Real Madrid 1 - 0 Bayern Munique (Benzema 19')
Guardiola não conseguiu ser feliz em Madrid, como tantas vezes foi quando treinava o Barcelona, e o Real Madrid de Carlo Ancelotti levou a melhor na 1.ª mão da "super" meia-final da Champions. Ontem, também em Madrid, Atlético e Chelsea empataram a zeros, o que faz do golo de Karim Benzema o único golo marcado nos 2 jogos tão aguardados. Cristiano Ronaldo regressou da sua lesão, embora se tenha visto que ainda não está a 100%, Gareth Bale ficou "guardado" no banco e o Bayern teve uma esmagadora posse de bola pertencendo, no entanto, as melhores ocasiões de golo ao clube merengue, que busca a 10.ª Champions League.
Howard Webb apitou para o começo do jogo e desde cedo se percebeu o que teríamos: esmagadora posse de bola do Bayern e o Real sem bola num 4-4-2 (Ronaldo e Benzema mais soltos) com as linha defensiva e a de meio-campo muito próximas e em pressão constante para que mal se desse a recuperação de bola, o contra-ataque saísse em velocidade-cruzeiro. O Bayern teve as primeiras ocasiões, com Robben bastante interventivo, mas aos 19' o Real marcou. A equipa merengue recuperou uma bola no seu meio-campo, Ronaldo lançou a corrida de Fábio Coentrão com um passe milimétrico e o lateral português cruzou para Benzema, que só teve que encostar. Um contra-ataque perfeito. A especialidade da casa no Santiago Bernabéu. Os minutos seguintes continuaram a mostrar um Bayern com muita bola, mas sem conseguir fazer nada com ela, e foi inclusive o Real Madrid a ficar perto do golo. Primeiro foi Cristiano Ronaldo a desperdiçar um excelente passe de Benzema, rematando muito por cima; depois Di María imitou o português rematando para cima em plena grande área e com Benzema em melhor posição.
Na 2.ª parte, mais do mesmo. O Real conseguiu continuar a criar problemas nos espaços em que tinha a bola e Cristiano Ronaldo proporcionou a Neuer uma das defesas da noite num remate cruzado. O português, sem estar a 100%, ainda fez Neuer ceder canto depois de um remate fortíssimo e, do outro lado, a defesa do Real Madrid limpava qualquer tentativa de colocar a bola em Mandzukic. Coentrão e Carvajal mantinham-se a conseguir anular os alas Robben (caiu de produção na 2.ª parte) e Ribéry e o meio-campo merengue ia fechando todos os caminhos para a baliza de Casillas. Emergia, como de resto durante os 90 minutos, Luka Modric de longe como o melhor em campo. O médio croata recuperou bolas, temporizou, pressionou, colocou a bola à distância, desmarcou colegas, foi um gigante jogando por ele e por mais 2. Pepe (monstro no jogo aéreo) saiu lesionado, numa altura em que os treinadores mexeram nas suas equipas, entrando em campo Götze, Müller e Gareth Bale. O galês substituiu Ronaldo e conseguiu aterrorizar a defesa alemã com a sua velocidade impressionante. Götze, que entrara para o lugar de Ribéry, teve nos pés a melhor ocasião do Bayern - aos 84 minutos - mas Iker Casillas disse presente e negou o golo com uma boa intervenção. Nos minutos finais o Real conseguiu ter mais bola em alguns momentos, Bale continuou a tentar o 2-0, Di María (mais um grande jogo de um dos jogadores que mais evoluiu em 2013/ 14) acabou com a língua de fora e Xabi Alonso (hoje acima do seu nível habitual nos grandes jogos, nos últimos 2 anos) evitou o golo de Müller nos instantes finais com um grande corte. Nota para a boa arbitragem de Howard Webb, a deixar jogar, não se registando casos. Os jogadores também ajudaram.
O 1-0 de hoje é uma vantagem muito importante para o Real Madrid. Os merengues, com uma exibição perfeitamente demonstrativa da influência de Ancelotti nesta época, viajarão à Alemanha e com Ronaldo (daqui a 1 semana deverá estar melhor), Bale, Benzema, Di María e Modric, têm todas as condições para conseguir marcar fora. O Bayern teve muita bola mas, à excepção de Kroos e sobretudo Philipp Lahm, a equipa não esteve bem. Lahm, um jogador ao qual a História não fará justiça. No Real os laterais estiveram incríveis: Carvajal tem que ir ao Mundial e Coentrão jogou ao nível a que é expectável que se apresente no Brasil por Portugal. Pepe anulou Mandzukic por completo, Di María manteve o nível desta época embora vacilando na frente, Isco correu como nunca mas com bola não esteve bem e Benzema apareceu no sítio certo para marcar o único golo do jogo.
Luka Modric foi, ainda assim, o melhor em campo. Se não fosse ele, seria Fábio Coentrão. O croata esteve em todo o lado, fez tudo bem e conseguiu uma das melhores exibições da carreira, tendo em conta a dimensão do jogo. Xabi Alonso foi, como acima referido, uma agradável surpresa considerando que normalmente a sua menor capacidade física fica patente nestes grandes jogos. Não foi o caso.
Na próxima semana há mais Champions, e até poderemos ter no Estádio da Luz Mourinho a defrontar o Real Madrid. Aguardemos por 3.ª e 4.ª feira.
Barba Por Fazer do Jogo: Luka Modric (Real Madrid)
Outros Destaques: Casillas, Carvajal, Pepe, Fábio Coentrão, X. Alonso, Benzema; Neuer, Lahm, Kroos