Balanço Final - Liga NOS 18/ 19
A análise detalhada ao campeonato em que houve um antes e um depois de Bruno Lage. Em 2018/ 2019 houve Reconquista.
Prémios BPF Liga NOS 2018/ 19
Portugal viu um médio carregar sozinho o Sporting, assistiu ao nascer de um prodígio, ao renascer de um suiço, sagrando-se campeão quem teve um maestro e um velocista.
Balanço Final - Premier League 18/ 19
Na melhor Liga do mundo, foram 98 contra 97 pontos. Entre citizens e reds, entre Bernardo Silva e van Dijk, ninguém merecia perder.
Os Filmes mais Aguardados de 2019
Em 2019, Scorsese reúne a velha guarda toda, Brad Pitt será duplo de Leonardo DiCaprio, Greta Gerwig comanda um elenco feminino de luxo, Waititi será Hitler, e Joaquin Phoenix enlouquecerá debaixo da maquilhagem já usada por Nicholson ou Ledger.
21 Novas Séries a Não Perder em 2019
Renasce The Twilight Zone, Ryan Murphy muda-se para a Netflix, o Disney+ arranca com uma série Star Wars e há ainda projectos de topo na HBO e no FX.
31 de maio de 2015
Benfica 2015/ 16: Manter Jesus, Viver sem Gaitán e ser Made in Seixal
30 de maio de 2015
100 Melhores Personagens de Filmes - Nº 31
por Tiago Moreira
O filme foi escrito por Matt Damon e Ben Affleck que também integram o filme como actores. Um filme que deu o Óscar a ambos por melhor argumento original, como também deu o Óscar a Robin Williams como melhor actor secundário. E conta a história de Will Hunting - um jovem que tem uma grande capacidade para aprender e com especiais enormes qualidades para a matemática. Contudo, é um miúdo rebelde e completamente perdido no mundo. E é aí que entra o psicólogo Dr. Sean Maguire. Ao conhecer Will, Maguire reviu-se um pouco no rapaz que estava à sua frente - um jovem com grande potencial, mas perdido no mundo e a deixar morrer esse mesmo presente que a vida lhe deu. Não querendo que Will desperdiçasse o dom que tinha, a nossa personagem mostrou-se insistente e paciente perante alguém que parecia impenetrável. Até ao momento de um dos melhores e mais marcantes discursos de sempre:
«So if I asked you about art, you'd probably give me the skinny on every art book ever written. Michelangelo, you know a lot about him. Life's work, political aspirations, him and the pope, sexual orientations, the whole works, right? But I'll bet you can't tell me what it smells like in the Sistine Chapel. You've never actually stood there and looked up at that beautiful ceiling; seen that. If I ask you about women, you'd probably give me a syllabus about your personal favorites. You may have even been laid a few times. But you can't tell me what it feels like to wake up next to a woman and feel truly happy. You're a tough kid. And I'd ask you about war, you'd probably throw Shakespeare at me, right, "once more unto the breach dear friends." But you've never been near one. You've never held your best friend's head in your lap, watch him gasp his last breath looking to you for help. I'd ask you about love, you'd probably quote me a sonnet. But you've never looked at a woman and been totally vulnerable. Known someone that could level you with her eyes, feeling like God put an angel on earth just for you. Who could rescue you from the depths of hell. And you wouldn't know what it's like to be her angel, to have that love for her, be there forever, through anything, through cancer. And you wouldn't know about sleeping sitting up in the hospital room for two months, holding her hand, because the doctors could see in your eyes, that the terms "visiting hours" don't apply to you. You don't know about real loss, 'cause it only occurs when you've loved something more than you love yourself. And I doubt you've ever dared to love anybody that much. And look at you... I don't see an intelligent, confident man... I see a cocky, scared shitless kid. But you're a genius Will. No one denies that. No one could possibly understand the depths of you. But you presume to know everything about me because you saw a painting of mine, and you ripped my fucking life apart. You're an orphan right? You think I know the first thing about how hard your life has been, how you feel, who you are, because I read Oliver Twist? Does that encapsulate you? Personally... I don't give a shit about all that, because you know what, I can't learn anything from you, I can't read in some fuckin' book. Unless you want to talk about you, who you are. Then I'm fascinated. I'm in. But you don't want to do that do you sport? You're terrified of what you might say. Your move, chief.»
