Em dia de jogo grande, aproveitamos para lançar o onze ideal para o Barba Por Fazer dos quartos-de-final. Não apreciamos a táctica alemã e belga por alinharem com 4 centrais na defesa, mas a verdade é que - desta vez - temos de dar o braço a torcer. Isto porque foi uma jornada em cheio para os centrais das várias selecções ainda presentes na prova. Uma ronda que voltou a pecar nos finalizadores, mas que voltou a somar pontos com o sector do meio campo. Ora sigam as nossas escolhas:
Após o França-Alemanha a baliza estava praticamente entregue a Manuel Neuer. Contudo, Keylor Navas voltou a colocar o alemão de fora do 11 ideal. O costa-riquenho defendeu tudo - mais uma vez - e levou também uma vez mais uma selecção ao prolongamento. Apesar de Krul ter levado a melhor nas grandes penalidades, despede-se do Mundial com um jogo à imagem do que foi a sua prestação no Mundial - com larga vantagem, o melhor guarda-redes do Mundial 2014. Quantidade absurda de intervenções de elevado grau de dificuldade (mais do que qualquer outro guardião), sempre sem vacilar em momentos-chave e o guarda-redes que esteve a um nível mais alto em mais jogos resultando assim numa regularidade de alto nível.
Como referimos anteriormente, decidimos formar o quarteto defensivo do nosso 11 com 4 centrais de raiz. David Luiz foi um dos destaques da jornada dentro e fora de campo. Exemplar mais uma vez na defesa, a contagiar os colegas com a sua intensidade e determinação. E depois... Bem... Depois houve talvez o melhor golo da carreira da sua carreira. Com o Mundial a caminhar para o fim e com outros excelentes centrais eliminados, tem boas condições para figurar no nosso 11 do Mundial 2014. Para já, nesta ronda, foi o melhor central na "ronda dos centrais". Por tudo o que fez em campo e por merecer o respeito do mundo inteiro com o seu gesto perante James Rodríguez. Mats Hummels é outro forte candidato a também estar no derradeiro onze. Bate-se bem com o David na perfeição das exibições ao longo da prova. Esteve em todo o lado, tapou todos os caminhos, secou quem lhe apareceu pela frente e marcou um grande golo de cabeça. Defensivamente, foi o melhor central dos quartos. Thiago Silva inaugurou o marcador frente à Colômbia e fez um bom jogo defensivamente. O melhor jogo do brasileiro neste Mundial, embora já tivesse subido os índices frente ao Chile. De qualquer forma, para além de ter sido parvo ao “ganhar” um amarelo, ficou ligeiramente na sombra do David. Já Ezequiel Garay basicamente deixou o mundo do futebol perceber que foi o melhor negócio deste defeso. Uma exibição finalmente ao nível das que teve pelo Benfica esta temporada, valendo praticamente ele sozinho para limpar todas as investidas da Bélgica. Ganhou bolas de cabeça, antecipou-se e não perdeu nenhum 1 para 1. Irrepreensível. Não marcou, como o Thiago Silva, mas foi superior no cômputo geral.
Chegando ao centro do terreno, temos que referir que o Mundial perdeu o melhor jogador em prova até aos quartos, inclusive. O Mundo ganhou o respeito por James Rodríguez, que ainda pode ser o melhor marcador. Não esteve tão exuberante como contra o Uruguai, mas por mérito da pressão e intensidade do meio-campo brasileiro. De qualquer forma, não só sai do Brasil como o jogador mais promissor do Mundo como voltou a mostrar que na Hora H não tem medo. Pede a bola, assume a equipa e tem a coragem de arriscar e querer mais. Toni Kroos foi o melhor elemento do meio-campo alemão contra a França. A mostrar enorme inteligência e a fazer tudo bem. Praticamente não errou um passe, soube quando tinha de temporizar e juntou a tudo isto as bolas paradas. Hummels agradeceu. Wesley Sneijder está a aparecer quando a Holanda mais precisa. Contra a Costa Rica foi o jogador que esteve mais perto de marcar a Keylor Navas. Rematou um livre directo ao poste e quase fez um golaço no fim do prolongamento tendo acertado na barra. É jogador talhado para Mundiais. Ninguém tem dúvidas. Fernandinho e Mascherano - tendo uma importância completamente diferente - do ponto de vista de recuperação, pressão e equilíbrio foram também grandes destaques esta ronda. Fernandinho merecia ter visto cartão, mas esteve omnipresente a asfixiar a Colômbia. O colega Paulinho apareceu finalmente num nível decente, mas foi Fernandinho que se transcendeu mais. Javier Mascherano tem sido um dos 5 melhores jogadores argentinos. Funcionou melhor com Biglia do que tem sido com Gago e - embora não seja normalmente muito valorizado - está a jogar ao nível dos tempos do Liverpool.
Na frente está Gonzalo Higuaín como única referência de ataque. Foi o melhor avançado da ronda. Marcou o golo decisivo contra a Bélgica - onde teve instinto matador ao estar na hora certa, no momento certo - e para além disso, ainda criou mais 2 oportunidades de perigo. Uma das quais podia emoldurar se entrasse, não pelo remate em si, mas pelo túnel que fez a Kompany.