Champions League - Jogaram-se hoje os primeiros 90 minutos de 4 dias de quartos-de-final que prometem e muito. Nos jogos de hoje, os "favoritos" Barcelona e Bayern não conseguiram vencer, terminando ambos os jogos com 1-1 no marcador. David Moyes conseguiu o resultado da época ao alcançar um empate frente a Guardiola, enquanto que na visita do Atlético à Catalunha, um grande golo de Diego tornou-se o momento desta noite milionária.
Barcelona 1 - 1 Atlético Madrid (Neymar 71'; Diego 56')
O confronto desta noite - e da eliminatória - pôs frente a
frente 1.º e 2.º classificados da liga espanhola. Se no sumário da eliminatória
se poderia colocar o Barcelona favorito numa distribuição percentual de 51/49,
era pelo menos esperado que o Barça vencesse o jogo da 1.ª mão em sua casa. Em
todo o caso, no lançamento do jogo poder-se-ia imaginar um jogo com poucos
golos - tal a qualidade defensiva e robustez do meio-campo do Atlético - e
Messi era o candidato maior a marcar golos uma vez que o Atlético foi até hoje
a sua "presa" preferida.
A 1.ª parte teve muito pouca
história com as 2 formações - que se conhecem de trás para a frente - a não
quererem arriscar muito e o meio-campo do Atlético (Tiago e Gabi gigantes) a
sugar o jogo. Os destaques, infelizmente, dos primeiros 45' acabaram por ser as
substituições forçadas. Piqué teve que sair logo aos 11 minutos após queda
aparatosa (Bartra, no entanto, esteve impecável) e Diego Costa deu lugar a
Diego depois de uma lesão muscular. O super-avançado do Atlético estava em
dúvida para esta noite e veremos qual será a extensão da lesão, que pode ter
influência na 2.ª mão, já daqui a 1 semana.
Nos segundos 45 as duas
equipas entraram com maior intensidade, mas o Atlético mantinha fechados os
caminhos para a sua baliza, obrigando o Barcelona a apostar - erradamente e em
desespero - num jogo mais directo em alguns momentos, com Messi a tentar
"pegar" no jogo atrás e Iniesta a espalhar magia como mais ninguém.
Foi portanto num período em que o Barcelona tinha ligeira supremacia que o
Atlético inaugurou o marcador. Diego (o médio ex-portista) rematou um míssil de
muito longe que só terminou no ângulo da baliza de Pinto. Um golo enorme, um
momento mágico impossível de evitar pela defesa blaugrana. Os últimos 30
minutos foram de uma velocidade e intensidade estonteantes! O Barcelona viu-se
obrigado a acelerar e começou a incomodar Courtois, com o guardião belga a
evitar com grandes defesas o golo de Busquets e Iniesta. E foi precisamente
Iniesta que descobriu a fórmula do 1-1. Com um passe de génio, o médio espanhol
(um dos jogadores que devia ter ganho uma Bola de Ouro nos últimos anos e que
agora já nunca a ganhará) colocou Neymar em excelente posição e o brasileiro
rematou de primeira, fazendo o empate. O final de jogo foi emotivo, com muitas
faltas (especialmente por parte do Atlético), Tiago numa perfeição posicional
constante e Messi teve nos seus pés o último grande momento do jogo: num livre
directo, o estádio cantou por ele, mas acabou por ser Courtois a negar um golo
que parecia destinado a acontecer.
Em Camp Nou, o 1-1 foi
justo. O Barcelona teve, como não poderia deixar de ser, uma posse de bola
exorbitante mas faltou criatividade junto à baliza de Courtois. Messi não
conseguiu aparecer (por mérito de Godín-Miranda) e ficou sempre a ideia de que
Martino devia ter começado o jogo com Alexis titular e Neymar no lado esquerdo.