Sporting 2015/ 16: Vender, Rentabilizar e Potenciar
Sempre que uma época termina, é normal falar-se numa saída de Rui Patrício. Contudo, até à data não se falou em nenhuma possibilidade do nº 1 de Alvalade rumar a outros campeonatos e o mais provável é que continue no clube que o formou. E é um pouco como os restantes dois jogadores desta posição. Com Boeck a servir de alternativa a Patrício e com o jovem Luís Ribeiro a continuar a treinar com a equipa principal. Não é de todo uma posição que necessita de ser reforçada, mas sim mantida.
Acreditando nós que este é o Verão no qual William Carvalho deixa o futebol português, a incrível temporada de Danilo Pereira ao serviço do Marítimo terá sido mais do que suficiente para o colocar como um sucessor legítimo do pêndulo do meio-campo leonino. Wallyson demonstrou no Sporting B que merece ser opção, e de 2014/ 15 é importante que transitem Adrien Silva e sobretudo João Mário. Por fim, parecem já ter sido dados os primeiros passos entre Labyad e o Sporting para que o marroquino faça parte do plantel, e da nossa parte achamos que o miúdo Filipe Chaby (emprestado ao União da Madeira) tem talento para crescer apoiado pelo clube onde está desde 2006. Matheus Pereira precisa da chamada à equipa A como estímulo e, embora não o coloquemos, acreditamos que o escocês Gauld poderá ser aposta - forçada pelo presidente - na época vindoura, mas pelo pouco que fez no Sporting B não justificava o salto.
Nesta nova época não haverá Nani e provavelmente não haverá Carlos Mané, cuja preponderância poderia ser finalmente significativa. Carrillo surge assim como uma das grandes figuras deste Sporting 15/ 16, e tudo leva a crer que os leões tentarão atrair um jogador reputado e com técnica mas que esteja numa curva descendente na sua carreira. Neste cenário, acreditamos que seja possível o Sporting garantir o costa-riquenho Bryan Ruiz. Resta saber se Alvalade receberá o jogador que contribuiu para o bom Mundial 2014 da sua Selecção ou o jogador que tem ficado aquém daquilo que pode dar em vários clubes. Depois, é mais ou menos lógico que um clube que tantos extremos já deu ao futebol continue a apostar na Academia, aproveitando os frutos das últimas gerações com qualidade regular e abundante. Matheus Pereira precisa da chamada à equipa A como estímulo, e os miúdos Iuri Medeiros e Gelson Martins devem também contar. Sobretudo Iuri, que se destacou no período em que esteve emprestado ao Arouca. Capaz de contar para extremo-esquerdo e para a frente de ataque sugeríamos a contratação de Rotariu, romeno de 19 anos que por várias vezes foi associado ao Sporting.
Uma vez que o argelino Slimani é um jogador com algum mercado, mais valorizado no pós-Mundial 2014, acreditamos que será transferido. A continuidade de Fredy Montero é importante, mas os leões precisam de ir ao mercado para encontrar um avançado que se enquadre no modelo de jogo, finalizando com qualidade e tendo números. Nesse sentido, a nossa aposta seria o esloveno Robert Berić, 2.º melhor marcador da Liga Austríaca - atrás de Jonathan Soriano - com 24 golos apontados ao serviço do Rapid Viena. As características de Berić vão ao encontro do que a posição pede, e a fechar o lote de avançados está Diego Rubio. O chileno marcou golos pela equipa B e adequa-se enquanto 3.ª opção.
