2 - 0 
Sporting (Dost 46' 63')
Na primeira mão dos
32-avos-de-final da Liga Europa, o Sporting mostrou não estar ao nível do 2.º
classificado da Bundesliga. Os leões confirmaram que estão distantes da
qualidade apresentada pelo Wolfsburgo, mas algumas defesas de Rui Patrício (não
isento de culpas no 2.º golo) foram determinantes para manter o Sporting na
eliminatória, e evitar males maiores.
Na Alemanha, o Sporting não contou com William Carvalho, e o Wolfsburgo não teve Luiz Gustavo. Nos alemães Vieirinha, que tem vindo a jogar a lateral direito, foi extremo, fazendo companhia no ataque a De Bruyne, Schürrle e Dost. O 1.º tempo foi genericamente pautado pelo equilíbrio - Rui Patrício defendeu um remate de Schürrle, Carrillo desperdiçou uma boa oportunidade e perto do descanso o árbitro perdoou Vieirinha por uma mão involuntária na área (lance passível de ser considerado grande penalidade, embora o árbitro - que no "jogo jogado" até prejudicou os alemães - tenha mantido o critério em termos de mão na bola ao longo do jogo).
O 0-0 ao intervalo era justo e animador para o Sporting, mas a 2.ª parte começou mal. Os jogadores do Sporting foram deixando o central Naldo avançar no terreno e o brasileiro decidiu imitar a capacidade técnica de tantos compatriotas de meio-campo, e isolou Bas Dost que na cara de Rui Patrício não falhou. O golo motivou o Wolfsburgo, e a equipa de Hecking passou a pressionar com maior intensidade, com De Bruyne como farol da dinâmica ofensiva. O 14 belga testou a atenção de Rui Patrício, e aos 63' esteve ligado ao segundo golo. A jogada começou no português Vieirinha, que passou para Kevin De Bruyne que, a partir do flanco direito, encontrou o desvio de Bas Dost com um cruzamento perfeito. Pese embora a excelente execução, Patrício podia ter-se saído, e Paulo Oliveira deixou o gigante holandês escapar-se nas suas costas.
Com o 2-0 no marcador o Wolfsburgo manteve-se na procura do golo, mas Rui Patrício chegou para as encomendas: tirou o hat-trick a Dost, assistido por Schürrle, e depois evitou que o próprio Schürrle marcasse. Pelo meio, João Mário (um dos leões mais certinhos hoje) cabeceou ao lado apenas com Benaglio pela frente. A equipa de Marco Silva nunca teve argumentos para um Wolfsburgo mais inteligente na pressão, e com um carrossel jogado muitas vezes ao primeiro toque. Em Lisboa o Sporting é perfeitamente capaz de marcar mas, como era expectável, o Wolfsburgo é agora ainda mais favorito. E veremos o que acontecerá dentro de 1 semana porque os verdes da Alemanha são muito perigosos a contra-atacar em velocidade. Pode-se claramente dizer que o Sporting teve bastante azar com o sorteio.
Pouco se guarda de bom do Sporting hoje, exceptuando várias defesas de Rui Patrício (impediu 4/ 5 lances de golo claros do Wolfsburgo, embora tenha tido ligeira culpa num dos golos sofridos) e João Mário foi o menos mau dos jogadores de campo. Do lado do Wolfsburgo, Bas Dost foi a figura ao marcar os 2 golos, e deu sequência ao seu excelente momento de forma (marcou 2 ao Bayern na vitória por 4-1 e 4 ao Leverkusen na vitória por 5-4); Naldo foi destaque na defesa, Ricardo Rodríguez (um dos melhores laterais-esquerdos da actualidade) não se aventurou como é costume pelo corredor, Vieirinha fez um jogo muito competente, Schürrle não esteve particularmente inspirado e Kevin De Bruyne voltou a mostrar que é um dos jogadores em melhor forma no futebol europeu em 2014/ 15. Mourinho não quis De Bruyne e Schürrle, e o Wolfsburgo agradece. O Sporting certamente que não.
Ficou demonstrado que o Sporting não é do campeonato do Wolfsburgo, mas há que manter a esperança. Na próxima semana joga-se a 2.ª mão.
Barba Por Fazer do Jogo: Bas Dost (Wolfsburgo)
Outros Destaques: Naldo, Vieirinha, De Bruyne; Rui Patrício, João Mário
