E na sétima edição da Taça da Liga, o Benfica amealhou a sua 5.ª conquista no histórico da competição. Frente ao Rio Ave, num ensaio para a Taça de Portugal (a 18 de Maio, no Jamor) as águias revelaram-se superiores e mantiveram total concentração, pensando apenas no jogo do momento.
Jorge Jesus lançou aquele que será provavelmente o melhor 11 do Benfica neste momento; Nuno Espírito Santo optou por Ventura para a baliza e Ruben Ribeiro como elemento mais ofensivo do meio-campo vila-condense, relegando para o banco o guardião Ederson e tanto Diego Lopes como Braga, opções para a vaga a meio-campo. O começo do jogo foi personalizado, corajoso e desprendido por parte do Rio Ave. A equipa verde e branca partiu para cima do Benfica e conseguiu criar perigo em vários momentos. Pedro Santos, muito activo e ágil no flanco nos instantes iniciais, foi o 1.º a ter o golo nos pés mas viu Oblak brilhar, defendendo para canto. Os primeiros 15 minutos pode-se dizer mesmo que pertenceram quase integralmente ao Rio Ave. O Benfica demorou a assentar o seu futebol em Leiria, e embora Luisão tenha dado o primeiro aviso (defendido por Ventura), Ruben Ribeiro manteve a toada - embora sem critério na hora H - e, aos 21 minutos, valeu um brilhante corte de Garay a evitar que um bom cruzamento de trivela de Ukra chegasse ao egípcio Hassan. Pé ante pé o Benfica começou a subir as suas linhas, a assumir a bola, Markovic e Rodrigo foram aparecendo a espaços com desequilíbrios determinantes, mas as águias mantinham-se a falhar alguns passes simples. A 1.ª parte estava a caminhar para o fim quando o Benfica desenhou a melhor jogada até então: Siqueira fez a diferença, aventurou-se até à grande área do adversário e quando podia rematar, ofereceu o golo a um colega, mas Ventura deu canto. E foi precisamente nesse canto que surgiu o golo inaugural. Marcava o relógio do estádio o minuto 41 quando Gaitán cobrou bem o canto do lado esquerdo, Ruben Amorim penteou a bola e Rodrigo, com toda a calma deste mundo e do outro, rematou para o 1-0. A festa tomou conta do estádio, com as águias mais perto de celebrarem a conquista da 2.ª competição da época, e a 1.ª de 3 finais.
Na segunda parte o Rio Ave surgiu muito mais apagado e o Benfica assumiu por completo o jogo. Sempre em total equilíbrio (absolutamente incrível tudo o que Enzo faz em campo e como se move, e Amorim foi sempre um bom complemento) e com muita confiança, os encarnados mantiveram-se coesos em busca do 2-0. Ventura foi dando sistematicamente boa resposta, negando o golo primeiro a Lima e depois a Gaitán, bem posicionado, e após uma excelente jogada do ataque benfiquista.
O golo que tranquilizou os adeptos - que ainda há pouco tempo festejaram o 33.º título de campeão nacional - chegou momentos depois, numa altura em que Salvio já tinha entrado para o lugar de Gaitán, e Nuno tinha também já mexido no esquema da sua equipa. Luisão saiu da sua zona de conforto e foi lutando pela bola e transportando jogo no meio-campo adversário, até ser derrubado. Enzo Pérez pôs a bola a pingar na área, Ventura teve péssima abordagem (não merecia borrar a pintura, depois de várias boas intervenções) e Luisão cabeceou para o golo que arrumou com a final. Nos minutos finais o Rio Ave ainda tentou um pressing ligeiramente maior, embora sem grande fé nas suas capacidades e longe do nível apresentado no arranque do jogo. Em todo o caso, a excelente organização e a imaculada defesa do Benfica deram sempre boa resposta. Aos 93' Hugo Miguel apitou e o Benfica celebrou o seu 2.º troféu da temporada, numa Taça da Liga onde não sofreu um único golo durante os 5 jogos que disputou, e que ficará inevitavelmente marcada pelo espectacular 0-0 no Dragão, com o Benfica reduzido a 10 durante largos minutos, e uns penalties impróprios para cardíacos, mas próprios para Oblak. Destaque para o facto de ter sido Sílvio a levantar o troféu. Um momento bonito, depois de um final em que Benfica e Rio Ave se respeitaram e dignificaram o desporto-rei.
Nuno poderá ficar orgulhoso da 1.ª parte da sua equipa. O Rio Ave encarou o jogo com boa atitude após o apito inicial e com um futebol positivo. No seu melhor período, Ukra e Pedro Santos - nas alas - estiveram em bom plano e Filipe Augusto deixou alguns bons pormenores ao longo da partida. Ventura manteve o Rio Ave no jogo, mas falhou redondamente numa saída que não podia ter tido. O Benfica foi justo vencedor, teve mais uma vez Oblak a fazer 2/3 defesas complicadas mas nas quais não tremeu (e, por consequência, deixou a equipa serena). Foi de resto um jogo especial para o jovem esloveno, que jogou em Leiria e jogou no Rio Ave, emprestado pelo Benfica nos dois casos. Maxi Pereira e Siqueira estiveram bem a partir do momento em que o Rio "secou". Maxi incansável na sua luta por cada bola, Siqueira a desequilibrar com as suas incursões e a profundidade que dá; Rodrigo foi uma das figuras, inaugurou o marcador, deu um golo cantado a Lima e desmontou o esquema do adversário nos vários momentos em que rodou com a bola em posse e encarou o jogo de frente, com velocidade; Enzo Pérez foi dono e senhor do meio-campo encarnado e Luisão pode ser considerado o homem do jogo. Seria sempre entre ele, Rodrigo e Enzo. Temos todos os jogos que renovar o leque de elogios ao capitão do Benfica, que parecem esgotar-se tal a qualidade de cada exibição e da sua época. Hoje foi, mais uma vez, um porto seguro ao lado de Garay, levou a equipa para a frente e marcou o golo que colocou um ponto final na discussão.
O Benfica jogará agora dia 10 com o Porto e depois tem 2 finais de grande importância: dia 14 de Maio há jogo com o Sevilha em Turim, e dia 18 de Maio um 2.º round com o Rio Ave.
Barba Por Fazer do Jogo: Luisão (Benfica)
Outros Destaques: Oblak, Maxi Pereira, Enzo Pérez, Rodrigo; Ventura, Filipe Augusto, Ukra, Pedro Santos