A nossa leitura é a de que Marco Silva não continuará, surgindo Paulo Fonseca (não pode trazer Seri consigo, mas pode arriscar em Diogo Jota) como um possível substituto. Bruno de Carvalho deve aprender em que áreas e momentos do clube se deve ou não intrometer, e um treinador como Paulo Fonseca beneficiaria com o grau de exigências e expectativas do clube verde-e-branco. O mote "vender, rentabilizar e potenciar" deve ser a premissa seguida, e do ponto de vista táctico o Sporting deve ser mais ambicioso na Liga NOS, jogando em casa com 2 homens mais adiantados contra adversários mais fracos, e beneficiando do facto de ter vários extremos e médios ofensivos capazes de se camuflar em vários modelos.
29 de maio de 2015
Porto 2015/ 16: Fé em Lopetegui e nos Milhões
Em teoria é impensável o Porto conseguir o italiano Perin. No entanto, há um ano atrás também ninguém acharia que os dragões conseguiriam ter Adrián e Tello no seu plantel, e o emblema da cidade Invicta também já gastou muito com Danilo ou Hulk... É praticamente dado adquirido que Fabiano será um dos jogadores "queimados" na viragem de época, e assim surgem dois cenários: Hélton titular, resultando daí a chamada do promissor Gudiño como 3.º guarda-redes; ou a contratação de um GR que dê garantias. A única certeza é mesmo o valor do guarda-redes do Génova, que ascenderia imediatamente ao estatuto de principal contratação do clube. Com Perin na baliza, Hélton (essencial para transmitir ao grupo o que é o Porto) e Ricardo seriam as restantes opções.
Danilo já saiu, e Alex Sandro talvez também o faça. Assim, o Porto terá que encontrar os seus substitutos e sugerimos dois compatriotas - Mayke, do Cruzeiro, e Alex Telles do Galatasaray. Tanto um como outro manteriam a dinâmica habitual do Porto, com Ricardo Pereira e o jovem Rafa a servirem como segundas escolhas nas laterais. Para o centro da defesa têm surgido nomes como Rudiger e Mbemba, mas juntaríamos ao trio Maicon, Marcano e Martins Indi uma revelação desta edição da Liga - o vimaranense João Afonso. Saindo por exemplo Martins Indi seria perfeitamente razoável a contratação de Rudiger ou Mbemba.
O melhor marcador, Jackson Martínez, viajará para um campeonato de topo e o Porto precisa de mostrar que há vida depois de Jackson. A tendência dos dragões é ter um jogador-alvo na frente, capaz de jogar bem de costas e conjugar o físico com a técnica, com explosividade e finalização. Nesse sentido, Aboubakar deve tornar-se o titular, mas os vice-campeões nacionais já contrataram Alberto Bueno (marcar 17 golos na Liga BBVA não é para todos). Bueno vem para ser importante no Porto 15/ 16, e olhando para o futuro considerávamos inteligente os dragões garantirem o colombiano Rafael Borré, avançado que defrontará Portugal no Mundial sub-20. Borré, embora não seja o tipo de avançado que o Porto prioriza, tem futebol dos pés à cabeça, teria que ser garantido antes da competição na Nova Zelândia, e cresceria num clube onde os seus compatriotas James, Falcao, Jackson e Guarín foram bem-sucedidos.
A aposta na manutenção de Lopetegui foi ousada, mas certamente que o clube quererá instaurar um clima de estabilidade. Manter treinador e algumas peças fulcrais da equipa para que o trabalho deste ano não tenha sido em vão. Ainda assim, os dragões irão perder peças importantes da equipa e tudo dependerá de quais os jogadores que Lopetegui pedirá para os substituir (nomeadamente Jackson Martínez, Danilo e Alex Sandro). Apesar do campeonato ser a aposta principal, na Champions, os dirigentes do clube também quererão fazer uma boa campanha até para poder reaver algum do dinheiro que será investido durante o mercado de Verão.
O esquema de jogo dos dragões causa alguma curiosidade. O 4-3-3 clássico é quase uma marca registada há anos no Dragão, mas a contratação de Alberto Bueno (jogador que rende mais nas costas do ponta-de-lança, mas não num esquema com 3 médios como o do Porto) pediria uma reformulação que talvez aconteça, mas por parte do jogador vindo do Rayo.
28 de maio de 2015
Balanço Final - Premier League 14/ 15
Um ano repleto de bom futebol, mas com uma campanha bastante pacífica do campeão Chelsea. Ficou confirmado que os segundos anos de Mourinho são invariavelmente bem sucedidos e nesta época os londrinos raramente se viram ameaçado pelos adversários, sendo sempre mais consistente que toda a concorrência.
O Arsenal melhorou bastante, chegou a ter o 2.º lugar na mão, mas voltou a quebrar no final do campeonato como em quase todos os anos. Manchester City e Manchester United não estiveram à altura e foram incapazes de lutar pelo título, e o Liverpool (2.º classificado na temporada anterior) acabou por ser a maior desilusão entre os principais emblemas de Inglaterra. Southampton foi o clube que mais impressionou pelo segundo ano consecutivo, dando uma incrível resposta depois de perder vários craques, e fazendo inclusive melhor do que em 2013/ 14. Fiquem a par da nossa análise para cada clube:
O campeão de 2013/ 14 não teve argumentos para lutar com o Chelsea. O estofo de campeão que nunca faltou ao Chelsea, faltou a um Manchester City no qual Yaya Touré esteve muito distante do que já deu, e sumariamente apenas Agüero e David Silva estiveram num nível sempre elevado. E que nível foi! Agüero tornou-se finalmente o melhor marcador em Inglaterra, com 26 golos, e David Silva realizou porventura a sua melhor temporada em terras de Sua Majestade. Espera-se um Manchester City bem diferente na próxima época, provavelmente sem Yaya, Milner, Dzeko e Lampard; e para o sucesso dos citizens o melhor seria arranjar um treinador de grande qualidade, e não Pellegrini.
Como sempre, Wenger colocou o Arsenal na Champions. O Arsenal podia inclusive ter terminado esta Premier League em 2.º lugar, e uma vez mais foi uma das equipas que melhor futebol praticou em Inglaterra. Os gunners continuam a não ter o que é preciso para serem campeões (é preciso um Jackson Martínez, um central, um 8 e um lateral-esquerdo) mas continuam também, quando em dia sim, a deliciar qualquer adepto. Alexis Sánchez foi um dos grandes reforços da Premier League, Cazorla tornou-se um jogador mais completo, e a segunda volta do campeonato ficou marcada por Ospina ter assumido a baliza e por uma enorme surpresa chamada Francis Coquelin.
Louis van Gaal chegou e conseguiu elevar o Manchester United de um inédito 7.º lugar para uma classificação que pode fazer os red devils regressarem à Champions caso passem o Play-Off. Um lugar entre os 4 primeiros era uma obrigação considerando o brutal investimento (Di María, Falcao, Blind, Shaw, Rojo e Ander Herrera), mas nem tudo foram rosas. Di María desiludiu, dizer o mesmo de Falcao seria pouco, e van Gaal acabou por assentar a valia do clube de Old Trafford em figuras secundárias como Ashley Young, Ander Herrera e Blind. O capitão Wayne Rooney justificou a braçadeira jogando onde foi preciso, mas o Jogador do Ano dos diabos foi o espanhol David De Gea. Se o United segurou o 4.º lugar muito o deve ao contributo de De Gea, melhor guarda-redes desta edição, e que deu pontos atrás de pontos à equipa que maior posse de bola (média de 61,1%) e maior acerto no passe (85,2%) teve esta temporada. A permanência ou não de De Gea, e o super-investimento que poderá ser feito neste Verão (van Gaal tem que contratar para a defesa) deixa antever um 2015/ 16 mais competitivo.
Tudo na época do Tottenham foi estranho. Os spurs, com Pochettino (treinador do espectacular Southampton de 2013/ 14) no comando mantiveram a média dos últimos anos - desde 2009/ 10 têm alternado sempre entre o 6.º e o 4.º lugares -, mas tirando um fenómeno chamado Harry Kane, a época dos londrinos pareceu pior do que a de Southampton ou mesmo do desorientado Liverpool. A defesa do Tottenham nunca atingiu uma fórmula de sucesso, e o talento do dinamarquês Eriksen ou do belga Chadli ajudou a potenciar o Most Improved Player desta edição, Harry Kane. A Liga Europa está garantida, mas caso o Tottenham queira ser uma equipa de Top-4 terá invariavelmente que fazer um cirúrgico trabalho no próximo defeso.
