Sporting 0 - 0 Porto
O último Clássico do ano terminou como começou: sem golos. Sporting e
Porto, depois de uma pausa sem jogos, encontraram-se em Alvalade e a haver um
vencedor esse seria a equipa da casa. Leonardo Jardim e Paulo Fonseca
aproveitaram o facto de ser um jogo para a Taça da Liga para gerirem plantel.
Ambos colocaram os guardiões suplentes - Marcelo Boeck e Fabiano - e ambos
deram oportunidade aos avançados argelinos de recurso - Slimani e Ghilas.
Fonseca deixou ainda Lucho no banco, colocando Carlos Eduardo com Herrera e
Fernando lado a lado atrás de si, enquanto que no Sporting foi a vez de Eric
Dier fazer dupla na defesa com Rojo.
O jogo iniciou-se com duas equipas nervosas, muito
preocupadas com o adversário mas estranhamente a concederem um enorme espaço a
meio-campo. O 1.º aviso do jogo foi deixado por Ghilas. Alex Sandro fez um
excelente passe em profundidade e o avançado argelino, explorando o espaço
entre os centrais, falhou na cara de Boeck. A 1.ª parte manteve, no entanto, um
Sporting superior com Slimani a trabalhar bem com o colectivo e Adrien a
mostrar a Paulo Bento e ao mundo do futebol tudo aquilo que ele é neste
momento: qualidade na recepção, na protecção de bola, força e atitude na luta
de cada bola e ainda enorme capacidade de decisão e timing a nível de passe.
Numa transição coube precisamente a Adrien o último passe, para Wilson Eduardo.
O extremo português encontrou Fabiano no seu caminho, naquele que foi o último
lance de destaque no primeiro tempo.
Nos segundos 45, Paulo Fonseca - vendo o seu Porto a jogar
tão pouco futebol, bem longe do nível apresentado frente ao Olhanense - trocou
Herrera (mau jogo) por Lucho, e poucos minutos depois da substituição foi
Fernando a ficar relativamente perto do golo na sequência de um canto. Sucederam-se
então as substituições com Montero, Carrillo e Defour a serem lançados para o
jogo, tendo o peruano tido impacto imediato. Um jogador como Carrillo tem
obrigatoriamente que jogar estes jogos e a melhor dupla de extremos do Sporting
é Carrillo-W.Eduardo. Aos 75 minutos começou então a aumentar a qualidade da
exibição de Fabiano. Carrillo brilhou num lance individual pelo flanco
esquerdo, Fabiano negou-lhe o golo, negou o golo depois a Montero e por fim a
Cédric num remate de ressaca. Jardim gastou a sua última substituição colocando
em campo Vítor e o médio ex-pacense voltou a ver Fabiano a tirar-lhe o golo
depois de um grande passe de Carrillo. Olegário Benquerença (que arbitrou bem,
quem diria...) ainda expulsou Carlos Eduardo, ao mostrar-lhe o 2.º cartão
amarelo e até ao final o 0-0 manteve-se. Ficou tudo igual no Grupo B uma vez
que Marítimo e Penafiel também empataram a zeros.
Muito pouco Porto e algum Sporting, foi isto que se viu em
Alvalade. Nenhuma equipa encheu as medidas mas a haver um vencedor seriam
claramente os leões. Não fosse Fabiano (o grande destaque do Porto, onde só
também Fernando teve exibição positiva) e os adeptos da casa teriam festejado. Fabiano Freitas, embora com um jogo de pés muito inferior ao de Hélton (convenhamos, quase todos os GR perdem para Hélton a esse nível) poderá de facto ser um excelente sucessor do incontornável guarda-redes portista.
No Sporting, Adrien
foi a principal figura e o melhor em campo - distinção que disputaria com
Fabiano, claro. O médio do Sporting encheu o campo, elevou o seu nível numa
noite em que o William e André Martins não estiveram tão bem como noutras vezes
e foi rei e senhor das bolas divididas e dos lances bem decididos. Cédric
esteve também a bom nível no corredor direito e Carrillo saltou do banco da
melhor maneira. Curioso como, embora na teoria o Porto tenha a dupla de
laterais (Danilo e Alex Sandro) mais forte, hoje nitidamente Jefferson e Cédric
estiveram anos-luz melhor.
Outros Destaques: Cédric, Eric Dier, Carrillo; Fabiano, Fernando
Resumo: