Argumento: Steven Knight
Elenco: Tom Hardy, Olivia Colman, Ruth Wilson, Andrew Scott
Classificação IMDb: 7.1 | Metascore: 81 | RottenTomatoes: 91%
Classificação IMDb: 7.1 | Metascore: 81 | RottenTomatoes: 91%
Classificação Barba Por Fazer: 75
Estreou há sensivelmente um mês nas salas de cinema portuguesas o mais recente filme de Tom Hardy, 'Locke'. Como aviso prévio talvez faça sentido referir que Locke não é filme de cinema, de grande ecrã; é preferível vê-lo em casa, de forma mais intimista, a deixar o filme crescer, com a sala às escuras. E com isto não pretendo rebaixar Locke. Há certas molduras que de facto fazem mais sentido para determinada fotografia - o talento musical infinito de Noiserv, por exemplo, merece ser apreciado numa sala mais pequena do que num festival. Mas isto é só um pormenor.
'Locke' é um filme sem igual, garantidamente, em que durante 1 hora e 25 minutos acompanhamos Ivan Locke (Tom Hardy) numa viagem de carro. Locke é um pai de família, com a sua mulher e 2 filhos, um empreiteiro de sucesso no ramo da construção civil. Sem desvendar demais a nível de sinopse, apraz dizer que Ivan Locke recebe - no início do filme - uma chamada de uma mulher, chamada essa que virará a sua vida do avesso durante a hora e meia seguinte, decorrida a viajar nas imediações de Londres. Uma viragem quer do ponto de vista pessoal, quer profissional.
Não podemos dizer que estamos perante um filme incrível ou perante um clássico. É sem dúvida alguma um filme inovador pela forma como foi realizado e escrito (tudo obra de Steven Knight), combinando também boa fotografia e sendo de certa forma "carregado" pela interpretação de Tom Hardy. O actor britânico já teve melhores papéis que este mas ainda assim mostra-nos desta vez uma personagem complexa: assumiu sotaque galês, revela problemas por resolver com o seu pai nos seus monólogos e devaneios e tenta manter uma postura ponderada e calma quando o desenrolar dos acontecimentos, relativamente aos quais ele caminha em sentido inverso, vai fazendo com que tudo saia do seu controlo. É um filme apenas com Tom Hardy no ecrã, ao longo do qual os diálogos se vão sucedendo através de chamadas telefónicas - Olivia Colman e Ruth Wilson dão voz às 2 mulheres que interessam naquela noite a Ivan Locke, enquanto que o seu colega de trabalho Donal é o actor Andrew Scott, o impressionante Jim Moriarty na série 'Sherlock'.
É um bom thriller, mantém o suspense e o argumento funciona bem de forma galopante, quase enervante; mas certamente não agradará a alguns espectadores, sobretudo os menos pacientes. Relativamente a Tom Hardy, um dos actores da sua geração cujo trabalho mais valorizamos aqui no BPF, poderemos vê-lo em breve como Mad Max, a interpretar 2 gémeos em 'Legend', esperando-se sobretudo bastante de 'The Revenant', de Alejandro González Iñarritu, que juntará Tom Hardy a... Leonardo DiCaprio.
Estreou há sensivelmente um mês nas salas de cinema portuguesas o mais recente filme de Tom Hardy, 'Locke'. Como aviso prévio talvez faça sentido referir que Locke não é filme de cinema, de grande ecrã; é preferível vê-lo em casa, de forma mais intimista, a deixar o filme crescer, com a sala às escuras. E com isto não pretendo rebaixar Locke. Há certas molduras que de facto fazem mais sentido para determinada fotografia - o talento musical infinito de Noiserv, por exemplo, merece ser apreciado numa sala mais pequena do que num festival. Mas isto é só um pormenor.
'Locke' é um filme sem igual, garantidamente, em que durante 1 hora e 25 minutos acompanhamos Ivan Locke (Tom Hardy) numa viagem de carro. Locke é um pai de família, com a sua mulher e 2 filhos, um empreiteiro de sucesso no ramo da construção civil. Sem desvendar demais a nível de sinopse, apraz dizer que Ivan Locke recebe - no início do filme - uma chamada de uma mulher, chamada essa que virará a sua vida do avesso durante a hora e meia seguinte, decorrida a viajar nas imediações de Londres. Uma viragem quer do ponto de vista pessoal, quer profissional.
Não podemos dizer que estamos perante um filme incrível ou perante um clássico. É sem dúvida alguma um filme inovador pela forma como foi realizado e escrito (tudo obra de Steven Knight), combinando também boa fotografia e sendo de certa forma "carregado" pela interpretação de Tom Hardy. O actor britânico já teve melhores papéis que este mas ainda assim mostra-nos desta vez uma personagem complexa: assumiu sotaque galês, revela problemas por resolver com o seu pai nos seus monólogos e devaneios e tenta manter uma postura ponderada e calma quando o desenrolar dos acontecimentos, relativamente aos quais ele caminha em sentido inverso, vai fazendo com que tudo saia do seu controlo. É um filme apenas com Tom Hardy no ecrã, ao longo do qual os diálogos se vão sucedendo através de chamadas telefónicas - Olivia Colman e Ruth Wilson dão voz às 2 mulheres que interessam naquela noite a Ivan Locke, enquanto que o seu colega de trabalho Donal é o actor Andrew Scott, o impressionante Jim Moriarty na série 'Sherlock'.
É um bom thriller, mantém o suspense e o argumento funciona bem de forma galopante, quase enervante; mas certamente não agradará a alguns espectadores, sobretudo os menos pacientes. Relativamente a Tom Hardy, um dos actores da sua geração cujo trabalho mais valorizamos aqui no BPF, poderemos vê-lo em breve como Mad Max, a interpretar 2 gémeos em 'Legend', esperando-se sobretudo bastante de 'The Revenant', de Alejandro González Iñarritu, que juntará Tom Hardy a... Leonardo DiCaprio.