A grande desilusão da época entre as equipas candidatas ao título. O clube da cidade dos Beatles bateu o recorde de transferências ao gastar 117 milhões de libras (cerca de 164 milhões de euros), mas com pelo menos 3 tiros errados. Balotelli acabaria por ser o flop do ano da Premier League - não mostrou nada todo o ano e não se entende como é que um clube como o Liverpool se arriscou a gastar tanto dinheiro num jogador tão problemático como Balotelli para render Suárez. Lambert acabaria por ser pouco usado e Origi - apesar de ter feito um bom Mundial e não ter jogado no Liverpool este ano - não justificava um investimento tão alto. A equipa parecia estar bem composta a nível de jogadores, mas a verdade é que demorou um pouco a render, com vários jogadores (Lallana, Lovren, Markovic) a demorarem a sua adaptação. Os resultados não apareciam e notava-se que o "murro no estômago" que haviam levado no ano transacto ainda deixava algumas mazelas. Especialmente em Steven Gerrard. O capitão desde cedo anunciou a sua partida do clube do coração no fim da época, mas a sua saída não foi tão gloriosa como merecia. O seu último jogo em Anfield - apesar da derrota - foi uma bonita homenagem, mas o fim do campeonato quer de Gerrard, quer da equipa foi tão mau que culminou numa derrota de 6-1 no Britannia Stadium. E não foi numa noite chuvosa e fria frente ao Stoke...
Para o ano vindouro os reds necessitam de fazer algumas contratações cirúrgicas e manter valores como Henderson, Coutinho e Skrtel, retirando ainda mais de Lallana, Markovic e Ibe uma vez que Sterling parece obstinado em abandonar o projecto. A verdade é esta: não é com renovações de Kolo Touré e Wisdom que se começa bem...
A verdadeira sensação da época! Outra vez. O Southampton perdeu a identidade (Lallana, Lovren, Shaw, Lambert e Chambers foram vendidos, e Jay Rodriguez passou toda a época lesionado), mas Ronald Koeman reconstruiu a equipa e praticamente todos os reforços foram tiros certeiros.
A Liga Europa ainda é possível, caso o Arsenal vença o Aston Villa na final da FA Cup, e seria um prémio justo para um plantel no qual todos os jogadores tiveram um papel determinante (Shane Long, Davis, Yoshida, Ward-Prowse e Elia, sem serem habituais titulares, corresponderam sempre quando chamados). Koeman foi, para além de Mourinho, quem mostrou mais "dedo de treinador" ao alterar em algumas situações a equipa de acordo com o adversário, e por 1 golo o Chelsea foi Melhor Defesa do que o Southampton. O português José Fonte, capitão e líder da defesa, foi um dos grandes destaques, tal como os excelentes laterais e o irreverente Sadio Mané. Temos muita curiosidade para acompanhar o defeso do Southampton..
Nem a saída do costa-marfinense Wilfried Bony no mercado de Inverno fez os galeses do Swansea "tombar". A equipa de Gary Monk teve um início de época espantoso, e aguentou-se sempre perto das grandes equipas do campeonato até à última jornada. A melhor forma de perceber o valor da época da equipa que teve no islandês Sigurdsson a principal figura, é olhar para a tabela: o Swansea terminou a apenas 4 pontos do Southampton, 6 do Liverpool e 8 do Tottenham. O passado com Rodgers e Laudrup como treinadores do Swansea caracterizou-se por um futebol de posse, sempre entusiasmante, mas - embora com um ligeiro decréscimo na qualidade apresentada - nenhum tinha conseguido ficar tão acima na classificação.