O Atlético deu tudo, como sempre, tem na sua baliza o melhor guarda-redes jovem
do mundo (seguido de Ter Stegen, Oblak e De Gea) e com a exibição que Tiago rubricou hoje dá pena que já tenha
renunciado à Selecção. Diego conseguiu o melhor momento, e Iniesta acumulou
infindáveis pormenores de classe e técnica. Daqui a 1 semana há
Atlético-Barcelona, sendo que a presença ou não de Diego Costa poderá ter
grande impacto no desenrolar da eliminatória.
Barba Por Fazer do Jogo: Thibaut Courtois (Atlético Madrid)
Outros Destaques: Andrés Iniesta, Busquets, Neymar; Tiago, Gabi, Godín, Miranda, Diego
Manchester United 1 - 1 Bayern Munique (Vidic 58'; Schweinsteiger 67')
Em Old Trafford viveu-se mais uma mágica noite europeia. O
Manchester United de David Moyes, equipa qualitativamente anos-luz abaixo deste
Bayern de Guardiola, não só sobreviveu como esteve a ganhar e viajará para a
Alemanha com um 1-1 na 1.ª mão. Os jogadores do colosso inglês (que este ano
tem andado pelas ruas da amargura) fizeram um jogo à imagem do passado de Old
Trafford e na segunda mão não haverá Schweinsteiger e Javi Martínez do lado
bávaro.
Moyes não surpreendeu hoje
na escolha do seu onze inicial, enquanto que Guardiola deixou Götze no banco,
jogador que parecia talhado para este jogo. Com a lesão de Evra, Büttner teve
um frente a frente com Robben, mas o jogador holandês acabou por não conseguir
fazer golo nos vários lances que construiu.
O jogo começou com um Bayern
a querer resolver cedo, com Robben em todo o lado e a procurar o golo
insistentemente. De Gea segurou o United, e a equipa inglesa começou a crescer
devagarinho, ainda que sempre a sujeitar-se ao controlo do jogo e da bola por
parte dos alemães. Aos 38' Wayne Rooney (provavelmente o melhor em campo, tal a
forma como assumiu o United) lançou a corrida de Welbeck, o avançado
desenvencilhou-se do defesa e, apenas com Neuer pela frente, tentou um
desnecessário chapéu, negado pelo guarda-redes. Uma grande oportunidade
desperdiçada. Para os segundos 45 Moyes lançou Kagawa (uma substituição
inteligente, face ao terror que o japonês representava para o Bayern quando
jogava no Dortmund) e o Manchester United chegou ao golo aos 58 minutos. Wayne
Rooney cobrou exemplarmente um canto e Vidic, com um excelente movimento na
área, cabeceou para o delírio dos red
devils. A épica vantagem (épica pela esmagadora diferença entre as equipas
esta época, obviamente não pelo seu brilhante histórico comum) durou apenas
9 minutos, uma vez que aos 67' foi a vez do Bayern ditar o resultado final numa
excelente jogada colectiva. Robben transportou jogo, soltou para Rafinha, o
lateral cruzou, Mandzukic amorteceu e Schweinsteiger colocou a bola no ângulo.
O final da partida teve mais
emoção do que lances merecedores de destaque, sendo que Javi Martínez e
Schweinsteiger (o alemão viu o segundo amarelo ao derrubar Rooney na génese de
um contra-ataque) falharão a 2.ª mão em Munique.
O Bayern mantém-se como
grande favorito para seguir em frente, mas ao contrário do que muita gente
poderia achar o Manchester United conseguiu hoje resistir. Fellaini (sobretudo
ele) e Carrick foram essenciais, Vidic fez um bom jogo e, nos visitantes, Alaba
e Schweinsteiger estiveram bem, e faltou o golo de Robben (jogador que se
poderia imaginar à partida que seria o jogador-chave da eliminatória) nas
inúmeras ocasiões que criou. Wayne Rooney foi o principal destaque e mostrou
que em Old Trafford ainda mora uma equipa que merece respeito. Em Inglaterra e
na Europa.
Barba Por Fazer do Jogo: Wayne Rooney (Manchester United)
Outros Destaques: Vidic, Fellaini; Alaba, Robben, Schweinsteiger