Argumento: Dan Hageman, Kevin Hageman, Phil Lord, Christopher Miller
Elenco: Chris Pratt, Elizabeth Banks, Morgan Freeman, Will Ferell, Will Arnett, Alison Brie, Jonah Hill, Liam Neeson
Classificação IMDb: 7.8 | Metascore: 83 | RottenTomatoes: 96%
Classificação Barba Por Fazer: 75
Vou ser sincero. Quando vi o filme dos Legos tão bem
aceite e criticado pela generalidade das audiências pensei 2 coisas: ou
soltaram os fanáticos por Lego e eles desataram a votar e a apreciar
positivamente o filme; ou então os 5 milhões de dinamarqueses tomaram o IMDb como refém,
pé ante pé, e originaram o hype (candidata
a palavra da moda?) dos pequenos bonecos amarelos no grande ecrã. Uma coisa é
certa, confesso que - ainda para mais tendo em conta que já tinha visto o
trailer e não tinha propriamente perdido a cabeça de curiosidade - fiquei com
alguma vontade de perceber se havia ou não razões para gostar da aventura no
cinema de uns dos mais marcantes e bem sucedidos brinquedos de todos os tempos.
E para todas as idades.
Reparem, a sinopse resumidamente é a seguinte. Emmet
(Chris Pratt) é um lego vulgar, um construtor rotinado para seguir as regras e
nada criativo. Certo dia, e graças a uma profecia do velho e sábio Vitruvius
(Morgan Freeman), Emmet percebe que o seu destino é ser o "construtor
mestre" e que só ele poderá salvar o universo Lego dos terríveis planos do
Sr. Negócios (Will Ferell). Percebem agora porque é que eu fiquei de pé atrás?
Após ver o filme, e sem querer desvendar demasiado, porque
ser spoiler neste
filme faz com que o espectador não o veja da mesma forma, ou pelo menos não seja envolvido e impactado na mesma medida, posso dizer que
estamos perante o único filme de animação que nos últimos anos se conseguiu
aproximar da mística de Toy Story. 'The Lego Movie' recupera a magia do acto de
brincar, a criatividade de criar e acima de tudo projecta a oposição entre a
mente fértil e sem limites de uma criança, capaz de "fugir" às regras
de construção dos legos e inovar, e a postura de um fã de Lego mais velho, para
o qual os Legos se tornam construções sagradas, imaculadas, uma cidade para ser
contemplada, absorvida unicamente pelo olhar, criada para estar quieta.
'The Lego Movie' vale pelo seu fim. E terá sequela. Vale a
pena resistir àqueles primeiros instantes em que nos perguntamos "mas
porque raio é que eu estou a ver estes legos a falar e a fazerem coisas tão
estúpidas?!", porque no fim tudo faz sentido. E tudo com algumas vozes
inconfundíveis, como Morgan Freeman a personificar um velho sábio, Will Arnett
a dar voz a Batman (um dos sucessos do mundo Lego) e também alguns nomes como
Liam Neeson ou Jonah Hill.
Construir e criar implica também destruir, inovar, mudar. Desarrumar para fazer melhor ou pior, fazer diferente. 'The Lego Movie' ensina-nos isso e muito mais. É sobre o destino do universo
Lego, sobre pais e filhos. Há legos para todas as idades e, por isso mesmo,
estamos perante um filme também para todas as idades. Um bom argumento -
mistura de comédia, acção, aventura e saudosismo - de Phil Lord e Christopher
Miller, e muito obrigado a Ole Kirk Christiansen por em 1932 ter ajudado a
potenciar a imaginação de qualquer um de nós. Peça a peça, pessoa a pessoa.