Acreditámos no Stoke ao ponto de arriscarmos que poderiam terminar em 8.º lugar, mas a equipa de Mark Hughes ficou a 2 pontos do Swansea. Como era esperado, um pouco como o West Ham, a equipa transformou-se e passou a praticar um futebol em que a velocidade e a qualidade técnica passaram a suplantar o jogo aéreo; os adeptos lamentaram a lesão de Bojan, quando o pequeno espanhol estava a mudar a forma de estar da equipa, mas o seu legado ficou - Mame Biram Diouf fez uma boa época, Charlie Adam uma boa segunda volta e, sem o brilho defensivo dos últimos anos (Begovic ou Shawcross não estiveram brilhantes como antes) acabou por ser o ataque a ditar este 9.º lugar. A goleada de 6-1 contra o Liverpool permitiu ao Stoke fechar a época com chave de ouro, e depois do Verão espera-se mais de Diouf, Bojan e Arnautovic.
Se o Newcastle apresentou uma curva descendente a partir do momento em que Alan Pardew saiu, o contrário aconteceu com o Crystal Palace. Os adeptos no Selhurst Park têm tido a sorte de contar sempre com um "salvador": no ano passado Pulis, desta feita Pardew. A equipa acabou por terminar com uma classificação superior ao 11.º lugar de 2013/ 14 e para isso muito contribuiu a lufada de ar fresco que Pardew trouxe, fazendo disparar a confiança e o valor em campo de craques como Bolasie e Puncheon, ressuscitando Murray e servindo-se da qualidade defensiva da equipa. Até Zaha chegou a apresentar regularidade com o novo técnico. O Crystal Palace foi ainda, empatado com o WBA, a equipa que mais golos conseguiu a partir de lances de bola parada: 19. O desafio do Crystal Palace passa agora por dar um subir um degrau e colocar em ponto de mira uma classificação regular entre os Top-8, mas para isso serão necessários os reforços certos.
Se não fosse a péssima época do Newcastle, o Everton seria a maior desilusão da Premier League. 2013/ 14 foi um ano incrível, com um 5.º lugar como classificação final, mas o desgaste que a Liga Europa deixou na equipa acabou por provocar um decréscimo de qualidade. A defesa do Everton (Baines e Coleman muito longe do nível da temporada anterior) nunca chegou a estabilizar, Lukaku tinha obrigação de retribuir a confiança nele depositada com um impacto maior, e o capitão Jagielka acabou por ser o elemento em destaque. É provável que a ausência das competições europeias faça o Everton voltar a um nível elevado na próxima época, mas resta saber que jogadores formarão o plantel (Coleman e Ross Barkley, muito abaixo do esperado, devem ter mercado) e parece necessário haver novas contratações - um jogador como Yarmolenko, nomeadamente.
Acabaram exactamente como prevíamos no começo da época, num pacato e simpático 12.º lugar. A equipa de Sam Allardyce reforçou-se muito bem (Sakho foi uma das "pechinchas" da época, mas Valencia, Song, Cresswell e Kouyaté acrescentaram todos valor) e a filosofia de jogo da equipa mudou forçosamente. Foi uma boa Premier League, embora a 1.ª volta tenha sido melhor, e seria interessante ver este plantel entregue a um treinador mais jovem (fala-se de Bilic e Villas-Boas). Em termos individuais, o lateral esquerdo Aaron Cresswell acabou por ser o melhor hammer do ano, Song e Downing assumiram a equipa sempre que foi preciso e a dupla Diafra Sakho/ Enner Valencia, caso nenhum saia, tem tudo para crescer e espalhar o terror nas defesas rivais.
Achávamos que o WBA estava condenado, mas não contámos com a possibilidade dos baggies garantirem o incrível Tony Pulis como seu treinador. O antigo técnico de Stoke e Crystal Palace voltou a transformar uma equipa, dotando-a de uma boa capacidade defensiva e desde a sua chegada a descida deixou de ser um cenário colocado em cima da mesa. Saido Berahino cresceu e muito (passou de 5 golos marcados para 14), e figuras como Brunt, Gardner ou o ex-United Fletcher representaram bem o ADN Pulis - uma equipa focada primeiro em não sofrer, e que contou com dois bons guarda-redes, Foster e Myhill (que exibição contra os red devils!).
