Manchester United - Confirmaram-se hoje os rumores que ontem avançavam com a eminente rescisão de David Moyes com o clube de Old Trafford. A direcção do Manchester United colocou um ponto final no trabalho do treinador escocês, terminando um contrato que tinha sido assinado com vista a perdurar durante, pelo menos, 6 épocas (até 2019). Ryan Giggs, lenda viva do ainda campeão em título, que tinha sido este ano promovido a treinador adjunto - tarefa acumulada com a sua função de jogador - assumiu para já o comando dos red devils, ficando como treinador interino até nova decisão.
BPF - Não podemos dizer que David Moyes foi o Paulo Fonseca de terras de Sua Majestade porque isso seria um tremendo elogio para Fonseca, mas foram 2 casos com algumas semelhanças. Moyes, depois de longo período a servir o Everton, deu o salto mas não conseguiu corresponder às expectativas. O 1.º problema era evidente: suceder a Sir Alex Ferguson. David Moyes foi, no entanto, escolhido a conselho do seu mítico antecessor. Um treinador escocês, tal como Ferguson, e que se aproximava do perfil do inigualável "timoneiro", mostrando regularidade e capacidade no Everton entre 2002 e 2013.
BPF - Não podemos dizer que David Moyes foi o Paulo Fonseca de terras de Sua Majestade porque isso seria um tremendo elogio para Fonseca, mas foram 2 casos com algumas semelhanças. Moyes, depois de longo período a servir o Everton, deu o salto mas não conseguiu corresponder às expectativas. O 1.º problema era evidente: suceder a Sir Alex Ferguson. David Moyes foi, no entanto, escolhido a conselho do seu mítico antecessor. Um treinador escocês, tal como Ferguson, e que se aproximava do perfil do inigualável "timoneiro", mostrando regularidade e capacidade no Everton entre 2002 e 2013.
Se, por exemplo, no caso de André Villas-Boas, o despedimento foi um movimento pouco reflectido e do qual hoje Daniel Levy talvez se arrependa; no caso de David Moyes (e aí sim, há semelhanças com a forma como a Direcção portista actuou com Paulo Fonseca) a ligação durou tempo demais, prolongou-se algo que parecia inevitavelmente destinado ao fracasso. O timing podia ter sido outro, embora a época já não se salvasse certamente. Em defesa de David Moyes, apenas há uma "pequena" grande coisa. O actual plantel do Manchester United é um plantel fraco e desequilibrado e o próximo treinador terá obrigatoriamente que contar com vários reforços, operando uma revolução. O mal do colosso inglês foi ter um treinador que ganhava campeonatos por ser quem era, uma lenda capaz de levantar troféus com jogadores como Carrick, Fletcher ou antes disso O'Shea e Wes Brown.
Relativamente ao futuro técnico, há uma imediata questão a ter presente. O Manchester United viverá em 2014/ 2015 uma época decisiva, na qual precisará de mudar muita cosia mas tendo um grande tendão de aquiles: terá que atrair jogadores de grande qualidade sem ter uma competição europeia para disputar. O projecto terá que ser capaz de aliciar os melhores, retirando-os de palcos europeus. É evidente que a defesa do United - de longe o sector mais fraco - terá que ser reforçada. De Gea tem evoluído muito entre os postes mas nunca conta com um quarteto sólido à sua frente (Ferguson colocava qualquer conjunto de 4 jogadores e ganhava o jogo, com Moyes nunca foi assim). Num cenário ideal chegariam 4 novos defesas. No entanto, pode acontecer que o próximo técnico aposte em Phil Jones colocando ao seu lado um novo patrão da defesa, a lateral-direita urge reforço (Seamus "Goalman" Coleman?) e a lateral-esquerda ídem aspas caso Evra rume a outras paragens. Leighton Baines, Luke Shaw (também cobiçado pelo Liverpool) e Fábio Coentrão serão os 3 jogadores mais associados, embora acreditemos que a reputação de Ricardo Rodríguez (Wolfsburgo) dispare depois do Mundial 2014 ao serviço da selecção helvética. Tal como a defesa, também o meio-campo precisa de caras novas: há criatividade mas não há jogadores que dão títulos. Uma consistência e inteligência táctica que elementos como Kroos, Strootman ou Enzo Pérez conferem. William Carvalho assentaria que nem uma luva. No ataque existindo Rooney, Mata, Van Persie e Januzaj a coisa compõe-se mas ainda assim é provável que - visto que deverá haver "vassourada" no plantel - surjam rumores relativos a jogadores com o perfil de Adam Lallana ou Marco Reus.
Para já ficará Ryan Giggs a comandar os red devils mas veremos o que ditará o futuro. Poderá até acontecer que Giggs continue na próxima época, embora neste momento em Inglaterra o treinador mais falado seja o holandês Louis Van Gaal. O antigo mentor de José Mourinho falou recentemente que teria interesse em treinar na Premier League depois do Mundial no comando da Holanda. Na altura o Tottenham parecia o clube mais "ao jeito" de Van Gaal, mas o M. United seria claramente mais atractivo para um treinador que já mostrou ser competente em todo o lado. Outros nomes que circulam na imprensa são os de Jürgen Klopp e Diego Simeone (dois enormes treinadores, embora não pareçam ter vontade de largar os seus projectos actuais), Laurent Blanc (antigo central do United e actual treinador do PSG, que o clube francês deverá conseguir segurar), falando-se ainda de Carlo Ancelotti e, claro, do regresso do "D. Sebastião" Sir Alex Ferguson. No livro que lançou, Sir Alex revelou que Carlos Queiroz, dos seus adjuntos, era o único que ele entendia ser capaz para liderar o Manchester United, mas vamos fingir que ele não disse isso. Caso fique um fergie boy como está, para já, Ryan Giggs, Gary Neville poderia ser também uma opção interessante. Conhece o clube como ninguém e, nos últimos tempos enquanto comentador desportivo, tem mostrado ao mundo e aos adeptos ingleses que sabe interpretar um jogo de futebol como poucos. Uma muito agradável surpresa. A todos estes nomes podem-se acrescentar ainda os de Josep Guardiola (que já afastou a hipótese) e Antonio Conte, aos quais juntaríamos ainda 2 treinadores em destaque em Inglaterra - Roberto Martínez e Mauricio Pochettino - e porque não Jorge Jesus.. Martínez seria uma nova colheita do United em Goodison Park e Jorge Jesus só não ficará no Benfica caso possa abraçar um grande projecto internacional. E em Inglaterra o técnico encarnado tem boa fama (não a nível de classe, mas graças aos seus resultados e ao futebol do Benfica) podendo-se colocar na rota de Manchester United e Tottenham. Frank De Boer e Guus Hiddink seriam hipóteses mais remotas.
Uma coisa é certa: a Direcção do Manchester United não deverá arriscar na sua próxima escolha. Precisa de um treinador "resultadista" (alguém que consiga a regularidade de Ancelotti ou Capello), tendo provas dadas mas acrescentando a isto a capacidade de integrar uma reforma no clube e embarcando num projecto a médio-longo prazo.
Quem será o sucessor de David Moyes? |