Everton teve que suar (quem não se lembra do bis de Baines em livres e de Lukaku a dar a vitória?). Rodgers colocou Coutinho e Sterling em campo - veremos se contra o City volta a apostar nos 2 ou relega um para o banco, colocando Lucas Leiva - e a 1.ª parte não foi propriamente bem jogada. O West Ham é uma equipa difícil de ultrapassar, forte fisicamente e nas bolas paradas, e Suárez foi quem deu o primeiro sinal de que o Liverpool queria vencer, rematando colocado mas vendo a barra negar-lhe o golo. Numa tarde de pouca inspiração para Sturridge, o golo inaugural começou nos pés de Steven Gerrard. O capitão do Liverpool fez um espectacular passe longo com o qual descobriu Suárez e o uruguaio, sempre endiabrado e a provocar o pânico nos defesas contrários graças à sua imprevisibilidade, ganhou uma grande penalidade por mão de Tomkins na bola. Muitas vezes a velha questão "mão na bola vs bola na mão" aliada à intencionalidade pintam um manto de dúvidas nesse tipo de penalties, mas neste não foi o caso. Gerrard respirou fundo e bateu Adrián com toda a calma deste mundo e do outro. O apito para o intervalo estava já ao virar da esquina quando o West Ham acabou por empatar, num golo carregado de polémica. Mark Noble cruzou para a área num canto, Mignolet agarrou a bola no ar mas largou-a, possibilitando o golo de Demel. O árbitro validou o golo, o fiscal terá tido dúvidas, mas houve mesmo irregularidade uma vez que Andy Carroll (curiosamente ele...) deu uma "patada" na cara de Mignolet, tocando-lhe ainda no braço, e prejudicando claramente a acção do guarda-redes belga.
Brendan Rodgers revelou ao intervalo, mais uma vez, a sua astúcia e inteligência a interpretar o jogo, retirando Coutinho e lançando Lucas Leiva. Com Lucas, o Liverpool conseguiu finalmente controlar as operações e, minutos depois de Andy Carroll ver a barra negar-lhe um cabeceamento, chegou então o 1-2 para o Liverpool, novamente de penalty. À primeira vista parecia que o guarda-redes Adrían tinha apenas retirado a bola a Flanagan, mas após repetição foi possível ver que o árbitro afinal não tinha compensado um erro com outro, uma vez que o guarda-redes espanhol também impediu a progressão de Flanagan. Num momento decisivo da época, nervos de aço para Steven Gerrard que desta vez bateu em força e colocado no canto inferior da baliza.
Com o resultado a seu favor o Liverpool passou a gerir o jogo, Suárez ainda continuou a semear o terror na defensiva hammer, voltando até a acertar na trave, numa trivela repleta de classe. Rodgers chegou a trocar Sturridge por Kolo Touré, em resposta à entrada de Carlton Cole, passando a jogar num 5-3-1-1 e o Liverpool esgotou os últimos minutos a confraternizar com a bandeirola de canto contrária.
Liderança recuperada, vantagem de 2 pontos relativamente ao Chelsea e mais 4 que o City, que ainda tem 2 jogos a menos. Por isto mesmo, o Liverpool-Manchester City do próximo Domingo tem tudo para ser um dos jogos do ano. Gerrard e Suárez querem esta Premier League provavelmente mais do que qualquer outro jogador e o sonho continua a comandar a vida do Liverpool em campo.
Hoje foi mais uma demonstração de determinação, sob condições bem adversas, com bons desempenhos de vários jogadores que Rodgers tem feito crescer este ano - Henderson, Sterling e Flanagan. Lucas foi essencial quando introduzido no jogo, Suárez combinou a sua imprevisibilidade e técnica com muito espírito de sacrifício e Gerrard não vacilou. Daniel Sturridge hoje esteve em dia não mas terá ainda vários jogos para ser decisivo, entre os quais os confrontos caseiros com Man City e Chelsea, curiosamente 2 ex-equipas suas.
Barba Por Fazer do Jogo: Steven Gerrard (Liverpool)
Outros Destaques: Demel, Noble; Flanagan, Lucas, Henderson, Sterling, Suárez