Bayern Munique 3 - 2
Barcelona (Benatia 7', Lewandowski 59', Müller 74'; Neymar 15' 29')
O Barcelona vai a Berlim, o Bayern fica-se pelas meias-finais. Depois do recital mágico de Lionel Messi na 1.ª mão, o jogo desta noite caracterizou-se pelo equilíbrio, embora com ligeiro ascendente da equipa alemã. Os bávaros começaram a ganhar bem cedo, viram o Barcelona virar o jogo graças ao talento do seu trio da frente, e conseguiram uma justa vitória. Falando da eliminatória, o desfecho não poderia ser outro - Barcelona na final.
Guardiola e Luis Enrique repetiram os onzes de há 1 semana atrás e, depois de um primeiro aviso do croata Rakitic, foi o Bayern a inaugurar o marcador. Xabi Alonso encarregou-se da marcação de um canto e o central Benatia, solto de marcação, cabeceou para o 1-0. Para os poucos adeptos que ainda acreditaram naquele momento que se assistiria a uma "remontada" semelhante ao Bayern-Porto, o Barcelona prontamente respondeu e sentenciou uma eliminatória cujo destino ficou escrito em Nou Camp - o trio da frente (Messi, Neymar e Suárez) e o guardião Ter Stegen fariam toda a diferença no que restou da 1.ª parte. O 1-1 chegou aos 15 minutos. Lionel Messi inventou a jogada ao isolar o uruguaio Suárez, e o ex-Liverpool não foi egoísta e deu para o lado para um desvio de Neymar. Na tentativa de recuperar a vantagem, o Bayern encontrou sempre Ter Stegen no seu caminho, brilhando o jovem guarda-redes alemão pela primeira vez ao tirar do ângulo um cabeceamento de Müller. Até ao fim da 1.ª parte houve ainda dois grandes momentos, um em cada área. O Barcelona operou a reviravolta com a mesma fórmula - Messi assistiu de cabeça Suárez, explorando o espaço nas costas da defesa, e o uruguaio serviu Neymar para o segundo do brasileiro - e a fechar Ter Stegen teve uma das melhores defesas desta edição da Champions League. Perante um remate de Lewandowski, Ter Stegen mostrou reflexos com uma parada interessante, mas brilhou num voo destemido capaz de evitar que a bola fosse caprichosamente para a baliza. O esférico chegou a ultrapassar a linha, mas não na totalidade, graças ao guarda-redes que o Barcelona contratou ao Borussia Mönchengladbach (o seu sucessor, Sommer, também é incrível).
O 1-2 ao intervalo ditava um agregado de 1-5 e, por isso mesmo, Luis Enrique pôde dar-se ao luxo de poupar Suárez, fazendo entrar Pedro Rodríguez. A 2.ª parte foi morna, principalmente porque o Barcelona deixou de querer explorar as transições de forma vertiginosa como fez nos primeiros 45, optando por gerir a bola e tentando fechar os espaços para os esforços bávaros. O empate chegou, ainda assim, numa excelente iniciativa de Lewandowski, com o polaco a trocar as voltas a Mascherano e a rematar sem hipóteses depois de um excelente jogo de pés. A prioridade para o Bayern passou a ser chegar à vitória, saindo da competição com outra imagem e mantendo o orgulho de vencer diante dos seus adeptos, e o 3-2 acabou por ser alcançado num remate de Thomas Müller depois de Schweinsteiger preparar o remate do colega de equipa e Selecção.
É incontestável a justiça com que o Barcelona chega à final da Champions, uma qualificação alicerçada principalmente pela monumental exibição de Messi na 1.ª mão. O jogo de hoje foi diferente, como tinha aliás que ser, ficando agora o "Barça" à espera do grande rival Real Madrid ou da outsider Juventus para disputar a final. Certo é que os blaugrana são neste momento a equipa que se apresenta em melhor forma no panorama europeu, com o trio Messi-Suárez-Neymar em harmonia e pronto a espalhar o terror em qualquer defesa. Luis Enrique ainda não ganhou, mas habilita-se a conseguir três competições (Champions, La Liga e Taça do Rei) na sua primeira época ao serviço da equipa principal do clube no qual jogou.
Esta noite Neymar acabou por fazer a diferença, embora os seus 2 golos tenham sido consequência do altruísmo de Suárez, com contributo também do 10 Messi; na equipa da casa Müller, para além do golo, foi inexcedível enquanto esteve em campo, marcando tal como Lewandowski e Benatia, num Bayern cujos motores foram Thiago e Schweinsteiger. Guardiola ganhou a Bundesliga, foi eliminado nas meias-finais da Taça pelo Dortmund, e cai agora perante a sua anterior equipa. A qualidade deste Bayern é astronómica, tal como é também o nível de exigência e as suas ambições (mesmo lembrando que faltaram Robben, Ribéry e Alaba), e veremos que consequência esta época terá na carreira de Pep Guardiola: será o fim de um ciclo? O rumor Manchester City seria interessante na medida em que colocaria Guardiola a trabalhar com Agüero e Silva, transformando os citizens num projecto altamente atractivo para muitos jogadores e passando a Premier League a ser disputada em uníssono por Mourinho, Guardiola, van Gaal e Wenger. Prometia.
Barba Por Fazer do Jogo: Neymar Jr. (Barcelona)
Outros Destaques: Benatia, Thiago, Müller, Lewandowski; Suárez, Messi