Filme: There Will Be Blood
Actor: Daniel Day-Lewispor Miguel Pontares
Não teria a classe de 'There Will Be Blood' mas gosto de pensar que o filme de Paul Thomas Anderson podia ser intitulado de uma forma que se poderia confundir com um piropo trolha/ título de filme-com-nome-estranho-presente-numa-secção-restrita-do-clube-de-vídeo: Até achar petróleo. Mas o que me traz aqui é Daniel Plainview, o protagonista.
Plainview é um homem a tentar ter o seu Império, um vilão egoísta, guiado apenas pela sua ambição e pelos seus objectivos. O homem do petróleo é um homem sem coração, pleno de segundas intenções, capaz de usar o seu filho adoptivo H.W. para influenciar a percepção da comunidade sobre si (parecendo assim um "homem de família"), afastando o rapaz de si quando este fica surdo num acidente, por encará-lo como um fardo.
Daniel Plainview é a representação, em muita coisa, do pior que a Humanidade tem. Se por um lado é positiva a sua ambição, esta torna-se negativa ao ser desmedida e cumprida à custa de tudo e de todos. A personagem de Day-Lewis confessa no decorrer do filme odiar toda a gente à sua volta, desejando no seu íntimo que todos falhem. Menos ele próprio. Sem remorsos de qualquer espécie, Plainview tem a maioria dos seus grandes momentos quando partilha o ecrã com Eli Sunday (interpretado pelo jovem e sub-valorizado Paul Dano), quer na forma como o humilha num contexto lamacento, como na memorável cena final em que Plainview compara Eli ao seu gémeo Paul, antes de fazer uma analogia com um milkshake, acabando por matar Eli Sunday.
É difícil encontrar em tantos anos de Cinema alguém que represente tão bem uma fome cega de Poder como Daniel Plainview. Vários vilões são muitas vezes cartoonizados ou exagerados nos seus motivos, guiados por uma loucura inexplicável; Plainview é apenas humano. Ao longo de 'There Will Be Blood' fica claro que Plainview é incapaz de se ligar ou entregar a alguém, mantendo a lucidez somente enquanto aumenta o seu império petrolífero. Basta ver o desfecho que cultiva para si - total solidão, loucura e alcoolismo, declarando "I'm finished" quando cai o pano numa metáfora perfeita para o final da sua refeição.
Era difícil servirmos um Menu com 100 personagens e não constar nenhuma de Daniel Day-Lewis. O actor que em 5 nomeações (todas como actor principal) arrecadou 3 óscares é, segundo as histórias de Hollywood, um dos actores que nunca "sai" da personagem enquanto está a fazer um filme, com uma entrega e método dignos de poucos. Ou de mais nenhum.
Daniel Plainview é, podemos dizer, uma versão negra do Homem de Negócios do Principezinho de Saint-Exupéry. É, neste caso, um homem que se mantém são enquanto tiver algo ou alguém para abater. Para ele, não há meios que não justifiquem os fins.
Plainview é um homem a tentar ter o seu Império, um vilão egoísta, guiado apenas pela sua ambição e pelos seus objectivos. O homem do petróleo é um homem sem coração, pleno de segundas intenções, capaz de usar o seu filho adoptivo H.W. para influenciar a percepção da comunidade sobre si (parecendo assim um "homem de família"), afastando o rapaz de si quando este fica surdo num acidente, por encará-lo como um fardo.
Daniel Plainview é a representação, em muita coisa, do pior que a Humanidade tem. Se por um lado é positiva a sua ambição, esta torna-se negativa ao ser desmedida e cumprida à custa de tudo e de todos. A personagem de Day-Lewis confessa no decorrer do filme odiar toda a gente à sua volta, desejando no seu íntimo que todos falhem. Menos ele próprio. Sem remorsos de qualquer espécie, Plainview tem a maioria dos seus grandes momentos quando partilha o ecrã com Eli Sunday (interpretado pelo jovem e sub-valorizado Paul Dano), quer na forma como o humilha num contexto lamacento, como na memorável cena final em que Plainview compara Eli ao seu gémeo Paul, antes de fazer uma analogia com um milkshake, acabando por matar Eli Sunday.
É difícil encontrar em tantos anos de Cinema alguém que represente tão bem uma fome cega de Poder como Daniel Plainview. Vários vilões são muitas vezes cartoonizados ou exagerados nos seus motivos, guiados por uma loucura inexplicável; Plainview é apenas humano. Ao longo de 'There Will Be Blood' fica claro que Plainview é incapaz de se ligar ou entregar a alguém, mantendo a lucidez somente enquanto aumenta o seu império petrolífero. Basta ver o desfecho que cultiva para si - total solidão, loucura e alcoolismo, declarando "I'm finished" quando cai o pano numa metáfora perfeita para o final da sua refeição.
Era difícil servirmos um Menu com 100 personagens e não constar nenhuma de Daniel Day-Lewis. O actor que em 5 nomeações (todas como actor principal) arrecadou 3 óscares é, segundo as histórias de Hollywood, um dos actores que nunca "sai" da personagem enquanto está a fazer um filme, com uma entrega e método dignos de poucos. Ou de mais nenhum.
Daniel Plainview é, podemos dizer, uma versão negra do Homem de Negócios do Principezinho de Saint-Exupéry. É, neste caso, um homem que se mantém são enquanto tiver algo ou alguém para abater. Para ele, não há meios que não justifiquem os fins.
Nota Editorial: A compilação/ organização e ordem das personagens deste Top é responsabilidade de Miguel Pontares e Tiago Moreira. Os textos tiveram a colaboração de Daniel Machado, Lorena Wildering, Nuno Cunha, Sara Antunes Santos e Carolina Moreira.
Foram tidos em consideração filmes lançados até 20 de Novembro de 2014. Mais informamos que poderão existir spoilers relativos às personagens e/ ou aos filmes que elas integram, passíveis de constar na defesa e caracterização de cada uma das 100 personagens.