O Leicester City é a prova viva de que não há liga como a Premier League. As raposas azuis passaram quase todo o campeonato no último lugar, evidenciando-se apenas contra os grandes (ninguém esquece o Leicester 5-3 Manchester United), mas os meses de Abril e Maio trouxeram o milagre ao King Power Stadium. Os jogadores de Nigel Pearson apresentaram sempre um bom futebol, por vezes algo ingénuo e ofensivo demais, mas durante muito tempo as coisas não correram bem. No final, os vencedores do Championship 2013/ 14 mostraram ter fibra e somaram 7 vitórias nos últimos 9 jogos, atingindo um 14.º lugar (na Antevisão apontámo-los ao 13.º). O experiente Cambiasso e o frenético Vardy foram a alma da equipa, com Ulloa a marcar vários golos e Wes Morgan a mostrar nos momentos certos o porquê de ter a braçadeira de capitão. Schmeichel revelou-se determinante no fecho do campeonato, altura em que Huth ajudou o desempenho defensivo e Albrighton passou a jogar mais; e figuras como Mahrez, Kramaric e Knockaert têm tudo para dar mais na próxima temporada.
Foi mau demais. A meio do campeonato O Newcastle morava num confortável 10.º lugar, mas o abandono de Alan Pardew (seguiu o coração e assumiu o comando do Crystal Palace) originou uma avalanche negativa, e a queda vertiginosa levou a que o Newcastle chegasse à 38.ª jornada como 1 das duas equipas que se poderiam juntar a QPR e Burnley no Championship. Jonas Gutiérrez (justo prémio para um lutador!) acabou por ser decisivo para os magpies mas, para um clube da dimensão do Newcastle, esta época foi uma verdadeira desilusão. O plantel ainda tem várias lacunas - a defesa, nomeadamente -, a lesão prolongada de Siem de Jong em nada ajudou, e na próxima Premier League há que escolher bem o sucessor de John Carver. A locomotiva Janmaat, o goleador Papiss, a consistência do ruivo Colback e a qualidade técnica do francês Cabella (tem muito para mostrar na próxima época, num contexto diferente) acabaram por marcar a época dos órfãos de Pardew.
27 de maio de 2015
100 Melhores Personagens de Filmes - Nº 32
por Tiago Moreira
Interpretado pelo camaleão Johnny Depp, esta personagem é um pouco mais à sua imagem. Embora se tenha baseado no seu amigo Keith Richards (guitarrista e fundador dos Rolling Stones), é bastante semelhante ao que representa Johnny Depp na realidade. Sempre com um grau de humor bem elevado, tanto cai nas graças das raparigas, como dos rapazes. É uma das personagens do cinema mundial mais marcantes a nível gráfico dos últimos anos. Esta personagem criada por Terry Rossio e Ted Elliott gosta de estar preferencialmente bêbedo com rum, só pensa em si e nos seus objectivos (que são poucos).
Talvez seja a personagem mais marcante do actor norte-americano, oriundo de Owensboro, Kentucky. Mesmo se pensarmos que já interpretou personagens como Eduardo Mãos de Tesoura, Willy Wonka, Mad Hatter ou Sweeney Todd. O seu humor não se traduz apenas verbalmente como também se espalha para o campo do humor físico. Acaba por conter o pack completo para que seja uma das melhores personagens de sempre do cinema. Ah... E ele (Johnny Depp) adoptou há poucos dias um morcego ao qual deu o nome de Jack Sparrow. É só isto.
Balanço Final - Liga NOS 14/ 15
A Liga Portuguesa voltou a crescer em número de equipas (18) e acabou por ser bem disputada. Um campeonato desvalorizado por muitos, mas que vai mostrando que não fica muito atrás do - por exemplo - Francês. Título disputado do início ao fim por Benfica e Porto e que terminou com a vitória de quem foi mais regular em toda a época e soube ser decisivo nos momentos chave do campeonato, mesmo tendo os seus percalços pelo caminho. Mas vamos por partes:
Há poucos adjectivos para descrever a época do Guimarães, fruto do extraordinário trabalho de Rui Vitória. Só perto de meio do campeonato é que o Vitória perdeu um lugar no pódio, acabando num 5.º lugar com acesso ao Play-Off da Liga Europa, prémio justo para um clube e um treinador que, à falta de reforços, voltaram a encontrar soluções em casa. Rui Vitória fez dos jovens vimaranenses, formados no clube ou integrados na equipa B, jogadores de principal escalão e o grupo correspondeu. Os primeiros meses ficaram marcados pelo jovem fenómeno Bernard Mensah e pelo imprevisível Hernâni (entretanto contratado pelo Porto), sempre com uma ideia de jogo rica, com um futebol fluido, ofensivo e positivo. A falta de profundidade do plantel e algumas mudanças em Janeiro (a perda de Hernâni e as chegadas de Sami, Otávio e Ivo Rodrigues acabaram por quebrar a harmonia da equipa) ditaram uma 2.ª volta pior mas ainda assim a equipa da cidade-berço foi a sensação da Liga NOS, com 2 jovens centrais a emergirem e um senhor chamado André André a justificar outro patamar competitivo. Na próxima época o modelo estrutural deve-se manter (Ricardo Valente e Bruno Gaspar têm valor e devem ficar, e as chamadas de João Vigário e Alexandre Silva às camadas jovens da Selecção reforçam a qualidade da formação vimaranense), o factor Liga Europa pode servir para atrair jogadores, mas dificilmente Rui Vitória - o principal responsável pelo sucesso deste projecto - ficará.
Quem previa isto? Provavelmente, ninguém. O Boavista subiu do CN Seniores para o principal escalão do futebol português, e a equipa aguentou-se. Um verdadeiro milagre operado por Petit, que contou com uma equipa guerreira e na qual o colectivo foi sempre a principal força. Não houve grandes figuras neste Boavista, embora os jovens Afonso Figueiredo e Zé Manuel tenham aproveitado para marcar pontos, com o Bessa a servir de porto de abrigo para o Boavista anular os seus adversários. Jornada após jornada os jogadores mantiveram-se profissionais, concentrados e crentes no objectivo "manutenção", embora achemos que o facto de jogar num relvado sintético contribuiu para alguma incompetência dos visitantes no Bessa. Mas é um facto: juntamente com Guimarães e Belenenses, uma excelente surpresa.
Pedro Emanuel deverá ter feito a sua última época em Arouca, e embora tenha ficado apenas 1 lugar acima dos lugares de descida, o Arouca acabou por dar mais aos adeptos da Liga NOS do que Académica ou Vit. Setúbal. Para esta ideia muito contribuiu a aposta no jogador português (David Simão, Artur, Roberto, André Claro, Pintassilgo, Rui Sampaio) e na juventude: na segunda volta o Arouca serviu de rampa de lançamento para o portista Kayembe e, principalmente, para o leão Iuri Medeiros.
25 golos marcados e 60 golos sofridos. Os números contam rapidamente a história de uma época para esquecer. Em Barcelos começou João de Deus, e terminou José Mota. Mas os resultados foram sempre iguais: maus. Diogo Viana e Caetano deveriam ter feito muito mais, e a Segunda Liga é um destino justo para uma equipa em que curiosamente foi - uma vez mais - o guardião Adriano Facchini o jogador mais valorizado, e que merece ficar numa equipa da Liga NOS.
Vinte e dois (22) pontos num campeonato de 34 jornadas é realmente pouco. O Penafiel foi a pior defesa do campeonato (69 golos sofridos) e nunca se encontrou depois de ver o seu treinador Miguel Leal rumar na pré-época ao Moreirense. Cedo antecipámos que o plantel era débil para estes andanças, mas ao contrário de equipas como Boavista, Belenenses e Guimarães que souberam encontrar soluções para os seus problemas, o Penafiel esteve a anos-luz do sucesso. Ao longo da época, 3 treinadores - Ricardo Chéu, Rui Quinta e Carlos Brito - e pouco futebol.